sábado, 28 de fevereiro de 2015

Amar a Cristo...

«perdoai-nos as nossas ofensas», Senhor bem gostaríamos não ter de Te formular este pedido diariamente e mesmo algumas vezes ao dia, mas a nossa condição de pecadores, mesmo que em pequenos detalhes, levam-nos a ofender-Te ao não cumprirmos os Mandamentos e deixarmo-nos dominar pela visão humana das coisas e não aquela que nos ensinaste.

Meu Deus, porque sois tão bom, ajudai-nos a não Te ofender!

JPR

«O Seu rosto resplandeceu como o Sol» (Mt 17,2)

Pedro o Venerável (1092-1156), abade de Cluny 
Sermão 1 para a Transfiguração; PL 189, 959


Será de espantar que o rosto de Jesus tenha resplandecido como o sol, pois se Ele mesmo era o sol? Ele era o sol, mas escondido atrás de uma nuvem. Agora a nuvem afasta-se, e Ele resplandece por um instante. Que nuvem é essa que se afasta? Não é a própria carne em si, mas a fraqueza da carne que desaparece por um momento.

Essa nuvem é aquela de que o profeta fala: «O Senhor, montado sobre uma nuvem veloz [...]» (Is 19,1): é a nuvem da carne que cobre a divindade, leve porque tal carne não traz em si nada de mal; é a nuvem que dissimula o esplendor divino, leve porque irá elevar-se até ao esplendor eterno. É a nuvem da qual se diz, no Cântico dos Cânticos: «Anseio sentar-me à sua sombra» (Ct 2,3). Leve nuvem, carne que é a do «Cordeiro que tira o pecado do mundo» (Jo 1,29); e, tirado o pecado do mundo, eis que o mundo se eleva nas alturas dos céus, aliviado do peso de todos os seus pecados.

O sol coberto por esta carne não é aquele que se levanta «sobre os bons e os maus» (Mt 5,45), mas o «Sol de justiça» (Ml 3,20), que se levanta apenas para os que temem a Deus. Estando habitualmente coberta pela nuvem da carne, essa «luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1, 9) brilha hoje com todo o seu esplendor. Hoje, ela glorifica essa mesma carne; mostra-a deificada aos apóstolos, para que os apóstolos a revelem ao mundo.

O Evangelho de Domingo dia 1 de março de 2015

Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e conduziu-os sós, à parte, a um monte alto, e transfigurou-Se diante deles. As Suas vestes tornaram-se resplandecentes, de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia tornar tão brancos. Depois apareceu-lhes Elias com Moisés, que estavam a falar com Jesus. Pedro tomando a palavra disse a Jesus: «Rabi, que bom é nós estarmos aqui; façamos três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atónitos de medo. E formou-se uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem saíu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho muito amado, ouvi-O». Olhando logo à volta de si, não viram mais ninguém com eles senão Jesus. Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos. Observaram esta ordem, mas perguntavam-se o que queria dizer “quando tiver ressuscitado dos mortos”.

Mc 9, 2-10

Amar os inimigos

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja 
Manuscrito autobiográfico C 13 v°-14 r°


Há na comunidade uma irmã que tem o talento de me desagradar em todas as coisas; os seus modos, as suas palavras, o seu carácter eram-me muito desagradáveis. No entanto é uma santa religiosa que deve ser muito agradável ao bom Deus; assim, não querendo ceder à antipatia natural que sentia, disse a mim própria que a caridade não devia ser composta por sentimentos, mas por obras. Decidi então fazer por esta irmã aquilo que faria pela pessoa que mais amasse. Cada vez que a encontrava rezava ao Senhor por ela, oferecendo-Lhe todas as suas virtudes e méritos. Sentia que isso agradava a Jesus, pois não existe artista que não goste de receber louvores pelas suas obras e Jesus, o artista das almas, fica feliz quando não nos detemos no exterior mas, penetrando até ao santuário íntimo que Ele escolheu para morar, admiramos a sua beleza.

Não me contentava em rezar muito pela irmã que me suscitava tantos combates, obrigava-me a fazer-lhe todos os favores possíveis e, quando tinha a tentação de lhe responder de modo desagradável, contentava-me em lhe fazer o meu sorriso mais amável e fazia por desviar a conversa. […] E também muitas vezes […], tendo algumas relações de trabalho com essa irmã, quando os embates eram demasiado violentos, fugia como um desertor. Como ela ignorava totalmente o que eu sentia por ela, nunca desconfiou dos motivos da minha conduta e continua persuadida de que o seu carácter me agrada. Um dia, no recreio, disse-me mais ou menos estas palavras com um ar muito contente: «Pode dizer-me, irmã Teresa do Menino Jesus, o que a atrai tanto em mim, pois de cada vez que olha para mim vejo-a sorrir?» Ah, o que me atraía era Jesus, escondido no fundo da sua alma. Jesus torna doces as coisas mais amargas.

O Evangelho do dia 28 de fevereiro de 2015

«Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. Deste modo sereis filhos do vosso Pai que está nos céus, o qual faz nascer o sol sobre maus e bons, e manda a chuva sobre justos e injustos. Porque, se amais somente os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de especial? Não fazem também assim os próprios gentios? Sede, pois, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.

Mt 5, 43-48

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Amar a Cristo...

«o pão nosso de cada dia nos dai hoje», Senhor Jesus ao Te ofereceres na Eucaristia permitiste-nos na Tua infinita misericórdia receber-Te diariamente, também Te rogamos, nesta tão linda oração que nos ensinaste, que ajudes todos os carenciados a poderem receber os alimentos necessários à dignidade da sua condição humana.

Jesus Cristo, Filho de Deus obrigado por ouvires as nossas preces!

JPR

«Não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1Jo 3,18)

São Francisco de Assis (1182-1226), fundador dos Frades Menores
Primeira regra, § 11

Todos os irmãos terão o cuidado de não caluniar ninguém, de evitar palavras de discussão. Pelo contrário, tentem guardar silêncio enquanto o Senhor lhes der a graça para isso. Não discutirão entre si nem com outras pessoas mas esforçar-se-ão por responder humildemente: «Somos servos inúteis» (Lc 17,10). Não se irritarão: «Quem se irritar contra o seu irmão será réu perante o tribunal; quem lhe chamar 'imbecil' será réu diante do Conselho; e quem lhe chamar 'louco' será réu da Geena do fogo». Amar-se-ão uns aos outros, conforme a palavra do Senhor: «O que vos mando é que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 15,12). Por actos testemunharão o amor que devem ter uns pelos outros, conforme as palavras do apóstolo João: «Não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade» (1Jo 3,18).

Não ultrajarão ninguém; não difamarão, não denegrirão ninguém; porque está escrito que o Senhor odeia os «bisbilhoteiros e os maldizentes»; devem ser modestos, «mostrando sempre amabilidade para com todos os homens,» (Tt 3,2; Rm 1,29-30). Não devem julgar nem condenar, como diz o Senhor (Lc 6,37). Não julgarão nem os mais pequenos pecados dos outros, mas reflectirão sobre os seus próprios pecados na amargura do seu coração (cf. Is 38,15). Esforçar-se-ão por entrar pela «porta estreita», pois, diz o Senhor: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir» (Lc 13,24; Mt 7,13-14).

O Evangelho do dia 27 de fevereiro de 2015

Porque Eu vos digo que, se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. «Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não matarás”, e quem matar será submetido ao juízo do tribunal. Porém, Eu digo-vos que todo aquele que se irar contra o seu irmão, será submetido ao juízo do tribunal. E quem chamar cretino a seu irmão será condenado pelo sinédrio. E quem lhe chamar louco será condenado ao fogo da Geena. Portanto, se estás para fazer a tua oferta diante do altar, e te lembrares ali que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem fazer a tua oferta. Concilia-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele no caminho, para que não suceda que esse adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá antes de ter pago o último centavo.

Mt 5, 20-26

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Amar a Cristo...

«Assim na terra como no Céu», Pai ao enviar-nos o Vosso amado Filho fazendo-O homem e morrendo Ele por nós na Cruz e ao Ressuscutá-Lo ao terceiro dia, só podemos santificar o Vosso nome aqui na terra já que estando Ele à Vossa direita é e será glorificado e santificado pelos séculos dos séculos no Reino dos Céus.

Concede-nos Senhor a graça e ajuda para sermos bons cristãos e assim estarmos entre os eleitos para entrar no Vosso Reino!

JPR

«Pedi, procurai, batei»

Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, mais tarde cisterciense
A Contemplação de Deus, 5

Apressa-Te, Senhor, não Te demores mais; com efeito, a graça da Tua sabedoria tem os seus atalhos: aonde nenhum edifício de argumentação ou de discussão racional pode dar acesso (e refiro-me à completa fruição do Teu amor), ali se encontra de repente aquele que de Ti recebeu toda a graça, aquele que procura com afinco, aquele que bate com insistência. E, se me acontece experimentar qualquer laivo dessa alegria, Senhor ― o que é raro ―, dou por mim a gritar: «Mestre, como é bom estar aqui! Levantemos três tendas (Mt 17, 4): uma para a Fé, outra para a Esperança e outra para a Caridade!»

Saberei eu o que digo quando me ponho a gritar «Senhor, como é bom estar aqui!»? Porque, de repente, caio por terra como morto; olho em volta sem ver nada e volto a dar por mim onde estava dantes: na dor do coração e na aflição da alma. «Até quando, Senhor, até quando?» (Sl 13 (12), 2). Durante quanto tempo ainda guardarei estas ideias no meu íntimo, esta dor no coração todo o santo dia? Durante quanto tempo poderá o Teu Espírito prolongar a Sua morada no homem que é carne, Ele que vem, que vai e que sopra onde quer (Jo 3, 8)? E apesar disso, quando o Senhor resgatar Sião do cativeiro, chegará a nossa consolação e a nossa boca se encherá de júbilo (Sl 126 (125), 2). E a verdade da Tua consolação e a consolação da Tua verdade responderá bem lá no fundo do meu ser: «Há o amor pelo desejo e o amor pela posse; por vezes, o amor pelo desejo merece alcançar a visão, a visão a posse, e a posse a perfeição da caridade».

O Evangelho do dia 26 de fevereiro de 2015

«Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede, recebe, e quem busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-á. Qual de vós dará uma pedra a seu filho, quando este lhe pede pão? Ou se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai celeste dará coisas boas aos que lhas pedirem. «Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles; esta é a Lei e os Profetas. 

Mt 7, 7-12

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Amar a Cristo...

«Santificado seja o Vosso nome», é nosso dever fazê-lo com amor, respeito e profunda devoção glorificando-Te conjuntamente com o Filho e o Espírito Santo.

Senhor ajuda-nos a fazê-lo hoje e sempre levando-Te a quem ainda não Te conhece ou Te recusa!

JPR

DIÁLOGOS COM O MEU EU (6)

Não sentes falta de nada?
Não me parece, porquê?

É que te esqueceste.
Esqueci-me de quê?

De entregar o dia, pela manhã, ao Senhor.
Agora que mo perguntas, percebo algo que me faltava.

E o que é que te faltava?
Sentir a presença inexplicável d’Ele comigo.

Mas olha que Ele está sempre contigo e com todos nós.
Pois está, mas eu é que não estava com Ele e por isso não O sentia comigo.

Monte Real, 18 de Abril de 2013

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2015/02/dialogos-com-o-meu-eu-6.html

«Como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração»

Afraate (?-c. 345), monge e bispo de Nínive, perto de Mossul 
Exposições, n°3: Sobre o jejum; SC 349


Os filhos de Nínive praticaram um jejum puro quando Jonas lhes pregou a conversão. Com efeito, está escrito: Assim que ouviram a pregação de Jonas, decretaram um jejum permanente e uma súplica ininterrupta, vestiram-se de saco e sentaram-se na cinza. Despiram as vestes delicadas e, em vez delas, vestiram-se de serapilheira. Recusaram aos lactantes o seio das suas mães e não levaram o gado às pastagens (cf Jn 3). […]

E eis que está escrito: «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e, arrependendo-se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez». Não está dito: «Viu a abstinência de pão e água, com saco e cinza», mas que «se convertiam do seu mau caminho». […] Foi um jejum puro, o dos ninivitas, um jejum que foi aceite: o jejum com que se afastaram dos maus caminhos e da rapacidade das suas mãos. […]

Pois, meu amigo, quando jejuamos, a melhor coisa é sempre a abstinência da maldade. É melhor que a abstinência de pão e água, melhor que «curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza», como disse Isaías (58,5). Com efeito, quando um homem se abstém de pão, de água ou de qualquer alimento, se cobre de saco e se aflige, é amado, belo e aprovado. Mas aquilo que mais agrada é que ele se humilhe, que «se liberte do jugo» da impiedade e que «quebre toda a opressão» do erro. «Então, a tua luz surgirá como a aurora e as tuas feridas não tardarão a sarar», «serás como um jardim bem irrigado, como uma fonte de águas inesgotáveis» (Is 58,6ss).

O Evangelho do dia 25 de fevereiro de 2015

Concorrendo as multidões, começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas. Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem será um sinal para esta geração. A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo contra os homens desta geração, e condená-los-á, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está Quem é mais do que Salomão. Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo contra esta geração, e condená-la-ão, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas; e aqui está Quem é mais do que Jonas!

Lc 11, 29-32

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Amar a Cristo...

Ensinaste-nos a rezar o Pai Nosso e desde logo começamos por Te estabelecer a morada aonde só poderias estar, o Céu, mas não aquele que nossa dimensão terrena vislumbramos com os nossos olhos, mas sim Aquele que mostraste a Pedro, João e Tiago na Tua Transfiguração.

Senhor Jesus, ajuda-nos a merecer a graça de nos juntarmos a Elias e Moisés!

JPR

Breves reflexões sobre a Oração que o Senhor nos ensinou

- Ensinaste-nos a rezar o Pai Nosso e desde logo começamos por Te estabelecer a morada aonde só poderias estar, o Céu, mas não aquele que nossa dimensão terrena vislumbramos com os nossos olhos, mas sim Aquele que mostraste a Pedro, João e Tiago na Tua Transfiguração.

Senhor Jesus, ajuda-nos a merecer a graça de nos juntarmos a Elias e Moisés!

- «Santificado seja o Vosso nome», é nosso dever fazê-lo com amor, respeito e profunda devoção glorificando-Te conjuntamente com o Filho e o Espírito Santo.

Senhor ajuda-nos a fazê-lo hoje e sempre levando-Te a quem ainda não Te conhece ou Te recusa!

- «Assim na terra como no Céu», Pai ao enviar-nos o Vosso amado Filho fazendo-O homem e morrendo Ele por nós na Cruz e ao Ressuscitá-Lo ao terceiro dia, só podemos santificar o Vosso nome aqui na terra já que estando Ele à Vossa direita é e será glorificado e santificado pelos séculos dos séculos no Reino dos Céus.

Concede-nos Senhor a graça e ajuda para sermos bons cristãos e assim estarmos entre os eleitos para entrar no Vosso Reino!

- «o pão nosso de cada dia nos dai hoje», Senhor Jesus ao Te ofereceres na Eucaristia permitiste-nos na Tua infinita misericórdia receber-Te diariamente, também Te rogamos, nesta tão linda oração que nos ensinaste, que ajudes todos os carenciados a poderem receber os alimentos necessários à dignidade da sua condição humana.

Jesus Cristo, Filho de Deus obrigado por ouvires as nossas preces!

- «perdoai-nos as nossas ofensas», Senhor bem gostaríamos não ter de Te formular este pedido diariamente e mesmo algumas vezes ao dia, mas a nossa condição de pecadores, mesmo que em pequenos detalhes, levam-nos a ofender-Te ao não cumprirmos os Mandamentos e deixarmo-nos dominar pela visão humana das coisas e não aquela que nos ensinaste.

Meu Deus, porque sois tão bom, ajudai-nos a não Te ofender!

- «assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido», Senhor quão difícil é por vezes reconhecermo-nos coerentes com esta afirmação, que vergonha sentimos em dizê-lo a Ti que a todos perdoas.

Senhor Jesus Filho de Deus aumenta a nossa fé e ajuda-nos a ser cada vez mais fiéis imitadores Teus para que como Paulo possamos um dia dizer «não sou eu quem vive; é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20)

- «não nos deixeis cair em tentação», Senhor que a Tua graça nos cubra e nos dê força para à Tua semelhança, que durante 40 dias enfrentastes as tentações de Satanás, saibamos resistir-lhe incluindo as mais ínfimas coisas que se poderão tornar pronuncio de fraqueza para as maiores.

Senhor Jesus, que tão bela oração de louvor e rogo nos ensinaste, protege-nos Te suplicamos!

- «mas livrai-nos do mal», Senhor na nossa condição humana reveladora de falta de confiança e de entrega em Ti e a Ti, frequentemente assumimos como mal situações que mais tarde nos apercebemos foram para o nosso bem ou do próximo.

Ajuda-nos a ser humildes e entregarmo-nos totalmente, pois és o Bom Pastor e nada nos faltará!

JPR

Liberdade, igualdade, amor (excerto)

Quando a política se mete na família, perdem as duas. Aí o sonho revolucionário de mundo novo ameaça até a humanidade.

O nosso tempo vive na ânsia da vida ideal, sempre prometida mas negada. A atitude de fundo, celebrada em romances, filmes e conversas, é repúdio pela existência em nome de utopias. Origem e símbolo desta orientação é a libertação do antigo regime na revolução britânica de 1688, americana de 1776, francesa de 1789 e seguintes. Essas vitórias retumbantes contra ordens vetustas e injustas são sucessivamente encenadas em cada geração em novos temas. É por isso que condutas negativas de rebeldia, inconformismo e revolta são hoje estimadas, criticando-se valores de autoridade, segurança, ordem. Só que as velhas epopeias não funcionam nos complexos temas íntimos.

Nas revoluções primitivas, a questão era apenas eliminar a opressão e impor paridade nos cidadãos. Nessas lutas de classe é fácil que liberdade e igualdade andem juntas. Como a injustiça vem da privação de direitos, o derrube da opressão gera simultaneamente autonomia e equidade. Só a fraternidade, terceiro princípio da revolução, acabou sacrificada nos sangrentos tumultos.

(...) Quando a sociedade, com direitos políticos estabelecidos, passou para a área económica, ficou mais evidente a discrepância entre os três princípios. (...)

Isso cria um vazio na presente geração. Que sonhos edificar? Onde estão os tiranos a abater? Como os jovens de hoje, tão idealistas como os antigos, desprezam combates partidários ou mercantis, a luta cultural deslocou-se para questões de sexo e limites da vida. Hoje, as verdadeiras divisões sentem-se nos temas familiares e existenciais.

É curioso como esses debates mantêm obsessivamente os tons, as atitudes e os modelos das antigas lutas e revoluções. Vêem-se os conceitos, as lógicas e os métodos que os antigos aplicavam à nobreza, escravatura, pena de morte, proletariado ou racismo, utilizados em assuntos eróticos e hospitalares. O direito ao aborto e à eutanásia tomam o lugar do direito ao voto; a emancipação de mulheres ou jovens vem na vez dos escravos; o doente terminal ou o homossexual surge na posição do operário ou negro. Casamento é contrato; adopção, sociedade.

Como os problemas são novos, a reprodução simplista de técnicas não funciona. O trio liberdade, igualdade e fraternidade, que mal resistiu na revolução política e se rompeu na económica, fica anómalo na intimidade, reino do amor. Dentro da fraternidade familiar, liberdade e igualdade tomam sentidos estranhos. Por isso, divórcio, aborto ou eutanásia só retoricamente libertam; de facto, matam. Fora da metáfora não existe igualdade entre jovem e velho, homem e mulher, casamento e união de facto, pais e filhos, amor conjugal e promiscuidade, sexo e perversão.

Fazem-se prodígios de manipulação para negar evidências, mas é ridículo tentar recriar velhos mitos de progresso e revolução em campos privados, naturais e imutáveis. A família é o que sempre foi e será. Ela constitui o verdadeiro mundo sempre novo.

João César das Neves in DN online AQUI

«Rezai, pois, assim: 'Pai Nosso'»

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja

Manuscrito autobiográfico C, 25 r°-v° Fora do serviço divino, que sou muito indigna de recitar, não tenho coragem para me obrigar a procurar nos livros belas orações; isso faz-me doer a cabeça, há tantas..., e todas tão belas, tanto umas como as outras...

Não quereria, contudo, a minha Madre, que pensásseis que recito sem devoção as orações feitas em comum no coro ou nas ermidas. Pelo contrário, gosto muito das orações em comum, pois Jesus prometeu estar no meio daqueles que se reúnem em Seu nome (Mt 18,19-20). Sei que então o fervor das minhas irmãs faz as vezes do meu; mas rezar o terço sozinha (envergonho-me de o confessar) custa-me mais do que pôr um instrumento de penitência... Reconheço que o rezo tão mal! Por mais que me esforce por meditar os mistérios do rosário, não consigo concentrar a atenção... Durante muito tempo desolei-me por essa falta de devoção que me surpreendia, pois amo tanto a Santíssima Virgem que me deveria ser fácil rezar em sua honra orações que lhe são agradáveis. Agora desolo-me menos, pois penso que a Rainha dos Céus, sendo minha Mãe, verá a minha boa vontade e contentar-se com ela.

Algumas vezes, quando o meu espírito está numa secura tão grande que me é impossível arrancar-lhe algum pensamento para me unir a Deus, recito muito devagarinho um Pai Nosso e depois a saudação angélica [«Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Lc 1,28]. Então estas orações encantam-me, alimentam muito mais a minha alma do que se as tivesse recitado precipitadamente uma centena de vezes...

O Evangelho do dia 24 de fevereiro de 2015

Nas vossas orações não useis muitas palavras como os gentios, os quais julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós Lho peçais. «Vós, pois, orai assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. «Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso supersubstancial nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. «Porque, se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas. 

Mt 6, 7-15

Brevíssimo comentário ao Evangelho do dia...

Sejamos as boas ovelhas do Senhor como Ele nos fala no Evangelho de hoje (Mt 25, 31-46) que nunca hesitemos em alimentar, saciar, acolher, vestir, visitar e apoiar os mais carenciados, pois, por muitas que sejam as nossas dificuldades, haverá sempre algo que possamos oferecer, nem que seja um simples sorriso ou uma palavra de conforto.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor que nos ensinou com o seu amor a amar o próximo!

«Depois virá o fim, quando [Cristo] entregar o reino a Deus Pai» (1Cor 15,24)

São João XXIII (1881-1963), papa 
Oração em honra do Rei eucarístico (Boletim quotidiano do Ufficio Stampa Vaticana, 24/01/1959)


Jesus, Rei dos homens e dos séculos, acolhe as homenagens de adoração e de louvor que nós, teus irmãos de adopção, Te dirigimos humildemente. Tu és «o pão de Deus que dá a vida ao mundo» (Jo 6,33), simultaneamente sumo-sacerdote e vítima. Imolaste-Te na cruz pela redenção do género humano e hoje, pela mão dos teus sacerdotes, ofereces-Te todos os dias nos altares a fim de instaurares em todos os corações o teu «Reino de santidade e de vida, de justiça e de graça, de amor e de paz» (Prefácio da festa).

Que o teu reino venha a nós, ó Rei da glória! (Sl 23) Do alto do teu «trono da graça» (Heb 4,16), reina no coração das crianças, para que elas conservem sem pecado o lírio imaculado da inocência; reina no coração dos jovens, para que cresçam sãos e puros, dóceis para com aqueles que Te representam no seio da família, da escola e da Igreja. Reina nos lares, para que pais e filhos vivam em harmonia no cumprimento da tua santíssima Lei. Reina na nossa pátria, para que todos os cidadãos, na ordem e na compreensão entre as classes sociais, se sintam filhos do mesmo Pai celeste, chamados a colaborar para o bem temporal de todos, felizes por pertenceram ao único corpo místico de que o teu sacramento é simultaneamente símbolo e fonte inesgotável!

Reina por fim, ó «Rei dos reis e Senhor dos senhores» (Ap 19,16; Dt 10,17), em todas as nações da terra e ilumina os responsáveis de todas elas para que, inspirando-se no teu exemplo, alimentem «desígnios de prosperidade e não de calamidade» (Jer 29,11). Faz com que todos os povos, Jesus eucarístico, Te sirvam em plena liberdade, conscientes de que «servir a Deus é reinar».

O Evangelho do dia 23 de fevereiro de 2015

«Quando, pois, vier o Filho do Homem na Sua majestade, e todos os anjos com Ele, então Se sentará sobre o trono de Sua majestade. Todas as nações serão congregadas diante d'Ele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita, e os cabritos à esquerda. «Dirá então o Rei aos que estiverem à Sua direita: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome, e Me destes de comer; tive sede, e Me destes de beber; era peregrino, e Me recolhestes; nu, e Me vestistes; enfermo, e Me visitastes; estava na prisão, e fostes ver-Me”. Então, os justos Lhe responderão: “Senhor, quando é que nós Te vimos faminto, e Te demos de comer; com sede, e Te demos de beber? Quando Te vimos peregrino, e Te recolhemos; nu, e Te vestimos? Ou quando Te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-Te?”. O Rei, respondendo, lhes dirá: “Em verdade vos digo que todas as vezes que vós fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequenos, a Mim o fizestes”. Em seguida, dirá aos que estiverem à esquerda: “Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, que foi preparado para o demónio e para os seus anjos; porque tive fome, e não Me destes de comer; tive sede, e não Me destes de beber; era peregrino, e não Me recolhestes; estava nu, e não Me vestistes; enfermo e na prisão, e não Me visitastes”. Então, eles também responderão: “Senhor, quando é que nós Te vimos faminto ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não Te assistimos?”. E lhes responderá: “Em verdade vos digo: Todas as vezes que o não fizestes a um destes mais pequenos, foi a Mim que não o fizestes”. E esses irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna».

Mt 25, 31-46

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Bom Domingo do Senhor!

Para acreditarmos no Evangelho, como o Senhor nos recomenda na leitura de hoje (Mc 1, 12-15), procuremos ler diariamente breves trechos e ao fazê-lo e repetindo ao longo do tempo estaremos a consolidar a nossa fé e cada vez mais O compreenderemos e amaremos melhor.

Senhor ilumina a nossa mente para nos arrependermos dos nossos pecados e aumentarmos a nossa fé!

«Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo»

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo 
Comentário sobre o Cântico dos Cânticos, III, 27-33

A vida dos mortais está cheia de armadilhas que nos fazem tropeçar, está cheia de redes de enganos [...]. E como o inimigo teceu essas redes por todo o lado, e nelas apanhou quase todos os homens, era necessário que aparecesse Alguém mais forte para as dominar, as romper, e para trilhar o rumo àqueles que O seguissem. Eis porque, antes de vir unir-se à Igreja como Sua esposa, também o Salvador foi tentado pelo diabo. [...] Ensinava desta maneira à Igreja que não seria por ociosidade e prazer, mas através de provações e tentações, que ela haveria de chegar a Cristo.

Mais ninguém poderia, de facto, triunfar daquelas teias. Porque «todos pecaram», como está escrito (Rm 3, 23) [...]; Nosso Senhor e Salvador Jesus foi o único que «não cometeu pecado» (1Pe 2,22). Mas o Pai «O fez pecado por nós» (2Co 5,21). [...] «De facto, Deus fez o que era impossível à Lei, por estar sujeita à fraqueza da carne: ao enviar o Seu próprio Filho, em carne idêntica à do pecado e como sacrifício de expiação pelo pecado, condenou o pecado na carne» (Rm 8,3). Jesus entrou portanto naquelas teias, mas foi o único a não ficar nelas enleado. Mais ainda, tendo-as rompido e rasgado, deu confiança à Igreja, de tal forma que ela ousou, a partir de então, calcar aos pés as armadilhas, libertar-se das teias, e dizer cheia de alegria: «A nossa vida escapou como um pássaro do laço de caçadores; rompeu-se o laço e nós libertámo-nos» (Sl 123,7).

Também Ele sucumbiu à morte, mas voluntariamente e não, como nós, pela sujeição do pecado. Porque Ele foi o único a ter sido libertado de «entre os mortos» (Sl 87,6, LXX). E porque estava livre entre os mortos, venceu «aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo» (Heb 2,14) e levou-lhe os «cativos em cativeiro» (Ef 4,8) que estavam prisioneiros na morte. Não só Ele próprio ressuscitou dos mortos, como, simultaneamente, «nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo» (Ef 2,5ss); «ao subir às alturas, levou cativos em cativeiro» (Ef 4,8).

sábado, 21 de fevereiro de 2015

A tentação depois do batismo

São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja 
Sermão XL, 10


Se, depois o baptismo, fores atacado pelo perseguidor, o tentador da luz, tens material para a vitória. Ele irá certamente atacar-te, já que também atacou o Verbo, o meu Deus, enganado pela aparência humana que lhe escondia a luz incriada. Não tenhas medo do combate. Opõe-lhe a água do baptismo, opõe-lhe o Espírito Santo no qual se extinguem todos os dardos inflamados lançados pelo maligno. […]

Se ele te mostrar as necessidades que te oprimem – e não deixou de o fazer com Jesus –, se te lembrar que tens fome, não dês a entender que ignoras as suas propostas. Ensina-lhe o que ele não sabe; opõe-lhe a Palavra de vida, esse verdadeiro Pão enviado do céu e que dá a vida ao mundo.

Se ele te estender a armadilha da vaidade – e usou-a contra Cristo, quando O levou ao pináculo do Templo e Lhe disse: «Deita-Te daqui abaixo», para O fazer manifestar a sua divindade –, toma cuidado para não caíres por teres querido elevar-te. […]

Se te tentar pela ambição, mostrando-te, numa visão instantânea, todos os reinos da terra submetidos ao seu poder, e te exigir que o adores, despreza-o: ele não é mais que um pobre irmão teu. E diz-lhe, confiando no selo divino: «Também eu sou imagem de Deus; ainda não fui, como tu, precipitado do alto da minha glória por causa do meu orgulho! Estou revestido de Cristo; tornei-me outro Cristo pelo meu baptismo; cabe-te a ti adorares-me.» Tenho a certeza que ele se irá embora, vencido e humilhado por estas palavras. Vindas de um homem iluminado por Cristo, serão sentidas por ele como se emanadas de Cristo, a luz suprema. Estes são os benefícios que a água do baptismo traz aos que reconhecem a sua força.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 22 de fevereiro de 2015

Imediatamente o Espírito impeliu Jesus para o deserto. E permaneceu no deserto quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos O serviam. Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: «Completou-se o tempo e aproxima-se o reino de Deus; arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

Mc 1, 12-15

«Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores»

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa 
Revelações do Amor Divino, cap. 51-52


Deus mostrou-Se-me como Senhor sentado em toda a sua soberania, em paz e mansidão; com doçura enviou o seu servo para fazer a sua vontade. Por amor, o servo correu a toda a pressa, mas caiu numa ravina e ficou ferido com gravidade. […] Com este servo, Deus mostrou-me, tanto o mal e a cegueira provocados pela queda de Adão, como a sabedoria e a bondade do Filho de Deus. Com este Senhor, Deus mostrou-me, tanto a sua compaixão e a sua misericórdia pela infelicidade de Adão, como a alta nobreza e a glória infinita às quais foi elevada a humanidade com a Paixão e morte de seu Filho. Por essa razão, rejubila o Senhor com a sua própria queda [a vinda a este mundo e a sua Paixão], porque o género humano alcançou desse modo uma plenitude de felicidade e de exaltação que ultrapassam por certo a que teria alcançado se Adão não tivesse caído. […]

Temos, portanto, razões para nos afligirmos, uma vez que os nossos pecados foram a causa dos sofrimentos de Cristo, mas temos também todas as razões para rejubilarmos, porque foi o seu amor infinito que O fez sofrer por nós. […] E se acontecer que o mal e a cegueira nos façam cair, ergamo-nos prontamente sob o suave toque da graça e corrijamos de bom grado a nossa conduta segundo nos ensina a Santa Igreja, conforme a gravidade do pecado. Avancemos para Deus na caridade, sem nunca cair no desespero, mas também sem sermos temerários como se isso não tivesse importância. Reconheçamos francamente a nossa fraqueza, com a consciência de que, a não ser que a sua graça nos guarde, nem sequer a oportunidade de um abrir e fechar de olhos teremos. […]

Razão tem por conseguinte o Senhor em querer que nos retratemos e, com toda a sinceridade e verdade, tenhamos bem presente a nossa queda e todo o mal que dela resulta, conscientes de que não somos capazes de repará-lo; e que tenhamos igualmente presente, com toda a sinceridade e verdade, o seu amor eterno e a sua abundante misericórdia. Reconhecermos isto com toda a humildade por obra da sua graça é a humilde confissão que o Senhor nos pede e que opera na nossa alma.

O Evangelho do dia 21 de fevereiro de 2015

Depois disto, Jesus saiu, e viu sentado no banco de cobrança um publicano, chamado Levi, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-O. E Levi ofereceu-Lhe um grande banquete em sua casa, e havia grande número de publicanos e outros, que estavam à mesa com eles. Os fariseus e os seus escribas murmuravam dizendo aos discípulos de Jesus: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?». Jesus respondeu-lhes: «Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os doentes. Não vim chamar os justos, mas os pecadores à penitência».

Lc 5, 27-32

«Então, hão-de jejuar»

São João Paulo II (1920-2005), papa 
Audiência geral de 21/03/1979 (trad. copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)


«Porque não jejuam os teus discípulos?» Jesus respondeu: «Porventura podem os companheiros para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.» Na verdade, o tempo da Quaresma recorda-nos que o esposo nos foi tirado. Tirado, detido, preso, esbofeteado, flagelado, coroado de espinhos e crucificado. O jejum no tempo da Quaresma é a expressão da nossa solidariedade com Cristo. […] «O meu amor foi crucificado e já não há em mim a chama que deseja as coisas materiais», escreve o Bispo de Antioquia, Inácio, na sua carta aos Romanos (VII, 2).

O alimento e as bebidas são indispensáveis para o homem viver; deles se serve e deve servir-se, mas não lhe é lícito abusar deles seja da forma que for. A tradicional abstenção do alimento e das bebidas tem como finalidade introduzir na existência do homem, não só o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento daquilo que poderia definir-se como uma atitude consumista. Tal atitude tornou-se nos nossos tempos uma das características da civilização, e em particular da civilização ocidental. […] O homem orientado para os bens materiais […] muitas vezes abusa deles.

Não se trata aqui unicamente do alimento e das bebidas. Quando o homem está orientado exclusivamente para a posse e o uso dos bens materiais, isto é, das coisas, então também toda a civilização é medida segundo a quantidade e qualidade das coisas que se encontra capaz de fornecer ao homem, e não se mede com a medida adequada ao homem. Com efeito, esta civilização fornece os bens materiais não só para servirem o homem no exercício das suas actividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazerem os sentidos, a excitação que daí deriva, o prazer momentâneo e a multiplicidade cada vez maior de sensações. […] O homem contemporâneo deve jejuar, isto é, abster-se não só do alimento ou das bebidas, mas de muitos outros meios de consumo, da estimulação e da satisfação dos sentidos. Jejuar significa abster-se, renunciar a alguma coisa.

O Evangelho do dia 20 de fevereiro de 2015

Então foram ter com Ele os discípulos de João e disseram-Lhe: «Qual é a razão por que nós e os fariseus jejuamos e os Teus discípulos não jejuam?». Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem estar tristes os companheiros do esposo, enquanto o esposo está com eles? Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo e então eles jejuarão.

Mt 9, 14-15

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Papa Francisco humildemente recorda quando foi corrigido pelo Cardeal Ratzinger

Citando uma intervenção em 2015 que teve enquanto Cardeal na Congregação para o Culto Divino: “O cardeal Meisner criticou-me nalgumas coisas e o então Cardeal Ratzinger disse-me que faltava uma coisa na homilia, o sentir-se diante de Deus e tinha razão eu não o havia mencionado”.

Papa Francisco no encontro com o clero de Roma em 19.02.2015 (tradução do italiano da responsabilidade de JPR)

HINO (Breviário, Hora Intermédia)

Como Israel, vosso povo,
Caminhou pelo deserto,
A vossa Igreja percorre
Os caminhos da Quaresma.

Quarenta dias passastes,
Senhor, nos áridos montes,
Antes que a vossa Palavra
Proclamasse a Boa Nova.

As tentações do Inimigo
Firmemente rejeitastes,
Ó vencedor do pecado,
Redentor da humanidade.

Das culpas arrependidos,
Vosso perdão suplicamos,
Aguardando a nova Páscoa
Em que vencestes a morte.

No jejum e na abstinência
Do mal nos purificamos
Até sermos saciados
No banquete do Cordeiro.