terça-feira, 30 de dezembro de 2014

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (8)

Senhor, aproxima-se o começo de um novo ano e no meu coração e na minha mente tenho um grande desejo de mudar coisas na minha vida.

Então, meu filho, e o que pretendes mudar?

Oh, Senhor, mudar o meu feitio, (por vezes um pouco irrascível), as criticas e julgamentos que faço aos outros, a minha ânsia, por vezes, de protagonismo, o meu orgulho e a minha vaidade.
Tantas coisas, Senhor, que preciso de mudar.

Pois, meu filho, essa é uma boa mudança, mas sabes bem que não acontece apenas por prometeres fazê-la, sabes bem que essa é uma mudança de combate diário.

É verdade, Senhor, e eu percebo bem isso, porque tantas vezes prometo, tantas vezes começo e tantas vezes vou arranjando desculpas para me convencer que afinal está tudo bem.

Sabes, meu filho, a maior parte das vezes que começas essas mudanças esqueces-te que Eu estou aqui e que te posso e quero ajudar, mostrando-te caminho para o fazeres.

Tens razão, Senhor, empenho-me muito, mas rapidamente perco forças para continuar a mudança que quero fazer.

E já me perguntaste o que realmente deves mudar em ti? Tens a certeza de que é isso que Eu quero que mudes em ti? Não serão essas coisas reflexo de outras que deverias mudar e assim talvez estas de que agora falas acabassem por não te incomodar ou parecer tão importantes na tua conversão diária?

Talvez, Senhor, talvez! Mas como fazer, como perceber a tua vontade, como perceber o que queres que eu mude em mim, ou melhor que deixe Tu mudares em mim?

Disseste tudo, meu filho! Que tu deixes Eu mudar em ti! Para isso é preciso estares cada vez mais perto de Mim, mais em comunhão comigo, ou seja, que não me excluas de nada da tua vida, nem mesmo dos erros em que cais como qualquer homem cai.

E como faço isso, Senhor?

Procura-me mais na Eucaristia, na Comunhão, na oração, sobretudo no teu coração. Se assim fizeres conseguirás, comigo, as mudanças que necessitas fazer para a tua conversão ser uma realidade diária. Sabes porquê?

Não, Senhor, diz-me por favor?

Porque «Eu renovo todas as coisas»*!

*Ap 21,5

Marinha Grande, 30 de Dezembro de 2014

Joaquim Mexia Alves

Com este texto quero desejar a todas as amigas e amigos, bem como a todos as/os que visitam esta página, um Bom Ano Novo, cheio das bênçãos de Deus.

UM ANO QUE PASSOU E UM ANO QUE CHEGA.

Está a chegar um novo ano!
Olho para trás e quero perceber aquilo que mais me marcou neste ano que passou.

E a primeira coisa que me vem à memória e ao coração, é a humildade.

A humildade de Bento XVI, (o tal “pastor alemão” irredutível), que resigna ao seu pontificado, por reconhecer a “fraqueza” das suas forças, motivada pelos seus muitos anos de vida.

A humildade de Francisco que no seu primeiro acto público pede aos fiéis que rezem por ele, humildade demonstrada depois nos muitos gestos que vão preenchendo o dia-a-dia do seu pontificado.

A humildade de tantos cristãos perseguidos por esse mundo fora, e que humildemente baixam a cabeça em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A humildade de tantos Bispos e Sacerdotes que apontam Jesus Cristo, que mostram o Caminho, sem querer ser reconhecidos, fazendo-se “pequenos” perante o Senhor e os homens, sendo trabalhadores da Messe, sem esperar outra recompensa que não seja a graça de Deus.

A humildade de tantos fiéis anónimos que servem a Deus em Igreja, ensinando, catequizando, secretariando, limpando e embelezando as igrejas, sem querer um momento de “glória” ou de elogio, mas apenas para servir a Deus, servindo a Igreja.

A humildade daqueles casais que se amam em doação, procurando o bem e a felicidade do outro, sabendo reconhecer os seus erros, para todos os dias renovarem com ou sem palavras o seu Matrimónio cristão.

A humildade daqueles pais e daqueles filhos, que se dedicam uns aos outros, reconhecendo exageros e irritações, perdoando-se mutuamente, para todos os dias construírem a igreja doméstica que é a família cristã.

A humildade daqueles que, “feridos” por uma qualquer situação irregular nas suas vidas conjugais, aceitam em amor a Doutrina da Igreja, e procuram na obediência o caminho em Igreja, ao encontro do Senhor que sempre se faz presente.

A humildade dos que foram capazes de se aproximar daqueles que ofenderam, ou por eles foram ofendidos, e pediram perdão ou perdoaram.

A humildade que o Senhor coloca no meu coração, (por mim tal humildade não aconteceria), cada vez que se deixa tocar por mim, para que O possa dar como alimento divino, àqueles que O procuram e O reconhecem como Deus e Senhor.

Como Deus faz as coisas bem feitas!

Naquilo que supostamente me poderia humanamente orgulhar, (ah, e eu sei bem o que é o orgulho!), ser Ministro Extraordinário da Comunhão, (a graça maior que Ele entendeu dar-me este ano), é quando me sinto mais fraco, mais pecador, mais servidor.
É então que reconheço que só com Ele, a humildade é graça e caminho para Deus, com Deus e em Deus.

Um Feliz Ano Novo para todos, cheio das graças e das bênçãos de Deus Pai, Filho e Espírito Santo!

Monte Real, 30 de Dezembro de 2013

Joaquim Mexia Alves AQUI

O verdadeiro crente

«Um crente que se deixa formar e conduzir na fé da Igreja deveria ser, com todas as suas fraquezas e todas as suas dificuldades, uma janela para a luz de Deus vivo, e se verdadeiramente o crê também o é de facto. Contra as forças que sufocam a verdade, contra este muro de preconceitos que em nós bloqueia o olhar para Deus, o crente deveria ser uma força antagonista.»

(Joseph Ratzinger - Olhar para Cristo)

O cântico novo: «Ana proclamava os louvores de Deus»

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo 
Protéptico 1, 6-8; SC 2


Sendo do alto, o Verbo, a Palavra de Deus, era e é o divino começo de todas as coisas. Mas, agora que recebeu como nome «Aquele-que-foi-consagrado», ou seja, «Cristo», eu chamo-Lhe «cântico novo» (Sl 33, 144, 149, etc.). O Verbo fazia-nos existir desde há muito, porque estava em Deus; por Ele a nossa existência é boa. Ora este Verbo acaba de aparecer aos homens, Ele que é Deus e Homem; Ele é para nós a causa de todos os bens. Tendo aprendido com Ele a viver bem, somos por Ele introduzidos na vida eterna. Porque, como nos diz o apóstolo do Senhor, «a graça de Deus, fonte de salvação, apareceu a todos os homens; ela ensina-nos a renunciar à impiedade e às cobiças do mundo, e a viver no tempo presente com temperança, justiça e piedade, aguardando com jubilosa esperança a revelação da glória do grande Deus, Jesus Cristo, nosso Salvador» (Tit 2,11-13).

Eis o cântico novo: a manifestação do Verbo que existia desde o princípio e que acaba de resplandecer entre nós. […] Porque Aquele que existia como Salvador desde sempre acaba de aparecer; Aquele que é Deus apareceu como mestre; o Verbo por Quem tudo foi criado apareceu (Jo 1,10). Como Criador, Ele deu a vida no princípio; agora, tendo aparecido como Mestre, ensina-nos a viver bem, de maneira que um dia nos possa dar, enquanto Deus, a vida eterna. Não foi hoje a primeira vez que Ele teve piedade de nós por andarmos perdidos; foi desde o princípio.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de dezembro de 2014

Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu tempo de donzela, e tinha permanecido viúva até aos oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações. Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção. Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. O Menino crescia e fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

Lc 2, 36-40