Bom Domingo do Senhor!

Saibamos corresponder ao Senhor e usar os talentos que Ele nos oferece e de que nos fala o Evangelho de hoje (Mt 25, 14-30) multiplicando-os para O glorificarmos. Não nos esqueçamos todavia de Lhe pedir diariamente ou várias vezes ao dia porque Ele não se cansa de nos ouvir,Senhor ajuda-me a fazer crescer o ou os talentos que me concedeste.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor pelas nossas acções e orações!

Somos de Jesus e Jesus é nosso

«Peço-te que penses que Jesus é a tua verdadeira cabeça e que tu és um dos Seus membros. Ele é para ti o que a cabeça é para os seus membros; tudo o que é Seu é teu, espírito, coração, corpo, alma, todas as capacidades. Podes usá-las como sendo tuas (…). Mas tu és para Ele como um membro, pelo que Ele deseja intensamente empregar cada capacidade tua como sendo d’Ele (…).»

(São João de Eudes - Tratado sobre o Coração de Jesus)

«Um homem […] chamou os servos e confiou-lhes os seus bens.»

São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja 


Este proprietário é, sem dúvida nenhuma, Cristo. Depois da sua ressurreição, na altura de Se elevar vitoriosamente até ao Pai, chamou os apóstolos e confiou-lhes a doutrina do Evangelho, dando a uns mais, a outros menos, nunca de mais nem de menos, mas tudo segundo as forças daqueles que a recebiam. Do mesmo modo, o apóstolo Paulo diz que alimentou com leite aqueles que não podiam ainda comer alimentos sólidos (cf 1Cor 3,2). […]

Cinco, dois, um talento, a saber, as diferentes graças concedidas a cada um, ou seja: para o primeiro, os cinco sentidos, para o segundo, a inteligência da fé e das obras, para o terceiro, a razão que nos distingue das demais criaturas. «Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco.» Isto é, aos sentidos físicos e materiais que recebeu, juntou o conhecimento das coisas celestes; a sua inteligência elevou-se das criaturas ao Criador, do corpóreo ao incorpóreo, do visível ao invisível, do passageiro ao eterno. «Aquele que recebeu dois ganhou outros dois.» Este também, de acordo com as suas forças, duplicou, na escola do Evangelho, o que tinha aprendido na escola da Lei. Ou também poderíamos dizer que compreendeu que a inteligência da fé e as obras da vida presente levam à felicidade futura. «Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.» Apanhado pelas obras terrenas, pelos prazeres do mundo, o mau servo negligenciou os mandamentos de Deus. No entanto, é de notar que, segundo outro evangelista, o envolveu num pano: podemos presumir desse modo que retirou todo o vigor ao ensinamento do mestre, levando uma vida de preguiça e de prazeres. […]

É com o mesmo elogio que o senhor acolhe os dois primeiros servos. […] «Entra no gozo do teu Senhor», diz-lhes, e recebe «o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu»  (1Cor 2,9). Que recompensa maior se pode dar a um servo fiel?

(Fonte: Evangelho Quotidiano)