terça-feira, 5 de agosto de 2014

FERNANDINHA

A Fernandinha mulher de um bom amigo e
boa cristã partiu na véspera da Transfiguração
com a "pressa" de ver a cara do Senhor, sim
porque a esta hora já estará no pleno gozo
da Sua glória como tão bem o seu cunhado
canta neste poema. A toda a família envio
um especial abraço e asseguro as minhas
orações.
Requiescat in pace 
Jesus saiu do seu “local de trabalho”
entrou no infinito salão onde repousam as almas,
e perguntou:
Que gargalhadas são estas,
que não me deixam trabalhar?

Pedro olhou para Ele
e disse:
Foi a Fernandinha que acabou de chegar,
e entre história e graças,
é só rir, não conseguimos parar.
E continuou:
Calcula Tu,
oh, Senhor,
disse em tom de voz quase mudo,
que assim que ela me viu,
disse:
«Chega-te para lá, Pedro,
que ainda és um miúdo!»

Jesus riu,
abriu os braços e falou:
Percebo que assim tem que ser!
E com um ar admirado,
acrescentou:
Esta mulher,
tem uma vontade de viver!

Olhou então para ela,
com aquele olhar que é só seu.

E Pedro continuou:
Oh, Senhor,
já temos cá tantos daquela família
que um dia destes,
se não nos precavemos,
ainda tomam conta do Céu!

Jesus abriu um sorriso,
tomou a Fernandinha pela mão,
apertou-a junto ao peito
e murmurou-lhe ao ouvido:
Sê bem vinda,
minha filha,
ao eterno paraíso!

Marinha Grande, 5 de Agosto de 2014

Joaquim Mexia Alves

Lutar sem tréguas, para caminharmos fiéis a Deus

Como vos costumo lembrar nesta época, os dias de agosto são ricos em festas marianas. Entre o dia 2, comemoração de Nossa Senhora dos Anjos, e 22, festa da Coroação de Nossa Senhora, celebraremos a dedicação da Basílica de Santa Maria Maior (Nossa Senhora das Neves, a 5 de agosto) e, sobretudo, a solenidade da Assunção de Maria, em corpo e alma, ao Céu. Nesse dia, muito unidos a S. Josemaria, a D. Álvaro e a todos os fiéis da Obra que já gozam de Deus, renovaremos a Consagração do Opus Dei ao Imaculado e Dulcíssimo Coração da Maria, que o nosso Fundador fez pela primeira vez, em Loreto, a 15 de agosto de 1951.

Na liturgia desse dia, a leitura do Apocalipse mostra-nos uma Mulher vestida de sol, com a lua a seus pés e coroada com doze estrelas, em luta contra o dragão infernal que tenta devorar o filho das suas entranhas [3]. Esta figura representa em primeiro lugar a Igreja que aparece, por um lado gloriosa, triunfante, e por outro, ainda se encontra em dificuldade. De facto, assim é a Igreja, dizia o Papa Francisco: se no Céu já está associada à glória do seu Senhor, na História enfrenta constantemente as provações e desafios que o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de todos os tempos, traz consigo [4]. Desta cena, podemos tirar uma primeira lição, muito clara. É preciso lutar sem tréguas, para caminharmos fiéis a Deus na nossa vida quotidiana, o caminho da santidade para nós. S. Josemaria escreveu, já quase no fim da sua peregrinação terrena, como resumo da sua resposta a Deus: este é o nosso destino na Terra: lutar por amor até ao último instante. Deo gratias! [5] Sem a luta quotidiana – em que há vitórias, e também derrotas, das quais nos podemos levantar recorrendo ao Sacramento da Penitência –, viveríamos como uns soberbos. Para vencermos nesta luta, ou recuperarmos de imediato, se alguma vez somos vencidos, contamos com a graça de Deus e a ajuda de tantos intercessores, em primeiro lugar da Santíssima Virgem.

[3]. Cfr. Ap 12, 1-6.
[4]. Papa Francisco, Homilia, 15-VIII-2013.
[5]. S. Josemaria, Nota manuscrita, 31-XII-1971.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de agosto de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Dia Mundial de Oração pela Paz - Iraque



ORAÇÃO PELO POVO DO IRAQUE

Senhor,
a situação do nosso país é difícil
e o sofrimento dos cristãos
é pesado e nos assusta,
por isso, nós Te pedimos, Senhor
que olhes por cada um de nós,
dai-nos paciência e coragem
para continuarmos a testemunhar
os nossos valores cristãos
com confiança e esperança.

Senhor a paz é a base de qualquer vida;
dá-nos paz e estabilidade
para viver uns com os outros
sem medo, nem ansiedade,
mas com dignidade e alegria.

Glória a Vós para sempre!

D. Louis Raphael I Sako
Patriarca da Babilónia dos Caldeus

A Igreja na sua Tradição viva transmite a luz nova donde nasce Deus vivo

Como sucede em cada família, a Igreja transmite aos seus filhos o conteúdo da sua memória. Como se deve fazer esta transmissão de modo que nada se perca, mas antes que tudo se aprofunde cada vez mais na herança da fé? É através da Tradição Apostólica, conservada na Igreja com a assistência do Espírito Santo, que temos contacto vivo com a memória fundadora. E aquilo que foi transmitido pelos Apóstolos, como afirma o Concílio Ecuménico Vaticano II, « abrange tudo quanto contribui para a vida santa do Povo de Deus e para o aumento da sua fé; e assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita ».[35]

De facto, a fé tem necessidade de um âmbito onde se possa testemunhar e comunicar, e que o mesmo seja adequado e proporcionado ao que se comunica. Para transmitir um conteúdo meramente doutrinal, uma ideia, talvez bastasse um livro ou a repetição de uma mensagem oral; mas aquilo que se comunica na Igreja, o que se transmite na sua Tradição viva é a luz nova que nasce do encontro com o Deus vivo, uma luz que toca a pessoa no seu íntimo, no coração, envolvendo a sua mente, vontade e afectividade, abrindo-a a relações vivas na comunhão com Deus e com os outros. Para se transmitir tal plenitude, existe um meio especial que põe em jogo a pessoa inteira: corpo e espírito, interioridade e relações. Este meio são os sacramentos celebrados na liturgia da Igreja: neles, comunica-se uma memória encarnada, ligada aos lugares e épocas da vida, associada com todos os sentidos; neles, a pessoa é envolvida, como membro de um sujeito vivo, num tecido de relações comunitárias. Por isso, se é verdade que os sacramentos são os sacramentos da fé,[36] há que afirmar também que a fé tem uma estrutura sacramental; o despertar da fé passa pelo despertar de um novo sentido sacramental na vida do homem e na existência cristã, mostrando como o visível e o material se abrem para o mistério do eterno.

[35] Const. dogm. sobre a divina Revelação Dei Verbum, 8.
[36] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 59.

Lumen Fidei, 40

«São cegos a conduzir outros cegos»

João Escoto Erígena (?-c. 870), beneditino irlandês 
Homilia sobre o prólogo do evangelho de S. João, 11


Santo teólogo [São João], primeiro chamaste «Verbo», «Palavra de Deus» ao Filho de Deus; depois chamaste-Lhe «vida» e «luz» (1,1.4). Foi com toda a propriedade que mudaste os seus nomes, para nos fazer compreender significações diferentes. Nomeaste-O «Verbo», porque foi por Ele que o Pai disse todas as coisas, e disse e tudo foi feito (Sl 33,9). Nomeaste-O «luz e vida» porque o Filho é também a luz e a vida de todas as coisas que foram feitas por Ele. O que é que Ele ilumina? Nada mais que Ele próprio e seu Pai […]: ilumina-Se a Si mesmo, dá-Se a conhecer ao mundo, manifesta-Se aos que não O conhecem. Essa luz do conhecimento de Deus havia deixado o mundo, quando o homem abandonou Deus.

A luz eterna revela-Se ao mundo de duas maneiras, pela Escritura e pela criação (Sl 18; Rm 1,20). O conhecimento de Deus só se renova em nós pelos textos da Escritura santa e pela visão da criação. Estudai as palavras de Deus e recebei em vosso coração o que elas significam: aprendereis a conhecer o Verbo. Percebei pelos vossos sentidos corporais as formas magníficas das coisas acessíveis aos nossos sentidos, e nelas reconhecereis Deus, o Verbo. Em todas estas coisas, a verdade nada mais vos revelará que o próprio Verbo, que tudo fez (Jo 1,3); nada podeis contemplar fora dele, porque Ele é todas as coisas. Ele está em todas as coisas que existem, quaisquer que sejam.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 5 de agosto de 2014

Então, aproximaram-se d'Ele uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo: «Porque violam os Teus discípulos a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos quando comem pão». Depois, chamando a Si as turbas, disse-lhes: «Ouvi e entendei. Não é aquilo que entra pela boca que mancha o homem, mas aquilo que sai da boca, isso é que torna impuro o homem». Então, aproximando-se d'Ele os Seus discípulos, disseram-Lhe: «Sabes que os fariseus, ouvindo estas palavras, se escandalizaram?». Jesus respondeu: «Toda a planta que meu Pai celestial não plantou, será arrancada pela raiz. Deixai-os; são cegos, e guias de cegos; e, se um cego guia outro cego, ambos caem na cova».

Mt 15, 1-2.10-14