«Durante o passar dos tempos, o Senhor Jesus forma a Igreja por meio dos sacramentos, que brotam da sua plenitude. Por estes meios, a Igreja faz que os seus membros participem do mistério da morte e ressurreição de Jesus, pela graça do Espírito Santo, que a vivifica e a move» [11].
A Igreja «é, pois, santa, ainda que abarque pecadores no seu seio, porque não vive de outra vida para além da da graça; os seus membros, certamente, se se alimentarem desta vida, santificam-se; se se afastarem, cometem pecados e recebem manchas na alma que impedem que a santidade da Igreja se difunda radiante (...). A Igreja aflige-se e faz penitência por aqueles pecados e tem o poder de livrar deles, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo» [12].
Antes de tudo, o corpo chama-nos a uma realidade viva. A Igreja não é uma associação assistencial, cultural ou política, mas sim um corpo vivo, que caminha e age na história. E este corpo tem uma cabeça que o guia, alimenta e sustém (…). Como num corpo é importante que passe a linfa vital porque está viva, assim também devemos permitir que Jesus aja em nós, que a sua Palavra nos oriente, que a sua presença eucarística nos alimente e nos anime, que o seu amor infunda força no nosso amor ao próximo. E isto sempre! Sempre, sempre! Estimados irmãos e irmãs - insistia o Santo Padre - permaneçamos unidos a Jesus, confiemos nele, orientemos a nossa vida segundo o seu Evangelho, alimentemo-nos com a oração quotidiana, com a escuta da Palavra de Deus e com a participação nos Sacramentos [13].
É manifesto que o corpo humano se compõe de uma diversidade de órgãos e membros, cada um com a sua própria função, governados pela cabeça, para bem de todo o organismo. Por isso, na Igreja, por vontade de Deus, existe uma variedade, uma diversidade de tarefas e de funções; não há uma uniformidade plana, mas a riqueza dos dons distribuídos pelo Espírito Santo. Há comunhão e unidade: todos estão em relação uns com os outros e todos concorrem para formar um único corpo vital, profundamente ligado a Cristo [14]. Esta união com Cristo, Cabeça invisível da Igreja, deve manifestar-se necessariamente na forte união com a Cabeça visível, o Romano Pontífice, e com os Bispos em comunhão com a Sé Apostólica. Rezemos, tal como fez S. Josemaria, pela unidade de todos na Igreja.
Desde antigamente se dizia que, no seio do Corpo Místico de Cristo, o Paráclito cumpre a função da alma no corpo humano: dá-lhe a vida, conserva-o na unidade, torna possível o seu desenvolvimento até alcançar a perfeição que Deus Pai lhe assinalou.
[11]. Paulo VI, Solene profissão de fé (Credo do Povo de Deus), 30-VI-1968. n. 19.
[12]. Paulo VI, Solene profissão de fé (Credo do Povo de Deus), 30-VI-1968. n. 19.
[13]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 19-VI-2013.
[14]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 19-VI-2013.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de agosto de 2013)
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