sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Álvaro del Portillo, modelo e intercessor (vídeo legendado)



Algumas pessoas explicam como Álvaro del Portillo as ajuda no dia-a-dia. Considerado um "belo exemplo de vida", segundo o Papa Francisco, e um "servo bom e fiel", segundo João Paulo II, D. Álvaro foi o primeiro sucessor de S.Josemaria no Opus Dei. Será beatificado no próximo dia 27 de Setembro em Madrid. Vídeo legendado em português.

Cristianismo dogmático

"Parece-me que os elementos ‘extremos’ em cada igreja estão mais próximos um do outro e que as pessoas liberais em cada corpo não poderão nunca se unir. O mundo do cristianismo dogmático é um lugar em que milhares de pessoas muito diferentes entre si continuam dizendo a mesma coisa. E o mundo de ‘mente aberta’ ou de cristianismo ‘aguado’ é um mundo em que um pequeno grupo de pessoas, todas do mesmo tipo, dizem coisas totalmente diferentes e mudam de ideia a cada poucos minutos. Deles, nós jamais obteremos a unidade”.

C. S. Lewis

Virgem Santíssima a nossa intercessora junto de Deus

Neste mês estival de Agosto, o mês de férias por excelência, quem de nós não pretenderia que ele se prolongasse indefinidamente, dando lugar a um mundo pleno de descanso e de tranquilidade. Esta realidade impossível para nós, foi possível para Deus Nosso Senhor, ao chamar a sua Mãe, Maria Santíssima para o Céu, o descanso eterno, não como acontecerá a nós ao morrermos, mas na plenitude do seu ser humano, isto é, em corpo e alma, como a Igreja declara no dogma da Assunção de Nossa Senhora. Certamente que, antes de qualquer mérito alcançado pela Virgem Santíssima na sua existência, Deus já a tinha escolhido para ser sua Mãe, pelo que a dotou com uma série ímpar de qualidades e prerrogativas, de entre as quais podemos sublinhar a isenção do pecado original.

Mas ao levá-la para o Céu, não incorreu em qualquer manifestação de nepotismo. Realizou um acto coerente de justiça para com aquela que, na sua vida terrena jamais pecou com o corpo ou com a alma. Mais ainda: em Maria realizou-se a plenitude da virtude, e não apenas a inexistência do pecado.

A vida desta mulher judia foi um constante hino de amor à vontade de Deus. Já perto do fim da Sua vida terrena, Cristo quis que ela assumisse a nossa maternidade, a fim de que, no Céu, quando para aí fosse levada, nós pudéssemos contar, juntamente com a misericórdia amorosíssima de Santíssima Trindade, a intercessão poderosa de uma Mãe comum a Deus e ao homem. Deste modo, guardando as devidas distâncias entre Deus criador e as criaturas que Ele determinou que existissem, Nossa Senhora, sendo criatura humana e, simultaneamente, Mãe de Deus, como que torna mais próximas a humanidade da divindade e a divindade da humanidade.

A sua Assunção determinou que existisse, a partir desse momento, no Céu, uma família semelhante àquela que nós conhecemos ao nascermos e ao sermos educados. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são, já por si, uma Família unida e cheia de Amor, pois o Pai é origem de toda a paternidade, o Filho de toda a filiação e o Espírito Santo é o Amor na sua absoluta perfeição. Ora, o amor é a qualidade essencial que deve presidir à vida familiar. Desde que Maria Santíssima foi assumpta aos Céus, temos aí também uma Mãe, como tivemos ou temos ainda aqui na terra. Mãe verdadeira, que intercede pelos seus filhos, que os educa, que os protege e deseja ardentemente que o seu futuro seja o melhor. E há melhor futuro do que o Reino dos Céus, onde a felicidade é perfeita?

Nossa Senhora pede por nós, solicita constantemente a Deus o nosso bem e o nosso futuro eterno. Quer ver todos os seus filhos no Céu, porque sabe que só aí é que eles podem ser verdadeiramente felizes e não noutro lugar. Tal como a nossa mãe terrena, também a Virgem Santa é perseverante na ajuda que nos possa prestar. Lembremo-nos do seu gesto cheio de ternura e de amizade real, quando palmilha longos quilómetros para ajudar a sua já anciã parente Isabel, a futura mãe de João Baptista. E se fez isto com uma sua familiar, quanto maior não será o seu desvelo para com aqueles que são seus filhos, irmãos de Cristo e filhos de Deus!

Ninguém pode ter mais capacidade de intercessão junto de Deus, porque Maria reúne em si os três laços de maior intimidade familiar com a Santíssima Trindade. É Filha de Deus Pai (predilectíssima pela sua santidade), Mãe de Deus Filho (gratíssimo por tê-Lo recebido em seu seio e educado de forma tão eficiente) e Esposa de Deus Espírito Santo (que sempre admirou em Nossa Senhora a sua plena identificação com os desígnios divinos que Ele lhe inspirou).

Neste mês de Agosto, tão cheio de férias e de descanso, rezemos muito a Maria Santíssima, Mãe de Deus e nossa Mãe, pedindo-lhe que nos ensine a descansar em Deus, fonte de toda a paz e alegria, aceitando a sua vontade como ela e o seu Filho Jesus. Podemos ter a certeza de que, quando as nossas mãos estão vazias de mérito (e tantas vezes será esse o seu estado!), Maria segredará a Jesus: “È certo que este teu irmão nada faz de recomendável. A sua vida é, realmente, um deserto de virtude, uma autêntica desgraça. Mas há nele pelo menos o meu amor de Mãe, que eu sei que tanto e tanto Te agrada. Foi isso que me pediste na Cruz – que eu fosse sua Mãe e o amasse como tal. E é esse meu amor maternal que eu ponho agora nas tuas mãos, para que lhe sirva de mérito e o possas julgar, se isso for possível, ainda com mais misericórdia!”

(Pe. Rui Rosas da Silva – Prior da Paróquia de Nossa Senhora da Porta Céu em Lisboa in Boletim Paroquial de Julho, título da responsabilidade do autor do blogue)

Fé e teologia

Como luz que é, a fé convida-nos a penetrar nela, a explorar sempre mais o horizonte que ilumina, para conhecer melhor o que amamos. Deste desejo nasce a teologia cristã; assim, é claro que a teologia é impossível sem a fé e pertence ao próprio movimento da fé, que procura a compreensão mais profunda da auto-revelação de Deus, culminada no Mistério de Cristo. A primeira consequência é que, na teologia, não se verifica apenas um esforço da razão para perscrutar e conhecer, como nas ciências experimentais. Deus não pode ser reduzido a objecto; Ele é Sujeito que Se dá a conhecer e manifesta na relação pessoa a pessoa. A fé recta orienta a razão para se abrir à luz que vem de Deus, a fim de que ela, guiada pelo amor à verdade, possa conhecer Deus de forma mais profunda. Os grandes doutores e teólogos medievais declararam que a teologia, enquanto ciência da fé, é uma participação no conhecimento que Deus tem de Si mesmo. Por isso, a teologia não é apenas palavra sobre Deus, mas, antes de tudo, acolhimento e busca de uma compreensão mais profunda da palavra que Deus nos dirige: palavra que Deus pronuncia sobre Si mesmo, porque é um diálogo eterno de comunhão, no âmbito do qual é admitido o homem.[33] Assim, é própria da teologia a humildade, que se deixa « tocar » por Deus, reconhece os seus limites face ao Mistério e se encoraja a explorar, com a disciplina própria da razão, as riquezas insondáveis deste Mistério.
Além disso, a teologia partilha a forma eclesial da fé; a sua luz é a luz do sujeito crente que é a Igreja. Isto implica, por um lado, que a teologia esteja ao serviço da fé dos cristãos, vise humildemente preservar e aprofundar o crer de todos, sobretudo dos mais simples; e por outro, dado que vive da fé, a teologia não considera o magistério do Papa e dos Bispos em comunhão com ele como algo de extrínseco, um limite à sua liberdade, mas, pelo contrário, como um dos seus momentos internos constitutivos, enquanto o magistério assegura o contacto com a fonte originária, oferecendo assim a certeza de beber na Palavra de Cristo em toda a sua integridade.

[33] Cf. Boaventura, Breviloquium, Prol.: Opera Omnia, V (Quaracchi 1891), 201; In I librum sententiarum, Proem., q. 1, resp.: Opera Omnia, I (Quaracchi 1891), 7; Tomásde Aquino, Summa theologiae, I, q. 1.

Lumen Fidei, 36

«Não é Ele o filho do carpinteiro?»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Sermão 51, §§ 19.30


A resposta do Senhor Jesus: «Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» (Lc 2,49) não afirma que Deus é o seu Pai para significar que José não o é. Como provar isso? Pela Escritura, que continua: «Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso» (v. 51). A quem era Ele submisso? Não era a seus pais? Portanto, eram ambos seus pais. […] Eram seus pais no tempo e Deus era seu Pai desde toda a eternidade. Eles eram os pais do Filho do Homem; o Pai era-o da sua Palavra, do Verbo, da sua Sabedoria (cf 1Cor 1,24), esse poder pelo qual criou todas as coisas.

Não nos surpreendamos pois por os evangelistas nos darem a genealogia de Jesus por via de José ao invés de o fazerem por via de Maria (cf Mt 1,1; Lc 3,23). Se Maria se tornou mãe fora dos desejos da carne, José tornou-se pai fora de uma união carnal; desse modo, pôde ser o ponto de partida da genealogia do Salvador, mesmo não sendo seu pai segundo a carne. A sua grande pureza confirma a sua paternidade. Maria, sua esposa, quis chamar-lhe assim: «Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» (Lc 2,48) […]

Se Maria deu à luz o Salvador para além de todas as leis da natureza, o Espírito Santo também actuou em José, actuando em ambos de modo igual. «José era um homem justo», diz o evangelista Mateus (1,19). O marido era justo, sua mulher era justa: o Espírito Santo repousou sobre dois justos e deu um filho a ambos.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 1 de agosto de 2014

E, indo para a Sua terra, ensinava nas sinagogas, de modo que se admiravam e diziam: «Donde Lhe vem esta sabedoria e estes milagres? Porventura não é este o filho do carpinteiro? Não se chama Sua mãe Maria, e Seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não vivem todas entre nós? Donde, pois, Lhe vêm todas estas coisas?». E estavam perplexos a Seu respeito. Mas Jesus disse-lhes: «Não há profeta sem prestígio a não ser na sua terra e na sua casa». E não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles.

Mt 13, 54-58