quarta-feira, 16 de julho de 2014

Através de fé Deus Se tornou muito próximo de nós

A nova lógica da fé centra-se em Cristo. A fé em Cristo salva-nos, porque é n’Ele que a vida se abre radicalmente a um Amor que nos precede e transforma a partir de dentro, que age em nós e connosco. Vê-se isto claramente na exegese que o Apóstolo dos gentios faz de um texto do Deuteronómio; uma exegese que se insere na dinâmica mais profunda do Antigo Testamento. Moisés diz ao povo que o mandamento de Deus não está demasiado alto nem demasiado longe do homem; não se deve dizer: « Quem subirá por nós até ao céu e no-la irá buscar? » ou « Quem atravessará o mar e no-la irá buscar? » (cf. Dt 30, 11-14). Esta proximidade da palavra de Deus é concretizada por São Paulo na presença de Jesus no cristão. « Não digas no teu coração: Quem subirá ao céu? Seria para fazer com que Cristo descesse. Nem digas: Quem descerá ao abismo? Seria para fazer com que Cristo subisse de entre os mortos » (Rm 10, 6-7). Cristo desceu à terra e ressuscitou dos mortos: com a sua encarnação e ressurreição, o Filho de Deus abraçou o percurso inteiro do homem e habita nos nossos corações por meio do Espírito Santo. A fé sabe que Deus Se tornou muito próximo de nós, que Cristo nos foi oferecido como grande dom que nos transforma interiormente, que habita em nós, e assim nos dá a luz que ilumina a origem e o fim da vida, o arco inteiro do percurso humano.

Lumen Fidei, 20

Laicismo

O laicismo já não é o elemento de neutralidade que abre espaços de liberdade para todos. Começa a transformar-se numa ideologia imposta através da política, e não concede espaço público à visão católica e cristã, que corre o risco de transformar-se em algo puramente privado e, no fundo, mutilado. [...] Neste sentido, existe uma luta; devemos defender a liberdade religiosa contra a imposição de uma ideologia que se apresenta como se fosse a única voz da racionalidade, quando apenas é expressão de um "certo" racionalismo.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘El laicismo está poniendo en peligro la libertad religiosa’)

«Tu as revelaste aos pequeninos»

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir 
Contra as heresias, IV, 6, 4-7, 3


Eis o que nos ensina o Senhor: ninguém pode conhecer a Deus a não ser que Deus Se lhe revele; dito de outra forma, não podemos conhecer a Deus sem a ajuda de Deus. Mas o Pai quer que O conheçamos. […] O Filho, servindo o Pai, conduz todas as coisas à sua perfeição desde o princípio até ao fim, e sem Ele ninguém pode conhecer a Deus. Porque o conhecimento do Pai é o Filho. […] Por isso é que o Senhor diz: «Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.» A palavra «revelar» não designa somente o futuro, como se o Verbo não tivesse começado a revelar o Pai senão depois do seu nascimento de Maria; esta palavra tem um alcance genérico e aplica-se à totalidade do tempo. Desde o princípio que o Filho, estando presente na criação para a qual serviu de modelo, revela o Pai a todos aqueles que o Pai quer (cf Rom 1,20), quando Ele quer e como Ele quer. Em todas as coisas e através de todas as coisas há um só Deus Pai, um só Verbo, um só Espírito e uma só salvação para todos aqueles que nele crêem. […]

O Filho revela o Pai a todos aqueles de quem o Pai deseja ser conhecido, a «belo prazer» do Pai. […] Por isso é que o Senhor dizia aos seus discípulos: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por Mim. Se ficastes a conhecer-Me, conhecereis também o meu Pai. E já O conheceis, pois estais a vê-Lo» (Jo 14,6-7).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 16 de julho de 2014

Então Jesus, falando novamente, disse: «Eu Te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos pequeninos. Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. «Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Mt 11, 25-27