Cristo é o centro

(...) A fé cristã está centrada em Cristo; é confissão de que Jesus é o Senhor e que Deus O ressuscitou de entre os mortos (cf. Rm 10, 9). Todas as linhas do Antigo Testamento se concentram em Cristo: Ele torna-Se o « sim » definitivo a todas as promessas, fundamento último do nosso « Amen » a Deus (cf. 2 Cor 1, 20). A história de Jesus é a manifestação plena da fiabilidade de Deus. Se Israel recordava os grandes actos de amor de Deus, que formavam o centro da sua confissão e abriam o horizonte da sua fé, agora a vida de Jesus aparece como o lugar da intervenção definitiva de Deus, a suprema manifestação do seu amor por nós. A palavra que Deus nos dirige em Jesus já não é uma entre muitas outras, mas a sua Palavra eterna (cf. Heb 1, 1-2). Não há nenhuma garantia maior que Deus possa dar para nos certificar do seu amor, como nos lembra São Paulo (cf. Rm 8, 31-39). Portanto, a fé cristã é fé no Amor pleno, no seu poder eficaz, na sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o tempo. « Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele » (1 Jo 4, 16). A fé identifica, no amor de Deus manifestado em Jesus, o fundamento sobre o qual assenta a realidade e o seu destino último.

Lumen Fidei, 15

«A menina não está morta: dorme.»

São Clemente de Roma, papa de 90 a cerca de 100 
Carta aos Coríntios, §§ 24-28; SC 167


Notemos, meus bem-amados, que o Senhor não cessa de nos mostrar a ressurreição futura de que nos deu as primícias ao ressuscitar de entre os mortos o Senhor Jesus Cristo. Observemos, bem-amados, as ressurreições que acontecem periodicamente. O dia e a noite fazem-nos ver uma ressurreição: a noite deita-se, levanta-se o dia; o dia desaparece, vem a noite. Reparemos nos frutos: como se fazem as sementeiras? O que acontece? Sai o semeador e lança à terra diversas sementes. Estas caem, secas e nuas, na terra e desagregam-se. Depois, a partir dessa mesma decomposição, a magnífica providência do Mestre fá-las reviver e dum só grão surgem imensos que, por sua vez, crescem e dão frutos. […] Acharemos, pois, estranho e extraordinário que o Criador do universo faça ressuscitar aqueles que O serviram fielmente e com a confiança duma fé perfeita? […]

Com essa esperança, que os nossos corações se apeguem então Àquele que é fiel às suas promessas e justo nos seus julgamentos. Ele, que nos proibiu de mentir (Ex 20,16), pela mesmíssima razão também não mente. Nada é impossível a Deus, excepto mentir (Jr 32,17; Lc 1,37; Heb 6,18). Reavivemos, pois, a nossa fé nele e entendamos que Ele tudo pode.

Com uma palavra da sua omnipotência, Ele formou o universo e com uma palavra pode aniquilá-lo. […] Ele fará todas as coisas quando quiser e como quiser. Nada desaparecerá jamais daquilo que Ele tiver decidido. Tudo está presente diante dele e nada escapa à sua Providência.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 7 de julho de 2014

Enquanto lhes dizia estas coisas, eis que um chefe da sinagoga se aproxima e se prostra diante d'Ele, dizendo: «Senhor, morreu agora minha filha; mas vem, põe a Tua mão sobre ela, e viverá». Jesus, levantando-Se, seguiu-o com os Seus discípulos. E eis que uma mulher que padecia de um fluxo de sangue havia doze anos, se chegou por detrás d'Ele, e tocou na orla do Seu vestido. Dizia para si mesma: «Ainda que eu toque somente o Seu vestido, serei curada». Voltando-Se Jesus e, olhando-a, disse: «Tem confiança, filha, a tua fé te salvou». E ficou sã a mulher desde aquele momento. Tendo Jesus chegado a casa do chefe da sinagoga viu os tocadores de flauta e uma multidão de gente que fazia muito barulho. «Retirai-vos, disse, porque a menina não está morta, mas dorme». Mas riam-se d'Ele. Tendo-se feito sair a gente, Ele entrou, tomou a menina pela mão, e ela se levantou. E divulgou-se a fama deste milagre por toda aquela terra.

Mt 9, 18-26