sexta-feira, 4 de julho de 2014

“omnes cum Petro ad Iesum per Maríam!”

Celebrámos recentemente as Solenidades litúrgicas do Corpo de Deus, do Sagrado Coração de Jesus e a Memória do Imaculado Coração de Maria. Estas festas mostram-nos o caminho para a Bem-Aventurança eterna: meter-nos no Coração chagado de Jesus, pela mão de Nossa Senhora. Depois, na Solenidade de S. Pedro e S. Paulo, reforçámos a nossa união com o Romano Pontífice, com a sua pessoa e as suas intenções, ao mesmo tempo que fomos aumentando o nosso empenho por levar Cristo às pessoas. Assim seguimos, uma vez mais, o conselho do nosso Padre: omnes cum Petro ad Iesum per Maríam!


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de julho de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

A tarefa do sacerdote é indispensável

O que é próprio e específico dos sacerdotes é servir os fiéis com o seu ministério, possibilitando e facilitando-lhes o exercício do sacerdócio comum recebido no Baptismo. Daí a necessidade de que nós, os ministros de Cristo, correspondamos com todas as nossas forças ao dom tão grande que recebemos. Neste contexto se enquadra o Ano sacerdotal que agora começou.

Para que o chamamento à santidade e ao apostolado se introduza profundamente na vida dos fiéis leigos e não se fique em meras palavras, a tarefa do sacerdote é indispensável. Só ele é o mestre que proclama com autoridade sagrada a Palavra de Deus. Só o sacerdote pode administrar o perdão divino no sacramento da Penitência e dirigir as almas como bom pastor pelos caminhos da vida eterna. Só o sacerdote recebeu o poder de consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo na Santa Missa, fazendo as vezes d’Ele, de modo que todos possam entrar em contacto pessoal e directo com o Mistério pascal e receber a Sagrada Comunhão, indispensável para alimentar o caminhar sobrenatural das almas.

São razões que nos devem levar a rezar pelo fiel ministério dos presbíteros. Dizem que os sacerdotes têm o povo que merecem e que os fiéis também têm os sacerdotes que merecem. Logo, temos de elevar a nossa oração diária, em autêntica Comunhão dos santos, pelos sacerdotes e pelo povo. Temos de rogar ao Senhor, com a nossa luta diária pela santidade pessoal, pedindo o que costumam repetir na América latina: Senhor, dá-nos sacerdotes santos. Esta oração será sempre necessária e actual, com a ideia clara de que todos beneficiaremos ao implorar do Céu a santidade do clero. Esta responsabilidade diária afecta-nos a todos e a todas. Rezamos assim diariamente? Convidamos outros para que se unam também à nossa súplica?

Com que carinho enfrentava S. Josemaria este dever! As suas palavras eram convincentes e repletas de urgência, para animar os que o escutavam, sempre impelido pela fé na Comunhão dos santos. Não conheço sacerdotes maus, dizia. Sei que há alguns débeis, frouxos, talvez cobardes. Mas maus não![9].E noutra altura: por acaso não será porque não os ajudais suficientemente? Rezais pelos sacerdotes? Sabeis fazer o que fizeram os bons filhos de Noé? (…) Tende um pouco de compaixão, de caridade. Não murmureis. Perdoai, desculpai, rezai[10].

Excerto carta de Julho 2009 do Prelado do Opus Dei - D. Javier Echevarría

[9]. S. Josemaria, Notas de uma tertúlia, 19-XI-1972.
[10]. S. Josemaria, Notas de uma tertúlia, 29-X-1972.


«Segue-Me»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Comentário ao Evangelho de São Lucas, 5, 16; SC 45


[Após a cura do paralítico,] vem o apelo do cobrador de impostos aos mistérios de Cristo. Cristo ordena-lhe que O siga, não por uma diligência física do corpo, mas pela mudança do coração. E este homem, que até então obtinha lucro com mercadorias, que explorava duramente o cansaço e os perigos dos marujos, deixa tudo ao ouvir aquele apelo. Ele, que se apoderava dos bens dos outros, abandona os seus próprios bens e, deixando o seu ignóbil posto de cobrança, segue o Senhor com toda a sua alma.

E prepara um grande festim: pois aquele que recebe Cristo na sua morada interior fica saciado de um enorme bem-estar, de uma alegria superabundante. Quanto ao Senhor, entra de boa vontade na sua casa e senta-Se à mesa preparada com o amor daquele que acreditou.

Mas eis que se acende a malevolência dos incrédulos […], e subitamente revela-se a diferença entre os discípulos da Lei e os discípulos da graça. Obedecer à Lei é sentir num coração em jejum uma fome sem remédio; acolher o Verbo, a Palavra de Deus, na intimidade da alma é ficar renovado pela abundância da fonte e dos alimentos eternos. É nunca mais ter fome nem sede (Jo 6,35).

O Evangelho do dia 4 de julho de 2014

Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus, que estava sentado na banca das cobranças, e disse-lhe: «Segue-Me». E ele, levantando-se, O seguiu. Aconteceu que, estando Jesus sentado à mesa em casa deste homem, vieram muitos publicanos e pecadores, e se sentaram à mesa com Jesus e com os Seus discípulos. Vendo isto, os fariseus diziam aos Seus discípulos: Por que motivo come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, ouvindo isto, disse: «Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os enfermos. Ide, e aprendei o que significa: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores».

Mat 9, 9-13