quarta-feira, 25 de junho de 2014
Quando a Verdade não serve de argumento...
Ontem ao jantar conversava com o meu marido e a minha filha mais nova, de 17 anos, sobre o drama dos casais novos que querem ter filhos, e acabam por ser sempre alvo de criticas, de apelidados de loucos, porque não ganham para os sustentar, porque acabam dependentes dos avós/pais que também estão aflitos e cansados e em cada dia procurar alimentar e dar o mínimo aos seus filhos, casados ou solteiros! Têm razão! Mas é preciso cavar mais fundo...
É difícil estar do lado da Verdade, que nos diz:
“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra."
Deus disse: "Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento.
E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento." E assim se fez.” (Gn1)
Não citei a passagem, mas tinha-a bem presente no meu pensamento.
A conversa cresceu de tom! Tentei dizer que não podemos negar os dramas da sociedade hoje em dia, mas procurar onde está o porquê e o para quê, que nos trouxe a esta situação. Só assim se pode ir à raiz e cuidar que volte a ter saúde! É urgente uma atitude corajosa, ousada e visionária. Para o Bem comum, onde estão implicados em primeiro lugar os pais, numa educação para a liberdade responsável. E também os empresários e finalmente os políticos que só devem decidir em conformidade com este Bem Comum! Pensar que modelos servem para que o trabalho das mulheres seja compatível, sem perder qualidade entre a sua família e o trabalho. Precisamos de fazer uma reflexão séria. E para isso é preciso coragem!
Mas o drama está no agora! Que se pode dizer destes casais que arriscam? Que fazer? Penso que cada um tem que fazer a sua parte...
A minha filha querida, mas ainda muito nova (que gosta de Matemática e Gestão, etc.) dizia que a Economia nada tem a ver com as “causas “ que defendo e que são muito bonitas. Parece ser assim, é isto que se ensina hoje em dia, tudo é visto pelo prisma do lucro. E de facto neste cenário parece mesmo que não tem, porque os números são superiores ao Ser Humano, como individuo e com uma missão concreta!
Mas….. a Verdade está logo nesta passagem do livro do Génesis. Não fui eu que inventei! Não é Utopia! Apenas a leio e releio muitas vezes, para não perder a “razão e assim procurar ter uma visão mais clara, real, a única justa, mesmo que muitas vezes incompreendida! E claro, tentar que os meus filhos, alunos , abram os olhos… o Futuro está para eles…
Sofia Guedes na sua página no Facebook
Palavras do Santo Padre em língua portuguesa na Audiência geral
Locutor:
Irmãos e amigos, não estamos isolados, nem somos cristãos por conta própria. Quando afirmo que “sou cristão”, estou dizendo: “pertenço à Igreja”. Com efeito, ninguém se torna cristão por si mesmo. Se acreditamos, se sabemos rezar, se conhecemos o Senhor e O reconhecemos nos nossos irmãos é porque outros, antes de nós, viveram a fé e no-la transmitiram e ensinaram. A Igreja é uma grande família, na qual uma pessoa é acolhida e aprende a viver como crente, como discípulo de Jesus. Para podermos percorrer este caminho necessitamos não só da ajuda de outras pessoas, mas também de nos mantermos unidos a elas. Por vezes, ouve-se dizer: «Eu creio em Deus, creio em Jesus, mas a Igreja não me interessa…». Crêem que podem ter uma relação pessoal, directa, imediata com Jesus Cristo, fora da comunhão e da mediação da Igreja. Estas são tentações perigosas e nocivas. O Senhor confiou a sua mensagem salvadora a pessoas humanas, a testemunhas; e é nos nossos irmãos e irmãs, com os seus dons e as suas limitações, que Jesus vem ao nosso encontro e Se nos dá a conhecer. Nisto se vê a nossa pertença à Igreja. Não se pode amar a Deus sem amar os irmãos, não se pode estar em comunhão com Deus sem estar em comunhão com a Igreja e só podemos ser bons cristãos unidos a todos aqueles que procuram seguir Jesus, formando um só povo, um único corpo.
Santo Padre:
Con cordiale affetto, saluto tutti i pellegrini di lingua portoghese, in modo speciale il gruppo brasiliano di Nossa Senhora da Consolata, da São Manoel, e i fedeli del Santuário de Nossa Senhora do Porto, nel Portogallo. Fratelli e amici, siete in buone mani, siete nelle mani della Vergine Maria. Essa vi protegga dalla tentazione di fare a meno degli altri, di mettere da parte la Chiesa, di pensare di salvarvi da soli. Pregate per me! Dio vi benedica!
Locutor:
Com cordial afecto, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em especial o grupo brasileiro de Nossa Senhora da Consolata, em São Manoel, e os fiéis do Santuário de Nossa Senhora do Porto, em Portugal. Irmãos e amigos, estais em boas mãos, estais nas mãos da Virgem Maria. Ela vos proteja da tentação de prescindir dos outros, de pôr a Igreja de lado, de pensar em salvar-vos sozinhos. Rezai por mim! Que Deus vos abençoe!
Crescer da fé
«Todavia podemos igualmente dizer que na vida da fé cresce também uma certa evidência desta fé. A sua realidade toca-nos, e a experiência duma vida vivida na fé assegura-nos que de facto Cristo é o salvador do mundo.»
(Joseph Ratzinger - Olhar para Cristo)
Toda a árvore boa dá bons frutos
Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do evangelho» §§ 169-171 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium / A alegria do evangelho» §§ 169-171 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)
Numa civilização paradoxalmente ferida pelo anonimato e, simultaneamente, obcecada com os detalhes da vida alheia, descaradamente doente de curiosidade mórbida, a Igreja tem necessidade de um olhar solidário para contemplar, comover-se e parar diante do outro, tantas vezes quantas forem necessárias. Neste mundo, os ministros ordenados e os outros agentes de pastoral podem tornar presente a fragrância da presença solidária de Jesus e o seu olhar pessoal. A Igreja deverá iniciar os seus membros – sacerdotes, religiosos e leigos – nesta «arte do acompanhamento», para que todos aprendam a descalçar sempre as sandálias diante da terra sagrada do outro (cf Ex 3,5). Devemos dar ao nosso caminhar o ritmo salutar da proximidade, com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que ao mesmo tempo cure, liberte e anime a amadurecer na vida cristã. […]
Hoje mais do que nunca precisamos de homens e mulheres que conheçam, a partir da sua experiência de acompanhamento, o modo de proceder onde reine a prudência, a capacidade de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito, para no meio de todos defender as ovelhas a nós confiadas dos lobos que tentam desgarrar o rebanho. Precisamos de nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual. Escutar ajuda-nos a individuar o gesto e a palavra oportunos que nos desinstalam da cómoda condição de espectadores. Só a partir desta escuta respeitosa e compassiva se podem encontrar os caminhos para um crescimento genuíno, pode despertar o desejo do ideal cristão, o anseio de corresponder plenamente ao amor de Deus e o anelo de desenvolver o melhor de quanto Deus semeou na nossa própria vida.
Hoje mais do que nunca precisamos de homens e mulheres que conheçam, a partir da sua experiência de acompanhamento, o modo de proceder onde reine a prudência, a capacidade de compreensão, a arte de esperar, a docilidade ao Espírito, para no meio de todos defender as ovelhas a nós confiadas dos lobos que tentam desgarrar o rebanho. Precisamos de nos exercitar na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual. Escutar ajuda-nos a individuar o gesto e a palavra oportunos que nos desinstalam da cómoda condição de espectadores. Só a partir desta escuta respeitosa e compassiva se podem encontrar os caminhos para um crescimento genuíno, pode despertar o desejo do ideal cristão, o anseio de corresponder plenamente ao amor de Deus e o anelo de desenvolver o melhor de quanto Deus semeou na nossa própria vida.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 25 de junho de 2014
«Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura se colhem uvas dos espinhos, ou figos dos abrolhos? Assim toda a árvore boa dá bons frutos, e toda a árvore má dá maus frutos. Não pode uma árvore boa dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Vós os conhecereis, pois, pelos seus frutos.
Mt 7, 15-20