sábado, 14 de junho de 2014

A propósito do prémio a Alexandre Soares dos Santos (excerto)


Estes novos indignados, que parecem ser muito zelosos no que entendem ser a justiça social, esquecem o mandamento maior: a caridade. Em nome dos pobrezinhos, ofendem a honestidade, a rectidão e a competência de alguém que, entre outros méritos, tem o de ser um dos maiores empregadores do nosso país. É muito bonito dar esmolas aos pobrezinhos, sobretudo se as câmaras da televisão imortalizarem o caritativo gesto do gestor bonzinho, mas é muito mais importante dar trabalho a milhares de mulheres e de homens. Quem tenha feito mais e melhor, que atire a primeira pedra. 

Quando Maria, a irmã de Lázaro, ungiu os pés do Senhor com um perfume “colossal”, houve quem se indignasse: Judas Iscariotes. O evangelista João explica a razão do seu protesto: “não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão”. E Camões, que conhecia bem a grandeza e a mesquinhez de que é capaz a alma lusitana, escreveu nos últimos versos de Os Lusíadas: “De sorte que Alexandro em vós se veja, sem à dita de Aquiles ter inveja”.

Gonçalo Portocarrero de Almada
jornal i - 14 junho 2014

«Mostrou-me depois um rio de água viva, […] que saía do trono de Deus e do Cordeiro» (Ap 22,1)

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Poema «Permaneço entre vós», 1938, estrofes 1-10



Tu ocupas o Trono
À direita do Pai (Sl 110 [109],1; Ap 5,7),
O Trono do Reino
Da glória eterna,
E desde o princípio
És de Deus o Verbo (Jo 1,1).

Dominas e reinas
Do Trono supremo (Ap 5,13);
Na tua forma humana,
Corpo transfigurado,
Desde que na Terra
Cumpriste a tua obra (Jo 17,4; 19,30).

Daí me vem a Fé,
Diz-mo o teu Verbo,
E porque acredito
Sou também feliz (Jo 20,29);
Daí me acompanha
Toda a esperança.

Onde permaneces
Estão também os teus (Jo 17,24);
E o Céu bendito
É a minha pátria;
E o Trono do Pai
É também o meu (Ap 3,21).

O Senhor eterno,
Criador de tudo,
Três vezes Santíssimo,
Abraçando todos,
É Senhor dum Reino
Sem ser deste mundo (Jo 18,36).

O meio do paço
Da alma humana
É morada perfeita
Da Santa Trindade (Jo 14,23),
Seu Trono celeste
Na Terra dos homens.

O Filho de Deus,
E Filho do Homem (Jo 5,27),
Salvou do Demónio
Tal Reino divino
E deu o seu Sangue
Por nosso resgate (Ap 12,10-11).

O seu Lado aberto (Jo 19,34)
Reúne esse Reino
Do Céu e da Terra
E é Fonte de Vida
Para todos nós,
Fonte de água viva (Jo 7,38).

O Coração de Jesus
É Coração da Trindade,
É centro e convergência
De todos os corações;
Porque nos oferece a vida
Da própria Divindade (Jo 6,40).

A sua força oculta
Nos atrai todos a Si (Jo 12,32)
E no coração do Pai
Nos dá a sua morada;
E nos leva na torrente
Do seu Espírito Santo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 15 de junho de 2014

«Porque Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu Seu Filho Unigénito, para que todo aquele que crê n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem n'Ele acredita, não é condenado, mas quem não acredita, já está condenado, porque não acredita no nome do Filho Unigénito de Deus. 

Jo 3, 16-18

Conhecimento

«O princípio da sabedoria é o sincero desejo de ser instruído por ela, e desejar instruir-se é já amá-la.Mas amá-la é obedecer às suas leis, e obedecer às suas leis é garantia de incorruptibilidade. E a incorruptibilidade aproxima-nos de Deus»

(Livro da Sabedoria 6, 17-19)

«A natureza intelectual da pessoa humana aperfeiçoa-se por meio da sabedoria, que impele com suavidade a mente do homem para a busca e o amor da verdade e do bem. Penetrado por ela, o homem é guiado através das coisas visíveis para as invisíveis»

(Conc. Vaticano II – Gaudium et spes, nº 15)

A leitura assídua das Sagradas Escrituras ainda que lidas e relidas ao longo da vida são sempre fonte de conhecimento e de sabedoria e da cada vez que o fazemos aproximamo-nos Dele e aprendemos algo de novo que nos torna melhores servidores dos Seus desígnios.

JPR

Preciso da vossa oração!

(…) quero dizer-vos umas palavras a propósito do meu aniversário, no próximo dia 14 de junho. Em primeiro lugar, peço-vos que rezeis por mim: preciso da vossa oração!

De há uns meses para cá, vêm à minha mente lembranças de quando S. Josemaria ia fazer setenta anos. O nosso Padre pediu nessa altura a graça de ser alma de oração, embora estivesse tão metido em Deus que o seu diálogo com o Senhor era quase ininterrupto. Assim o afirmou expressamente a 8 de janeiro de 1972, celebrando a Santa Missa para um pequeno grupo de filhas suas. Este é o meu propósito na véspera do aniversário dos meus sete anos: ser alma de oração, de uma oração que não se interrompa. Estar com os braços levantados, como quando recito as orações da Missa. E gostava que fosse este o propósito que fizésseis vós: assim tereis bom humor, assim estareis alegres, assim sereis eficazes [S. Josemaria, Notas de uma Homilia, 8-I-1972.].

Noutras alturas, com palavras diferentes, solicitava a mesma graça ao Senhor. Lembro-me concretamente do brinde que fez ao começar um ano novo, poucos dias antes do seu aniversário, rodeado pelos seus filhos do Conselho Geral. Disse-nos: para todos a alegria, para mim a compunção [S. Josemaria, Palavras no início do ano, 1-I-1974.]. Peço-vos por isso que neste aniversário, e todos os dias, não vos esqueçais deste vosso Padre, para que seja homem de contrição, de arrependimento, e me saiba esmerar no que o Senhor me pedir ao longo de cada dia. E como a compunção e a alegria são fruto da ação do Espírito Santo, suplicai que me torne alma de oração, dócil às inspirações do Paráclito, e que as ponha em prática. Eu desejo o mesmo para vós, para cada uma e para cada um: que sejamos rezadores, homens e mulheres que amam a mortificação e a penitência, servidores dos outros, pessoas que constantemente se ocupam do apostolado. E tudo isto, nas circunstâncias habituais e nas extraordinárias, se alguma vez surgirem.

Lembro-me também como o queridíssimo D. Álvaro se preparou para os seus oitenta anos. Conservo bem gravados no meu coração os traços de gratidão, de contrição e de petição de ajuda que sublinhou na homilia da Missa daquele aniversário. Eram palavras que saíam dos seus lábios sempre que ocorria alguma efeméride especial: obrigado, perdão, ajuda-me mais. Procuro repeti-las com frequência, e sugiro que, se quereis, as façais vossas, pois vos darão uma grande paz e serenidade.

Há dois meses (em 2012), ao fazer 85 anos, Bento XVI pronunciou umas palavras que gostava de partilhar convosco. O Santo Padre dizia: Encontro-me diante do último trecho do percurso da minha vida e não sei o que me espera. Contudo, sei que a luz de Deus está presente, que Ele ressuscitou, que a Sua luz é mais forte do que toda a obscuridade; que a bondade de Deus é maior do que todo o mal deste mundo. E isto ajuda-me a prosseguir com segurança. Isto ajuda-nos a ir em frente e, neste momento, agradeço de coração a quantos me fazem ouvir continuamente o «sim» de Deus, através da sua fé [Bento XVI, Homilia na Missa por ocasião do seu 85º aniversário, 16-IV-2012.].

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta de mês de junho de 2012)

«Eu, porém, digo-vos»: o cumprimento da Lei

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
«O espírito e a letra», §§27-33


A graça permaneceu velada no Antigo Testamento, mas foi revelada no Evangelho de Cristo quando chegaram os tempos previstos por Deus para a revelação da sua bondade. […] Comparando estas duas épocas, notamos uma diferença profunda. No sopé do Sinai, o povo, tomado de pavor, não ousava aproximar-se do local onde Deus dava a sua lei (Ex 19); enquanto no cenáculo, o Espírito Santo desceu sobre aqueles que estavam reunidos aguardando a realização da promessa (Act 2). Ali, o dedo de Deus trabalhou em tábuas de pedra (Ex 31,18); aqui, no coração dos homens (Lc 11,20). […]

«A realização perfeita da lei é o amor» (cf Mt 5,17). Esse amor de caridade não estava escrito nas tábuas de pedra, mas «derramou-se nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom 5,5). Portanto, a lei de Deus é a caridade (Rom 13,10). O desejo da carne não se submete à lei de Deus; nem sequer é capaz disso (cf Rom 8,17); para reprimir o desejo da carne, foram escritas as obras de caridade nas tábuas de pedra; era a lei das obras, a letra que mata aqueles que praticam o mal. Mas, quando a caridade se espalhou no coração dos crentes, apareceu a lei da fé e o Espírito que dá a vida aos que amam.

Vede como a diferença entre essas duas leis se conjuga perfeitamente com as palavras do apóstolo Paulo: «É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são os vossos corações» (2Cor 3,6.5). E tudo isso é admiravelmente confirmado pelo profeta Jeremias: «Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor. Não será como a Aliança que estabeleci com seus pais. […] Imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração» (cf Jer 31,31s).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 14 de junho de 2014

«Igualmente ouvistes que foi dito aos antigos: “Não perjurarás, mas guardarás para com o Senhor os teus juramentos”. Eu, porém, digo-vos que não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de Seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei. Nem jurarás pela tua cabeça, pois não podes fazer branco ou preto um só dos teus cabelos. Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não. Tudo o que passa disto, procede do Maligno.

Mt 5, 33-37