sexta-feira, 9 de maio de 2014

Ir e tornar a ir a Jesus constantemente por Maria

Todas as graças nos chegam pela mediação materna de Santa Maria, Omnipotência suplicante. Por isso devemos fomentar mais intimamente o diálogo com a nossa Mãe nas próximas semanas e, logicamente, também nos outros meses do ano. Assim aumentará a nossa união com Jesus e o espírito apostólico. Aproveitemos este mês para nos esmerarmos a rezar o Terço e a meditar os mistérios do Rosário, tanto na romaria que fizermos, como nos outros dias. Assim, dizia D. Álvaro, ficará «mais enraizado em nós o hábito de ir e tornar a ir a Jesus constantemente por Maria» [7].

Numa das considerações de Caminho, S. Josemaria recomenda esta maneira de agir. D. Álvaro, nos primeiros anos da sua vida no Opus Dei, perguntou-lhe o significado dessa frase: “ir e tornar a ir” a Jesus por Maria. A resposta do nosso Fundador contribuiu para consolidar ainda mais a sua piedade mariana. Ele mesmo lembrou com frequência aquele episódio e a explicação do nosso Padre: que Nossa Senhora nos traça o caminho mais curto e mais seguro para nos acolhermos sempre à misericórdia de Deus, sobretudo se, por desgraça, nos separámos d’Ele: não apenas com ofensas graves, mas também com as pequenas, ou não tão pequenas, faltas de amor que um cristão possa ter ao longo do dia.

Estas reflexões ganham especial relevância durante as próximas semanas. Recordando a novena de S. Josemaria à Virgem de Guadalupe, D. Álvaro concretizava: «Que flores vamos levar à nossa Mãe, neste mês de maio? Transmito-vos o conselho do nosso Fundador, que sempre nos ensinou a pôr em prática, quando nos recomendava que oferecêssemos a Maria rosas pequenas, as da vida corrente, comuns, mas cheias do perfume do sacrifício e do amor. Tentaremos assim viver com mais vontade – mais amor – os nossos deveres de cada momento: na fidelidade aos compromissos divinos que nos unem a Deus e à Obra, na santa preocupação pelos nossos irmãos e por todas as almas, no cumprimento das obrigações próprias do estado de cada um, na realização de um trabalho profissional exigente e ordenado» [8].

[7]. D. Álvaro, Carta, 2-V-1985.
[8]. D. Álvaro, Carta, 1-V-1984. A citação de S. Josemaria corresponde à sua oração pessoal na Villa de Guadalupe, a 20 de maio de 1970.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de maio de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Comunhão Espiritual quando não for possível abeirar-se da Comunhão Sacramental

Sem dúvida, para a plena participação na Eucaristia é preciso também aproximar-se pessoalmente do altar para receber a comunhão; (169) contudo é preciso estar atento para que esta afirmação, justa em si mesma, não induza os fiéis a um certo automatismo levando-os a pensar que, pelo simples facto de se encontrar na igreja durante a liturgia, se tenha o direito ou mesmo — quem sabe — se sinta no dever de aproximar-se da mesa eucarística. Mesmo quando não for possível abeirar-se da comunhão sacramental, a participação na Santa Missa permanece necessária, válida, significativa e frutuosa; neste caso, é bom cultivar o desejo da plena união com Cristo, por exemplo, através da prática da comunhão espiritual, recordada por João Paulo II (170) e recomendada por santos mestres de vida espiritual. (171)

170. Cf. Carta enc. Ecclesia de Eucharistia (17 de Abril de 2003), 34: AAS 95 (2003), 456.
171. Assim, por exemplo, São Tomás de Aquino, Summa Theologiæ, III, q. 80, a. 1,2; Santa Teresa de Jesus, Caminho de perfeição, cap. 35. A doutrina foi confirmada autorizadamente pelo Concílio de Trento, Sessão XIII, cân. 8.

Bento XVI – Exortação Apostólica 'Sacramentum caritatis'

«A minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida»

Catequeses da Igreja de Jerusalém aos novos baptizados (séc. IV) 
N° 4; SC 126


«Tomai e comei, isto é o meu corpo. […] Tomai e bebei, este é o cálice do meu sangue» (Mt 26,26ss). Se o próprio Cristo declarou, a propósito do pão: «Isto é o meu corpo», quem se atreverá a hesitar? E se Ele próprio afirmou categoricamente: «Este é o cálice do meu sangue», quem poderá duvidar? […] É pois com plena certeza que participamos no corpo e no sangue de Cristo. Pois, sob o aspecto do pão, é o corpo que te é dado; e sob o aspecto do vinho, é o sangue que te é dado, a fim de que, participando do corpo e do sangue, te tornes um só corpo e um só sangue com Cristo. […] Desta maneira, diz São Pedro, tornamo-nos «participantes da natureza divina» (2Ped 1,4).

Anteriormente, Cristo declarara, dirigindo-Se aos judeus: «Se não comerdes a minha carne e não beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós.» Mas eles, não compreendendo estas palavras espirituais, afastaram-se escandalizados. […] Na Antiga Aliança, também havia os pães da oferenda; mas agora já não há motivo para se oferecerem os pães da Antiga Aliança. Na Nova Aliança, há um «pão descido do céu» e um «cálice da salvação» (Jo 6,41; Sl 115,4). Pois, assim como o pão é bom para o corpo, assim o Verbo é conveniente para a alma.

Também o Santo Profeta David explica o poder da Eucaristia quando afirma: «Para mim preparais a mesa, à vista dos meus adversários» (Sl 22,5). […] De que fala ele aqui, senão dessa mesa misteriosa e mística que Deus nos preparou contra o nosso inimigo, o demónio? […] «E o cálice inebria-me como o melhor vinho» (v. 5, LXX). Neste versículo, refere-se ao cálice que Jesus tomou nas suas mãos quando deu graças e disse: «Este é o cálice do meu sangue, derramado pela multidão em remissão dos pecados» (Mt 26,28). […] David também dizia a este propósito : «O vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe faz brilhar o rosto, e o pão, que lhe robustece as forças» (Sl 103,15). Robustece o teu coração tomando este pão como alimento espiritual, e alegra o coração e a alma.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 9 de maio de 2014

Disputavam, então, entre si os judeus: «Como pode Este dar-nos a comer a Sua carne?». Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue não tereis a vida em vós. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Porque a Minha carne é verdadeiramente comida e o Meu sangue verdadeiramente bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele. Assim como Me enviou o Pai que vive e Eu vivo pelo Pai, assim quem Me comer a Mim, esse mesmo também viverá por Mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que comeram os vossos pais, e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente». Jesus disse estas coisas ensinando em Cafarnaum, na sinagoga. 

Jo 6, 52-59