segunda-feira, 28 de abril de 2014

Amar a Cristo...

Senhor, ofereceste-nos a Tua Santíssima e Imaculada Mãe a caminho do Calvário, desculpa-nos as constantes perguntas, mas como Te poderemos agradecer por tamanha bondade?

Ela, como excelsa Mãe intercede sempre por nós mesmo quando não somos merecedores pelas faltas cometidas, milhões e milhões de filhos Teus abrigam-se no seu regaço e nós que Lhe temos muita devoção frequentemente Te esquecemos e virando-Lhe as costas nas épocas de bonança em que cheios de soberba pensamos ser autónomos roçando o pelagianismo.

Perdoa-nos tamanha ingratidão e lapsos de amor para conTigo e com Ela, faz-nos burricos humildes e constantes na fé e no amor!

JPR

A festa dos cinco papas

Ontem foi um dia especial. Dois papas vivos declararam perante o mundo que dois papas mortos estavam na vida plena. A canonização de João XXIII e João Paulo II pelo Papa Francisco, na presença do papa emérito Bento XVI, constitui um acto único na história do mundo. Será que interessa ao mundo?

O assunto é precisamente aquele que mais preocupa ao mundo. Podemos dizer que é o único que verdadeiramente preocupa o mundo. A vida e a felicidade constituem o único tema realmente importante. E o dia de ontem tratou só de felicidade. Quatro homens eminentemente felizes, tão diferentes nas suas origens e histórias, carácter e condições, unidos numa mesma felicidade a que dedicaram toda a sua vida, celebraram juntos uma festa de felicidade.

Eles entregaram toda a sua vida a anunciar ao mundo uma felicidade única, plena, invencível. E apresentaram-se a si mesmos como testemunhas dessa felicidade. O que a festa de ontem celebrou foi que dois deles tinham completado a sua missão com êxito e entrado na felicidade plena. Isso garantiam solenemente os outros dois, um dos quais já completou a sua missão com êxito, esperando apenas o transporte para a vida, e o outro está em plenas funções.

Quatro homens simples e frágeis, mas cheios de vida e felicidade, que irradiaram por todo o mundo. Porque todo o mundo soube de João XXIII. Na altura não havia internet nem SMS, mas havia rádio e começava a televisão, e assim o mundo vibrou com o sorriso do bom papa João. Conheceu-o menos de cinco anos, mas bastavam alguns segundos para perceber que era um homem sumamente feliz. E se preocupava com a nossa felicidade. A João Paulo II, esse nem é preciso dizer que todo o mundo o conhece. Começou antes da internet e do SMS, mas durou muito tempo e viajou ainda mais; e também bastavam alguns segundos para saber da felicidade que emitia. Bento XVI era tão diferente de cada um dos outros como eles eram diferentes entre si. Apesar disso também viajou por todo o lado e mostrou a sua felicidade a toda a gente. O Papa Francisco ainda mal conhecemos, mas bastaram uns segundos para ficarmos íntimos, e sabermos como o seu assunto é a minha felicidade, porque ele transborda da sua. Como o fizeram toda a sua vida, ontem estes quatro homens juntaram-se para celebrar a felicidade, a nossa felicidade, que dois deles já têm em plenitude. Estava lá um quinto papa. Mal se falou dele, mas era o que dava sentido à celebração. Olhando com atenção via-se, do lado esquerdo da praça, a estátua de um homem barbudo com duas chaves na mão. A importância dos quatro homens é que eles são sucessores dele. Aquele Pedro, que amava Jesus mais que os outros, e ouviu: "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16, 18).

Este é o segredo de toda esta festa. A felicidade que estes homens espalharam e espalham por todo o mundo não é deles. Não foi por João ser bonacheirão, João Paulo teatral, por Bento ser sábio e Francisco vibrante que difundiram felicidade por toda a terra. Nisso há muitos semelhantes e até melhores que eles. A felicidade que espargiam não era deles. Tinham-na recebido de Outro, do Deus da felicidade que se fez homem como eles, e nos trouxe a felicidade suprema. Trouxe-a e deixou-a com Pedro e alguns amigos, dizendo-lhes para a darem a outros.

Aliás o que Ele disse foi: "Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos" (Mt 28, 19). Eles eram poucos, não tinham net nem rádio, só o conseguiram dar a alguns. Mas esses deram a outros, e esses depois a outros e "o seu eco ressoou por toda a terra" (Sl 19(18), 5). Finalmente, no tempo de João, João Paulo, Bento e Francisco, espalhou-se por toda a terra ao mesmo tempo. Foi cumprida a profecia. Todo o mundo pode ver claramente a felicidade que irradia destes quatro homens. E sabe que de onde ela vem.

A festa de ontem foi um acontecimento particular, limitada. Teve dimensão e brilho excepcionais, mas tratou-se de um rito local. No entanto, o seu significado abrangeu todo o mundo. A razão é óbvia: mais ninguém tem uma felicidade assim.

João César das Neves in DN online AQUI

«Nascer da água e do Espírito»

Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina 
Exercícios, n.º 1, Para recuperar a inocência baptismal; SC 127


Para a imersão na fonte baptismal: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Jesus, fonte da vida, faz-me beber a taça de água viva na própria fonte que és Tu, a fim de que, tendo-Te saboreado para a eternidade, não tenha outra sede senão de Ti (cf Jo 4,10)! Imerge-me toda inteira nas profundezas da tua misericórdia! Baptiza-me e entrega-me sem mancha à tua preciosa morte. […] Com a água do teu Santíssimo Lado (Jo 19,34), lava-me de toda a mácula com que manchei a inocência baptismal! Preenche-me com o teu Espírito e toma total posse de mim na pureza do corpo e da alma. […]

Para a veste branca: Jesus, sol de justiça (Mal 3,20), consente que seja revestida com a tua pessoa, e assim viva segundo a tua palavra! Permite que, sob a tua direcção, seja capaz de manter branca, santa e imaculada a veste da inocência baptismal para que, apresentando-a sem mácula no teu tribunal, a conserve para a vida eterna!    

Para pedir a iluminação interior na entrega do círio: Jesus, luz inextinguível, acende em mim a candeia ardente do teu amor, e faz que ela nunca se apague; ensina-me a conservar o meu baptismo livre de todo o pecado, para que, convidada então para as tuas bodas, dos pés à cabeça mereça entrar nas delícias da vida eterna, onde Te verei, ó verdadeira luz, e à doce face da tua divindade (cf Mt 25,1 ss)! […]

Senhor, meu Deus, meu Criador e Reparador, renova hoje mesmo o meu coração com o teu Espírito. […] Senhor meu Deus, verdadeiro Rei, torna-me grande na fé, alegre na esperança, paciente na tribulação, digna das delícias dos teus louvores, cheia do fervor do Espírito Santo, fielmente afeiçoada ao teu serviço e perseverante na tua vigilância até ao último dia da minha vida! Desse modo, contemplarei um dia verdadeiramente com os meus olhos aquilo em que creio e espero. Então, ver-Te-ei tal como és, face a face (1Jo 3,2; 1Cor 13,12); então, doce Jesus, Tu me saciarás de Ti próprio; e na contemplação do teu divino rosto serás o meu repouso eterno. Ámen.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de abril de 2014

Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais entre os judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-Lhe: «Rabi, sabemos que foste enviado por Deus como mestre, porque ninguém pode fazer estes milagres que Tu fazes, se Deus não estiver com ele». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo que não pode ver o reino de Deus, senão aquele que nascer de novo». Nicodemos disse-Lhe: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e renascer?». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo que quem não renascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. Aquilo que nasceu da carne, é carne, aquilo que nasceu do Espírito, é espírito. Não te maravilhes de Eu te dizer: É preciso que nasçais de novo. O vento sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes donde ele vem nem para onde vai; assim é todo aquele que nasceu do Espírito». 

Jo 3, 1-8