Pecadores serão perdoados, corruptos não

Cerca de 500 políticos, entre deputados, senadores e ministros do governo italiano participaram, pelas sete horas desta quinta-feira, da missa celebrada pelo Papa Francisco no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro.

Os Presidentes da Câmara e do Senado, Laura Boldrini e Pietro Grasso, lideraram o grupo. O convite foi feito no início de fevereiro pelo capelão de Montecitorio (sede do Governo), Mons. Lorenzo Leuzzi, “atendendo a desejo do Papa de acolher os pedidos de muitos parlamentares que queriam participar de sua missa da manhã”.

Na homilia, Francisco lembrou que nos tempos de Jesus, a classe dirigente havia se afastado do povo, o havia ‘abandonado’ por ser corrupta e incapaz de enxergar além de sua ideologia.

“Interesses partidários e lutas internas: nisso pensavam aqueles que comandavam, ao ponto que quando Messias apareceu diante deles, não o reconheceram e o acusaram de ser um curandeiro do bando de Satanás”.

Na primeira leitura, extraída do livro de Jeremias, o profeta narra o “lamento de Deus” por uma geração que não lhe prestou ouvidos e que se justificava por seus pecados, dando-lhe as costas. “Esta é a dor do Senhor, a dor de Deus”, disse o Papa.

“O coração daquelas pessoas com o tempo se endureceu tanto que ficou impossível ouvirem a voz do Senhor. É muito difícil um corrupto voltar atrás. Os pecadores sim, porque o Senhor é misericordioso e os espera, mas os corruptos ficam presos em suas coisas; e por isso, se justificam”.

Estas pessoas, prosseguiu o Papa, “erraram o caminho”, fizeram resistência à salvação de amor do Senhor e acabaram se desviando da fé.

“Os fariseus recusaram o amor do Senhor e esta negação os levou a um caminho que não era o da dialética da liberdade que o Senhor oferecia, mas o da lógica da necessidade, onde não há lugar para o Senhor. Na dialética da liberdade, existe o Senhor bom, que nos ama tanto! Ao contrário, na lógica da necessidade não há lugar para Deus: a ordem é ‘fazer’, ‘dever’... é uma ordem comportamental: são homens de boas maneiras, mas de péssimos costumes”.

A Quaresma, concluiu Francisco, nos lembra que “Deus ama todos” e que “devemos fazer o esforço de nos abrir a Ele”:
“Fará bem a todos nós pensar no convite do Senhor ao amor e nos questionarmos se estamos caminhando neste sentido, ou estamos ‘correndo o risco de nos justificar e escolhermos outro caminho?’ Rezemos ao Senhor para que nos dê a graça de optar sempre pela estrada da salvação, que nos abra à salvação que vem somente de Deus e da fé, e não das propostas dos ‘doutores do dever’ que perderam a fé e regiam o povo com a teologia pastoral do dever”.

Desde que tomou posse, em 22 de fevereiro passado, o Governo do jovem primeiro-ministro Matteo Renzi tem recebido encorajamentos do Vaticano: o Cardeal Secretário de Estado, D. Pietro Parolin, fez votos de que Renzi consiga realizar as reformas estruturais necessárias ao país, tendo como prioridade a questão do trabalho e as famílias.

(Fonte: 'news.va' com adaptação de pormenor)

Vídeo da ocasião em espanhol

Formação dos jovens

«A chamada permissividade dos costumes assenta numa concepção errónea da liberdade humana; para se edificar, esta precisa de se deixar educar previamente pela lei moral. Deve pedir-se aos responsáveis pela educação que ministrem à juventude um ensino respeitador da verdade, das qualidades do coração e da dignidade moral e espiritual do homem»

(Catecismo da Igreja Católica § 2526) 

«O Reino de Deus já chegou até vós»

São João Eudes (1601-1680), presbítero, pregador, fundador de institutos religiosos 
O Reino de Jesus, 3-4 (trad. Breviário)


Devemos continuar a completar em nós os estados e mistérios da vida de Cristo e pedir-Lhe continuamente que Se digne consumá-los perfeitamente em nós e em toda a sua Igreja. Os mistérios de Jesus não chegaram ainda à sua total perfeição e plenitude. Chegaram certamente à sua perfeição e plenitude na pessoa de Jesus, mas não em nós, que somos seus membros, nem na Igreja, que é o seu corpo místico (Ef 5,30). Na verdade, o Filho de Deus deseja […] prolongar em certo modo os seus mistérios em nós e em toda a Igreja […]; quer completá-los em nós. Por isso diz São Paulo que Cristo realiza a sua plenitude na Igreja e que todos nós contribuímos para a sua edificação e para a idade da sua plenitude (Ef 4,13) […]. Também noutro lugar diz o mesmo apóstolo que completa na sua carne o que falta à Paixão de Cristo (Col 1,24).

Deste modo, o Filho de Deus determinou consumar e completar em nós todos os estados e mistérios da sua vida. Quer levar à plenitude em nós o mistério da sua encarnação, do seu nascimento, da sua vida oculta, e realiza-o formando-Se em nós e renascendo em nossas almas pelos santos sacramentos do baptismo e da sagrada eucaristia, e fazendo-nos viver uma vida espiritual e interior escondida com Ele em Deus. Quer completar em nós o mistério da sua Paixão, morte e ressurreição, fazendo-nos padecer, morrer e ressuscitar com Ele. Finalmente, quer realizar em nós o estado da sua vida gloriosa e mortal, quando nos fizer viver com Ele e nele uma vida gloriosa e imortal nos céus. […]

Neste sentido, os mistérios de Cristo não chegarão à sua plenitude senão no fim dos tempos, por Ele determinado para a realização plena dos seus mistérios em nós e na Igreja, isto é, no fim do mundo.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 27 de março de 2014

Jesus estava a expulsar um demónio, que era mudo. Depois de ter expulsado o demónio, o mudo falou e as multidões ficaram maravilhadas. Mas alguns disseram: «Ele expulsa os demónios pelo poder de Belzebu, príncipe dos demónios». Outros, para O tentarem, pediam-Lhe um prodígio vindo do céu. Ele, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino dividido contra si mesmo será devastado, e cairá casa sobre casa. Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como estará em pé o seu reino? Porque vós dizeis que por virtude de Belzebu é que lanço fora os demónios. Ora, se é pelo poder de Belzebu que Eu expulso os demónios, os vossos filhos pelo poder de quem os expulsam? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu, pelo dedo de Deus, lanço fora os demónios, certamente chegou a vós o reino de Deus. Quando um, forte e armado, guarda o seu palácio, estão em segurança os bens que possui; porém, se, sobrevindo outro mais forte do que ele, o vencer, tira-lhe as armas em que confiava, e reparte os seus despojos. Quem não é comigo é contra Mim; e quem não colhe comigo desperdiça.

Lc 11, 14-23