segunda-feira, 24 de março de 2014

29 e 30 Mar 14h30 Curso de Noivos - Cenofa - Telheiras

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A humildade cristã é dizer a verdade

Não nos salva a nossa segurança de cumprirmos os mandamentos, mas a humildade de ter sempre necessidade de sermos curados por Deus: esta a principal ideia da homilia do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na manhã desta segunda-feira.

‘Nenhum profeta é bem aceite na sua pátria’: a homilia do Papa parte destas palavras de Jesus dirigida aos seus conterrâneos, os habitantes de Nazaré, junto dos quais não pode fazer milagres porque não tinham fé. Jesus recorda dois episódios bíblicos: o milagre da cura de Náaman, o sírio, no tempo do profeta Eliseu e o encontro do profeta Elias com a viúva de Sarepta de Sídon, que foi salva da carestia. Estes marginalizados, acolhendo os profetas foram salvos, ao contrário os nazarenos não aceitam Jesus, porque eram muito seguros da sua fé, tão seguros da sua observância dos mandamentos que não precisavam de ser salvos:“É o drama da observância dos mandamentos sem fé: ‘Eu salvo-me sozinho, porque vou à sinagoga todos os sábados, tento obedecer aos mandamentos, mas que não venha este dizer-me que eram melhores do que eu o leproso e a viúva!’ Aqueles eram marginalizados! E Jesus diz: ‘ mas olha que se tu não te marginalizas, não te sentes nas margens, não terás salvação’. Esta é a humildade, o caminho da humildade: sentir-se tão marginalizado que temos necessidade da salvação do Senhor. Apenas Ele salva, não a nossa observância dos preceitos.”

Segundo o Santo Padre esta é a mensagem desta 3ª Semana da Quaresma: se nós queremos ser salvos devemos escolher o caminho da humildade:“Maria no seu Canto não diz que está contente porque Deus olhou para a sua virgindade, a sua bondade e a sua doçura, tantas virtudes que tinha ela, não: mas porque o Senhor olhou a humildade da sua serva, a sua pequenez, a humildade. É aquilo que olha o Senhor.”

“A humildade cristã não é a virtude de dizer: ‘Mas eu não sirvo para nada? E esconder a soberba aí, não! A humildade cristã é dizer a verdade: ‘Sou pecador, sou pecadora’. Dizer a verdade: é esta a nossa verdade. Mas há a outra: Deus salva-nos: Mas salva-nos lá, quando nós somos marginalizados; não nos salva nas nossas seguranças. Peçamos esta graça de ter esta sabedoria de marginalizarmo-nos, a graça da humildade para receber a salvação do Senhor.” (RS)

(Fonte: 'news.va')

Vídeo da ocasião em italiano

Os pecados dos media são desinformação, calúnia e difamação

O Papa Francisco recebeu no final da manhã deste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 400 membros da Associação “Corallo”, uma rede de comunicação na Itália, que expressa o compromisso da Igreja de estar próxima a todas as pessoas, onde quer que estejam, vivam, trabalhem, amem e sofram.

No discurso entregue no final da audiência, o Papa partiu da expressão “rede” de comunicação. Esta imagem nos leva a pensar nos primeiros discípulos de Jesus, que trabalhavam como pescadores, que utilizavam redes para pescar. Jesus os convidou para segui-lo, tornando-os “pescadores de homens”. Mas antes de entregar seu discurso escrito previamente, e após a saudação do Presidente da rede, o Pontífice falou de improviso. Eis na íntegra o que disse:
“Agradeço tanto por aquilo que o senhor disse e agradeço pelo trabalho que vocês fazem. Esta verdade....buscar a verdade com os media. Mas não somente a verdade! Verdade, bondade, beleza, as três coisas juntas. O vosso trabalho deve desenvolver-se nestes três caminhos: o caminho da verdade, o caminho da bondade e o caminho da beleza. Mas verdades, bondades e belezas que sejam consistentes, que venham de dentro, que sejam humanas. E, no caminho da verdade, nos três caminhos, podemos encontrar erros, e mesmo armadilhas. “Eu penso, busco a verdade...”: estejais atentos a não tornarem-se intelectuais sem inteligência. “Eu vou, busco a bondade...”: estejais atentos a não tornarem-se eticistas sem bondade. “Me agrada a beleza...”: estejais atentos a não fazer aquilo que se faz frequentemente, “maquiar” a beleza, buscar os cosméticos para fazer uma beleza artificial que não existe. A verdade, a bondade e a beleza é como vem de Deus e estão no homem. E este é o trabalho da mídia, o vosso trabalho.

O senhor acenou para duas coisas e eu gostaria de retomá-las. Antes de tudo, a unidade harmónica do vosso trabalho. Existem os grandes orgãos de informação, os pequenos... Mas se nós lermos no Capítulo 12 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, vemos que na Igreja não existe nem grande nem pequeno: cada um tem a sua função, o seu ajuda o outro, a mão não pode existir sem a cabeça, e assim por diante. Todos somos membros e também os vossos media, quer sejam maiores ou menores, são membros, e harmonizados pela vocação do serviço na Igreja. Ninguém deve sentir-se pequeno, muito pequeno em relação ao outro muito grande...

Eu faria esta pergunta: quem é mais importante na Igreja? O Papa ou aquela velha senhora que todos os dias reza o Rosário pela Igreja? Que o diga Deus, eu não posso dizê-lo. Mas a importância é de cada um nesta harmonia, pois a Igreja é a harmonia da diversidade. O Corpo de Cristo é esta harmonia da diversidade, e quem faz a harmonia é o Espírito Santo: Ele é o mais importante de todos. Isto é o que o senhor disse e eu gostaria de destacar. É importante: buscar a unidade e não seguir a lógica de que o peixe grande engole o peixe pequeno.

O senhor disse também outra coisa, que também eu menciono na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Falou de clericalismo. É um dos males, é um dos males da Igreja. Mas é um mal “cúmplice”, porque aos sacerdotes agrada a tentação de clericalizar os leigos, mas tantos leigos, de joelhos, pedem para ser clericalizados, pois é mais cómodo, é mais cómodo!. E isto é um pecado num duplo sentido! Devemos vencer esta tentação. O leigo deve ser leigo, batizado, tem a força que vem do seu Batismo. Servidor, mas com a sua vocação laical, e isto não se vende, não se negocia, não se é cúmplice com o outro...Não! Eu sou assim! Porque está na identidade!, alí. Tantas vezes escutei isto, na minha terra: “Eu na minha paróquia, sabe? Tenho um leigo bravíssimo, este homem sabe organizar... Eminência, porque não o tornamos diácono?”. É a proposta do padre, imediata: clericalizar. Este leigo façamo-o.... E porque? Porque é mais importante o diácono, o padre, do que o leigo? Não! É este o erro! É um bom leigo? Que continue assim e cresça assim. Porque está na sua identidade de pertença cristã, alí. Para mim, o clericalismo impede o crescimento do leigo. Mas tenham presente aquilo que eu disse: é uma tentação cúmplice a duas mãos. Pois não existiria o clericalismo se não existissem leigos que querem ser clericalizados. Está claro isto?

Por isto agradeço aquilo que vocês fazem. Harmonia: Também esta é uma outra harmonia, pois a função do leigo não pode fazer o sacerdote, e o Espírito Santo é livre: algumas vezes inspira o padre a fazer uma coisa, outras vezes inspira o leigo. Se fala, no Conselho Pastoral. Tão importantes são os Conselhos Pastorais: uma paróquia – e nisto cito o Código de Direito Canónico – uma paróquia que não tem um Conselho Pastoral e Conselho de Assuntos económicos, não é uma boa paróquia, falta vida.

Depois, são tantas as virtudes. Acenei para isto no início: seguir a estrada da bondade, da verdade e da beleza, e tantas virtudes neste caminho. Mas existem também os pecados dos media! Permito-me falar um pouco sobre isto. Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por que? Vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aquela coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou de vida’. Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação.

Agradeço-vos por aquilo que fazem. Disse a D. Sanchirico para vos entregar o discurso que havia escrito: mas as suas palavras (do Presidente) inspiraram-me para vos dizer isto espontaneamente e o disse com uma linguagem do coração. Sintam o que disse desta maneira. Não com a língua italiana, porque eu não falo com o estilo de Dante!. Vos agradeço tanto e agora convido-vos a rezar uma Ave Maria a Nossa Senhora para vos dar a bênção.”

(Fonte: 'news.va' com adaptação)

Vídeo da ocasião em espanhol

A Eucaristia é a vida da Igreja: "a vida é um prolongamento da Missa"

"A Eucaristia é a vida da Igreja, é a nossa vida. Pensamos na Comunhão que nos une a Jesus quando recebemos o seu Corpo e o seu Sangue. Pensamos no seu sacrifício redentor (porque o comemos na sua "Carne oferecida em sacrifício por nós" e aquilo que bebemos é o seu "Sangue derramado pelo perdão dos pecados"). De toda esta riqueza de amor da Eucaristia hoje detemo-nos de modo particular na preparação".

"(...) Assim como é belo, depois da comunhão, pensar na nossa vida como num prolongamento da Missa, na qual transportamos o fruto da presença do Senhor para o mundo da família, do bairro, do escritório e do trabalho, assim também podemos imaginar a nossa vida quotidiana como um caminho de preparação para a Eucaristia, na qual o Senhor toma tudo o que nos pertence e o oferece ao Pai".

(Cardeal Jorge Mario Borgoglio - Homilia da Missa do Corpo de Deus, 9 junho 2012)

«Havia muitas viúvas em Israel»

Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense 
A Contemplação de Deus, 12; SC 61 bis


Senhor, a minha alma miserável está nua, gelada e transida; deseja ser aquecida pelo calor do teu amor. […] Na imensidade do meu deserto, na vastidão da vaidade do meu coração, não apanho ramitos como a viúva de Sarepta, mas apenas estes poucos galhos, para preparar a minha comida com um punhado de farinha e a vasilha de azeite, e depois entrar em minha casa e morrer (cf 1Rs 17,10ss) – ou por outra, não morrerei assim tão depressa; não, Senhor, «não morrerei, antes viverei, para narrar as obras do Senhor» (Sl 118,17).

Permaneço, pois, na minha morada solitária […] e abro a boca para Ti, Senhor, procurando alento. E, por vezes, Senhor, […] Tu pões-me qualquer coisa na boca do coração, mas não permites que eu saiba o que é. É certo que sinto um sabor tão doce e tão delicioso, tão reconfortante, […] que já não quero mais nada. Mas Tu não permites que eu compreenda, nem com a vista, nem com a inteligência […]; gostaria de retê-la, de a ruminar, de a saborear, mas ela passa depressa. […] Aprendo pela experiência o que dizes sobre o Espírito no Evangelho: «Não sabes de onde vem nem para onde vai […]. O Espírito sopra onde quer» (Jo 3,8). Descubro em mim que Ele sopra, não quando eu quero, mas quando Ele quer. […]

Devo elevar os olhos somente para Ti, para Ti que és a «fonte de vida», e «na tua luz, verei a luz» (cf Sl 36,10). Para Ti, Senhor, é para Ti que os meus olhos se voltam. […] Mas quanto tempo mais tardarás, durante quanto mais tempo se inclinará a minha alma para Ti, miserável, ansiosa, sem fôlego? Peço-Te: esconde-me «ao abrigo da tua face», guarda-me «das intrigas dos homens»; defende-me «na tua tenda contra as línguas maldizentes» (cf Sl 31,21).

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 24 de março de 2014

Depois acrescentou: «Em verdade vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando foi fechado o céu durante três anos e seis meses e houve uma grande fome por toda a terra; e a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma mulher viúva de Sarepta, do território de Sidónia. Muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi curado, senão o sírio Naaman». Todos os que estavam na sinagoga, ouvindo isto, encheram-se de ira. Levantaram-se, lançaram-n'O fora da cidade, e conduziram-n'O até ao cume do monte sobre o qual estava edificada a cidade, para O precipitarem. Mas, passando no meio deles, retirou-Se. 

Lc 4, 24-30