quarta-feira, 12 de março de 2014

Morreu D. José Policarpo (1936-2014)

Santa Missa de despedida da Diocese de Lisboa em 29.06.2013
Pensador e académico com vasta obra publicada, D. José Policarpo morreu hoje aos 78 anos. Foi Cardeal Patriarca de Lisboa durante 15 anos. Faleceu às 19h50 no Hospital de Santos, em Lisboa, vítima de um aneurisma na aorta.
O Patriarca D. Manuel Clemente diz que “mantém-se viva a feliz memória do seu trabalho e do muito que a Igreja de Lisboa e a Igreja em Portugal deve à sua generosidade e à sua lucidez, à sua grande bondade com que exerceu o seu Ministério.

As exéquias serão na próxima sexta-feira pelas 16 horas na Sé de Lisboa, seguindo depois para São Vicente de Fora, o panteão dos Patriarcas.

D. José Policarpo cresceu no seio de uma família numerosa, com oito irmãos, e descobriu a vocação no dia em que foi crismado.

“A recordação mais antiga que tenho do desejo de ir para o seminário é o do dia do meu Crisma”, recordava D. José Policarpo numa entrevista concedida ao jornal “Voz da Verdade”, em Outubro de 2011.

Tinha como sonho ser o padre da aldeia, mas a Igreja chamou-o sempre para outras funções.
Foi nomeado bispo auxiliar de Lisboa a 26 de Maio de 1978, recebeu a Ordenação Episcopal a 29 de Junho do mesmo ano e, em Março de 1997, tornou-se arcebispo coadjutor do Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, a quem sucedeu como Patriarca a 24 de Março de 1998.

Natural da pequena aldeia do Pego, na freguesia de Alvorninha, concelho das Caldas da Rainha, José da Cruz Policarpo cresceu no seio de “uma família cristã muito piedosa”, como o próprio refere, e acabaria por entrar para o seminário de Santarém.

Passou, depois, pelo seminário de Almada, um tempo que recorda com saudade e boa disposição: “Tive dois cargos no seminário de Almada. Um deles era ser o encarregado da loja onde a rapaziada comprava as coisas. Depois, fui encarregado do laboratório. Tinha a chave e ia para o laboratório sempre que quisesse! Uma vez, ia lá ficando, porque me pus a fazer uma experiência por minha conta e risco e apanhei um choque enorme”.

Formou-se em Filosofia e Teologia, no seminário maior do Cristo-Rei, dos Olivais, e passou por Roma e pela Pontifícia Universidade Gregoriana, antes de regressar a Portugal, para ocupar vários cargos na Universidade Católica, desde docente a director da Faculdade de Teologia e, até, a reitor da Universidade, tendo deixado o cargo em 1996.

“Temos de corrigir a rota”

Enquanto Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo nunca deixou de ter um olhar crítico para com o país e a sociedade que o rodeava.

“Estamos num tempo em que isto já não vai lá com lutas sectoriais e soluções parciais”, afirmou em Dezembro de 2009. “Estamos num tempo em que o grande desafio é de correcção de rota em termos de civilização”, acrescentou.

A preocupação com as famílias e a justiça social também foi sempre uma constante. Na abertura de uma conferência episcopal em Fátima, em 2011, afirmou: “A solidariedade exige a equidade dos sacrifícios que se pedem, dos contributos que se esperam de cada pessoa ou de cada grupo social”.

Os problemas que a própria Igreja atravessou nos últimos anos, como os casos de pedofilia, também não foram indiferentes ao seu discurso e foram abordados com frontalidade.

Durante o seu mandato, a sociedade portuguesa passou por profundas transformações e, por várias ocasiões, Igreja e Patriarca opuseram-se às decisões políticas. São exemplos a liberalização do aborto e aprovação do casamento homossexual.

Momentos polémicos

Foram vários os momentos polémicos de D. José Policarpo. Uma das suas declarações irritou, em particular, a comunidade muçulmana.

“Cautela com os amores. Pensem duas vezes antes de casar com um muçulmano. Pensem muito seriamente. É meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam”, afirmou em Janeiro de 2009, num debate ocorrido na Figueira da Foz.

Em Outubro de 2012, em pleno clima de contestação social no país, criticou os protestos, afirmando que não se resolve nada protestando nas ruas. “Estes problemas foram criados ao longo e muito tempo, por nós e por quem nos governou”, defendeu.

Dois Papas em 15 anos

Enquanto Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo recebeu duas visitas papais. João Paulo II veio a Portugal no ano 2000 e, dez anos depois, foi a vez de Bento XVI.

Enquanto cardeal participou no conclave que elegeu Bento XVI, em 2005, e, em 2013, na eleição do Papa Francisco, que tinha sido feito cardeal por João Paulo II no mesmo consistório que D. José Policarpo (a 21 de Janeiro de 2001).

Durante o seu mandato Lisboa acolheu também, em 2005, o Congresso Internacional para a Nova Evangelização, que levou milhares de pessoas às ruas da cidade. Uma oportunidade para debater os novos desafios lançados à Igreja, mas também o que é necessário mudar para que se adapte aos tempos actuais.

A vontade de estar perto das pessoas levou o Patriarcado de Lisboa a abrir-se às novas tecnologias e, em 2011, foi lançado um novo portal na Internet.

No mesmo ano, D. José Policarpo assinalou 50 anos de sacerdócio. Uma das várias iniciativas que marcou a data foi a publicação de um livro sobre os seus pensamentos. “Atraídos pelo infinito” conta com textos de D. Manuel Clemente, que agora lhe sucede como Patriarca de Lisboa.

Pedido de resignação

Por essa altura, já o Cardeal Patriarca tinha apresentado a resignação ao Papa, por ter atingido o limite de idade de 75 anos. Fê-lo oficialmente numa carta dirigida a Bento XVI a 17 de Fevereiro, mas Bento XVI pediu-lhe que prolongasse o seu ministério “por mais dois anos”.

D. José Policarpo acabaria assim por ficar até à resignação do próprio Bento XVI – notícia que, confessou na altura aos microfones da Renascença, também o apanhou de surpresa.

Foi já depois da eleição do Papa Francisco que a sua resignação foi aceite, a 18 de Maio de 2013. O Papa nomeou para o cargo de patriarca D. Manuel Clemente, até à data bispo do Porto.

Terminada a missão como Patriarca de Lisboa, fica a memória de um dos vários convites à acção que fez durante o mandato: “Convido-vos a todos, a partir do nosso bairro, a sermos verdadeiramente cidadãos activos deste mundo novo que queremos construir”, afirmou numa conferência intitulada “Portugal, o país que queremos ser”, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

(Fonte: Rádio Renascença online)

As doze "fraquezas" de Francisco (só imagem)

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Os pobres, as crianças, os doentes, as famílias, os jovens, os idosos, o “mate” (chá), a Virgem Maria, Bento XVI, o futebol, a Argentina e as pessoas.

D. Gerhard Müller: a pastoral do matrimónio deve fundar-se na verdade, e não apenas na consciência do indivíduo. (agradecimento ‘É o Carteiro!’)


Perguntas: responsabilidade de "É o Carteiro!"

Anotações teológico-morais

41- É inevitável ter que voltar ao concreto. Se é verdade aquela ideia do Papa Francisco "quem somos nós para julgar os outros?", não deveria ser imperativo deixar aos divorciados recasados a decisão de comungar ou não?
Com sempre maior frequência é sugerido que a decisão de receber ou não a Comunhão eucarística deveria ser deixada à consciência pessoal dos divorciados recasados.
Este assunto, que se baseia num conceito problemático de «consciência», já foi rejeitado na carta da Congregação de 1994.
Certamente, em cada celebração da Missa os fiéis são obrigados a respeitar na sua consciência se é possível receber a Comunhão, possibilidade à qual a existência de um pecado grave não confessado se opõe sempre.
Por conseguinte, eles têm a obrigação de formar a própria consciência e de tender para a verdade; para esta finalidade podem ouvir na obediência o magistério da Igreja, que os ajuda «a não se desviarem da verdade acerca do bem do homem, mas, sobretudo nas questões mais difíceis, a alcançar com segurança a verdade e a permanecer nela» (João Paulo II, Carta encíclica Veritatis splendor, 64).

42- Imaginemos, de novo, que um fiel, com o desejo de se submeter à verdade acerca do bem, atinge a convicção de que o seu matrimónio anterior não foi válido. Pode decidir comungar?
Se os divorciados recasados estão subjectivamente na convicção de consciência que o precedente matrimónio não era válido, isto deve ser objectivamente demonstrado pela competente autoridade judiciária em matéria matrimonial.
O matrimónio não diz respeito só à relação entre duas pessoas e Deus, mas é também uma realidade da Igreja, um sacramento, sobre cuja validade não só o indivíduo para si mesmo, mas a Igreja, na qual ele mediante a fé e o Baptismo está incorporado, deve decidir.
«Se o matrimónio precedente de fiéis divorciados recasados era válido, a sua nova união não pode ser considerada de modo algum lícita, pelo facto de que a recepção dos Sacramentos não pode estar baseada em razões interiores. A consciência do indivíduo está vinculada sem excepções a esta norma» (Card. Joseph Ratzinger, A pastoral do matrimónio deve fundar-se na verdade, L'Osservatore Romano, edição italiana de 30 de Novembro de 2011, pp. 4-5).

43- Na aplicação das leis, a Igreja deve reger-se pela atenção ao caso concreto. Isso não deveria permitir ter outro tipo de consideração para com quem está de boa fé e estavelmente orientado para o bem?
Também a doutrina da «epiqueia», segundo a qual uma lei é válida em termos gerais, mas nem sempre a acção humana lhe pode corresponder totalmente, não pode ser aplicada neste caso, porque a indissolubilidade do matrimónio sacramental é uma norma de direito divino, que por conseguinte não está na disponibilidade da autoridade da Igreja.
Contudo, ela tem o pleno poder – na linha do privilégio paulino – de esclarecer quais condições devem ser satisfeitas antes de poder definir um matrimónio indissolúvel segundo o sentido que Jesus lhe atribuiu.
Sobre esta base, a Igreja estabeleceu os impedimentos para o matrimónio que são motivo de nulidade matrimonial e preparou um pormenorizado procedimento processual.

Amor

Capela do Santíssimo - Torreciudad
Tenho um amor
Que vive no Céu
Amor que é de todos
E também é meu.
Tenho um amor
Que vive no Céu
E eu quero ir viver
para junto do meu amor
Desse grande amor meu.

Quero morrer se preciso for
Para ir ter com o meu amor.

Amor tão grande este meu
Que é de todos
E a todos se deu.

O meu amor
Vive no Céu!

ama, 2013.03.12

«O jejum que Me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente» (Is 58,6)

Afraates (?-c. 345), monge, bispo perto de Mossul 
Exposições, nº 3 «Sobre o jejum»; SC 349


Os ninivitas jejuaram um jejum puro quando Jonas lhes pregou a conversão. […] Eis o que está escrito: «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho e, arrependendo-Se do mal que tinha resolvido fazer-lhes, não lho fez» (Jn 3,10). Não se diz: «Ele viu a abstinência de pão e água, com saco e na cinza», mas: «Deus viu as suas obras, como se convertiam do seu mau caminho». Pois o rei de Nínive tinha falado e dito: «Converta-se cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos» (v. 8). Foi um jejum puro e foi aceite. […]   

Pois, meu amigo, quando se jejua, a melhor abstinência é sempre a da maldade. É melhor que a abstinência de pão e água, melhor que o jejum «em que o homem se mortifica, curva a cabeça como um junco, deita-se sobre saco e cinza», como diz Isaías (58,5). Com efeito, quando o homem se abstém de pão, de água ou de qualquer outra comida, quando se cobre de saco e de cinza e se aflige, é amado, é belo aos olhos de Deus e é acolhido. Mas o que mais agrada a Deus é «libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas» (v. 6). Então, desse homem, diz-se: «a tua luz surgirá como a aurora. […] A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti. […] Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis» (v. 8-11). Ele não será como os hipócritas «que mostram um ar sombrio e desfiguram o rosto» (cf. Mt 6,16), para mostrar aos outros que jejuam.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 12 de março de 2014

Concorrendo as multidões, começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas. Porque, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem será um sinal para esta geração. A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo contra os homens desta geração, e condená-los-á, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está Quem é mais do que Salomão. Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo contra esta geração, e condená-la-ão, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas; e aqui está Quem é mais do que Jonas!

Lc 11, 29-32