É necessário um encontro quotidiano com o Senhor

É sendo discípulo e não estudioso, que se conhece Jesus”, disse na manhã dessa quinta-feira, 20, o Papa Francisco na homilia da missa celebrada na Casa Santa Marta. “Todo dia – explicou – Cristo nos pergunta quem Ele é para nós, mas podemos responder somente seguindo-O”.

“Para responder a esta pergunta, que todos sentimos em nosso coração, – ‘Quem é Jesus para nós’ – não é suficiente o que aprendemos no catecismo. É importante, sim, estudá-lo, mas não é suficiente. Para conhecer Jesus, é necessário fazer o caminho feito por Pedro: depois da humilhação, Pedro continuou com Jesus, viu seus milagres, viu seu poder; pagou os impostos como lhe disse Jesus, pescou um peixe, pegou-lhe a moeda da boca, viu muitos milagres como este. Mas a um certo ponto, Pedro renegou Jesus, o traiu e aprendeu a difícil ciência – a sabedoria – das lágrimas, do pranto”.

Pedro pede perdão a Jesus e não obstante isso, depois da Ressurreição, é questionado três vezes a propósito de seu amor, às margens do Lago Tiberíades.

“A primeira pergunta: ‘Quem sou eu para Vós?’ pode ser entendida somente depois de um longo caminho, de graça e de pecado – um caminho como discípulo. A seus Apóstolos e a Pedro, Jesus não disse ‘Conheçam-me!’, mas ‘Sigam-me!’. É este ‘seguir’ que nos faz conhecer Jesus; com nossas virtudes, com nossos pecados, mas segui-Lo sempre”.

“É necessário – insistiu Francisco – um encontro quotidiano com o Senhor, todos os dias, com nossas vitórias e nossas fraquezas”. Mas – acrescentou – “é um caminho que não podemos percorrer sozinhos. Precisamos da ação do Espírito Santo”:
“Conhecer Jesus é um dom do Pai; é Ele que nos faz conhecer Jesus; é um trabalho do Espírito Santo, que é um grande trabalhador. Não é um sindicalista, ele explica o mistério de Jesus e nos dá o sentido de Cristo. Olhemos Jesus, Pedro e os Apóstolos, e ponhamos em nosso coração esta pergunta: Quem sou eu para Vós? E como discípulos, peçamos ao Pai que nos faça conhecer Cristo no Espírito Santo, que nos explique este mistério”.

(Fonte: 'news.va' com adaptação de pormenor)

Papa Francisco na abertura do Consistório esta manhã

Amados Irmãos,

Saúdo-vos cordialmente e, convosco, agradeço ao Senhor que nos proporciona estes dias de encontro e trabalho em comum. Damos as boas-vindas de forma particular aos Irmãos que vão ser criados Cardeais, no Sábado, e acompanhamo-los com a oração e a estima fraterna. Nestes dias, reflectiremos especialmente sobre a família, que é a célula fundamental da sociedade humana. Desde o início, o Criador colocou a sua bênção sobre o homem e a mulher, para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra; e assim a família torna presente, no mundo, como que o reflexo de Deus, Uno e Trino.

A nossa reflexão terá sempre presente a beleza da família e do matrimónio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, feita de alegrias e esperanças, de fadigas e sofrimentos, como o é toda a vida. Procuraremos aprofundar a teologia da família e a pastoral que devemos implementar nas condições actuais. Façamo-lo com profundidade e sem cairmos na casuística, porque esta limitaria, inevitavelmente, o nível do nosso trabalho. Hoje, a família é desprezada, é maltratada, pelo que nos é pedido para reconhecermos como é belo, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; reconhecermos como isso é indispensável para a vida do mundo, para o futuro da humanidade. É-nos pedido que ponhamos em evidência o plano luminoso de Deus para a família, e ajudemos os esposos a viverem-no com alegria ao longo dos seus dias, acompanhando-os no meio de tantas dificuldades.

Agradecemos ao Cardeal Walter Kasper a preciosa contribuição que nos oferece com a sua introdução.

Obrigado a todos! Bom trabalho!

Um Cardeal que me marcou há alguns anos

O Cardeal Arcebispo Emérito de Florença, D. Silvano Piovanelli, que amanhã completará 90 anos, quando o conheci, há mais de 20 anos, aquando de uma sua peregrinação ao Santuário de Fátima, impressionou-me pela sua simplicidade e vontade de estar junto dos seus diocesanos que o acompanhavam. De cara e sorriso afável, declinou o carro que lhe havia sido destinado para poder andar nos diversos autocarros conjuntamente com as suas ovelhas, mas sobretudo o seu sorriso transmitia uma enorme paz, tranquilidade e simpatia.

Peço a Deus que o conserve e lhe dê um ocaso da vida com a mesma paz e tranquilidade que ele me transmitiu.

JPR

D. Gerhard Müller: nos primeiros 8 séculos houve divórcio na Igreja? (agradecimento ‘É o Carteiro!’)


Perguntas: responsabilidade de "É o Carteiro!"

O testemunho da tradição da Igreja

9- É possível saber o que é que, na Igreja dos inícios, os cristãos pensavam – e qual era a posição eclesiástica – sobre o divórcio?
Os Padres da Igreja e os Concílios constituem sucessivamente um importante testemunho para o desenvolvimento da posição eclesiástica.
Segundo os Padres as instruções bíblicas são vinculativas.
Eles não admitem as leis civis sobre o divórcio considerando-as incompatíveis com o pedido de Jesus.
A Igreja dos Padres, em obediência ao Evangelho, rejeita o divórcio e o segundo matrimónio, em relação a esta questão o testemunho dos Padres é inequívoco.

10- Vamos ser mais concretos: nos primeiros 7 ou 8 séculos da nossa era, como era a prática na Igreja?
Na época patrística [nota do editor: os primeiros 8 séculos da nossa era] os crentes separados que se tinham voltado a casar civilmente não eram readmitidos aos sacramentos nem sequer depois de um período de penitência.
Alguns textos patrísticos deixam entender que os abusos nem sempre eram rigorosamente rejeitados e que por vezes foram procuradas soluções pastorais para raríssimos casos-limite.

Mais tarde nalgumas zonas, sobretudo por causa da crescente interdependência entre Igreja e Estado, chegou-se a compromissos maiores.

«Começou, depois, a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito»

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol 
Escritos espirituais 07/04/1938


Jesus bendito, que me ensinaram os homens que Tu não me tenhas ensinado na Tua cruz? Ontem vi claramente que só aprendemos acorrendo a Ti e só Tu nos dás forças nas provas e tentações; que somente ao pé da tua cruz, vendo-Te pregado a ela, aprendemos o perdão, a humildade, a caridade, a bondade. Não Te esqueças de mim, Senhor; olha para mim, prostrado na tua frente, e concede-me o que Te peço. Depois, que venham os desprezos, que venham as humilhações […], que me importa! Contigo a meu lado tudo posso. A lição prodigiosa, admirável, inexprimível que me dás com a tua cruz dá-me forças para tudo.

Cuspiram-Te, insultaram-Te, flagelaram-Te, pregaram-Te a uma cruz e, sendo Tu Deus, perdoaste, calaste-Te humildemente e ofereceste-Te a Ti próprio. Que posso dizer da tua Paixão? É melhor não dizer nada e que, no fundo do meu coração, medite no que o homem nunca poderá chegar a compreender; que me contente com amar profundamente, apaixonadamente, o mistério da tua Paixão. […]

Que doce é a cruz de Jesus! Que doce é sofrer perdoando! [...] Como não ficar louco? Ele mostra-me o seu coração aberto aos homens e por eles desprezado. Onde já se viu e quem alguma vez sonhou suportar tamanha dor? Como vivemos bem no coração de Cristo!

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 20 de fevereiro de 2014

Saiu Jesus com os Seus discípulos pelas aldeias de Cesareia de Filipe. Pelo caminho, interrogou os discípulos: «Quem dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam-Lhe: «Uns dizem que João Baptista, outros que Elias, e outros que algum dos profetas». Então perguntou-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Pedro respondeu: «Tu és o Cristo». Então Jesus ordenou-lhes severamente que não dissessem isto d'Ele a ninguém. E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem padecesse muito, que fosse rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas, que fosse morto, e que ressuscitasse depois de três dias. E falava destas coisas claramente. Pedro, tomando-O à parte, começou a repreendê-l'O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os Seus discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Retira-te daqui, Satanás, que não aprecias as coisas de Deus, mas sim as dos homens». 

Mc 8, 27-33