O Catecismo da Igreja Católica ensina que «toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de S. Pedro e dos Apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é “enviada” a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio» [8]. Portanto, ninguém deve pensar que o encargo recebido pelos Doze antes da Ascensão de Jesus Cristo aos Céus compete apenas aos ministros sagrados. Na Igreja há diversidade de ministérios, mas um só é o fim: a santificação dos homens. Nesta tarefa participam de algum modo todos os cristãos, pelo caráter recebido com os Sacramentos do Batismo e da Confirmação. Todos temos de nos sentir responsáveis por essa missão da Igreja, que é a missão de Cristo. Quem não tem zelo pela salvação das almas, quem não procura com todas as suas forças que o nome e a doutrina de Cristo sejam conhecidos e amados, não compreende a apostolicidade da Igreja [9].
Durante estes seus primeiros meses de Pastor universal, o Papa Francisco não se cansa de recordar a todos os cristãos este feliz encargo. De uma forma e de outra, convida cada um a perguntar-se: como vivemos o nosso ser Igreja? Somos pedras vivas ou, por assim dizer, pedras cansadas, entediadas, indiferentes? Já vistes como é desagradável ver um cristão cansado, entediado e indiferente? Um cristão assim não está bem, o cristão deve ser vivo, sentir-se feliz por ser cristão; deve viver esta beleza de fazer parte do Povo de Deus, que é a Igreja. Abrimo-nos à ação do Espírito Santo (…), ou fechamo-nos em nós mesmos, dizendo: «Tenho muitas coisas para fazer, isto não é tarefa que me compete»? [10]. E recentemente, ao concluir as Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro, lançou o mesmo chamamento, com especial insistência nos jovens, quando resumia a sua mensagem em três palavras: Ide, sem medo, para servir. E explicava: Mas, atenção! Jesus não disse: se quiserem, se tiverem tempo, vão; mas disse: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações». Partilhar a experiência da fé, testemunhar a fé, anunciar o Evangelho é o mandato que o Senhor confia a toda a Igreja, também a ti. É uma ordem, sim; mas que não nasce da vontade de domínio, da vontade de poder. Nasce da força do amor, do facto de Jesus ter vindo antes para junto de nós e (…) deu-se-nos Ele próprio totalmente, deu a Sua vida para nos salvar [11].
[8]. Catecismo da Igreja Católica, n. 863.
[9]. S. Josemaria, Homilia Lealdade à Igreja, n. 15, 4-VI-1972.
[10]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 26-VI-2013.
[11]. Papa Francisco, Homilia na Missa de encerramento das Jornadas Mundiais da Juventude, 28-VII-2013.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de setembro de 2013)
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