quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora

Por ocasião desta solenidade, convido-vos a meditar e a pôr em prática, seguindo os ensinamentos do Santo Padre e à luz do exemplo de S. Josemaria, algumas consequências que podemos descobrir ao contemplar esta cena.

O autor da epístola aos Hebreus recorda que o local mais importante do antigo templo de Jerusalém, o Santo dos Santos, continha um altar de incenso, de oiro, e a arca da Aliança, coberta de oiro por todos os lados, na qual estava uma ânfora de oiro com o maná, a vara de Aarão, que germinou, e as tábuas da Aliança [4]. Detenhamo-nos na figura da arca, símbolo de Maria. O facto de se encontrar no lugar mais sagrado do templo fala­‑nos já da especial proximidade e intimidade da Virgem com Deus: mais do que tu, só Deus! [5], exclamamos gozosamente e sentindo essa necessidade, unidos a S. Josemaria. As tábuas da lei, que Deus entregou a Moisés, manifestavam a vontade divina de manter a aliança com o seu povo, se este permanecesse fiel ao seu pacto. A Sagrada Escritura narra como, apesar dos cuidados do Senhor, Israel foi repetidamente infiel. A Santíssima Virgem não foi assim, pois como o Papa recalca, Maria é a arca da aliança, porque acolheu em si mesma Jesus; recebeu em si a Palavra viva, todo o conteúdo da vontade de Deus, da verdade de Deus; acolheu em si Aquele que constitui a nova e eterna aliança, culminada com a oferenda do seu corpo e do seu sangue: corpo e sangue recebidos de Maria [6].

Aqui descobrimos uma primeira lição da nossa Mãe, que desejamos assimilar mais profundamente para a praticar o convite a procurar diariamente a união mais plena possível com a Vontade santa de Deus, nos momentos agradáveis e especialmente nos que são incómodos e exigem sacrifício. A fidelidade ao querer divino nas circunstâncias custosas será a prova mais clara da retidão das nossas intenções e da firmeza dos nossos desejos de seguir Jesus de perto. Não vos vêm à memória aquelas palavras de S. Josemaria numa oração ao Espírito Santo? : quero o que quiseres, quero porque queres, quero como quiseres, quero quando quiseres... [7].

[4]. Hb 9, 4.
[5]. S. Josemaria, Caminho, n. 496.
[6]. Bento XVI, Homilia na Solenidade da Assunção, 15-VIII-2011.
[7]. S. Josemaria, Manuscrito autógrafo, abril de 1934.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta de mês de agosto de 2012)

O Evangelho do dia 15 de agosto de 2013 - Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria

Naqueles dias, levantando-se Maria, foi com pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, logo que Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo; e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre. Donde a mim esta dita, que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Porque, logo que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, o menino saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que acreditou, porque se hão-de cumprir as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor». Então Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade da Sua serva. Portanto, eis que, de hoje em diante, todas as gerações me chamarão ditosa, porque o Todo-poderoso fez em mim grandes coisas. O Seu nome é Santo, e a Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, dispersou os homens de coração soberbo. Depôs do trono os poderosos, elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e aos ricos despediu de mãos vazias. Tomou cuidado de Israel, Seu servo, lembrado da Sua misericórdia; conforme tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou com Isabel cerca de três meses; depois voltou para sua casa.

Lc 1, 39-56

DÁS-ME A MÃO, MÃE?

Dás-me a mão,
Mãe?

Sabes que sou grande de estatura,
mas sinto-me tão fraco e pobre,
para fazer a vontade
do teu Filho muito amado!

Dás-me a mão,
Mãe?

Tenho medo de cair,
de me arrastar pelo chão,
fraco no meu querer,
seguir em tudo Jesus,
e de nunca conseguir,
dizer o sim
que Tu disseste!

Dás-me a mão,
Mãe?

Tenho um rio pela frente,
de águas fundas e caudalosas,
inundadas de pecado,
que não me deixa seguir,
que não me deixa viver,
o caminho do crucificado!

Dás-me a mão,
Mãe?

Tu tens os braços compridos,
que chegam aqui à terra.
Puxa-me então para o Céu,
mesmo eu vivendo aqui,
puxa-me para junto de Ti,
porque onde Tu estás,
está Ele!

Dás-me a mão,
Mãe?

De tão indigno que sou,
nem levanto os olhos para Ele.
Diz-lhe Tu, Mãe,
que eu O amo,
que Lhe quero pertencer,
que apenas Lhe quero dizer:
Senhor, meu Deus,
aqui estou!

Monte Real, 14 de Agosto de 2012

Joaquim Mexia Alves
Meditando na Festa da Assunção da Virgem Santa Maria

Amar

«É bom poder amar na terra como se ama no céu, e aprendermos a amar neste mundo como havemos de fazer eternamente no outro. Aqui não me refiro ao simples amor de caridade, porque temos que ter este amor por todos os homens; refiro-me à amizade espiritual, no âmbito da qual duas, três ou mais pessoas permutam entre si a devoção e os afectos espirituais, tornando-se realmente um só espírito»

(S. Francisco de Sales - Introdução à vida devota, III, 19)

O Evangelho do dia 14 de agosto de 2013

Se teu irmão pecar contra ti, vai e corrige-o entre ti e ele só. Se te ouvir, ganhaste o teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que pela palavra de duas ou três testemunhas se decida toda a questão. Se não as ouvir, di-lo à Igreja. Se não ouvir a Igreja considera-o como um gentio e um publicano. «Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu; e tudo o que desligardes sobre a terra, será desligado no céu. «Ainda vos digo que, se dois de vós se unirem entre si sobre a terra a pedir qualquer coisa, esta lhes será concedida por Meu Pai que está nos céus. Porque onde se acham dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles».

Mt 18, 15-20