segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Amar a Cristo...

Amado Jesus, hoje gostaríamos de salientar aqueles momentos em que vimos o devido reconhecimento por parte de desportistas, músicos, homens e mulheres das letras e das artes e outros, terem, claras expressões e gestos de oferecimento a Ti e à Virgem Maria em total reconhecimento que sem Vós, sobretudo a Ti, ao Pai e ao Divino Espírito Santo, que sois um só Deus, nada teria sido alcançado. São ainda poucos, mas sabemos que contas com a nossa oração e ação para trazermos mais para o Teu redil.

Obrigado Meu Deus e Meu Senhor por toda a Tua criação!

JPR

Pedra de tropeço

Há cinco meses o mundo não sabia quem era Jorge Mario Bergoglio SJ; desde 13 de Março corre literalmente atrás do Papa Francisco. Há quase um concurso global para encontrar gestos inesperados e atitudes inovadoras do recém Sumo Pontífice.
A personalidade cativante de Francisco tem traços únicos, que o mundo e a Igreja ainda não compreenderam totalmente. Mas a unanimidade à volta deste carácter encantador é, pelo menos por enquanto, quase total. Ouvem-se muitos perguntar se ele é mesmo genuíno, ou se se trata de uma pose, pois parece bom demais para acreditar. Tanto os testemunhos dos íntimos como a experiência crescente destes meses indicam claramente que ele é exactamente como se vê: um grande homem de Deus, límpido, sábio, transparente. Isso leva todos os que se cruzam com ele a esperar muito do seu pontificado.
Aqui termina o consenso. Se sobre a pessoa do Papa há acordo quase geral, variam muito as deduções que daí se tiram. Tão diferentes são os palpites que as apreciações mediáticas tornam-se quase hilariantes. Sobretudo porque muitos, no seu ingénuo entusiasmo pelo deslumbrante Papa Francisco, se esquecem de quem ele é, de onde veio, onde está, para onde vai. Isto significa que, como é habitual nas discussões sobre a Igreja, o que se diz revela menos do tema em análise do que sobre o coração de quem fala.
As causas dos mal-entendidos variam. Alguns, mais infantis, são incapazes de louvar alguém sem criticar os demais. Ele é bom; o resto é horrível. Assim a admiração por Bergoglio torna-se pretexto para atacar a Igreja que ele ama. Aliás até esquecem como o deslumbramento actual é paralelo à espantosa surpresa de 1978 com João Paulo II, 1958 com João XXIII, 1939 com Pio XII, e tantos outros. As épocas diferem e as personagens variam, mas fascínio no início de um pontificado é habitual.
Outra razão é mais profunda: o cativante Jorge Bergoglio é Papa e portanto líder da Igreja Católica. Como todos gostam dele, cada um acha que ele fará aquilo que essa pessoa pensa ser necessário para a Igreja. Ora essas opiniões são legião.
A principal fonte de enganos vem de uma ideia básica, central, nem sempre assumida, que constitui uma negação profunda da própria natureza da Fé. Muitos estão convencidos que, se a Igreja quiser ter sucesso ou até sobreviver, tem de ser aceite pelo mundo. No fundo acham que as suas ideologias e preferências, preconceitos e instituições constituem a referência central de julgamento. A cada passo se ouvem apelos para que a Igreja se adapte aos tempos modernos. Depois de tudo o que se mudou nos últimos 50 anos em métodos e procedimentos, isso só pode significar que ela deixe de ser o que é, passando à irrelevância.
Porque quando a Igreja disser o mesmo que a multidão, opinião pública ou élite pensante, torna-se desnecessária. Para que serve uma doutrina que pactue ou tolere injustiças, abortos, interesses, adultérios, ficções, libertinagem, abusos? Por que razão quereríamos uma Igreja igual à RTP, PSD, UGT ou ONU? Os crentes querem ser, não populares, mas fiéis.
Ao longo dos séculos, após a evaporação do fascínio momentâneo com novos pontificados, os cristãos sempre foram criticados, vivendo em choque permanente com a sociedade da época. As razões variam; o conflito fica. Curiosamente, as gerações seguintes costumavam concordar com aquilo que os católicos contestaram nos seus antepassados, enquanto arranjavam novas razões de oposição. As censuras eclesiais duradouras referem-se aos momentos em que a Igreja esteve demasiado próxima de certos regimes. Precisamente aquilo que o dito axioma quer fazer com a cultura actual.
Quem considera a Igreja ou o Papa deve saber que eles pertencem a Deus. Neste mundo de pecado, a divindade choca sempre. Não é Deus que se adapta ao mundo, mas o mundo que anseia por Deus. Como dizia S. Paulo, citando o profeta Isaías, "Reparai que ponho em Sião uma pedra de tropeço, uma rocha de escândalo, e só quem nela acreditar não ficará frustrado" (Rm 9, 33, cf. Is 28,16). Uma pedra em cruz.

Mandela, o outro

Não, não se trata do ex-presidente da África do Sul e Nobel da paz. Este Mandela, aliás Zico, é um cão. Um herói, como o Rim-Tim-Tim ou a Lassie?! Cães houve que, de facto, salvaram vidas, mas este é especial pelas piores razões: matou, em Beja, uma criança de 18 meses.

Dirão alguns que não há cães assassinos, porque o crime pressupõe a culpa, ou seja, consciência e vontade. É verdade, mas também se diz assassina a bala que mata um inocente, mesmo sendo mais inconsciente e involuntária do que um pitbull. Pretende-se agora reeducar o Zico, mas como poderá vir a ser bom um animal que, segundo os seus defensores, nunca foi mau?! Basta mudar-lhe o nome?!

Estranho modo de honrar um louvável líder pacifista! Se não é honroso para ninguém ter um animal com o seu nome, muito menos será ter um cão homicida como homónimo. Pretender-se-á, assim, homenagear o passado terrorista do outro Mandela?!

Entre os 77 794 signatários da petição contra o abate do pitbull haverá, decerto, boa gente, mas também quem se escandalize com esta indignação, sincera e dolorosa. Não importa, porque mais deve pesar, na consciência cívica, o valor inestimável da vida de uma criança. Não importa que ladre e morda uma malta enraivecida porque, em termos éticos, só há uma atitude digna: a defesa da dignidade e do valor da vida humana. Ainda que o preço a pagar seja o de ser tido, ao contrário de Zico, aliás Mandela, por um alvo a abater ou, como ele, a reeducar.

Infelizmente, este grito é tudo o que resta fazer por um bebé que um cão matou impunemente. Infelizmente, ante tamanho desrespeito por essa vida humana, esta é a única homenagem que se pode prestar aos seus pais, no mais profundo respeito pela sua imensa dor.

Gonçalo Portocarrero de Almada in 'i' http://www.ionline.pt/iOpiniao/mandela-outro

Com a sua Paixão, Cristo pagou por nós as nossas dívidas

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Comentário ao Salmo 48, 14-15 (trad. Breviário, Ofício de Leitura sábado da XX semana, rev.)


Como pode ainda um homem considerar o próprio sangue como preço suficiente para a sua redenção, depois de Cristo ter derramado o seu sangue pela redenção de todos? Haverá alguém cujo sangue se possa comparar ao sangue de Cristo [...], Ele que pelo seu sangue reconciliou o mundo com Deus? Que vítima melhor poderá haver? Que sacrifício poderá ser mais precioso? Que advogado poderá ser mais eficaz do que Aquele que Se tornou propiciação pelos pecados de todos os homens e deu a sua vida como redenção por todos nós?

O que se exige, portanto, não é a propiciação ou o resgate que pode oferecer cada um de nós, porque o preço de todos é o sangue de Cristo, pelo qual o Senhor Jesus nos remiu e reconciliou com o Pai; e levou com afã o seu labor até ao fim, tomando sobre Si a nossa própria fadiga. Por isso nos diz: «Vinde a Mim, todos vós que andais sobrecarregados e oprimidos, e Eu vos aliviarei» (Mt 11,28). [...] Com efeito, nem o homem pode dar seja o que for em expiação pela sua redenção uma vez que ficou livre do pecado de uma vez por todas pelo sangue de Cristo, nem o homem é por isso mesmo dispensado do sofrimento que possa suportar na observância dos preceitos de vida eterna e em quaisquer esforços para não se desviar dos mandamentos do Senhor. Enquanto viver, será com o seu afã que a sua perseverança deverá contar para alcançar a vida eterna, sob pena de voltar à morte quem já estava salvo das garras da morte.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Os filhos estão isentos»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 

Comentário ao Salmo 48, 14-15; CSEL 64, 368-370

Cristo reconciliou o mundo com Deus; por isso, certamente Ele próprio não teve necessidade de reconciliação. Com efeito, que pecado teria a expiar, se não cometeu pecado algum? Ao reclamarem os judeus as duas dracmas que deviam ser dadas, segundo a Lei, por causa do pecado, Ele disse a Pedro: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos e contribuições? Dos seus filhos, ou dos estranhos?» Pedro respondeu: «Dos estranhos.» Então o Senhor disse: «Então, os filhos estão isentos. No entanto, para não os escandalizarmos, vai ao mar, deita o anzol, apanha o primeiro peixe que nele cair, abre-lhe a boca e encontrarás lá um estáter. Toma-o e dá-lho por Mim e por ti.»

Ele mostra assim que não é por Si próprio que deve expiar os pecados, porque Ele não era escravo do pecado; como Filho de Deus, estava liberto de todo o erro. De facto, o Filho é livre, mas o escravo está sujeito ao pecado. Portanto, Aquele que é inteiramente livre nada tinha de pagar pelo resgate da Sua vida, e o Seu sangue podia redimir, poderosamente, os pecados do mundo inteiro. Podia pois libertar os outros, Esse que nada tem a dever.

Mas irei mais longe. Cristo não é o único a não ter de pagar pela Sua própria redenção ou pela expiação dos Seus pecados; ao consideramos cada homem, é compreensível que nenhum tenha de pagar pela sua expiação pessoal. Porque Cristo expiou por todos, é a redenção de todos.

O Evangelho do dia 12 de agosto de 2013

Enquanto andavam pela Galileia, Jesus disse-lhes: «O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, eles Lhe darão a morte, e ressuscitará ao terceiro dia». Eles entristeceram-se em extremo. Quando entraram em Cafarnaum, chegaram-se a Pedro os que recebiam a didracma, e disseram-lhe: «Vosso Mestre não paga a didracma?». Ele respondeu-lhes: «Sim». Quando Pedro entrou em casa, Jesus adiantou-Se, dizendo: «Que te parece, Simão? De quem recebem os reis da terra o tributo ou o imposto? De seus filhos, ou dos estranhos?». Ele respondeu: «Dos estranhos». Disse-lhe Jesus: «Logo os filhos estão isentos. Todavia, para que não os escandalizemos, vai ao mar e lança o anzol, e o primeiro peixe que vier, toma-o e, abrindo-lhe a boca, acharás dentro um estáter. Toma-o, e dá-lho por Mim e por ti»

Mt 17, 22-27