quinta-feira, 4 de julho de 2013

Amar a Cristo...

Querido Jesus, que o bom exemplo de unidade dados por Pedro e Paulo possa prevalecer na Tua Igreja e naqueles que dela andam afastados.

Amado Jesus, conscientes da nossa simplicidade e com o nosso coração movido pela Fé e procurando ser sempre humildes, não nos refugiamos em argumentos grandiloquentes, Te rogamos que envies o Teu Espírito e ilumines todos os desavindos por uma razão ou outra.

Por Ti Jesus Cristo Nosso Senhor, que sois Deus em unidade com o Pai e o Espírito Santo que de Vós procede!

JPR

Catedral de Aveiro tem novo Órgão de Tubos - Bênção e concerto inaugural a 12 de Julho


O novo Órgão de Tubos da Igreja de Nossa Senhora da Glória que é também Catedral de Aveiro vai ser benzido e inaugurado no dia 12 de Julho. A celebração da bênção começa às 21h30 e será presidida por D. António Francisco, bispo de Aveiro, e o primeiro concerto está a cargo do organista austríaco Elmo Cosentini.

O novo instrumento é constituído por 32 registos, com 1895 tubos, e foi construído pela Pécsi Orgonaépítö Manofaktúra Kft, da Hungria, seleccionada entre várias propostas que chegaram à Paróquia.

Programados estão também vários concertos do Ciclo Inaugural que decorrerão durante o primeiro ano e contarão com a presença de organistas, coros e outros instrumentistas nacionais e estrangeiros.

A celebração de inauguração do novo órgão terá transmissão em directo no canal de TV online da Diocese de Aveiro (http://www.livestream.com/dioceseaveirotv).

Pela Paróquia de Nossa Senhora da Glória

Rua Batalhão Caçadores Dez, nº67
3810-064 Aveiro
telefone: +351 234 422 182 | fax: +351 234 384 535


Este é o maior milagre feito por Jesus: tornar-nos filhos do Pai, na liberdade de filhos

Como todas as manhãs, Papa Francisco presidiu à celebração Eucarística, na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, da qual concelebrou, entre outros, o Cardeal Telephore Placidus Toppo, arcebispo de Ranchi, na Índia.

Na sua breve meditação, sobre a Liturgia do dia, o Santo Padre refletiu, de modo particular, sobre o Evangelho que fala da cura do paralítico. Primeiro, Jesus perdoou os seus pecados. Isso causou indignação dos presentes, pois, para eles, somente Deus poderia perdoar os pecados. Logo, isto para eles era uma blasfémia.

Então, para demonstrar o poder de Filho de Deus, Jesus não só perdoou o paralítico, mas também o curou fisicamente. Portanto, em Jesus, o mundo é reconciliado com Deus: eis o milagre mais profundo. E o Papa explicou:
“Esta reconciliação è a recriação do mundo. Eis a missão mais profunda de Jesus. A redenção de todos nós pecadores! É o que Jesus faz, não apenas com palavras, mas com gestos concretos, com a sua própria carne. Assim, Deus se torna um de nós, para curar os pecadores, a partir do seu interior”.

Jesus, acrescenta o Santo Padre, nos livra do pecado, aliás, ele mesmo” se faz pecado” arcando com os nossos pecados: eis a nova criação, a sua glória, a nossa salvação. Este é o maior milagre feito por Jesus: tornar-nos filhos do Pai, na liberdade de filhos. É por isso que Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho, seus pecados foram perdoados”:
“Esta è a raiz da nossa coragem: somos livres, somos filhos... O Pai me ama e eu amo o Pai. Peçamos ao Senhor a graça de entender bem esta sua obra, o que Deus fez nele: Em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo, confiando-nos a palavra da reconciliação e a graça de levar adiante, com segurança e liberdade de filhos, esta reconciliação”.

Consequentemente, concluiu o Pontífice, somos salvos em Jesus Cristo! E ninguém pode roubar-nos esta “carteira de identidade”. Nosso nome: “filho de Deus”. Estado civil “livre”. Que linda carteira de identidade!

(Fonte: 'news.va')

Vídeo da ocasião em italiano

A CATEQUESE (2)

Com certeza que não se entenda pelo que escrevi no texto anterior, que o ensino da Doutrina não é importante e imprescindível.
Claro que é, porque não se pode amar aquilo que não se conhece, e para se amar Jesus Cristo é preciso conhecer o seu “todo”: o Deus, o Homem, o seu ensinamento, a sua Igreja.

Mas, nas nossas vidas, quando amamos os outros, não só precisamos de os conhecer, (o que são e o que pensam), mas também precisamos de privar com eles, conversando, convivendo, celebrando as datas importantes das suas e nossas vidas em conjunto.
E este viver, este conviver, este celebrar, tem sempre alguma emoção, (somos seres emocionais), pois se assim não fosse, como poderíamos nós expressar o nosso sentir no riso, nas lágrimas, e tantas outras expressões que cada situação contém.
Ora se a emoção sem controle pode ser perniciosa, a vida sem emoção não existe, é vazia e sem sentido.
Por isso é necessário também que desde o início da catequese as crianças sejam levadas a viver a emoção de sentir Deus próximo, que não seja um Deus longe e inacessível, mas um Deus perto, com Quem podemos rir, chorar e sentir que Ele ri e chora connosco.

E o sentir essa emoção do Deus próximo, tem a muito ver com essa oração pessoal, individual e colectiva, feita de palavras nossas, que constituem um diálogo com Deus contando as nossas vidas, as nossas preocupações e as nossas alegrias.
E ao habituarmos as crianças a rezarem, (falarem com Jesus), de quando em vez em frente do sacrário, não só as leva a esse encontro pessoal e intimo com Deus, mas também lhes dá a “dimensão” da presença de Jesus Eucarístico, “dimensão” tão importante para a Missa se “transformar” num encontro com Deus e não numa celebração “seca” como hoje em dia se diz.

Mas para isso, é necessário que nós catequistas tenhamos também essa intimidade com Deus, essa forma de orar dialogando, esse encontro tão pessoal com Jesus, que nos leva a falar d’Ele com paixão, com amor, com testemunho, de tal modo que leve os jovens a perceberem que há um Deus bem real e presente nas nossas vidas.
Com certeza que cada catequista tem a sua espiritualidade, a sua maneira de sentir e viver Deus, mas se por acaso essa vivência não é a de um Deus próximo e presente nas nossas vidas, como podemos nós transmitir a realidade da presença de Deus entre nós e em nós?
Sobretudo, se em casa os pais não são cristãos “activos”, e portanto não o sendo, não são os primeiros catequistas, a criança não terá a mínima ligação com Deus, e se não for levada a “perceber” Deus na sua vida, a catequese transforma-se em mais uma escola, em mais um estudo, em mais uma obrigação, em que é preciso decorar um certo número de coisas, que, ainda por cima, parecem não ter qualquer importância para vida do dia-a-dia.

Para se ser catequista não será, portanto, apenas necessário saber o guia de “fio a pavio”, conhecer muitas dinâmicas, “ter jeito” para ensinar, mas para além disso, ser um cristão de vivência diária da fé que testemunha Cristo na sua vida, nas suas atitudes, nos seus gestos, nos seus sentires, na sua entrega e, sobretudo, confiar que é Ele que transforma, que converte, que dá a graça da fé, servindo-se de nós, seus «servos inúteis».

Reparemos que muitos pais cristãos convictos e empenhados, podendo não saber muito de catequese, são no entanto aqueles que dão aos filhos os seus primeiros contactos com Deus, e fazem-no de tal forma e com tal paixão, (nas orações da noite, junto à cama, às refeições, etc.), que os seus filhos sentem que Deus faz parte das suas vidas, faz parte das suas famílias, e que é o Guia de amor sempre presente, que os conduz em cada momento alegre ou triste, dando-lhes razão de vida e razão de amor, e portanto vai perdurar para sempre nas suas vidas, mesmo que aconteçam afastamentos mais ou menos longos, como a mim aconteceu.

Nota:
Gostaria que estes textos não fossem entendidos como uma qualquer crítica ou “lição”, (para tal não tenho competência), mas sim fruto de uma reflexão pessoal que vou fazendo ao sabor do que vou escrevendo.

Marinha Grande, 3 de Julho de 2013

Joaquim Mexia Alves

«Levanta-te e anda»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 256 para a Páscoa

«E se o Espírito d'Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais» (Rm 8,11). Agora é um corpo humano natural; depois será um corpo espiritual. Pois, «o primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente e o último Adão um espírito que vivifica» (1Cor 15,45). Eis a razão pela qual «Ele dará a vida aos vossos corpos mortais, por causa do Espírito que habita em vós».

Ah! Que feliz aleluia cantaremos então! Que segurança! Já não haverá adversário, nem inimigo; não perderemos nenhum amigo. Aqui na terra cantamos os louvores de Deus no meio das nossas preocupações; no céu, cantá-los-emos numa perfeita tranquilidade. Aqui cantamo-los em face da morte; no céu, teremos uma vida que não acaba. Aqui, na esperança; no céu, na realidade. Aqui, somos viajantes; lá, estaremos na nossa pátria. Cantemos portanto, desde agora, irmãos, não para saborear o repouso, mas para aligeirar o nosso trabalho. Cantemos como o fazem os viajantes. Canta, mas sem parar de caminhar; canta para te reconfortares no meio das fadigas. [...] Canta e caminha!

O que quer dizer caminha? Segue em frente; faz progressos no bem. [...] Vai em frente, caminhando para o bem; avança na fé e na pureza de costumes. Canta e caminha! Não te extravies; não voltes atrás; não fiques parado. Voltemo-nos para o Senhor.

«PEGA NO TEU CATRE E ANDA» por Joaquim Mexia Alves

Evangelho segundo S. Marcos 2, 1-12.

Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaúm e se soube que estava em casa,

Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra.
Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens.
Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico.
Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.»
Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações:
«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?»
Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações?
Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’?
Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados,
Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.»
Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»

No Domingo passado foi-nos dado ler e meditar nesta passagem tão conhecida do Evangelho de São Marcos, que nos é referida também em São Mateus (Mt 9, 1-8), em São Lucas (Lc 5, 17-26) e, de uma forma diferente, em São João (Jo 5, 1-18).

Procurando algo mais do que tudo aquilo que eu já tinha reflectido e meditado nesta passagem, (porque a Palavra de Deus é viva e sempre nova), detive-me no pormenor do “catre”, e no facto de Jesus dizer àquele homem para levar o “catre” consigo.

Em Marcos três vezes é feita menção à ordem de Jesus «pega no teu catre e anda», em Mateus apenas uma vez, em Lucas duas vezes e em João nada menos do que cinco vezes.

Fiquei a meditar no que queria dizer para mim, para a minha vida, este pormenor tantas vezes repetido nestes Evangelhos?

O “catre” significou então para mim, não só os pecados daquele homem, mas também aquilo que o prendia e não o deixava andar, falando espiritualmente, claro.

O “catre” era assim também o passado daquele homem, um passado de pecado e paralisia que não o deixava ser verdadeiramente livre.

Porquê então a necessidade de, depois de curado, levar consigo o “catre” e “andar”?

Deus não quer apagar o nosso passado, nem nós devemos querer apagar o nosso passado, ou tentar fazer que ele deixe de existir.

O nosso passado, com o que teve de bom, mas também com o que teve de mau, faz parte de nós e não o podemos apagar, porque a nossa vida seria então incompleta.
O nosso passado deve então ser vivido como um ensinamento permanente daquilo que fizemos bem e tudo aquilo que devemos evitar porque fizemos mal.
Pela graça de Deus, «os teus pecados estão perdoados», o nosso passado está perdoado, mas não deixa de fazer parte da nossa vida, apenas que, pelo perdão de Deus, já não nos magoa, já nem sequer nos deve envergonhar, mas apenas ser uma memória que nos ensina o que evitar para não voltar a pecar.

Sei, por experiência própria, o que é viver isto mesmo que agora aqui reflicto.

Com efeito, nos muitos anos em que andei afastado de Deus, da Fé, da Igreja, também “ganhei” um “catre”, um pesado “catre”, que não me deixava ser livre, que não me deixava caminhar na vida ao encontro de Deus, o Único que nos dá a vida completa, a «vida em abundância», e que nos faz inteiramente livres.

Durante algum tempo foi muito difícil carregar o “catre”, porque ele pesava muito, e por isso eu queria deixá-lo, queria apagá-lo da minha vida.
E pedi muito a Deus que me ajudasse a esquecê-lo, que me ajudasse a libertar dele, para que me sentisse livre para caminhar.

Até que um dia, em adoração e suplicando mais uma vez a graça de me ver livre do meu “catre”, percebi intimamente, por graça de Deus, que eu só poderia ser livre quando aceitasse o meu “catre” com tudo aquilo que ele tinha de mau, mas aceitando-o com a certeza de que ele já não me poderia pesar, pois Deus no Seu perdão, o tinha aliviado desse peso do pecado.

Mas mais do que isso, teria de o carregar, já não como um peso, mas como um ensinamento de tudo o que deveria evitar na minha vida, para não mais paralisar a minha caminhada.
E mais ainda, que esse “catre” deveria servir também para eu dar testemunho a outros, de como o perdão de Deus é infinito, como o encontro pessoal com Ele muda as nossas vidas, e como não há nada que Deus não perdoe, perante o nosso sincero arrependimento.

Percebi então como era importante aquele homem, nós homens, transportarmos os nossos “catres”: nós somos um todo com o nosso passado, com o nosso presente, com o nosso futuro.

Mesmo quando no passado, por qualquer razão nos afastámos de Deus, Ele não deixou de nos amar, de estar connosco, e até de carregar o nosso “catre” connosco.

Perdoados os pecados, ficamos curados da paralisia espiritual e podemos então caminhar livres, com tudo aquilo que fomos e somos, pois o “catre” já não nos pesa, pela graça do perdão de Deus.

Marinha Grande, 22 de Fevereiro de 2012

Joaquim Mexia Alves AQUI

«Quem pode perdoar pecados senão Deus?» (Mc 2,7)

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja 
Homilias sobre o Evangelho de Mateus, nº 29,1

«Apresentaram-Lhe um paralítico». São Mateus diz simplesmente que esse paralítico foi levado a Jesus. Outros evangelistas narram que foi descido por uma abertura no tecto e apresentado ao Salvador sem nada pedir, deixando que fosse Ele a decidir sobre a cura. [...]

O evangelho diz: «Vendo Jesus a fé deles», isto é, dos que Lhe levaram o paralítico. Reparai que, algumas vezes, Cristo não faz caso nenhum da fé do doente: talvez ele seja incapaz dela, por estar inconsciente ou possuído por um espírito mau. Mas este paralítico tinha uma grande confiança em Jesus; de outra forma, como teria permitido que o descessem até Ele? Cristo responde a essa confiança com um prodígio extraordinário. Com o poder do próprio Deus, perdoa os pecados a esse homem. Mostra assim ser igual ao Pai, verdade que já tinha mostrado quando dissera ao leproso: «Quero, fica purificado!»  (Mt 8,3), [...] quando, com uma só palavra, tinha acalmado o mar em fúria (Mt 8,26), ou quando, como Deus, tinha expulsado os demónios, que reconheciam n'Ele o seu soberano e o seu juiz (cf Mt 8,32). Ora, aqui Ele mostra aos Seus adversários, para seu grande espanto, que é igual ao Pai.

E o Salvador mostra também, mais uma vez, que rejeita tudo o que é espectacular ou fonte de glória vã. A multidão pressiona-O de todos os lados, mas Ele não tem pressa em fazer um milagre visível, curando a paralisia exterior desse homem. [...] Começa por fazer um milagre invisível, curando-lhe a alma. Essa cura é infinitamente mais vantajosa para o homem — e, na aparência, menos gloriosa para Cristo.

O Evangelho do dia 4 de julho de 2013

Subindo para uma pequena barca, tornou a passar o lago, e voltou para a Sua cidade. Eis que Lhe apresentaram um paralítico que jazia no leito. Vendo Jesus a fé que eles tinham, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, são-te perdoados os teus pecados». Então, alguns dos escribas disseram para consigo: «Este blasfema». Tendo Jesus visto os seus pensamentos, disse: «Porque pensais mal nos vossos corações? Que coisa é mais fácil de dizer: “São-te perdoados os teus pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha”? Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem poder sobre a terra de perdoar pecados» , disse então ao paralítico: «Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». E ele levantou-se, e foi para sua casa. Vendo isto, as multidões ficaram possuídas de temor, e glorificaram a Deus por ter dado tal poder aos homens.

Mt 9, 1-8