Desde esta quinta-feira até o próximo domingo, dia 28, se realiza em Rimini – região italiana da Emília-Romagna – a 36ª Convocação nacional dos grupos da Renovação Carismática. A edição 2013 tem como tema "Acolhamos a Palavra com a alegria do Espírito Santo". Trata-se de um tema que faz ressoar a exortação do Papa Francisco expressa no Domingo de Ramos: os cristãos "jamais sejam homens e mulheres tristes". A Rádio Vaticano ouviu o presidente nacional da Renovação Carismática na Itália, Salvatore Martinez. Eis o que disse:
Salvatore Martinez: "A alegria, dizia Paulo VI, é o gigantesco segredo da vida cristã, e no tempo da Páscoa não se pode deixar de viver uma profunda alegria. É aquela alegria que desperta nos corações todas as vezes que nos sentimos amados. No fundo, podemos explicar assim estas primeiras páginas do Pontificado de Francisco: a Igreja está despertando no coração das pessoas, daquelas próximas e das que se encontram distantes, desperta com amor. A alegria é o fruto deste amor e quem se sente amado é capaz de amar. O Papa Francisco, bem como Bento XVI, João Paulo II, exortaram nós, cristãos, nestes anos, a fazermos de Jesus Cristo uma experiência viva, um encontro. É o que há 36 anos acontece aqui em Rimini."
RV: Na mensagem que o Papa Francisco enviou para esta ocasião há um realce particular, uma ênfase à "misericórdia"...
Salvatore Martinez:- "Sim, há quem já o definiu "o Papa da Misericórdia". Mas gostaria de dar uma conotação social a este tema. É um tema que nos fala, de vários modos, sobre as misérias deste nosso tempo. A misericórdia acolhe as misérias humanas: é o ventre em que todas as misérias do homem, sociais, políticas, económicas, familiares, são acolhidas. É o coração de Deus. Em Rimini vive-se a Festa da Misericórdia. Mais de 300 sacerdotes oferecem o Sacramento da Reconciliação sacramental e os 20 mil participantes são motivados à confissão. São, como diz o Papa, motivados a pedir perdão. E é uma grande festa. A alegria retorna como a Parábola do Pai misericordioso."
Rádio Vaticano
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Amar a Cristo...
A gratidão anda assiduamente lenta no nosso espírito, somos lentos a agradecer-Te esquecendo-nos, ainda que momentaneamente, que tudo o que somos e temos a Ti o devemos, excepto o pecado.
Senhor Jesus, como poderemos fazer para suplantar esta lentidão tendo-Te sempre presente? A resposta recordou-no-la há tempos o Papa Emérito Bento, fazendo a nossa vida uma permanente oração, mesmo quando cumprimos as tarefas laborais, físicas ou intelectuais, oferecendo-Te tudo, porque Tu tudo mereces.
Louvado sejais, querido Jesus, para todo o sempre!
JPR
A fé não é uma alienação mas prepara o caminho para ver o rosto de Deus
Na homilia da missa de hoje na Capela de Santa Marta o Papa Francisco afirmou que a fé não é uma alienação mas um caminho de verdade que nos ajuda a preparar o encontro com Deus. Numa Eucaristia onde estiveram presentes funcionários da Tipografia do Vaticano, da Polícia e do Gabinete de Trabalho da Sede Apostólica, o Evangelho do dia trás-nos as palavras de Jesus: "Não esteja perturbado o vosso coração". O Santo Padre considerou-as palavras belíssimas de verdadeiro pastor que procuram transmitir segurança aos discípulos dizendo-lhes que lhes preparará um futuro, um lugar junto do Pai. Também nós somos preparados. A vida cristã - diz o Papa - é todo um trabalho de Jesus e do Espírito Santo. Um trabalho que nos prepara o Céu. E isto não é alienação, mas fé e vida!
No caminho da vida de cada um de nós o Senhor prepara o nosso coração com as provas, as consolações, as tribulações e com as coisas boas. O caminho é sempre preparação... Ouçamos as palavras do Santo Padre:
"Todo o caminho da vida é um caminho de preparação. Às vezes, o Senhor fá-lo rapidamente, como fez com o bom ladrão: tinha apenas alguns minutos para prepará-lo e fê-lo. Mas a normalidade da vida é mesmo assim, não é? : deixar-se preparar o coração, os olhos, os ouvidos para chegar a esta pátria. Porque aquela é a nossa pátria. Mas, Padre, eu fui a um filósofo que me disse que todos estes pensamentos são uma alienação, que nós somos alienados, que a vida é esta, o concreto, e do que há-de vir não se sabe o que é... Alguns pensam assim.... Mas Jesus diz-nos que não é assim e diz-nos: "Tenham fé em mim". Isto que eu te digo é a verdade: eu não te faço uma burla, eu não te engano."
Rádio Vaticano
Vídeo com excertos da homilia em italiano
No caminho da vida de cada um de nós o Senhor prepara o nosso coração com as provas, as consolações, as tribulações e com as coisas boas. O caminho é sempre preparação... Ouçamos as palavras do Santo Padre:
"Todo o caminho da vida é um caminho de preparação. Às vezes, o Senhor fá-lo rapidamente, como fez com o bom ladrão: tinha apenas alguns minutos para prepará-lo e fê-lo. Mas a normalidade da vida é mesmo assim, não é? : deixar-se preparar o coração, os olhos, os ouvidos para chegar a esta pátria. Porque aquela é a nossa pátria. Mas, Padre, eu fui a um filósofo que me disse que todos estes pensamentos são uma alienação, que nós somos alienados, que a vida é esta, o concreto, e do que há-de vir não se sabe o que é... Alguns pensam assim.... Mas Jesus diz-nos que não é assim e diz-nos: "Tenham fé em mim". Isto que eu te digo é a verdade: eu não te faço uma burla, eu não te engano."
Rádio Vaticano
Vídeo com excertos da homilia em italiano
Imitação de Cristo, 4 , 15, 3 - Que a graça da devoção se alcança pela humildade e abnegação de si mesmo - Voz do Amado
Então verá, terá alegria abundante e estará maravilhoso; o coração se lhe dilatará, porque a mão do Senhor está com ele (Is 60,5), e em suas mãos ele inteiramente se entregou para sempre. Eis como será abençoado o homem que busca a Deus de todo o seu coração, e não deixa sua alma se apegar às vaidades (Sl 23,5). Esse é que na recepção da sagrada Eucaristia merece a graça inefável da união com Deus, porque não olha para a sua devoção e consolação, mas, sobretudo busca a honra e glória de Deus.
Saber-se nada diante de Deus
Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:
– pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou mais bem dito do que o que os outros fazem ou dizem;
– querer levar sempre a tua avante;
– discutir sem razão ou, quando a tens, insistir com teimosia e de maus modos;
– dar a tua opinião sem ta pedirem ou sem a caridade o exigir;
– desprezar o ponto de vista dos outros;
– não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados;
– não reconhecer que és indigno de toda a honra e estima, inclusive da terra que pisas e das coisas que possuis;
– citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas;
– falar mal de ti mesmo, para fazerem bom juízo de ti ou te contradizerem;
– desculpar-te quando te repreendem;
– ocultar ao Director algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti;
– ouvir com complacência quem te louva, ou alegrar-te por terem falado bem de ti;
– doer-te que outros sejam mais estimados do que tu;
– negar-te a desempenhar ofícios inferiores;
– procurar ou desejar singularizar-te;
– insinuar na conversa palavras de louvor próprio, ou que dão a entender a tua honradez, o teu engenho ou destreza, o teu prestígio profissional...;
– envergonhar-te por careceres de certos bens... (Sulco, 263)
São Josemaría Escrivá
Advento
O Advento significa a presença iniciada do próprio Deus. Por isso, recorda-nos duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que Ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda não é total, mas está em processo de crescimento e maturação.
A sua presença já começou, e somos nós, os seus fiéis, que, por sua vontade, devemos torná-lo presente no mundo. É por meio da nossa fé, esperança e amor que Ele quer fazer brilhar a luz de forma contínua na noite do mundo. Assim, as luzes que acendermos nas noites escuras do inverno serão ao mesmo tempo consolo e advertência: certeza consoladora de que "a luz do mundo" já se acendeu na noite escura de Belém e transformou a noite do pecado humano na noite santa do perdão divino; e, por outro lado, a consciência de que essa luz só pode - e só quer - continuar a brilhar se for sustentada por aqueles que, por serem cristãos, continuam através dos tempos a obra de
Cristo.
A luz de Cristo quer iluminar a noite do mundo através da luz que somos nós; a sua presença já iniciada deve continuar a crescer por nosso intermédio. Quando, na Noite Santa, ressoar uma e outra vez o hino Hodie Christus natus est, devemos lembrar-nos de que o começo que se deu em Belém há-de ser em nós um começo permanente, que aquela noite santa volta a ser um "hoje" cada vez que um homem permite que a luz do bem faça desaparecer nele as trevas do egoísmo [...]. O Menino-Deus nasce onde se actua por inspiração do amor do Senhor, onde se faz algo mais do que trocar presentes.
Advento significa presença de Deus já começada, mas também apenas começada. Isto implica que o cristão não olha somente para o que já foi e já passou, mas também para o que está por vir. No meio de todas as desgraças do mundo, tem a certeza de que a semente da luz continua a crescer oculta, até que um dia o bem triunfará definitivamente e tudo lhe estará submetido: no dia em que Cristo voltar. O cristão sabe que a presença de Deus, que acaba de começar, um dia será presença total. E essa certeza torna-o livre, presta-lhe um apoio definitivo.
(Cardeal Joseph Ratzinger em ‘Licht, das uns leuchtet. Besinnungen zu Advent und Weihnachten‘, 5a- ed., Herder, Friburgo, 1978)
"COMO JESUS SE DÁ A CONHECER" por Joaquim Mexia Alves
«Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo. Tocai-me e olhai que um espírito não tem carne nem ossos, como verificais que Eu tenho.» Lc 24, 39
«Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.» Jo 20, 20
Nestes versículos dos Evangelhos dos dois últimos Domingos, (de São Lucas e São João), percebemos que Jesus se dá a conhecer pelos sinais da sua Paixão e Morte, ou seja, os sinais dos cravos nas mãos e nos pés e o sinal da lança no seu peito.
É assim que Jesus se dá a conhecer aos seus discípulos!
No entanto poderia dar-se a conhecer como na Transfiguração, por exemplo, ou de tantas outras maneiras que não lhes deixariam dúvidas.
Mas quis dar-se a conhecer assim, deste modo, para que soubessem que o Jesus Cristo que tinha sofrido a Paixão e a Morte era o mesmo Jesus Cristo agora ressuscitado.
Mas também para lhes mostrar, para nos mostrar, que o Cristo glorioso não deixa de ter em si as marcas da Paixão e Morte na Cruz.
Muitos de nós procuramos Deus, “apenas” à procura de uma vida mais fácil, de uma vida sem “dores”, sem problemas, sem contrariedades de qualquer espécie.
Mas a nossa vida aqui na terra é assim, frágil, e com tudo aquilo que é inerente à vida na terra, ou seja, o nascer, o viver e o morrer.
E o viver tem dores, tem sofrimentos, alguns causados por nós próprios e alguns causados pelos outros.
E Jesus ao identificar-se com os sinais da Paixão e da Morte, diz-nos, mostra-nos, que apesar da dor, do sofrimento e da morte, há a Ressurreição, há a vida eterna, a vida em plenitude, onde não haverá mais sofrimento, nem dor, mas apenas e “só” amor.
São Paulo afirma: «Mas, se morremos com Cristo, acreditamos que também com Ele viveremos.» Rm 6, 8
«Morrer com Cristo» é viver em comunhão com Ele, é viver por Ele, é viver para Ele, e por isso mesmo, se nos unimos, (com as nossas dores e sofrimentos), à Cruz de Cristo, também com Ele viveremos a alegria da Ressurreição.
Se «morremos em Cristo», então estamos em comunhão com Ele e assim é Ele o nosso Cireneu, Aquele que nos ajuda a suportar e a carregar a nossa cruz.
E Jesus Cristo, pelo amor infinito que nos tem, carrega sempre com “maior parte” da nossa cruz, por isso mesmo nunca suportamos uma cruz maior do que as nossas forças.
«Não vos surpreendeu nenhuma tentação que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de sair dela e a força para a suportar.» 1 Cor 10, 13
Monte Real, 23 de Abril de 2012
Joaquim Mexia Alves
Nota:
Reflexão suscitada por uma homília do Padre Armindo Ferreira, pároco da Marinha Grande.
As exigências de um verdadeiro perdão
«Um perdão verdadeiro é algo em tudo diferente dum débil deixa-andar. O perdão está carregado de pretensão e exige ambos, aquele que perdoa e aquele que recebe o perdão com todo o seu ser. Um Jesus que tudo aprova é um Jesus sem a cruz para curar o homem. E efectivamente a cruz é cada mais excluída da teologia e falsamente interpretada como uma aventura desagradável ou como um assunto meramente político».
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
O Evangelho do dia 26 de abril de 2013
«Não se perturbe o vosso coração. Acreditais em Deus, acreditai também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar um lugar para vós. Depois que Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e tomar-vos-ei comigo, para que, onde estou, estejais vós também. E vós conheceis o caminho para ir onde Eu vou». Tomé disse-Lhe: «Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho?». Jesus disse-lhe: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por Mim.
Jo 14, 1-6