sábado, 20 de abril de 2013

Amar a Cristo...

Senhor antecipando-Te a um pedido dos apóstolos ofereceste-nos a Sagrada Eucaristia aonde Te podemos receber assiduamente. Ajuda-nos a fazê-lo sempre com o mais profundo respeito, interioridade e fé, que estejamos sempre cientes que és Tu que de facto ali estás, ajuda-nos também a sabermos transmitir esta grande e boa verdade de fé àqueles, eles e elas, leigos e sacerdotes, que porventura se aproximem com displicência sem entenderem o verdadeiro significado da sagrada comunhão.

Louvado e respeitado sejais por todos os que têm o privilégio de Te receber!

JPR

Arcebispo do Rio de Janeiro consagrará a JMJ Rio 2013 a N. Sra. de Fátima na Peregrinação Internacional Aniversária de maio 2013

D. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, Brasil, presidirá em Fátima à Peregrinação Internacional Aniversária dos 96 anos da primeira aparição de Nossa Senhora, a 12 e 13 de maio.

A peregrinação terá como tema “A Deus nada é impossível” (Lc 1, 37) e o programa é o já habitual destes grandes dias de peregrinação. PROGRAMA

Até à presente data, 70 grupos de peregrinos, oriundos de 25 países, anunciaram junto do Serviço de Peregrinos do Santuário a intenção de participar nas celebrações da manhã do dia 13.

Em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, realizada por Internet, D. Orani Tempesta fala sobre esta sua vinda à Cova da Iria, em que diz vir também como peregrino e sublinha a devoção do povo brasileiro e a sua própria devoção a Nossa Senhora de Fátima.

Durante a peregrinação, a 13 de maio, por decisão dos bispos portugueses e em resposta ao pedido apresentado pelo Papa ao Cardeal Patriarca de Lisboa, o pontificado do Papa Francisco será consagrado a Nossa Senhora de Fátima.

Na presente entrevista, D. Orani Tempesta revela que durante a peregrinação também pretende consagrar a Nossa Senhora de Fátima os trabalhos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorrerão de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro.

Entrevista conduzida por LeopolDina Simões

- Com que sentimento recebeu o convite para presidir em Fátima à peregrinação de 12 e 13 de maio?
R: Foi com muita alegria e satisfação que recebi este convite. Sinto-me privilegiado por tal facto, pois a devoção à Virgem de Fátima é uma das mais belas e preciosas heranças que os brasileiros receberam do povo português e, ainda hoje, ocupa um lugar de destaque na nossa vida espiritual. Nossa Senhora de Fátima, mãe de Portugal, é muito amada por todos os católicos brasileiros. Trago a imagem de Fátima impressa no coração desde criança. Além disso, desejo consagrar a Nossa Senhora de Fátima os nossos trabalhos da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá aqui no Rio de Janeiro em julho próximo.

- Já peregrinou a Fátima, o que significa este lugar para si?
R: Estive várias vezes em Fátima, como padre e como bispo. Tive oportunidade de celebrar a missa e de participar na procissão luminosa. Fátima é um lugar de oração e de conversão, de busca de Deus e de paz, de encorajamento e de ânimo que se renova. Significa um renovar a vida espiritual diante de um mundo de tantas mudanças.

- Que mensagem especial trará aos peregrinos que de todo o mundo aqui rumarão?
R: Antes de tudo, nesta ocasião, desejo ser um peregrino que, em comunhão com todos os demais, busca em Maria o grande modelo do seguidor de Cristo. Irei convidar a todos para contemplar com os olhos da Virgem Mãe a seu Filho Jesus que, na sua ascensão, leva aos céus o nosso desejo de buscar mais as coisas do alto. Vivendo esta experiência transformadora, podemos seguir em nossa missão como Igreja que peregrina, servindo e amando aos irmãos com as mãos e o coração de Maria. Dirigir-me-ei em especial aos jovens, para chamá-los a testemunharem na Jornada Mundial da Juventude as maravilhas de Deus que em Fátima fazem operar nos corações. E tudo isso o farei em união com o nosso querido Papa Francisco, que desejou também consagrar seu pontificado à Virgem de Fátima.

- Qual a atualidade que encontra na mensagem de Fátima?
R: Os convites à oração e à conversão são sempre atuais. Mudam os tempos e os costumes, mas se existe algo que permanece no ser humano é a sua necessidade e eterna carência de Deus. Contemporaneamente, em um mundo onde se vivem tantos avanços na tecnologia e tantas mudanças na ordem social, a voz que ressoou em Fátima continua clamando, com a mesma força e coragem, para todos nós nos dias de hoje: É preciso rezar sempre mais. É preciso que nos convertamos diariamente. Somente dedicando-nos à oração devota e perseverante, e buscando uma conversão sincera e autêntica, poderemos abrir espaço para Deus estar mais e mais presente no caminhar da humanidade. E o chamado à Oração do Rosário faz-nos contemplar os principais mistérios da nossa fé, em união com Maria, numa oração contemplativa tão importante para o Ano da Fé que agora vivemos.

- Que balanço faz da existência do Santuário de Fátima no Rio de Janeiro enquanto projeto pastoral?
R: Aqui no Rio de Janeiro temos várias paróquias e igrejas dedicadas a Nossa Senhora de Fátima. A réplica da Capela das Aparições que tivemos a alegria de inaugurar foi o desdobramento de uma devoção muito grande, que foi crescendo na cidade com a “Tarde com Maria” e é hoje uma grande graça para os católicos de nossa arquidiocese, que, devido à grande devoção que guardam a Nossa Senhora de Fátima, encontram lá local propício para conhecer mais e amar a Virgem de Fátima e viver as suas mensagens. O Santuário é um grande propagador para a nossa cidade de todas as graças que se vivem em Fátima. Já tem sido um lugar de grandes peregrinações e chamamentos a uma espiritualidade de renovação da vida cristã e católica.

- A sua arquidiocese tem mostrado grande alegria e empenho na preparação da Jornada Mundial da Juventude. Como estão os preparativos?
R: Entre tantos preparativos necessários para um grande evento como este, diante de tantos desafios e dificuldades que o mundo de hoje apresenta para a Igreja organizar celebrações públicas como a JMJ, temos vários passos e progressos para melhor atender os peregrinos jovens, mas a grande alegria é ver a juventude rezar pela Jornada, passando noites inteiras em oração, celebração e cânticos. Isso ocorre tanto no âmbito arquidiocesano no Santuário de Adoração Perpétua, como nas elas paróquias, foranias e vicariatos. O encontro com o Santo Padre, o Papa Francisco, que fará sua primeira viagem internacional e falará ao mundo em português através dos jovens, é um grande sinal para todos nós.

- O que se espera que esta iniciativa traga de novo para a Igreja do Brasil?
R: O presente da JMJ, pela segunda vez, depois de 26 anos, na América Latina, é para nós brasileiros uma oportunidade de servir à Igreja acolhendo os jovens que, fazendo uma experiência com Cristo, poderão ser os agentes de transformação da sociedade hodierna. A JMJ faz-nos ver que, além das doações aos necessitados, a formação de pessoas para que, com a experiência de Deus, sejam transformadoras da sociedade, é um grande, belo e essencial investimento. Dar Deus aos jovens! Isso fará com que os jovens também sejam fermento no meio da massa desse mundo em mudança. Para nós, brasileiros, é um descobrir lideranças em todos os campos, que se unirão aos demais líderes para um serviço ainda melhor da Igreja à sociedade, assim como um melhor trabalho de compromisso com a Igreja evangelizadora.

- Falemos agora do Santo Padre Francisco, é-lhe possível descrever como é que o povo católico do Brasil acolheu a notícia da eleição de um Papa da América do Sul?
R: Foi uma grande e bela surpresa, além de acender uma grande esperança, ver que nosso continente foi chamado por Deus a colaborar tão maravilhosamente com o serviço da Igreja, doando o Papa que se torna o primeiro latino-americano da história a exercer a missão pontifícia. Sentimo-nos todos ainda mais corresponsáveis com a missão do Sumo Pontífice na Igreja, e caminhamos em constante oração e devota obediência junto com o Papa Francisco no desejo de servir ao Corpo de Cristo em todo o mundo. A segunda Jornada Mundial da Juventude na América Latina será presidida pelo primeiro Papa latino americano, que vem justamente da nação que acolheu pela primeira e única vez até hoje uma JMJ, na América Latina, a Argentina.

-  Quais lhe parecem as principais mensagens e gestos que marcarão para sempre e desde estes primeiros momentos o pontificado do Papa Francisco?
R: A sua mensagem de simplicidade e espírito de serviço já estão marcando profundamente o coração de todas as pessoas ao redor do mundo. Temos no Papa Francisco um pontífice que segue o legado de seus antecessores e traz, com o exemplo dos Santos que seu nome nos faz recordar, uma mensagem de humildade, serviço e espírito missionário que são tão necessários para a Igreja de hoje. Deus sempre nos surpreende e nos impulsiona para a missão. O Papa Francisco tem falado de maneira veemente pelos seus gestos e suas escolhas. Temos certeza de que o Senhor dá a Igreja um novo amanhecer de Ressurreição. Basta que saibamos ler os sinais dos tempos.

Rio de Janeiro/Fátima, 20 de abril de 2012

Boletim Informativo do Santuário de Fátima - 47/2013, de 20 de abril de 2013, 15:30

Rapazes e raparigas não aprendem da mesma maneira

Abigail Norfleet James estudou numa escola só para raparigas, a St. Catherine’s School, em Richmond, Virgínia, Estados Unidos. Começou a dar aulas na década de 1970, assim que terminou a licenciatura e sempre se debruçou sobre as diferenças de aprendizagem entre rapazes e raparigas.

Por isso, na sua tese de doutoramento, em 2001, comparou licenciados, do sexo masculino, que frequentaram escolas diferenciadas com os que aprenderam em escolas mistas. Já publicou vários livros sobre o tema. Como ensinar o cérebro masculino e Como ensinar o cérebro feminino são alguns dos títulos.

A especialista em educação está em Portugal a convite da Associação Europeia das Escolas de Educação Diferenciada (EASSE) e, na sexta-feira, fez algumas formações para professores nesta área. O objectivo é que os docentes “adeqúem as suas metodologias aos avanços científicos no que se refere às diferenças do cérebro das raparigas e dos rapazes e Abigail Norfleet James é uma das maiores especialistas nesta área”, justifica Margarida Garcia dos Santos, presidente da associação em Portugal, acrescentando que esta informação pode ajudar a combater o insucesso escolar.

Este sábado, à tarde, no IV Congresso Internacional de Educação Diferenciada, em Lisboa, a investigadora norte-americana vai falar sobre o que os professores precisam de saber sobre os rapazes e as raparigas na sala de aula. Ao PÚBLICO aponta as diferenças de géneros e a importância da liberdade de escolha por parte dos pais para puderem optar por escolas separadas ou mistas.

Elizabeth Spelke, especialista em psicologia cognitiva que trabalha com bebés no seu BabyLab na Universidade de Harvard,diz que não existem diferenças entre as capacidades cognitivas dos rapazes e das raparigas. Concorda?

Abigail Norfleet James – Não. Sabemos que as raparigas aos 20 meses, em média, têm o dobro do vocabulário do que os rapazes com a mesma idade. Isso significa que, desde o início, elas têm mais capacidades de se expressarem verbalmente. Mesmo que não se acredite neste facto, existem diferenças cognitivas entre rapazes e raparigas e só isso vai fazer com que se desenvolvam diferenças. Sublinho que estou a falar da média dos rapazes e das raparigas e não de crianças individualmente. É provável que não existam diferenças entre uma rapariga e um rapaz, em termos individuais, mas quando olhamos para grupos de crianças, as diferenças existem e os professores trabalham com crianças e com grupos. O problema da neurociência é que observa os indivíduos enquanto na educação se trabalha com grupos e essa pode ser a fonte de discordância nesta área.

Mas não é controverso dizer que os cérebros dos rapazes são diferentes dos das raparigas?

Não há qualquer controvérsia. As diferenças são claras e os investigadores do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos têm vários resultados que vão nesse sentido. Sabemos que no cérebro, o hipocampo (o órgão que torna as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo) se desenvolve mais cedo nas raparigas. Isso significa que elas têm melhores memórias do que os rapazes? As evidências baseiam-se em testes de palavras e sabemos que as meninas têm capacidades verbais melhores do que os rapazes, ou seja, o que os testes revelam são as suas capacidades verbais e não da memória. A amígdala (outro órgão do córtex cerebral que nos permite lidar com as emoções fortes) desenvolve-se mais rapidamente nos meninos e isso pode explicar porque é que eles são mais reactivos e mais barulhentos do que elas. Os lóbulos pré-frontais (que nos ajudam a tomar decisões fundamentadas e a controlar os nossos impulsos) terminam de se desenvolver aos 18/20 anos nas raparigas e por volta dos 20/25, às vezes até aos 30 anos, nos rapazes.

As diferenças não podem estar na forma como os educamos – a escolha de brinquedos que os pais fazem para os rapazes pode levá-los a ser mais reactivos e barulhentos? As diferenças entre homens e mulheres não são culturais ou mesmo históricas – o homem caçador e a mulher recolectora – e, por essa razão, influenciarem o modo como cada género se comporta e aprende?

Assume que as diferenças são determinadas pelos pais ou pela cultura. Eu penso que os pais e a cultura estão simplesmente a responder a comportamentos que vemos nas crianças. Os pais dão carros aos rapazes porque os seus olhos respondem bem ao movimento e dão bonecas às raparigas porque elas respondem bem aos rostos. Os pais não sabem isso, mas se dermos uma boneca a um rapaz ele vai virá-la de cabeça para baixo ou tratá-la como se fosse um jogo de construção; ao passo que as raparigas vão dar nomes aos carros e tratá-los como se fossem seres vivos. A ideia da cultura caça/recolha pode ter chegado a nós através do nosso ADN. Um novo campo de conhecimento, a epigenética, dedica-se a observar como é que o nosso comportamento muda as moléculas no nosso ADN e começa a compreender que essas mudanças podem passar para as crianças.

Defende a educação diferenciada a partir de que idade?

Os rapazes e as raparigas são muito diferentes logo no pré-escolar e é aí que se adquirem os hábitos escolares. Normalmente só notamos as diferenças quando chegam à puberdade ou, às vezes, mais tarde.

Os rapazes devem ser ensinados só por homens e elas por professoras?

A investigação diz que não interessa quem os ensina, mas que os professores compreendam como é que cada um dos géneros aprende. Eu sou uma excelente professora de Ciências para rapazes porque sou mais visual e gosto de trabalhar no laboratório. Desenho imenso para ilustrar o que estou a dizer, uso quadros e gráficos com informação porque os rapazes gostam disso, ao passo que as raparigas gostam de saber mais e estão sempre a perguntar.

A escola ideal é a que separa os géneros?

Depende da criança. Algumas precisam de escolas diferenciadas, outras não. O que precisamos, como pais, é de ter liberdade de escolha.

Não é saudável que rapazes e raparigas estejam juntos? Esse modelo existe: escolas onde os alunos são separados por géneros nas salas de aula mas que se encontrem durante o dia?

Nas escolas diferenciadas da Islândia, os rapazes vão às aulas em metade do edifício e a outra metade é para as raparigas. Durante uma hora por dia, eles encontram-se para fazer actividades que não contam para a avaliação, por exemplo, fazer um puzzle, ter uma aula de música ou participar num projecto comunitário. Contudo, não os deixam estar no mesmo recreio porque os rapazes tomam conta das estruturas de escalada e as raparigas fazem actividades de grupo mais calmas. Mas quando as raparigas estão sozinhas no recreio, elas fazem escalada, construções e brincam com mais barulho e à-vontade.

Mas não é importante conhecer e crescer com o outro género?

Sem dúvida, por isso gosto do modelo islandês e recomendo que rapazes e raparigas trabalhem em conjunto. Contudo, as crianças têm mais oportunidades de se desenvolverem se não estiverem a ser constantemente comparadas com o outro género – “eu não sou forte porque não consigo atirar a bola tão longe quanto um rapaz”, esta ideia nunca me ocorreu porque andei numa escola só para raparigas, atirava a bola e pronto. Quando conheci rapazes eu era eu e não uma ideia do que eu pensava que os rapazes queriam de mim.

Está a dizer que a educação diferenciada não promove os estereótipos de género?

Na realidade, a educação mista é que os promove porque as crianças acreditam que certos comportamentos não são próprios do seu género. Nas escolas separadas não há limites sobre aquilo em que cada criança se pode transformar e, por isso, eu sou uma mulher cientista e o meu filho canta música clássica – ambos andámos em escolas separadas.

Actualmente, em Portugal as escolas que existem de ensino diferenciado estão ligadas a uma instituição da Igreja Católica, a Opus Dei, e às Forças Armadas, quer comentar?

Eu gostaria que existissem outras que não tivessem qualquer ligação, mas já é um bom começo. As escolas são diferenciadas não porque pertençam a uma religião ou às Forças Armadas mas porque essas instituições tradicionalmente tinham esse tipo de escolas. No resto do mundo, conheço escolas mistas que pertencem a congregações religiões ou são escolas militares.

No nosso país, a educação diferenciada existiu nas escolas públicas até ao início da década de 1970. Promover esse tipo de sistema não é um regresso ao passado?

Ter já existido não é razão para se deitar fora. O sistema misto não funcionou assim tão bem. O que eu gostaria é que os pais tivessem liberdade de escolha. Na Nova Zelândia, todas as cidades têm, pelo menos, três escolas secundárias – uma mista, uma para raparigas e outra para rapazes. Para onde é que cada criança vai é com os pais. Não é um mau sistema. Há regiões nos Estados Unidos onde as escolas diferenciadas são públicas. O sistema de educação diferenciado é uma escolha maravilhosa para as crianças, mas não devem ser a única opção.

(Fonte: artigo e entrevista de Bárbara Wong - ‘Público’ em http://www.publico.pt/portugal/noticia/abigail-norfleet-james-rapazes-e-raparigas-nao-aprendem-da-mesma-maneira-1591976 seleção de imagens deste blogue)

Papa Francisco: "Cristãos mornos" são aqueles que vivem segundo os seus critérios

“Cristãos mornos são aqueles que querem construir uma igreja na própria medida, mas esta não é a Igreja de Jesus”. Foi o que afirmou o Papa Francisco durante a Missa celebrada na Capela da Casa Santa Marta na manhã deste sábado. Estavam presentes os voluntários do Dispensário Pediátrico ‘Santa Marta’, no Vaticano, confiado às Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que há 90 anos trabalham com crianças e famílias necessitadas de Roma, sem distinção de religião ou nacionalidade. Ao lado do Papa, como acólitos estiveram duas crianças.

Refletindo sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos, Papa Francisco disse que “a primeira comunidade cristã, depois da perseguição, vive um momento de paz, se consolida, caminha e cresce ‘no temor do Senhor e com a força do Espírito Santo". "E é nesta atmosfera que respira e vive a Igreja, chamada a caminhar na presença de Deus e de modo irrepreensível." E acrescentou:

“É um estilo da Igreja. Caminhar no temor do Senhor é um pouco o sentido da adoração, da presença de Deus, não? A Igreja caminha assim e quando estamos na presença de Deus não fazemos coisas erradas e nem tomamos decisões erradas. Estamos diante de Deus. Também com a alegria e a felicidade: esta é a força do Espírito Santo, isto é o dom que o Senhor nos deu – esta força – que nos faz andar em frente”.

No Evangelho proposto pela liturgia de hoje, muitos discípulos acham muito dura a linguagem de Jesus, murmuram, escandalizam-se e, por fim, abandonam o mestre.

“Estes afastaram-se, foram embora, porque diziam ‘este homem é um pouco estranho, diz coisas que são muito duras e não podemos com isto….É um risco muito grande seguir este caminho. Temos bom senso, não é mesmo? Andemos um pouco atrás e não tão próximos a ele’. Estes, talvez, tivessem alguma admiração por Jesus, mas um pouco de longe: não queriam se misturar muito com este homem, porque ele diz coisas um pouco estranhas...”.

“Estes cristãos – recordou Papa Francisco - não se consolidam na Igreja, não caminham na presença de Deus, não tem a força do Espírito Santo, não fazem crescer a Igreja:"

“São cristãos de bom senso somente isto. Tomam distância. Cristãos, por assim dizer, ‘satélites’, que tem uma pequena Igreja, na sua própria medida. Para usar as mesmas palavras que Jesus usou no Apocalipse, ‘cristãos mornos’. Esta coisa morna que acontece na Igreja….Caminham somente na presença do próprio bom-senso, do senso comum...aquela prudência mundana: esta é uma tentação justo da prudência mundana”.

Na homilia, Papa Francisco recorda os tantos cristãos “que neste momento dão testemunho, em nome de Jesus, até ao martírio”. "Estes – afirma – não são cristãos satélites, porque vão com Jesus, no caminho de Jesus":

“Estes sabem perfeitamente aquilo que Pedro disse ao Senhor, quando o Senhor lhe faz a pergunta: ‘Também vocês querem ir embora, serem ‘cristãos satélites’? Responde-lhe Simão Pedro: ‘Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna’. Assim, um grupo grande se torna um grupo um pouco menor, mas daqueles que sabem perfeitamente que não podem ir a outro lugar, porque somente Ele, o Senhor, tem palavras de vida eterna”.

O Papa concluiu a sua reflexão com esta oração:

“Oremos pela Igreja, para que continue a crescer, a consolidar-se, a caminhar no temor de Deus e com a força do Espírito Santo. Que o Senhor nos liberte da tentação daquele ‘bom senso’, da tentação de murmurar contra Jesus, porque Ele é muito exigente e, da tentação do escândalo. E assim por diante...”.

Rádio Vaticano

Imitação de Cristo, 4 , 13, 3 - Que a alma devota deve aspirar, de todo o coração, à união com Cristo no Sacramento - Voz do discípulo

Que nação há tão ilustre como o povo cristão, ou que criatura debaixo do céu recebe tanto amor como a alma devota a quem Deus se une para nutri-la com a sua gloriosa carne? Ó graça inefável, ó admirável condescendência, ó amor imenso, prodigalizado singularmente ao homem. Mas que darei ao Senhor por esta graça e tão exímia caridade? Oferta mais agradável não posso fazer a meu Deus, que lhe entregar meu coração todo inteiro, para que o una intimamente consigo. Então exultarão de alegria todas as minhas entranhas, quando minha alma estiver perfeitamente unida com Deus. Então me dirá ele: Se tu queres estar comigo, eu também quero estar contigo. E eu lhe responderei: Dignai-vos, Senhor, ficar comigo, pois eu de bom grado quero estar convosco. Este é meu desejo supremo, que meu coração esteja unido convosco.

«Eu sou o Bom Pastor» (Jo 10, 11)

Basílio da Selêucida (?-c. 468), bispo
Homilia 26 sobre o Bom Pastor; PG 85, 299-308 (a partir da trad. Bouchet, Lectionnaire, p. 218)

Abel, o primeiro pastor, conquistou a admiração do Senhor, que de bom grado acolheu o sacrifício dele e preferiu o doador ao dom (Gn 4, 4). A Escritura também louva Jacob, pastor dos rebanhos de Labão, fazendo notar o que sofreu pelas suas ovelhas: «Fui devorado pelo calor durante o dia e pelo frio durante a noite» (Gn 31, 40); e Deus recompensou este homem pelo seu labor. Também Moisés foi pastor nas montanhas de Madian, preferindo ser maltratado com o povo de Deus a conhecer a felicidade [no palácio do faraó]; e Deus, apreciando esta escolha, deixou-Se ver por ele como recompensa (Ex 3, 2). Após esta visão, Moisés não abandonou o seu ofício de pastor, antes dominou aos elementos com o seu báculo (Ex 14, 16), conduzindo o povo de Israel para as pastagens. Também David foi pastor, mas o seu bastão foi trocado por um ceptro real e recebeu a coroa. Não te espante que todos estes bons pastores estejam perto de Deus. O próprio Senhor não cora por ser chamado «pastor» (Sl 22; 79), Deus não cora de conduzir os homens para as pastagens, como não cora por tê-los criado.

Olhemos agora para o nosso pastor, para Cristo; contemplemos o Seu amor pelos homens, a suavidade com que os conduz às pastagens. Ele alegra-Se com as ovelhas que O rodeiam e vai à procura daquelas que se perdem. Nem montes nem florestas são para Ele obstáculo: corre pelo vale da sombra (Sl 22, 4) para chegar ao local onde se encontra a ovelha perdida. [...] Vai aos infernos libertar os que ali se encontram; é assim que Ele procura o amor das Suas ovelhas. Aquele que ama a Cristo é aquele que sabe ouvir a Sua voz.

O Evangelho de Domingo dia 20 de abril de 2013

As Minhas ovelhas ouvem a Minha voz, e Eu conheço-as, e elas seguem-Me. Eu dou-lhes a vida eterna; elas jamais hão-de perecer, e ninguém as arrebatará da Minha mão. Meu Pai, que Mas deu, é maior que todas as coisas; e ninguém pode arrebatá-las da mão de Meu Pai. Eu e o Pai somos um».

Jo 10, 27-30

Então e os adultos? - O amor como romance, um suporte frágil

Face à afirmação de que o casamento é um bem social, pensado sobretudo para a protecção dos filhos, surge o risco de se pensar que a satisfação que nele encontram os adultos é irrelevante. A ser isto verdade, diz David Lapp em Public Discourse a 22-12-2009, os adultos poderiam objectar perguntando por que razão a sociedade os trata como meios e não como fins.

No fundo, esta objecção encerra uma suspeita mais profunda: "Mesmo pondo de lado as conclusões das ciências sociais, existe de facto algum argumento racional para defender que o modelo institucional do casamento traz felicidade aos adultos?"

"Se não conseguimos encontrar uma razão que mostre por que razão o casamento é objectivamente bom para os adultos e não apenas para as crianças, teremos que nos conformar com evasivas do tipo ‘casem-se e permaneçam juntos por amor dos filhos', numa altura em que a cultura actual nos pergunta: ‘Casar-se, para quê'?".

Para construir o seu argumento, Lapp analisa as diferenças entre o modelo institucional do casamento e o modelo de casamento baseado unicamente na afinidade do casal.

"A instituição ‘casamento' faz o que uma simples relação privada não consegue nunca fazer: cria expectativas de compromisso; recorda aos cônjuges que o seu amor se estende até à geração seguinte e que, para bem ou para mal, tem influência no resto da sociedade".

"Entendido deste modo, o casamento não se resume a um acordo entre dois adultos à procura da satisfação emocional que lhes advirá do apoio mútuo; é um estado que cria direitos e obrigações".

E onde se encaixa o amor, no meio de tudo isto? Teremos que procurar a resposta na promessa que os esposos se fazem mutuamente: "Eu, F., recebo-te por esposo / esposa, e prometo ser-te fiel e amar-te e honrar-te, tanto na prosperidade como na provação, por toda a nossa vida".

"Nesta fórmula, afirma Lapp, soube a tradição jurídica ocidental reconhecer o verdadeiro bem do casamento: uma união para apoio mútuo. Por outras palavras, o casamento é amizade".

Mas não uma amizade qualquer. Ao contrário do modelo de vida a dois, o modelo institucional aspira a realizar o que Aristóteles chamava "o melhor tipo de amizade".

O filósofo grego distinguia três tipos de amizade: ‘amizade por prazer', ‘amizade por interesse' e ‘amizade por virtude'. Esta última é a mais elevada, pois nela os amigos conservam-se unidos pela virtude. Nas outras formas de amizade, por seu lado, prevalecem o sentimento de agrado ou a conveniência pessoal. Tais amizades não costumam durar muito.

Convite a viver como pessoas boas
Para Lapp, o casamento é o paradigma da autêntica amizade. "Cada um dos esposos converte-se num bem para o outro. Como é natural, este tipo de amizade só é possível entre pessoas virtuosas. Daí que o casamento seja um convite a que os casados se convertam em pessoas boas".

"Só um homem bom consegue permanecer fiel à mulher quando se sentir sexualmente atraído por outra. E só uma mulher boa se irá manter ao lado do marido no meio da doença ou da pobreza. Ambos se vão deste modo tornando bons e participando dos bens do casamento. É por isso que a instituição 'casamento' traz sempre implícita a luta por algum ideal".

Tal como Aristóteles, Lapp liga esta forma mais elevada de amizade à felicidade humana. Ninguém quereria trocar esta união por um sucedâneo, e nisto reside o atractivo do modelo institucional do casamento.

Não basta, por isso - pensa ele -, mostrar aos jovens os efeitos positivos que este compromisso traz para a sociedade. "O melhor antídoto contra a amizade descafeinada proposta pelo modelo ‘vida a dois' é a promoção de um entendimento mais profundo da amizade".

"Para os adultos à procura de amor, o modelo institucional do casamento dificilmente se poderá encarar como uma condenação à escravidão. É antes um convite a serem bons".

Juan Meseguer Velasco

Aceprensa

O número é o menos importante, o relevante sermos um autêntico rebanho de Jesus Cristo

"Seja mesmo um rebanho de Cristo, esteja convertido, tenha feito a iniciação cristã, uma formação, lute pela perfeição cristã, porque a história do cristianismo mostra-nos que sermos poucos não assusta"

(D. José Policarpo, Cardeal Patriaca de Lisboa, em declarações à Agência Lusa, título da responsabilidade de JPR)

"Bem-aventurados"

«Mas que estranha “felicidade” se entende no termo “bem-aventurados”? Penso que este termo tem duas dimensões temporais, abraça o presente e o futuro, naturalmente de maneira diferente. O aspecto do presente consiste no facto de ao interessado ser anunciada uma particular proximidade de Deus e do Seu reino. (…) O lamento provoca a Sua “descida” (cf. Ex 3,7). Esta divina presença, que se esconde na palavra “bem-aventurados”, inclui um futuro, a presença ainda escondida de Deus será um dia manifesta. Portanto, a palavra diz: Não tenhais medo nas vossas angústias, Deus está próximo de vós e será a vossa grande consolação».

(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

Encontro pessoal com Deus

O cristianismo apresenta-se hoje como uma antiga tradição carregada de antigos mandamentos, algo que já conhecemos e que não nos diz nada de novo, uma instituição forte, uma das grandes instituições que pesam sobre os nossos ombros. [...] Mas se pararmos nesta impressão, não viveremos o núcleo do cristianismo, que é um encontro sempre novo, um acontecimento graças ao qual podemos encontrar o Deus que fala connosco, que se aproxima de nós, que se faz nosso amigo. [...] É decisivo chegar a este ponto fundamental de um encontro pessoal com Deus, que também hoje se faz presente e que é nosso contemporâneo. [...] Se encontrarmos este centro essencial, compreenderemos também o restante; mas se este acontecimento que toca o coração não se realizar, tudo o mais passará a ser como que um peso, quase que algo absurdo.

(Cardeal Joseph Ratzinger em ‘Por qué el cristianismo no es visto como fuente de alegria’, declarações ao semanário Vita Trentina, Zenit, 07.05.2004)

Oração de Todas as Horas

Agora,
que eu já não sei andar nas trevas,
não me roubes a Tua Mão, Senhor,
por piedade!
Voltar às trevas não sei,
e sem a Tua Mão não poderei
dar um só passo em tanta Claridade.

Pelas Tuas feridas minhas, pelas tristezas
de Tua Mãe, Jesus.
não me deixes, no meio desta Luz,
de pernas presas…

Não me deixes ficar
com o Caminho todo iluminado
e eu parado e tão cansado
como se fosse a andar …

Sebastião da Gama (Portugal 1924 - 1952)

O Evangelho do dia 20 de abril de 2013

Muitos dos Seus discípulos ouvindo isto, disseram: «Dura é esta linguagem! Quem a pode ouvir?». Jesus, conhecendo em Si mesmo que os Seus discípulos murmuravam por isto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? Que será quando virdes subir o Filho do Homem para onde estava antes? É o Espírito que vivifica; a carne para nada aproveita. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não crêem». Com efeito Jesus sabia desde o princípio quais eram os que não acreditavam, e quem havia de O entregar. Depois acrescentou: «Por isso Eu vos disse que ninguém pode vir a Mim se não lhe for concedido por Meu Pai». Desde então muitos dos Seus discípulos retiraram-se e já não andavam com Ele. Por isso Jesus disse aos doze: «Também vós quereis retirar-vos?». Simão Pedro respondeu-Lhe: «Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna. E nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

Jo 6, 60-69