sexta-feira, 29 de março de 2013
O amor de Deus
O amor que Deus nos tem - e nos deu sobre a Cruz - é a única força capaz de transformar o mundo. Sabemos que é precisamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites, que está a nascente da graça, do libertação, da paz, da salvação.
(Bento XVI no final da Via Sacra de 2010)
(Bento XVI no final da Via Sacra de 2010)
A morte de Jesus Cristo e a remissão dos nossos pecados
«Não foram os demónios que O pregaram na cruz, mas tu com eles O crucificaste, e ainda agora O crucificas quando te deleitas nos vícios e pecados»
(Admonitia 5, 3 - São Francisco de Assis)
Imitação de Cristo, 4 , 4, 3 e 4 - Dos admiráveis frutos colhidos pelos que comungam devotamente
3. Muitos bens concedestes e concedeis ainda a miúdo aos vossos amigos, neste Sacramento, quando devotamente comungam, ó Deus meu, amparo da minha alma, reparador da humana fraqueza e dispensador de toda consolação interior. Porque lhes infundis abundantes consolações contra várias tribulações e os levantais do abismo do próprio abatimento à esperança da vossa proteção e os recreais e iluminais interiormente com a nova graça, de sorte que os mesmos que antes da comunhão se sentiam inquietos e sem afeto, depois de recreados com o manjar e a bebida celestiais se sentem melhorados e fervorosos. Tudo isso prodigalizais aos vossos escolhidos, para que verdadeiramente conheçam e evidentemente experimentem quanta fraqueza têm em si mesmos e quanta bondade e graça alcançam de vós. Pois de si mesmos são frios, tíbios e insensíveis; por vós, porém, tornam-se fervorosos, alegres e devotos. Quem, porventura, se chegará humilde à fonte da suavidade, que não receba dela alguma doçura? Ou quem, junto de um grande fogo, deixará de sentir algum calor? E vós sois a fonte sempre cheia e abundante; o fogo que sempre arde sem jamais se apagar.
4. Por isso, se me não é dado haurir da plenitude desta fonte, nem beber até me saciar, chegarei, todavia, meus lábios ao orifício do canal celeste, a fim de que receba daí ao menos uma gota, para refrigerar minha sede e não morrer de secura. E se não posso ainda ser todo celestial, nem tão abrasado como os querubins e serafins, contudo me empenharei por permanecer na devoção e dispor meu coração, para que pela recepção humilde deste vivificante Sacramento receba ao menos uma tênue faísca do divino incêndio. O que me falta, porém, ó bom Jesus, Salvador santíssimo, supri-o pela vossa bondade e graça, pois vos dignastes chamar-nos todos a vós, dizendo: Vinde a mim todos que penais e estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
4. Por isso, se me não é dado haurir da plenitude desta fonte, nem beber até me saciar, chegarei, todavia, meus lábios ao orifício do canal celeste, a fim de que receba daí ao menos uma gota, para refrigerar minha sede e não morrer de secura. E se não posso ainda ser todo celestial, nem tão abrasado como os querubins e serafins, contudo me empenharei por permanecer na devoção e dispor meu coração, para que pela recepção humilde deste vivificante Sacramento receba ao menos uma tênue faísca do divino incêndio. O que me falta, porém, ó bom Jesus, Salvador santíssimo, supri-o pela vossa bondade e graça, pois vos dignastes chamar-nos todos a vós, dizendo: Vinde a mim todos que penais e estais sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
Sexta-Feira Santa
No meu triste pensamento
Mal dou pelo que te diz o ladrão
A Ti meu Senhor quase morto.
Aproveitando o último momento
Consegue roubar o Teu coração
Já sem uma gota de sangue.
E Tu, da Cruz donde pendes exangue
Dás-lhe como prémio o Paraíso!
Como és bom e justíssimo Juiz!
Aviva-se em mim um sonho antigo:
Que quando me submeteres a juízo
Me sentencies a ir ter contigo!
Papa abre caminho a beatificação de portuguesa
A benemérita Sílvia Cardoso, de Paços de Ferreira, foi reconhecida pelo papa Francisco como "venerável", um procedimento obrigatório para a eventual beatificação, confirmou hoje à Lusa fonte da diocese do Porto.
Segundo o cónego Ângelo Alves, o passo hoje anunciado, em termos formais, traduz-se num decreto aprovado pelo papa, reconhecendo as 'virtudes heroicas' de Sílvia Cardoso.
A instrução do processo foi iniciada na diocese do Porto em 1984, evoluindo até 1992, ano em que transitou para Roma, onde esteve em apreciação até a aprovação pela Congregação para a Causa dos Santos. Nesse processo, segundo o cónego, reconheceu-se que aquela mulher "dedicou grande parte da sua vida à caridade e à evangelização católica".
Ângelo Alves, que foi o postulador diocesano deste processo, explicou que a fase seguinte será provar, na Santa Sé, pelo menos um milagre para que seja reconhecido àquela benemérita, que morreu em 1950, com 68 anos, o estatuto de beata.
Esse processo já foi iniciado informalmente, havendo três situações que estão a ser analisadas a título exploratório.
"Há um caso que tem alguma probabilidade de terminar dentro de meses", afirmou, em declarações à Agência Lusa.
O cónego explicou que Sílvia Cardoso foi uma mulher que se dedicou, desde muito jovem, ao cuidado de crianças e idosos de famílias pobres, dispondo até da sua fortuna pessoal.
A benemérita começou por fundar o hospital de Paços de Ferreira, em 1918, e uma creche naquela localidade, em 1922.
Ao longo dos anos, a sua obra deixou marcas nas cidades do Porto, Penafiel, Vila Real, Viana do Castelo, Elvas, Amadora Évora e Barcelos.
Sílvia Cardoso é venerada por muitos católicos, sobretudo em Paços de Ferreira, cidade onde existe uma estátua em sua homenagem, que foi inaugurada pelo antigo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Cerejeira.
No concelho ainda opera uma instituição de solidariedade social com o nome de Sílvia Cardoso.
(Fonte; DN online AQUI)
Segundo o cónego Ângelo Alves, o passo hoje anunciado, em termos formais, traduz-se num decreto aprovado pelo papa, reconhecendo as 'virtudes heroicas' de Sílvia Cardoso.
A instrução do processo foi iniciada na diocese do Porto em 1984, evoluindo até 1992, ano em que transitou para Roma, onde esteve em apreciação até a aprovação pela Congregação para a Causa dos Santos. Nesse processo, segundo o cónego, reconheceu-se que aquela mulher "dedicou grande parte da sua vida à caridade e à evangelização católica".
Ângelo Alves, que foi o postulador diocesano deste processo, explicou que a fase seguinte será provar, na Santa Sé, pelo menos um milagre para que seja reconhecido àquela benemérita, que morreu em 1950, com 68 anos, o estatuto de beata.
Esse processo já foi iniciado informalmente, havendo três situações que estão a ser analisadas a título exploratório.
"Há um caso que tem alguma probabilidade de terminar dentro de meses", afirmou, em declarações à Agência Lusa.
O cónego explicou que Sílvia Cardoso foi uma mulher que se dedicou, desde muito jovem, ao cuidado de crianças e idosos de famílias pobres, dispondo até da sua fortuna pessoal.
A benemérita começou por fundar o hospital de Paços de Ferreira, em 1918, e uma creche naquela localidade, em 1922.
Ao longo dos anos, a sua obra deixou marcas nas cidades do Porto, Penafiel, Vila Real, Viana do Castelo, Elvas, Amadora Évora e Barcelos.
Sílvia Cardoso é venerada por muitos católicos, sobretudo em Paços de Ferreira, cidade onde existe uma estátua em sua homenagem, que foi inaugurada pelo antigo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Cerejeira.
No concelho ainda opera uma instituição de solidariedade social com o nome de Sílvia Cardoso.
(Fonte; DN online AQUI)
América Latina, a grande reserva espiritual da Igreja
Evidentemente que os nossos povos têm uma grande reserva, uma reserva cultural e uma reserva espiritual. Uma reserva que podemos ver nalgumas imagens que são em geral de todos os povos da América Latina.
As imagens de Nossa Senhora, a Mãe, a que nos traz Jesus. A que nos dá o calor de família na Igreja, figura da Igreja; e o Cristo Crucificado que às vezes é o Cristo em torno da Cruz como é o Senhor da Paciência, depois de ser açoitado e coroado de espinhos; ou o Senhor deposto, morto, mas são como duas figuras muito dos nossos povos, além de todas as devoções que tem.
Mas a reserva está nessa referência a que Deus veio em carne e sofreu por nós, essas são essas duas imagens. Veio na carne porque o traz a Mãe, que é Mãe de todos nós e morre por nós para nos dar a vida.
Essa referência é uma reserva nos nossos povos que os leva a ir adiante e dá lugar a essas virtudes da solidariedade, da ajuda, da compreensão e todas essas coisas.
Isso ainda não foi destruído, evidentemente que toda esta cultura que se propõe, e que se propõe inclusivamente nos centros de estudos também e que se propõe também como conduta social, está a desgastar, ou tende a desgastar isto.
Mas penso que essa piedade popular, no fundo sentido da palavra, como a denominava Paulo VI na Evangelii Nuntiandi, ou Aparecida no seu documento.
Essa piedade popular tem essa raiz de fé muito grande, ainda é muito forte, e eu confio na fé dos nossos povos e que o Senhor nos dará a graça através destas práticas de piedade e desta obediência a Cristo que morreu por nós, e essa veneração à Mãe, poder salvar-nos desta corrente, desse relativismo que tudo é igual.
(Cardeal Bergoglio em entrevista exclusiva para a Eternal World Television Network EWTN, vídeo AQUI)
As imagens de Nossa Senhora, a Mãe, a que nos traz Jesus. A que nos dá o calor de família na Igreja, figura da Igreja; e o Cristo Crucificado que às vezes é o Cristo em torno da Cruz como é o Senhor da Paciência, depois de ser açoitado e coroado de espinhos; ou o Senhor deposto, morto, mas são como duas figuras muito dos nossos povos, além de todas as devoções que tem.
Mas a reserva está nessa referência a que Deus veio em carne e sofreu por nós, essas são essas duas imagens. Veio na carne porque o traz a Mãe, que é Mãe de todos nós e morre por nós para nos dar a vida.
Essa referência é uma reserva nos nossos povos que os leva a ir adiante e dá lugar a essas virtudes da solidariedade, da ajuda, da compreensão e todas essas coisas.
Isso ainda não foi destruído, evidentemente que toda esta cultura que se propõe, e que se propõe inclusivamente nos centros de estudos também e que se propõe também como conduta social, está a desgastar, ou tende a desgastar isto.
Mas penso que essa piedade popular, no fundo sentido da palavra, como a denominava Paulo VI na Evangelii Nuntiandi, ou Aparecida no seu documento.
Essa piedade popular tem essa raiz de fé muito grande, ainda é muito forte, e eu confio na fé dos nossos povos e que o Senhor nos dará a graça através destas práticas de piedade e desta obediência a Cristo que morreu por nós, e essa veneração à Mãe, poder salvar-nos desta corrente, desse relativismo que tudo é igual.
(Cardeal Bergoglio em entrevista exclusiva para a Eternal World Television Network EWTN, vídeo AQUI)
Soneto a Cristo Crucificado
Não me move, meu Deus, para querer-Te
O céu que me tens prometido,
Nem me move o inferno tão temido
Para deixar por isso de ofender-Te.
Tu me moves, Senhor, move-me ver-Te
Cravado em uma Cruz e escarnecido,
Move-me ver teu Corpo tão ferido,
Movem-me tuas afrontas e tua morte.
Move-me, enfim, o teu amor, e de tal maneira,
Que a não haver céu, ainda Te amara,
E a não haver inferno Te temera.
Nada tens que me dar porque Te queira,
Pois mesmo que eu não esperasse o que espero,
O mesmo que Te quero Te quereria.
(tradução do espanhol para português)
Tem havido tentativas de atribuição deste soneto a um ou outro autor, sem que a crítica tenha comprovado a autoria.
Talvez São João da Cruz ou Santa Teresa de Jesus (Sec.XVI). A atribuição aos dois Carmelitas corresponde ao tema do amor altruísta, muito presente naqueles Santos.
Este soneto, pela sua perfeita execução, aparece como um modelo em todas as grandes antologias, pelo que Don Marcelino Menéndez Pelayo o incluiu na sua obra Cem Melhores Poemas do idioma espanhol.
Nunca o amor de Cristo crucificado havia atingido um tal grau de pureza e intensidade na sensibilidade da expressão poética (...) Este soneto esquece as recompensas e punições para suscitar um amor, que por ser verdadeiro, não necessita do castigo, mas nasce limpo e profundo da contemplação dolorosa do martírio com que Cristo redime o homem. Essa é a única razão eficaz que pode mover a afastar-se da ingratidão do ultraje, a quem vem para nos amar de modo tão excessivo. (…) As duas últimas estrofes (…) reforçam e convencem a amar a Cristo acima de qualquer outra consideração ilegítima e mesquinha.
O estilo é directo, energético, quase penitencial (…). Não é a beleza criativa da linguagem que define este soneto, mas a força de renunciar a tudo o que não seja amar a quem, por amor, deixou massacrar o Seu Corpo.
Renunciando aos adornos da linguagem figurada, harmoniza, em admirável união, a forma forte e vigorosa e a mística nudez do conteúdo.
(Pe. Angel Martin, o.f.m.)
O céu que me tens prometido,
Nem me move o inferno tão temido
Para deixar por isso de ofender-Te.
Tu me moves, Senhor, move-me ver-Te
Cravado em uma Cruz e escarnecido,
Move-me ver teu Corpo tão ferido,
Movem-me tuas afrontas e tua morte.
Move-me, enfim, o teu amor, e de tal maneira,
Que a não haver céu, ainda Te amara,
E a não haver inferno Te temera.
Nada tens que me dar porque Te queira,
Pois mesmo que eu não esperasse o que espero,
O mesmo que Te quero Te quereria.
(tradução do espanhol para português)
Tem havido tentativas de atribuição deste soneto a um ou outro autor, sem que a crítica tenha comprovado a autoria.
Talvez São João da Cruz ou Santa Teresa de Jesus (Sec.XVI). A atribuição aos dois Carmelitas corresponde ao tema do amor altruísta, muito presente naqueles Santos.
Este soneto, pela sua perfeita execução, aparece como um modelo em todas as grandes antologias, pelo que Don Marcelino Menéndez Pelayo o incluiu na sua obra Cem Melhores Poemas do idioma espanhol.
Nunca o amor de Cristo crucificado havia atingido um tal grau de pureza e intensidade na sensibilidade da expressão poética (...) Este soneto esquece as recompensas e punições para suscitar um amor, que por ser verdadeiro, não necessita do castigo, mas nasce limpo e profundo da contemplação dolorosa do martírio com que Cristo redime o homem. Essa é a única razão eficaz que pode mover a afastar-se da ingratidão do ultraje, a quem vem para nos amar de modo tão excessivo. (…) As duas últimas estrofes (…) reforçam e convencem a amar a Cristo acima de qualquer outra consideração ilegítima e mesquinha.
O estilo é directo, energético, quase penitencial (…). Não é a beleza criativa da linguagem que define este soneto, mas a força de renunciar a tudo o que não seja amar a quem, por amor, deixou massacrar o Seu Corpo.
Renunciando aos adornos da linguagem figurada, harmoniza, em admirável união, a forma forte e vigorosa e a mística nudez do conteúdo.
(Pe. Angel Martin, o.f.m.)
São Paulo e a Cruz
São Paulo ofereceu uma síntese admirável da teologia da Cruz na segunda Carta aos Coríntios (5, 14-21), onde tudo está contido em duas afirmações fundamentais: por um lado Cristo, que Deus tratou como pecado em nosso benefício (v. 21), morreu por todos (v. 14); por outro, Deus reconciliou-nos consigo, sem atribuir a nós as nossas culpas (cf. vv. 18-20). É deste "ministério da reconciliação" que toda a escravidão já foi resgatada (cf. 1 Cor 16, 20; 7, 23). Aqui aparece como tudo isto é relevante para a nossa vida. Também nós temos que entrar neste "ministério da reconciliação", que supõe sempre a renúncia à própria superioridade e à opção da loucura do amor. São Paulo renunciou á própria vida, entregando-se totalmente a si mesmo pelo ministério da reconciliação, da Cruz que é salvação para todos nós. E também nós devemos saber fazer isto. Podemos encontrar a nossa força precisamente na humildade do amor, e a nossa sabedoria na debilidade de renunciar para entrar assim na força de Deus. Todos nós devemos formar a nossa vida sobre esta verdadeira sabedoria: não viver para nós mesmos, mas viver na fé naquele Deus, de quem todos nós podemos dizer: "Amou-me e entregou-se por mim!".»
(Bento XVI - Audiência geral do dia 29 de Outubro de 2008)
Paixão segundo S. Mateus de Bach BWV 244
Christoph Prégardien, tenor
Tobias Berndt, baritone
Dorothee Mields, soprano
Hana Blažíková, soprano
Damien Guillon, countertenor
Robin Blaze, countertenor
Colin Balzer, tenor
Hans Jörg Mammel, tenor
Matthew Brook, bass
Stephan MacLeod, bass
Collegium Vocale Gent dirigido por Philippe Herreweghe
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.» (Jo 15,13)
Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero
Sobre o governo de Deus Sobre o governo de Deus
O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho ─ e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este Filho que é Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quer dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. [...]
Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. E, agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9).
A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado ─ teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos, então, por tudo isto?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sobre o governo de Deus Sobre o governo de Deus
O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho ─ e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este Filho que é Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quer dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. [...]
Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. E, agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9).
A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado ─ teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos, então, por tudo isto?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 29 de março de 2013 - Sexta feira da Paixão do Senhor
Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os Seus discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, em que entrou com os Seus discípulos. Ora Judas, o traidor, conhecia bem este lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com os Seus discípulos. Tendo, pois, Judas tomado a coorte e guardas fornecidos pelos pontífices e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas. Jesus, que sabia tudo que estava para Lhe acontecer, adiantou-Se e disse-lhes: «A quem buscais?». Responderam-Lhe: «A Jesus de Nazaré». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O entregava, estava lá com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles disseram: «A Jesus de Nazaré». Jesus respondeu: «Já vos disse que sou Eu; se é, pois, a Mim que buscais, deixai ir estes». Deste modo se cumpriu a palavra que tinha dito: «Não perdi nenhum dos que Me deste». Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do Sumo Sacerdote, tendo-lhe cortado a orelha direita. Este servo chamava-se Malco. Porém, Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que o Pai Me deu?». Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e O manietaram. Primeiramente levaram-n'O a casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o Sumo Sacerdote daquele ano. Caifás era aquele que tinha dado aos judeus este conselho: «Convém que um só homem morra pelo povo». Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo, que era conhecido do pontífice, entrou com Jesus no pátio do pontífice. Pedro ficou de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro. Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu também dos discípulos deste homem?». Ele respondeu: «Não sou». Os servos e os guardas acenderam uma fogueira e aqueciam-se ao lume, porque estava frio. Pedro encontrava-se também entre eles e aquecia-se. Entretanto, o pontífice interrogou Jesus sobre os Seus discípulos e sobre a Sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: «Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reunem; nada disse em segredo. Porque Me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que Eu falei; eles sabem o que disse». Tendo dito isto, um dos guardas que estavam presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: «Assim respondes ao Sumo Sacerdote?». Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra o que disse de mal; se falei bem, porque Me bates?». Anás enviou-O manietado ao Sumo Sacerdote Caifás. Estava lá Simão Pedro aquecendo-se. Disseram-lhe: «Não és tu também dos Seus discípulos?». Ele negou e respondeu: «Não sou». Disse-lhe um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Não te vi eu com Ele no horto?». Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. Levaram então Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã. Não entraram no Pretório para não se contaminarem, e poderem comer a Páscoa. Pilatos, pois, saiu fora para lhes falar, e disse: «Que acusação apresentais contra este homem?». Responderam: «Se não fosse um malfeitor não O entregaríamos nas tuas mãos». Pilatos disse-lhes então: «Tomai-O e julgai-O segundo a vossa Lei». Mas os judeus disseram-lhe: «Não nos é permitido matar ninguém». Para se cumprir a palavra que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer. Tornou, pois, Pilatos a entrar no Pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos judeus?». Jesus respondeu: «Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de Mim?». Pilatos respondeu: «Porventura sou judeu? A Tua nação e os pontífices é que Te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste Tu?». Jesus respondeu: «O Meu reino não é deste mundo; se o Meu reino fosse deste mundo, certamente os Meus ministros se haviam de esforçar para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas o Meu reino não é daqui». Pilatos disse-Lhe então: «Portanto, Tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu o dizes, sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade; todo aquele que está na verdade ouve a Minha voz». Pilatos disse-Lhe: «O que é a verdade?». Dito isto, tornou a sair para ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não encontro n'Ele motivo algum de condenação. Ora é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?». Então gritaram todos novamente: «Este não, mas Barrabás!». Ora Barrabás era um assassino. Pilatos tomou então Jesus e mandou-O flagelar. Depois, os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha sobre a cabeça e revestiram-n'O com um manto de púrpura. Aproximavam-se d'Ele e diziam-Lhe: «Salve, rei dos judeus!», e davam-Lhe bofetadas. Saiu Pilatos ainda outra vez fora e disse-lhes: «Eis que vo-l'O trago fora, para que conheçais que não encontro n'Ele crime algum». Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis aqui o Homem!». Então os príncipes dos sacerdotes e os guardas, quando O viram, gritaram: «Crucifica-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Tomai-O e crucificai-O, porque eu não encontro n'Ele motivo algum de condenação». Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus». Pilatos, tendo ouvido estas palavras, temeu ainda mais. Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta. Então Pilatos disse-Lhe: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e também para Te crucificar?». Jesus respondeu: «Tu não terias poder algum sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». Desde este momento, Pilatos procurava soltá-l'O. Porém, os judeus gritavam: «Se soltas Este, não és amigo de César!, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César». Pilatos, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, em hebraico Gábata. Era o dia da Preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei!». Mas eles gritaram: «Tira-O, tira-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Hei-de crucificar o vosso rei?». Os pontífices responderam: «Não temos outro rei senão César». Então entregou-Lho para que fosse crucificado. Tomaram, pois, Jesus que, carregando com a Sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota, onde O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos redigiu um título, que mandou colocar sobre a cruz. Nele estava escrito: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus». Muitos judeus leram este título, porque o lugar onde foi crucificado ficava perto da cidade. Estava redigido em hebraico, em latim e em grego. Os pontífices dos judeus diziam, porém, a Pilatos: «Não escrevas: Rei dos Judeus, mas: Este homem disse: Eu sou o Rei dos Judeus». Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito!». Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. Tomaram também a túnica. A túnica não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo. Disseram entre si: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará; para que se cumprisse deste modo a Escritura, que diz: “Repartiram entre si as Minhas vestes e lançaram sortes sobre a Minha túnica”. “Os soldados assim fizeram. Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede». Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca. Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito. Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados. Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado. Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”. E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”. Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-o. Foi, pois, e tomou o corpo de Jesus. Nicodemos, aquele que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-n'O em lençóis com perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado, havia um horto e no horto um sepulcro novo, em que ninguém tinha ainda sido sepultado. Por ser o dia da Preparação dos judeus e o sepulcro estar perto, depositaram ali Jesus.
Jo 18,1-40.19,1-42
Jo 18,1-40.19,1-42