terça-feira, 19 de março de 2013

Amar a Cristo...

Querido Jesus, ajuda-nos a falar sempre a verdade, por muito desconfortável que esta possa ser, usando da caridade sem todavia a desvirtuarmos.

Tu sabes, sim porque Tu tudo sabes, que a tibieza é inimiga do bem e da verdade e por vezes para nos sentirmos confortáveis optamos por omitir que em muitos caso se equivale a mentir, daí esta nossa súplica.

Senhor Jesus que a nossa confiança em Ti nunca esmoreça!

JPR

Não tenhais medo... da bondade e da ternura

Os olhos do mundo ficaram nos últimos dias focados em Roma. Numa espécie de frenesim expectante. Tentando interpretar silêncios e sinais. Pendente das palavras e perscrutando os gestos de um velho vestido de branco e aspecto bondoso. Mas os holofotes do mundo mediático, em que vivemos imersos, odeiam o vazio, exigem narrativas claras, sínteses e antíteses. Vindo de tão longe e próximo do povo quanto o carismático João Paulo II? Capaz de traduzir em palavras simples a riqueza teológica com Bento XVI que fascinou o mundo intelectual? Continuidade ou ruptura? E, de repente, até a retorica da média parece desarmada perante a simplicidade única de Francisco. Em menos de uma semana, o mundo parece render-se ao carisma desarmante da testemunha. Talvez o novo Papa seja já um primeiro dom obtido, para a Igreja, pela oração de Bento XVI.
Hoje, na pequena praça onde João Paulo II incentivou os cristãos a não terem medo de abrir as portas ao Redentor, o Papa Francisco acrescentou, apoiado agora no exemplo de S. José, um novo desafio: “Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!”. Sem medo de ser, simultaneamente, “homens de coragem” e de “bondade e de ternura”. Ternura que “não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário: denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!”.
Francisco disse-o mas, minutos antes, já o mostrara ao mundo numa imagem que as câmaras fixaram e dificilmente poderá ser esquecida. No giro pela praça, ao saudar os fiéis, os olhos do Papa cruzaram-se com os de um rapaz encostado à vedação, transportando, em braços, não uma criança, mas um homem maduro e doente. O Papa fez parar o cortejo, desceu do carro, e dirigiu-se solícito ao doente de paralisia cerebral. Beijou-o e afagou-o demoradamente, até que, num rasgado sorriso, partilhado na emoção de quem o transportava, o doente lhe devolveu reconhecido o gesto. Como não evocar, nesta figura de um pai cheio de solicitude, a figura de Cristo consolador?
O mundo precisa deste suplemento de humanidade e testemunho. E o Papa vai ao encontro desse desassossego espiritual, quando não se limita a falar para os 1,3 mil milhões de crentes católicos e sublinha que a “vocação de guardião” não diz respeito apenas aos cristãos, “mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação. (…) É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. (…) É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem”.
Este apelo veemente à coerência de vida e à total unidade de vida dos cristãos não está apenas presente nas palavras - está patente na totalidade dos gestos que marcaram os primeiros dias no novo pontificado. A começar pela sua constante referência a uma Igreja desejavelmente pobre (simbolicamente traduzida na opção, também ela franciscana, por uma cruz e anel de prata e numa veste despojada) e com opção preferencial pelos mais pobres. Bem como pela sua repetida referência ao bispado de Roma e ao verdadeiro poder papal enquanto serviço.
Não creio que possa ler-se esta referência, insistentemente repetida, como uma espécie de leitura minimalista da influência petrina, mas antes como um reflexo directo de uma genuína humildade e um reconhecimento da importância da colegialidade e da unidade da Igreja. Cristo deu um poder a Pedro, mas “de que poder se trata?”, perguntava hoje o Papa na sua primeira homilia. “Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, (…) deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos (…)”.
“Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos (…) a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus”.
Conhecido na Argentina por não poupar os poderosos, o novo Papa lança-lhes na primeira homilia um simples pedido: “Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo”.

Graça Franco in RR online AQUI

Amanhã! 20Mar 21h30 "Quem é o Papa Francisco?" João Filipe d' Avillez


Avenida Prof. Aníbal Bettencourt, nº5
1600-169 Lisboa
Telefone: 21 796 551 8
Telemóvel: 91 951 341 5

'Para meu Pai' de António Mexia Alves

2013.03.19

Meu querido Pai:

Escrevo-lhe esta carta no 'seu dia'.

Lembro-me quando era estudante jovem, de guardar as ‘notas’ do segundo período de aulas no colégio para lhas oferecer.

Normalmente boas notas, muito boas… mesmo.


E, lembro-me bem do que invariavelmente me dizia:

“Muito bem, obrigado, mas… aqui tiveste só um ‘dezoito’! Porque não tiraste um ‘vinte’?”

E eu não percebia muito bem a sua insatisfação (satisfeita), levei tempo a compreender que queria mais de mim, queria tudo o que eu podia dar: o máximo!

E foi sempre assim, um homem de ‘máximos’ toda a sua vida e é essa imagem de homem probo, amável, exigente mas compreensivo que guardo para sempre.

Aí no Céu, celebra com os manos, o Manel Zé, a Mena, a Belinha e o Zézinho este dia, aqui, na terra, o João, a Trinda eu, o Pedro e o Joaquim, celebramos também.

Peço a São José a quem tinha tanta devoção, seja o portador desta.
Que melhor ‘carteiro’ poderia escolher!

E,. como sempre… despeço-me:

Um beijo do seu filho muito amigo, que lhe pede a bênção,

António AQUI

Imitação de Cristo, 4 , 1, 5 e 6 - Com quanta reverência cumpre receber a Cristo - Voz do discípulo

5. Demais, há grandíssima diferença entre a arca da aliança com suas relíquias e vosso puríssimo corpo com suas inefáveis virtudes; entre aqueles sacrifícios da lei, que eram apenas figuras do futuro, e o sacrifício verdadeiro de vosso corpo, que é o cumprimento de todos os sacrifícios antigos.

6. Por que, pois, se me não acende melhor o meu coração na vossa adorável presença? Por que me não preparo com maior cuidado para receber vosso santos mistério, quando aqueles santos patriarcas e profetas, reis e príncipes, com todo o povo, mostraram tanta devoção e fervor no culto divino?

Texto integral da homilia de Papa Francisco na Missa na Praça de São Pedro

Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.
Saúdo, com afecto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).
Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egipto e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projecto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!
E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.

Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.
A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!
Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amen.

'O MEU PAI' de Joaquim Mexia Alves

Ver nota sobre a fotografia
O meu pai era um homem alto, forte, uma figura que chamava a atenção, tanto mais que tendo nascido em 1899, não havia muita gente do seu tamanho, naquele tempo.

Se bem me lembro nunca o vi fazer uso desse seu tamanho para impor fosse o que fosse, mas era antes um homem calmo, ponderado, de quem emanava uma forte autoridade, sustentada por um testemunho de vida coerente com tudo aquilo em que acreditava.

Tendo servido cargos de estado, nunca se serviu deles, (até por eles terá sido prejudicado), tal como nunca foi contra os seus princípios, sendo um homem livre e independente, nunca permitindo que as suas obrigações colocassem em causa a sua coerência de vida.

Não me lembro de o ouvir alguma vez gritar, mas impunha-se pela sua presença e autoridade imanente.

Embora lhe tivesse um enorme respeito, um quase temor reverencial, sempre senti nele, apesar da austeridade de tratamento, um amor forte, profundo, paternal, que me fazia sentir seguro não só no momento, mas também no futuro.

O meu pai “transformava-se” nas festas de família, sobretudo no Natal e na Páscoa.


Parecia-me que nesses dias se aproximava de mim, (“falo” por mim, mas julgo que o que escrevo poderá ser subscrito pelos meus irmãos), se tornava mais perto, mais terno, mais carinhoso, mais pai de amor, embora e sempre educador.

Muitos diriam ou pensariam que com um pai assim, austero e educador intransigente, a minha infância teria sido dura ou menos feliz.
Estão completamente errados, pois tenho saudades imensas da minha infância, da minha adolescência, do meu crescer suportado nos seus ensinamentos, em palavras e testemunho de vida.
Julgo até que seria impossível ter sido mais feliz!

Mas uma das suas características mais marcantes, para mim, era a profundidade da sua Fé!

Ainda a Igreja, (suponho eu), não tinha falado da família como “igreja doméstica”, e já, olhando agora para trás, eu vejo como o meu pai, (sempre com a minha mãe, claro), moldava a sua/nossa família como uma “igreja doméstica”, sobretudo nesses dias de festa religiosa.

Haveria tanta coisa para escrever, para testemunhar sobre o meu pai, que não pararia de escrever e tornaria este texto de tal maneira longo, que perderia o sentido que lhe quero dar: uma homenagem ao meu pai, para lembrando-me dele, novamente aprender com ele a ser pai nestes tempos tão difíceis que a família agora atravessa.

Mas uma coisa não posso deixar de testemunhar, pois é algo que ainda hoje em dia me toca profundamente.

Sendo, como afirmei no inicio, um homem “imponente”, quando entrava numa igreja para rezar, para participar na Eucaristia, tornava-se “pequeno”, como que desaparecia aos olhos dos outros, e durante todo aquele tempo nada o perturbava, numa comunhão intima com Deus, numa profundidade de oração que ainda hoje me toca e gostaria de imitar.

Hoje, apesar da minha idade, sinto falta da sua segurança, sinto falta da sua presença forte e conselheira, mas sei, no íntimo de mim mesmo, que tenho a sua contínua intercessão no Céu, junto de Deus, que foi a sua razão de viver, que foi o “segredo” da família que criou e moldou, de tal modo, que apesar dos tempos que se vivem, a marca de Deus pelo meu pai deixada, contínua viva no coração de todos nós, sua família, até naqueles que não vivem a fé no seu dia-a-dia.

Louvado seja Deus, pelo pai que me deu, pela mãe que me deu, pela família em que me fez crescer, e pela família que colocou nas minhas mãos de pai e avô.

Joaquim Mexia Alves AQUI

Marinha Grande, 19 de Março de 2012

Nota:

O meu pai e eu.
Fotografia tirada em 1 de Dezembro de 1971, 20 dias antes da minha partida para uma comissão militar na Guiné.

Hino de São José (é na simplicidade deste vídeo que está a grandeza do mesmo)



Todos os trabalhadores
Vamos juntos entoar
Operários lavradores
São José vamos saudar, ai, ai

A Mulher trabalhadora
Faxineira e professora
E também dona de casa
Tem os filhos pra cuidar, ai, ai

São José homem do povo
Entendeu a mensagem do senhor
Operário feliz esposo
De Maria a Mãe do Salvador.

Empregada, balconista
Empresário e escritor
Comerciante e artista
Cantam juntos o louvor, ai, ai

Santo Humilde, homem justo
Elevamos nossa voz
Teu exemplo nos ajude
Que a justiça viva em nós, ai, ai

Importância dos leigos: "apóstolos em virtude do baptismo"

"A sua clericalização é um problema. Os padres clericalizam os leigos e os leigos pedem-nos para serem clericalizados... É uma cumplicidade pecadora. E pensar que poderia bastar o simples baptismo. Penso naquelas comunidades cristãs do Japão que sobreviveram sem sacerdotes durante mais de duzentos anos. Quando regressaram os missionários reencontraram lá todos baptizados, todos validamente casados pela Igreja e todos os seus defuntos tinham tido funeral católico. A fé permaneceu intacta para os dons da graça que tinham alentado a vida destes leigos, que tinham recebido somente o baptismo e tinham vivido a sua missão apostólica em virtude do simples baptismo. Não se deve ter medo de depender somente da Sua ternura...".

(Cardeal Jorge Mario Borgoglio em entrevista a Stefania Falasca, 30 Giorni, n. 11/2007

Oração do humilde

Salmo 86

Oração de David.

Inclina, SENHOR, os teus ouvidos e responde-me,
porque estou triste e necessitado.
Protege a minha vida, porque te sou fiel;
salva o teu servo, que em ti confia.
Senhor, tem compaixão de mim,
que a ti clamo todo o dia.
Alegra o espírito do teu servo,
pois para ti, Senhor, elevo a minha alma.Porque Tu, Senhor, és bom e indulgente,
cheio de misericórdia para quantos te invocam.
Senhor, ouve a minha oração,
atende os gritos da minha súplica.
Por ti clamo, no dia da minha angústia,
na certeza de que me responderás.
Não há entre os deuses quem se compare a ti, Senhor;
nada há que se compare às tuas obras.Todas as nações, que criaste, virão adorar-te, Senhor,
e darão glória ao teu nome.
Porque só Tu és grande
e realizas maravilhas.

Ensina-me, SENHOR, o teu caminho
e caminharei na verdade.
Dirige o meu coração, para que honre o teu nome.
Senhor, meu Deus, de todo o coração hei-de louvar-te
e glorificar o teu nome para sempre.
Pois a tua misericórdia foi grande para comigo;
livraste a minha vida das profundezas da morte.
Ó Deus, os soberbos levantam-se contra mim,
a turba dos prepotentes atenta contra a minha vida,
sem fazer nenhum caso de ti.
Mas Tu, Senhor, és um Deus misericordioso e compassivo,
paciente e grande em bondade e fidelidade.
Volta-te para mim e tem compaixão;
dá a tua força ao teu servo
e salva o filho da tua serva.
Dá-me uma prova da tua bondade,
para que os meus inimigos sejam confundidos
ao verem que Tu, SENHOR, me ajudas e confortas. 

«O amor divino…

… não é a negação do amor humano mas o seu aprofundamento, a sua radicalização dentro duma nova dimensão» 

 (Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

A ausência do pai na educação dos filhos

Tiveram um filho. O pai estava orgulhoso e trabalhava muito. Não podia perder tempo porque era necessário sustentar a família. Era preciso ganhar dinheiro e essa era a sua principal missão. Não tinha a menor dúvida disso. Se ele a conseguisse cumprir, tudo correria bem e a família seria feliz.

E o pequeno foi crescendo. «Pai, algum dia quero ser como tu. Podes ajudar-me nos trabalhos de casa?». «Gostaria muito, meu filho, mas hoje não é possível. Tenho muito que trabalhar. Quando tiveres a minha idade já verás. A vida não é nada fácil. Mas não te preocupes, porque daqui a algum tempo teremos um pouco mais de dinheiro e eu, um pouco mais de tempo. Agora pede à tua mãe. Ela tem mais jeito do que eu para essas coisas».

No dia em que o rapaz fez treze anos agradeceu ao pai: «Obrigado pela bola de futebol. Podemos jogar os dois?». «Infelizmente, hoje não pode ser. Tenho muito que trabalhar. Mas o que não vão faltar são oportunidades». «Que pena, pai. Mas não importa. Um dia quero ser como tu. Quero aprender a trabalhar muito».

Anos mais tarde, o filho regressou da universidade. Já era um homem responsável. «Filho, estou orgulhoso de ti. Vamos dar um passeio e falar com calma». «Hoje não posso, pai. Tenho compromissos inadiáveis». «Não importa. Ocasiões não nos vão faltar. Daqui a pouco entro na reforma e vai-nos sobrar tempo para conversarmos com serenidade».

Um tempo depois, o pai reformou-se e o filho, já casado, vivia numa casa das redondezas. Resolveu telefonar-lhe: «Filho, gostaria imenso de estar contigo». «Seria óptimo, pai, mas neste momento estou com a corda no pescoço. Tenho trabalho até à ponta dos cabelos que, por sinal, já estão a ficar brancos. Quando isto passar, tenho a certeza de que não nos vão faltar oportunidades para pormos a conversa em dia». Ao desligar o aparelho, o pai deu-se conta de que o filho tinha cumprido o seu desejo. Era igual ao seu pai.

Nos dias de hoje, um dos maiores problemas na educação dos filhos é a ausência do pai. A educação, para ser equilibrada, necessita dos dois progenitores. A presença paterna na família é diferente e complementar à materna. A falta de um modelo na educação, masculino ou feminino, implica quase sempre um desequilíbrio naquele que é educado.

À juventude actual, parecem faltar valores que naturalmente compete ao pai transmitir. Como diz I. Iturbe, se a educação dos filhos fosse comparada a um filme, poderíamos dizer que o pai converte-se no principal protagonista ao chegar o delicado momento da adolescência. Os filhos tendem a prestar-lhe mais atenção, especialmente se são rapazes. Sentem nesse momento uma certa confusão e desorientação. Necessitam de um apoio firme e seguro. É isso que procuram no seu pai: um modelo com o qual possam identificar-se. Se o pai está ausente, outros modelos virão ocupar esse vazio, com grande probabilidade de não serem modelos propriamente exemplares.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria 

Ave, ó São José

Ave, ó São José,
homem justo,
esposo virginal de Maria,
e pai davídico do Messias;
bendito és tu entre os homens,
e bendito é o filho de Deus
que a ti foi confiado:
Jesus.

São José,
Padroeiro da Igreja universal,
guarda as nossas famílias
na paz e na graça divina,
e socorre-nos na hora
da nossa morte.

Ámen.


(O 'Spe Deus' desconhece o autor deste lindo poema a S. José)


Salvador Justen de Almeida disse...
Informo que os autores são:
texto: Giuseppe Brioschi
música: D. Machetta

Salesianos em Turim Bem-haja pela ajuda e esclarecimento.

São José, guardião fiel dos mistérios da salvação

São Bernardino de Siena (1380-1444), franciscano
Homilia sobre São José; OC 7, 16. 27-50
Quando a bondade divina escolhe alguém para uma graça singular, dá-lhe todos os carismas necessários, o que aumenta muito a sua beleza espiritual. Isto verificou-se totalmente com São José, pai legal de Nosso Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Soberana dos anjos. O Pai eterno escolheu-o para ser o guardião fiel dos Seus principais tesouros, quer dizer, de Seu Filho e de Sua esposa, função que ele desempenhou muito fielmente. Foi por isso que o Senhor disse: «Servo bom e fiel, entra no gozo do teu senhor» (Mt 25, 21).

Se comparares José com o resto da Igreja de Cristo, não é verdade que é um homem particularmente escolhido, pelo qual Cristo entrou no mundo de maneira regular e honrosa? Pois se toda a Santa Igreja é devedora para com a Virgem Maria porque foi a Ela que foi dado receber Cristo, após Ela, é a São José que deve um reconhecimento e um respeito sem paralelo.

Ele é, com efeito, o epílogo do Antigo Testamento: é nele que a dignidade dos patriarcas e dos profetas recebe o fruto prometido. Só ele possuiu realmente o que a bondade divina lhes tinha prometido. Certamente não podemos duvidar de que a intimidade e o respeito que, durante a Sua vida humana, Cristo deu a José, como um filho a seu pai, não lhe foram negados no céu, antes foram enriquecidos e completados. O Senhor também acrescentou: «Entra no gozo do teu senhor».

Lembra-te de nós, bem-aventurado José, intercede, pelo auxílio da tua oração, junto de teu Filho adoptivo; torna igualmente propícia a bem-aventurada Virgem, tua esposa, porque Ela é a mãe Daquele que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos sem fim.

«Não temas receber Maria, tua esposa»

São Claude la Colombière (1641-1682), jesuíta 
1º Panegírico de São José

Sabemos muito pouco da vida de S. José. O Evangelho não relata mais do que dois ou três factos; e um autor antigo observou que não se encontra nele nenhuma palavra sua. Talvez que [...] o Espírito Santo quisesse com isso assinalar o silêncio e a humildade de São José, o seu amor pela solidão e a vida escondida. Seja como for, perdemos muito com isso. Se o Senhor tivesse permitido que soubéssemos detalhes da vida deste grande santo, com certeza que se teriam encontrado belos exemplos, belas regras, sobretudo para quem vive no estado de casado. [...]

Toda a vida de São José se pode dividir em duas partes: a primeira é a que precedeu o seu casamento; a segunda é a que se lhe segue. Não sabemos absolutamente nada da primeira e da segunda sabemos muito pouco. Afirmo no entanto que ambas foram muito santas: a primeira porque foi coroada por casamento tão vantajoso; a segunda foi ainda mais santa porque toda ela se passou neste casamento. [...]

Que proveito deve São José ter tirado dos muitos anos de diálogo que manteve quase continuamente com a Santa Virgem! [...] Não tenho qualquer dúvida de que o próprio silêncio de Maria foi extremamente edificante e de que só olhar para ela era suficiente para ele se sentir levado a amar Deus e a desprezar tudo o resto. Mas quais não seriam os discursos de uma alma onde o Santo Espírito habitava, onde Deus tinha derramado uma plenitude de graças, que Lhe tinha mais amor que todos os serafins juntos! Que fogo não sairia desta boca quando ela se abria para exprimir os sentimentos do seu coração! Que frialdades, que gelos este fogo não teria dissipado! E que efeito não teria ele tido em José, que já tinha uma tão grande disposição a ser inflamado! [...] Este grande fogo, capaz de abrasar toda a terra, teve só o coração de José para acalorar e consumir durante muitos anos. [...] Se Ela acreditou que o coração de São José era uma parte do seu, que cuidados não terá tido em o inflamar do amor de Deus!

O Evangelho do dia 19 de março de 2013

Jacob gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.  Assim, são catorze todas as gerações desde Abraão até David; e catorze gerações desde David até à deportação para Babilónia, e também catorze as gerações desde a deportação para Babilónia até Cristo.  A geração de Jesus Cristo foi deste modo: Estando Maria, Sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem achou-se ter concebido por obra do Espírito Santo.  Dará à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados». Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta que diz:  “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e Lhe porão o nome de Emanuel, que significa: Deus connosco”. Ao despertar José do sono, fez como lhe tinha mandado o anjo do Senhor, e recebeu em sua casa Maria, sua esposa.

Mat 1,16.18-21.24