sábado, 16 de fevereiro de 2013

Freira descreve a simplicidade do mosteiro aonde Bento XVI se recolherá

Uma das freiras que viveram no mosteiro onde o Papa vai passar a residir diz que sua escolha mostra a sua "grande simplicidade", porque "não é um obra de arte ou nada comparável a outros edifícios do Vaticano".

"A sua decisão de retirar-se foi uma surpresa para mim, mas ele é muito corajoso, embora frágil e idoso", disse uma freira da Ordem da Visitação de Santa Maria ao grupo ACI, que pediu anonimato pela da sua vida de clausura.

"Mas esta decisão é a prova de que ele tem uma mente muito lúcida", afirmou ela, acrescentando que "o nosso amor próprio não nos permite ver as nossas próprias limitações, ao contrário do que o Papa Bento XVI fez."

"Se eu o amava antes", declarou ela, "agora amo-o ainda mais."

As irmãs levam uma vida simples, sem pessoal de serviço. Elas passam o tempo rezando e, pelo aniversário dos 400 anos da sua fundação, fizeram vestes litúrgicas para que o Papa Bento doasse para as igrejas mais pobres.

"Uma semana antes de sairmos ele nos perguntou: 'o que o Papa faria sem vocês' e pediu-nos para continuar orando por ele", disse a freira.

"A decisão fez-nos chorar, mas ele tem sido muito corajoso", acrescentou.

O mosteiro, chamado Mater Ecclesiae, tem uma área de cerca de 400 metros quadrados e situa-se ao oeste da Basílica de São Pedro.

Tem uma capela, uma sala de coro, uma biblioteca, uma cave, um terraço e uma sala de visitas que foi acrescentada em 1993.
(…)
De acordo com a freira espanhola, que atualmente reside em um convento em Madrid, o prédio não foi reformado em 18 anos e precisava de reparos menores.

"Tivemos humidade na cave e as janelas precisavam ser mudadas, e no terraço precisava de uma reforma e pintura por causa da neve do ano passado", explicou ela.

"Mas o prédio é muito pequeno, por isso eles tiveram que esperar que nós o deixássemos para começar a trabalhar nele."

Refletindo sobre sua experiência de vida no convento do Vaticano, a freira da Visitação disse que ela e suas irmãs religiosas sentiam que "estavam no coração da Igreja".

"Foi uma experiência que é muito difícil de colocar em palavras", afirmou.

Sua missão era rezar pelo Papa, pelas suas viagens, e acompanhá-lo em oração diariamente.

A freira espanhola lembrou que o Papa Bento XVI, muitas vezes agradeceu-lhes pelas suas orações e cuidava regularmente de informar-se pelo seu bem-estar.

Ele queria originalmente freiras francesas para viver no mosteiro, explicou ela, mas devido ao pequeno número de vocações na França, ele decidiu que seria melhor buscá-las na Espanha.

O mosteiro foi fundado em 1994 pelo beato João Paulo II como um lugar dedicado exclusivamente à oração pelo Papa, pelo seu ministério e pelos cardeais.

A ordem da Visitação de Santa Maria foi escolhida entre muitos outros grupos religiosos para viver no mosteiro desde o dia 7 de outubro de 2009 até 7 de outubro de 2012.

Sua estadia foi prolongada por 15 dias e elas deixaram o mosteiro em 22 de outubro, logo após a festa do Beato Papa João Paulo II.

As sete irmãs habitavam em conventos da Espanha, sendo uma de nacionalidade colombiana e outra de Guiné Equatorial.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação de JPR)

Bento XVI estava "esgotado há muito tempo" segundo Peter Seewald

Foto não é do encontro recente
O biógrafo de Bento XVI e autor do livro-entrevista "Luz do Mundo", o alemão Peter Seewald,  afirmou hoje que o papa "estava esgotado há muito tempo", rejeitando que a sua renúncia esteja relacionada com o escândalo "Vatileaks".

De acordo com a agência EFE, em declarações ao semanário alemão "Focus", Peter Seewald refere que, há 10 semanas, quando se encontrou com o papa no Vaticano, Bento XVI lhe afirmou: "não se pode esperar muito mais de mim".
Seewald declarou que nunca até então tinha visto o papa tão exausto, sendo que Bento XVI lhe disse mesmo que o seu terceiro livro sobre Jesus Cristo havia sido concluído "com as suas últimas forças".
O autor do livro "Luz do Mundo" negou, no entanto, que a decisão de renuncia tenha sido influenciada pelo escândalo conhecido como "Vatileaks".
Este caso remonta a 22 dezembro 2012, quando Bento XVI perdoou e libertou o seu ex-mordomo, mas expulsou-o do Vaticano, 12 meses depois de Paolo Gabriele revelar segredos papais e documentos sobre uma série de alegados escândalos com fraudes no Vaticano.
A traição do seu mordomo causou "grande deceção" no papa, disse o biógrafo.
No Vaticano, Bento XVI admitiu hoje ter sido "muito difícil" decidir renunciar ao cargo, mas afirmou que esta era a decisão "certa" para a Igreja Católica.
O porta-voz do Vaticano também fez hoje saber que o conclave para eleger um novo papa pode começar antes do dia 15 de março se todos os cardeais eleitores se encontrarem em Roma.
Num encontro habitual com a comunicação social, Federico Lombardi explicou que a legislação do Vaticano estabelece que o conclave de cardeais deve começar entre 15 a 20 dias depois do início da chamada "Sede Vacante", que é o tempo que vai desde a morte ou renúncia de um papa até a eleição do pontífice seguinte, com o objetivo de permitir a todos os cardeais deslocarem-se a Roma.
"Mas se todos chegarem antes pode-se antecipar [o conclave]", frisou.
De acordo com a AFP, o cardeal italiano Velasio De Paolis, que participará na eleição do novo papa, afirmou, em declarações ao jornal italiano La Stampa, que o conclave "vai votar com base na pessoa, não de onde ela vem".
"Temos de escolher a pessoas que melhor pode conduzir a Igreja e servir a causa da fé, e não aquele que melhor captou a atenção dos média e exibe a imagem mais emocionante", disse.
(Fonte: site RTP AQUI)

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, escrevemos-Te ouvindo uma lindíssima interpretação cantada do Angelus que rezamos diariamente entre o Pentecostes e o Domingo da Tua Ressureição em honra da Virgem Santíssima e de coração contrito e cheio de amor agradeço-Te por tão excelsa criatura que nos ofereceste.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor para sempre pela Seu infinito amor e bondade!

O futuro de Deus (Editorial)

É um acontecimento sem precedentes, e que por conseguinte deu imediatamente a volta ao mundo, a renúncia de Bento XVI ao papado. Como o próprio Pontífice anunciou com simples solenidade diante de um grupo de cardeais, a partir da noite de 28 de Fevereiro a sede episcopal de Roma ficará vacante e imediatamente a seguir será convocado o conclave para eleger o sucessor do apóstolo Pedro. Assim está especificado no breve texto que o Papa escreveu directamente em latim e que leu no consistório.

A decisão do Pontífice foi tomada há muitos meses, depois da viagem ao México e a Cuba, e numa confidência que ninguém pôde infringir, depois "de ter repetidas vezes examinado" a própria consciência "diante de Deus" (conscientia mea iterum atque iterum coram Deo explorata), por causa da idade avançada. Bento XVI explicou, com a clareza que lhe é própria, que as suas forças "já não são apropriadas para exercer de modo adequado" a tarefa imane exigida a quem é eleito "para governar a barca de são Pedro e anunciar o Evangelho".

Por isso, e só por isso, o Romano Pontífice, "bem ciente da gravidade deste gesto, com plena liberdade" (bene conscius ponderis huius actus plena libertate) renuncia ao ministério de bispo de Roma que lhe foi confiado a 19 de Abril de 2005. E as palavras que Bento XVI escolheu indicam de modo transparente o respeito das condições previstas pelo direito canónico para a demissão de um cargo que não tem comparações no mundo devido ao peso real e à importância espiritual.

Todos sabem que o cardeal Ratzinger não procurou de modo algum a eleição ao pontificado, uma das mais rápidas na história, e que a aceitou com a simplicidade própria de quem confia deveras a própria vida a Deus. Por isso Bento XVI nunca se sentiu sozinho, numa relação autêntica e diária com quem amorosamente governa a vida de cada ser humano e na realidade da comunhão dos santos, apoiado pelo amor e pelo trabalho (amore et labore) dos colaboradores, e amparado pela oração e estima de muitíssimas pessoas, crentes e não crentes. Nesta luz deve ser lida também a renúncia ao pontificado, livre e sobretudo confiante na providência de Deus. Bento XVI sabe bem que o serviço papal, "pela sua essência espiritual", pode ser realizado também "sofrendo e rezando", mas ressalta que "no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé" a um Papa "é necessário também o vigor, quer no corpo, quer no espírito", vigor que nele naturalmente vai diminuindo.

Nas palavras dirigidas aos cardeais, antes admirados e depois comovidos, e com a sua decisão sem precedentes históricos comparáveis, Bento XVI demonstra uma lucidez e uma humildade que é antes de tudo, como já explicara, adesão à realidade, à terra (humus). Assim, não se sentindo mais capaz de "administrar bem" o ministério que lhe foi confiado, anunciou a sua renúncia. Com uma decisão humana e espiritualmente exemplar, na plena maturidade de um pontificado que, desde o início e por quase oito anos, dia após dia, nunca deixou de fazer admirar e deixará um vestígio profundo na história. Aquela história que o Papa lê com confiança no sinal do futuro de Deus.

GIOVANNI MARIA VIAN – Diretor

(© L'Osservatore Romano - 17 de Fevereiro de 2013)

Imitação de Cristo, 3, 53, 1 - Que a graça de Deus não se comunica aos que gostam das coisas terrenas

Jesus: Filho, preciosa é a minha graça; não sofre mistura de coisas estranhas, nem de consolações terrenas. Cumpre, pois, remover todos os impedimentos da graça, se desejas que te seja infundida. Busca lugar retirado, gosta de viver só contigo, e não procures conversa com os outros, mas a Deus dirige tua oração fervorosa, para que te conserve na compunção de espírito e pureza da consciência. Avalia em nada o mundo todo; antepõe o serviço de Deus a todas as coisas exteriores. Pois não podes há um tempo tratar comigo e deleitar-te nas coisas transitórias. Cumpre apartares-te dos conhecidos e amigos, e desprenderes teu coração de toda consolação temporal. Assim exorta também instantemente o apóstolo São Pedro que os fiéis cristãos vivam neste mundo como estrangeiros e peregrinos (1 Pdr 2,11).

O Filho de Deus rejeita a tentação de tomar outras vias e obedece à vontade de Seu Pai

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol 
Escritos espirituais, 15/12/1936


Também eu, quando estava no mundo, corria muitas vezes pelas estradas de Espanha, encantado por ver o velocímetro do meu carro marcar 90 Km à hora! Que disparate! Quando me apercebi de que não tinha mais horizontes, sofri a decepção típica daquele que tem a liberdade deste mundo, pois a terra é pequena e depressa lhe damos a volta. O homem está rodeado de horizontes pequenos e limitados. Para quem tem a alma sedenta de horizontes infinitos, os da terra não bastam: abafam-no, não há mundo que lhe chegue e só encontra o que procura na grandeza e imensidão de Deus. Homens livres que percorreis o planeta, não tenho inveja da vossa vida neste mundo; fechado num convento e aos pés do crucifixo, tenho uma liberdade infinita, tenho um céu, tenho Deus. Que sorte tão grande ter um coração apaixonado por Ele! [...]


Pobre irmão Rafael! [...] Continua a aguardar, continua a esperar com essa doce serenidade que a esperança certa proporciona; permanece imóvel, pregado, prisioneiro do teu Deus, ao pé do Seu tabernáculo. Escuta ao longe o ruído que fazem os homens que desfrutam dos breves dias da sua liberdade no mundo; escuta ao longe as suas vozes, os seus risos, os seus choros, as suas guerras. Escuta e medita um momento; medita sobre um Deus infinito, o Deus que fez o céu e a terra e os homens, o Senhor absoluto dos céus e da terra, dos rios e dos mares; Aquele que, num instante, só por assim o querer, fez sair do nada tudo aquilo que existe.



Medita por momentos na vida de Cristo e verás que não há nela, nem liberdades, nem barulho, nem burburinho de vozes; verás o Filho de Deus submetido ao homem; verás Jesus obediente, submisso e numa paz serena, tendo como única regra de vida fazer a vontade de Seu Pai. E, finalmente, contempla Cristo pregado na cruz. De que serve então falar de liberdades?


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 17 de fevereiro de 2013

Jesus, cheio do Espírito Santo, partiu do Jordão e foi conduzido pelo Espírito ao deserto, onde esteve quarenta dias, e foi tentado pelo demónio. Não comeu nada nestes dias; passados eles, teve fome. Então o demónio disse-Lhe: «Se és filho de Deus, diz a esta pedra que se converta em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: “Nem só de pão vive o homem”». O demónio conduziu-O então a um alto monte, mostrou-Lhe, num momento, todos os reinos da terra, e disse-Lhe: «Dar-Te-ei o poder de tudo isto, e a glória destes reinos, porque eles foram-me dados, e eu dou-os a quem quiser. Portanto, se Tu me adorares, todos eles serão Teus». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás”». Levou-O também a Jerusalém, pô-l'O sobre o pináculo do templo, e disse-Lhe: «Se és filho de Deus, lança-Te daqui abaixo; porque está escrito que “Deus mandou aos Seus anjos que Te guardem, e que Te sustenham em suas mãos, para não magoares o Teu pé em nenhuma pedra”». Jesus respondeu-lhe: «Também foi dito: “Não tentarás o Senhor teu Deus”». Terminada toda esta espécie de tentação, o demónio retirou-se d'Ele até outra ocasião.

Lc 4, 1-13

O ‘Spe Deus’ e o próximo Conclave

Esperamos e pedimos a Deus que nunca nos deixe cair na tentação de desvirtuar aquilo que sentimos, i.e., a escolha do próximo Papa, que de imediato será o nosso Papa, será feita pelos senhores cardeais iluminados pelo Espírito Santo.

Dito isto, não entraremos nem daremos cobertura a declarações e / ou textos que visem enaltecer ou denegrir a Igreja e algum ou alguns dos seus membros.


Falar em público e fora do Conclave de sucessores de Bento XVI sobretudo por parte de figuras proeminentes da Igreja, poderá ser no exercício do direito cívico da liberdade de expressão, mas não deixa de ser uma potencial ofensa à fé e ao papel do Espírito Santo, que tanto desejaríamos ver respeitado pelo mundo eclesial.

Terminamos pedindo a Deus que por intercessão da Mãe da Igreja e através do Divino Espírito Santo, sejamos todos iluminados a depois das dezanove horas de Portugal do dia 28 de fevereiro nos encontrarmos no 'Cenáculo' à espera do fumo branco fruto da ação do Espírito Santo.

JPR

‘Bem-Haja, Santo Padre!’ por Gonçalo Portocarrero de Almada

Quando tive conhecimento da renúncia de Bento XVI ao ministério papal, confesso que fiquei surpreendido e um pouco confuso. A surpresa resultava do inesperado acontecimento, que nada fazia prever, nem ninguém antecipara, não obstante a profusão de profetas que enxameiam a comunicação social.

A confusão nascia do insólito da situação, agora criada, e sem precedentes nos últimos séculos da história da Igreja e do papado. E também das suas causas e consequências. Porque renunciara? Será que alguma razão oculta levara o Papa a esta dolorosa decisão? Que iria ocorrer agora? Como continuaria, sem ele, o Ano da Fé?

Se me doeu o sentimento de uma antecipada orfandade, consolou-me a certeza da fé. Antes ainda de percorrer os comentários, ou de aceder às inevitáveis especulações mediáticas, recolhi-me em oração. Foi no silêncio da minha meditação que constatei uma vez mais que, não obstante as vicissitudes dos tempos e dos homens, é Deus quem dirige a barca de Pedro e que, portanto, é coisa de secundária importância o timoneiro de turno. E senti aquela paz que o mundo não pode dar.

Se o discurso do Beato João Paulo II se dirigia, sobretudo, aos crentes, recorrendo à linguagem da fé, Bento XVI falou principalmente aos intelectuais, no registo da razão em diálogo com a transcendência. Não estranha, portanto, que de todos os quadrantes ideológicos se oiçam agora palavras de apreço por Joseph Ratzinger, que não é apenas um importante expoente do pensamento católico actual, mas também uma indispensável referência cultural da modernidade.

Coube-lhe a ingrata missão de suceder ao carismático Papa Wojtyla. Até então, tinha sido o odiado titular do órgão mais malquisto de toda a Igreja. Foi no seu pontificado que eclodiu um dos piores escândalos da bimilenar história da Igreja, a que soube fazer frente com corajosa determinação, impondo a caridade da verdade, contra a cumplicidade do silêncio e da impunidade.

As multidões pareciam causar-lhe algum desconforto. Talvez sofresse a nostalgia do seu escritório, dos seus livros, das suas partituras e, seguramente, do recato da sua oração. Mas foi essa sua timidez, pele de ovelha a esconder a fibra de um verdadeiro leão da fé, que me fez sentir mais comprometido com o seu pontificado. Foi a sua fragilidade que me obrigou a permanecer, em sentido, a seu lado, firme na oração e na fidelidade ao seu magistério. Foram os ataques à sua pessoa que me forçaram a sair à liça, com a indignação de um filho ferido no seu mais sincero e profundo afecto filial.

Eu não sabia que queria tanto a Bento XVI! Aprendi a quere-lo rezando, ouvindo e meditando as suas palavras, vendo-o. Descobri agora, quando o Papa acenou um adeus que feriu a minha alma, quanto o queria. Teria desejado que este dia nunca tivesse acontecido. Mas dou graças pelo amor ao Papa que Deus pôs no meu coração. E se uma lágrima furtiva se desprender, na hora da sua partida, tenho por certo que não é sentimentalismo, mas gratidão, piedade, fé.

Em breve, outro será o Papa. Muitas vezes, como tantos outros católicos do mundo inteiro, usei a expressão “Santo Padre” para me referir a Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Mas creio que nunca a disse com tanta verdade e unção como agora, que Joseph Ratzinger abandona a ribalta, para se retirar para a penumbra de uma vida de sacrifício e oração, ao serviço da Igreja universal.

Bem-haja, Santo Padre!

Gonçalo Portocarrero de Almada

(Fonte: ‘i’ online AQUI)

A Igreja Católica é tão extraordinária, tão extraordinária, que...

15 Fevereiro 2012

obra de Deus

Eu estou hoje firmemente convencido que a Igreja Católica é obra de Deus. Não, eu não invoco Deus para explicar as coisas que eu não consigo explicar. Quanto a essas, eu atribuo responsabilidade a mim próprio, falta de inteligência, falta de trabalho, incapacidade da minha compreensão.

Eu invoco Deus para explicar aquilo que eu julgo saber explicar muito bem, mas que não sei, nem nunca saberei, fazer - nem julgo que exista algum homem, ou grupo de homens, que saiba. Eu sei muito bem explicar a chuva. Eu não sei é fazer chuva, nem julgo que exista alguém que saiba.



Eu sei muito bem explicar as ondas do mar, mas definitivamente eu nunca irei fazê-las, nem acredito que algum homem algum dia seja capaz de as fazer.

É também o caso da Igreja Católica.


Eu começo a sentir que a sei explicar muito bem. Mas eu não a saberia fazer nem acredito que exista algum homem ou grupo de homens que a soubessem fazer. A Igreja Católica é uma instituição tão extraordinária, tão extraordinária, e ainda assim, a despeito da aparência, tão acessível à compreensão que só pode ser um milagre. Um milagre de Deus.


A Igreja Católica é tudo, tudo o que há no mundo. E não apenas no mundo presente. Também aquilo que houve no mundo passado. Se quiser saber como se vivia na Europa no século IV d.C. procure lá e vai encontrar. E vai encontrar não apenas em textos ou em gravuras. Vai encontrar em carne viva pessoas a viver como se vivia no século IV d.C.

Não ao poder exagerado da finança

Hoje dois grandes poderes que por si só são úteis, são mal usados: a finança e o poder da opinião pública. Em ambos frequentemente prevalece a vontade de protagonismo.

poder da finança transforma o dinheiro de instrumento em riqueza, um poder que oprime o homemO cristão é contra esta submissão conformista.

Quanto à opinião públicaprecisamos da informação, mas não pode ser o poder da aparência, no qual acaba por prevalecer o que é dito para além da realidade e em que homem apenas deseja protagonismo.

O não conformismo do cristão provém de quem quer a liberdade da verdade e se rebela contra a opressão da aparência.

‘Lectio’ de Bento XVI aos seminaristas de Roma em 2012

(Fonte: ’Corriere della sera’ online de 15.02.2012, tradução de JPR)

«Tudo o que ligardes na Terra será ligado no Céu»: o sacramento da reconciliação

No outro dia, alguém, um jornalista, fez-me uma pergunta estranha: «A Madre também se confessa ? – Sim, confesso-me todas as semanas, respondi. – Deus deve ser muito exigente, para a Madre também ter de se confessar.»

Então disse-lhe: «Por vezes, o seu filho também se porta mal. O que é que faz quando ele lhe diz: «Paizinho, lamento imenso!» O que é que faz ? Toma o seu filho nos braços e beija-o. Porquê ? Porque é a sua maneira de lhe dizer que o ama. Deus faz a mesma coisa. Ele ama-o com ternura.» Se tivermos pecado ou cometido alguma falta, façamos de maneira a que isso nos ajude a aproximarmo-nos de Deus. Digamos-Lhe com humildade: «Sei que não devia ter agido assim, mas ofereço-Te esta fraqueza.»

Se tivermos pecado, se tivermos cometido faltas, vamos ter com Ele e digamos-Lhe: «Lamento! Estou arrependido!» Deus é um pai que tem piedade. A Sua misericórdia é maior do que os nossos pecados. Ele perdoar-nos-á.

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade 
«Não há maior amor»

A glória de servir o Senhor

«(…) tudo o que dentro de si ou fora de si faz de bem, tudo faz para glória e contentamento de Deus, como um escravo leal, que tudo o que ganha o dá ao seu senhor. Além disso, não é frouxo nem descuidado a servir hoje, por ter servido muitos anos passados (…). Tem continuamente tal ‘fome e sede de justiça’ (Mt 5,6), que todo o feito o tem por pouco, considerando o muito que recebeu, e o muito que merece o Senhor a Quem serve»

(Audi, filia, cap. 92 – São João de Ávila)

Civilização do amor

«No programa messiânico de Cristo, que é ao mesmo tempo o programa do reino de Deus, o sofrimento está presente no mundo para desencadear o amor, para fazer nascer obras de amor para com o próximo, para transformar toda a civilização humana na ‘civilização do amor’».

(Salvifici doloris, nº 30 – João Paulo II)

«Os problemas dos outros devem ser os nossos problemas. A fraternidade cristã deve estar bem no fundo da nossa alma, de tal modo que nenhuma pessoa nos seja indiferente».

(Cristo que passa, nº 145 – São Josemaría Escrivá)

Fé e humildade…

É preciso aceitar o que Deus nos revela sobre si mesmo, sobre nós mesmos e sobre a realidade que nos circunda, também a invisível, inefável e inimaginável.

Este acto de aceitação da verdade revelada, alarga o horizonte do nosso conhecimento e permite-nos alcançar o mistério no qual a nossa existência está imergida.


Não se concede facilmente um consentimento a este limite da razão.


E é precisamente aqui que a fé se manifesta na sua segunda dimensão:
a de se entregar a uma pessoa, não a uma pessoa comum, mas a Cristo.


É importante aquilo em que cremos, mas ainda mais importante é Aquele em quem cremos.

(Creio em um só Deus – comentado por Bento XVI)

«Deixando tudo, o homem levantou-se e seguiu-O»

São Rafael Arnaiz Baron (1911-1938), monge trapista espanhol 
Escritos espirituais, 15/12/1936


Há dias em que os aviões atravessam o céu a velocidades prodigiosas, sobrevoando o mosteiro. O ruído dos seus motores assusta os passarinhos que se aninham nos ciprestes do nosso cemitério. Em frente do convento, atravessando os campos, há uma estrada alcatroada por onde circulam a toda a hora camiões e carros de turismo que não se interessam pelo mosteiro. Uma das principais vias férreas de Espanha também atravessa os terrenos do mosteiro. [...] Ouve-se dizer que tudo isto é liberdade. [...] Mas quem meditar um pouco verá como o mundo se engana no meio daquilo a que chama liberdade. [...]

Onde se encontra então a liberdade? Encontra-se no coração do homem que apenas ama a Deus. Encontra-se no homem cuja alma não está presa nem ao espírito nem à matéria, mas apenas a Deus. Encontra-se nesta alma que não está submetida ao eu egoísta; na alma que voa por sobre os seus próprios pensamentos, os seus próprios sentimentos, o seu próprio sofrer e fruir. A liberdade está nesta alma cuja única razão de existir é Deus, cuja vida é Deus e nada mais do que Deus.

O espírito humano é pequeno, é reduzido, está sujeito a mil variações, a altos e baixos, a depressões, a decepções, etc., e o corpo tem uma grande fraqueza. A liberdade está portanto em Deus. A alma que, passando realmente por sobre tudo isto, funda a sua vida n'Ele, pode dizer-se que goza de liberdade, na medida do possível para quem está ainda neste mundo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 16 de fevereiro de 2013

Depois disto, Jesus saiu, e viu sentado no banco de cobrança um publicano, chamado Levi, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-O. E Levi ofereceu-Lhe um grande banquete em sua casa, e havia grande número de publicanos e outros, que estavam à mesa com eles. Os fariseus e os seus escribas murmuravam dizendo aos discípulos de Jesus: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?». Jesus respondeu-lhes: «Os sãos não têm necessidade de médico, mas sim os doentes. Não vim chamar os justos, mas os pecadores à penitência».

Lc 5, 27-32