terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Amar a Cristo...

Querido Jesus, como bem sabes a vida é plena de contradições e às vezes o Senhor indicas-nos o caminho, que nós cheios de soberba pomos em causa, só a Fé e o muito amor que Te temos, nos leva a cumprir aquilo que será a Tua vontade tal como pronunciamos na oração que nos ensinou «seja feita a Vossa vontade assim na terra como Céu».

Obrigado amado Jesus por nos ensinares a cumprir a Tua vontade!

JPR

Encarnação

Ao considerar o imenso amor de Deus aos homens, que se manifesta sobretudo no mistério da Encarnação, ficamos comovidos: assim começa o nosso Padre a sua homilia “Rumo à santidade” [1], e penso que também nós queremos assumir essa disposição interior ao rezar o Credo. Com que gratidão o confessamos ao afirmar que o Verbo eterno de Deus encarnou no seio da Virgem Maria, por obra do Espírito Santo, e Se fez homem! Ao ritmo destas palavras, inclinamo-nos profundamente – duas vezes no ano ajoelhamo-nos –, porque o véu que ocultava Deus é, por assim dizer, desvelado e o Seu mistério insondável e inacessível toca-nos: Deus torna-se o Emanuel, «o Deus connosco». Quando ouvimos as Missas compostas pelos grandes mestres da música sacra – dizia o Santo Padre numa audiência recente – (…), observamos imediatamente como eles se detêm de maneira particular nesta frase, como se quisessem procurar expressar com a linguagem universal da música aquilo que as palavras não conseguem manifestar: o grandioso mistério de Deus que encarna, que Se faz homem [2].

[1]. Cfr. S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 294.
[2]. Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 2-I-2013.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2013)

Imitação de Cristo, 3, 50, 1-3 - Como o homem angustiado se deve entregar nas mãos de Deus

Pois é uma graça que concedeis ao vosso amigo: o sofrer e penar neste mundo por vosso amor, quantas vezes e de quem o permitireis. Sem o vosso desígnio, sem a vossa providência, ou sem causa, nada acontece na terra. É bom para mim, Senhor, que me tenhais humilhado para que aprenda vossos justos juízos (Sl 118,71), e deponha toda a soberba e toda presunção. Proveitoso é para mim "ter o rosto coberto de confusão" (Sl 68,8), para que busque a consolação em vós e não nos homens. Também aprendi por este meio a temer vossos insondáveis juízos; pois afligis o justo com o ímpio, mas sempre com equidade e justiça.

Vinde, ó Deus santificador, eterno e omnipotente

Sê alma de Eucaristia! – Se o centro dos teus pensamentos e esperanças está no Sacrário, filho, que abundantes os frutos de santidade e de apostolado! (Forja, 835)

Falava de corrente trinitária de amor pelos homens. E onde poderá alguém aperceber-se melhor dela do que na Missa? Toda a Trindade actua no santo sacrifício do altar. Por isso agrada-me tanto repetir na colecta, na secreta e na oração depois da comunhão aquelas palavras finais: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, – dirigimo-nos ao Pai – , que conVosco vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus por todos os séculos dos séculos. Ámen.

Na Santa Missa, a oração ao Pai é constante. O sacerdote é um representante do Sacerdote eterno, Jesus Cristo, que é ao mesmo tempo a Vítima. E a acção do Espírito Santo não é menos inefável nem menos certa. Pela virtude do Espírito Santo, escreve S. João Damasceno, dá-se a conversão do pão no Corpo de Cristo.

Esta acção do Espírito Santo exprime-se claramente, quando o sacerdote invoca a bênção divina sobre a oferenda: Vinde, ó Deus santificador, eterno e omnipotente, e abençoai este sacrifício preparado para o vosso santo nome, o holocausto que dará ao Nome santíssimo de Deus a glória que lhe é devida. A santificação, que imploramos, é atribuída ao Paráclito, que o Pai e o Filho nos enviam. Reconhecemos também essa presença activa do Espírito Santo no sacrifício quando dizemos, pouco antes da comunhão: Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que, por vontade do Pai, com a cooperação do Espírito Santo, com a vossa morte destes a vida ao mundo...(Cristo que passa, 85)

São Josemaría Escrivá

Lição da história

«Naturalmente, em primeiro lugar, é possível ver na relação entre ‘mansidão’ e promessa de terra uma normal lição da história: os conquistadores vão e voltam; permanecem os simples, os humildes, aqueles que cultivam a terra e não cessam de semear e colher entre tribulações e alegrias».

(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)

Fazer a Sua vontade

«Aderindo a Cristo, podemos tornar-nos um só espírito com Ele e assim cumprir a sua vontade; desse modo, ela será feita na terra como no céu»

(De oratione, 26, 3 – Orígenes)

«Podemos ainda, sem trair a verdade, traduzir estas palavras: "seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu" por estoutras: na Igreja como em nosso Senhor Jesus Cristo; na esposa que Lhe foi desposada, como no esposo que cumpriu a vontade do Pai»

(De sermone Domini in monte, 2, 6, 24 - Santo Agostinho)

Brevíssimo comentário ao Evangelho de hoje

Saibamos sempre ter a humildade e confiança total no Senhor à semelhança do chefe da sinagoga e da mulher doente havia muito tempo como nos narra o Evangelho de hoje (Mc 5, 21-43), pois Ele é o nosso maior Bem e é, e será sempre Ele a ajudar-nos nas nossas aflições.

Louvor e glória a vós Jesus Cristo Rei e Senhor de toda a humanidade!

Os problemas antropológicos do relativismo

Dissemos que o relativismo no campo ético-social se apoia numa motivação de ordem prática: quer permitir fazer algo a quem o deseja, sem produzir dano aos demais, e isto seria uma ampliação da liberdade. Mas o valor dessa motivação é só aparente. A mentalidade relativista comporta uma profunda desordem antropológica, que tem custos pessoais e sociais muito altos. A natureza desta desordem antropológica é bastante complexa e altamente problemática. Aqui vou mencionar só dois problemas.

O primeiro é que a mentalidade medieval está unida a uma excessiva acentuação da dimensão técnica da inteligência humana e dos impulsos ligados à expansão do eu com os quais essa dimensão da inteligência está relacionada, o que leva consigo a depressão da dimensão sapiencial da inteligência e, por conseguinte, das tendências transitivas e transcendentes da pessoa, com as quais esta segunda dimensão da inteligência está aparentada.

O que aqui se chama dimensão técnica da inteligência humana e que outros autores chamam por outros nomes [1] é a evidente e necessária atividade da inteligência que nos permite orientar-nos no meio ambiente, garantindo a subsistência e a satisfação das necessidades básicas. Cunha conceitos, capta relações, conhece a ordem das coisas etc. com a finalidade de dominar e de explorar a natureza, fabricar os instrumentos e obter os recursos que necessitamos. Graças a esta função da inteligência, as coisas e as forças da natureza tornam-se objetos domináveis e manipuláveis para o nosso proveito. Deste ponto de vista, conhecer é poder: poder dominar, poder manipular, poder viver melhor.

A função sapiencial da inteligência visa, pelo contrário, a entender o significado do mundo e o sentido da vida humana. Cunha conceitos não com a finalidade de dominar, mas de alcançar as verdades e as concepções do mundo que possam dar resposta satisfatória à pergunta pelo sentido de nossa existência, resposta que, em longo prazo, nos resulta tão necessária como o pão e a água.

A sistemática fuga ou evasão do plano da verdade, que estamos chamando mentalidade relativista, comporta um desequilíbrio destas duas funções da inteligência e das tendências que a ela estão ligadas. O predomínio da função técnica significa o predomínio, em nível pessoal e cultural, dos impulsos voltados aos valores vitais (o prazer, o bem estar, a ausência de sacrifício e de esforço), através dos quais se afirma e se expande o eu individual. A depressão da função sapiencial da inteligência comporta a inibição das tendências transitivas, isto é, das tendências sociais e altruístas e, sobretudo, uma diminuição da capacidade de auto-transcendência, em razão do que a pessoa fica encerrada nos limites do individualismo egoísta. Em termos mais simples: o afã ansioso de ter, de triunfar, de subir, de descansar e de se divertir, de levar uma vida fácil e prazenteira, prevalece com sobras sobre o desejo de saber, de refletir, de dar um sentido ao que se faz, de ajudar os demais com o próprio trabalho, de transcender o reduzido âmbito dos nossos interesses vitais imediatos. Fica quase bloqueada a transcendência horizontal (voltada aos demais e à coletividade) e também a vertical (voltada aos valores ideais absolutos, voltada a Deus).

O segundo problema está estreitamente vinculado ao primeiro. A falta de sensibilidade para com a verdade e para com as questões relativas ao sentido do viver leva consigo a deformação – quando não a corrupção – da ideia e da experiência da liberdade; da própria liberdade, em primeiro lugar. Não pode estranhar que a consolidação social e legal dos modos de vida congruentes com a desordem antropológica de que estamos falando se fundamentem sempre invocando a liberdade, realidade certamente sacrossanta, mas que é preciso entender em seu verdadeiro sentido. Invoca-se a liberdade como liberdade de abortar, liberdade de ignorar, liberdade de não saber falar senão com palavras soezes, liberdade de não dever dar razão das próprias convicções, liberdade de incomodar e, antes de tudo e sobretudo, liberdade de impor aos demais uma filosofia relativista, que todos teríamos que aplaudir como filosofia da liberdade. Quem lhe negar o aplauso será submetido a um processo de linchamento social e cultural muito difícil de aguentar. Penso que estas considerações podem ajudar a entender em que sentido Bento XVI tem falado de “ditadura do relativismo”.

Tudo isto também tem muito a ver, negativamente, com a fé cristã. Quem pensa que existe uma verdade e que essa verdade pode ser alcançada com certeza mesmo em meio de muitas dificuldades, quem pensa que nem tudo pode ser de outra maneira, isto é, quem pensa que a nossa capacidade de modelar culturalmente o amor, o casamento, a geração, a ordenação da convivência no Estado etc. tem limites que não se podem superar, pensa, em definitiva, que existe uma inteligência mais alta do que a humana. É a inteligência do Criador, que determina o que as coisas são e os limites do nosso poder de transformá-las. O relativista pensa o contrário. O relativismo parece um agnosticismo. Quem o puder pensar até o final verá muito mais afim o ateísmo prático. Não me parece compatível a convicção de que Deus criou o homem e a mulher com a ideia de que pode existir um casamento entre pessoas do mesmo sexo. Isto só será possível se o casamento fosse simplesmente uma criação cultural: nós o estruturamos, há séculos, de um modo, e agora somos livres para estruturá-lo de outro modo.

O relativismo responde a uma concepção profunda da vida que trata de impor. O relativista pensa que o modo de alcançar a maior felicidade possível de se conseguir neste pobre mundo nosso – que sempre é uma felicidade fragmentada e limitada – é evadir o problema da verdade, que seria uma complicação inútil e nociva, causa de tantas quebra-cabeças. Mas esta concepção se encontra com o problema de que os homens, além de desejarem ser felizes, de quererem gozar, de aspirarem a carecer de vínculos para se moverem à vontade, têm também uma inteligência e desejam conhecer o sentido do seu viver. Aristóteles iniciou a sua Metafísica dizendo que todo homem, por natureza, deseja saber [2]. E Cristo acrescentou que «não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus» [3].

O desejo de saber e a fome da palavra que procede da boca de Deus são inextinguíveis, e nenhum aparato comunicativo ou coercitivo poderá fazê-los desaparecer da vida humana. Por isso, estou convencido de que a hora atual é uma hora cheia de esperança e de que o futuro é muito mais promissor do que parece. Com as presentes reflexões, que não querem ser negativas, só se pretendeu expor com seriedade e realismo o aspecto da presente conjuntura que Bento XVI tem chamado relativismo, bem como a sua incidência na prática e na difusão da fé cristã no mundo atual.

Ángel Rodríguez Luño, Doutor em Filosofia e Educação, e professor de Teologia Moral da Pontificia Università della Santa Croce (Roma)
[1] Philipp Lersch a chama função intelectual e denomina função espiritual da inteligência a que nós chamamos função sapiencial. Cf. Lersch, Ph. La estrutuctura de la personalidad, 4ª ed. Barcelona : Scientia, 1963, pp. 399-404.
[2] Cf. Aristóteles. Metafísica, I, 1: 980 a 1.
[3] Mt 4, 4

(Fonte: excerto retirado do site do Opus Dei – Brasil AQUI)

A fé na doença



«a Palavra de Deus ensina-nos que há uma atitude decisiva e de fundo para enfrentar a doença: a fé. Repete-o sempre Jesus às pessoas que cura: A tua fé te salvou.»

(Bento XVI no Angelus de hoje dia 05.02.2012)

Prece ao Senhor pelo nosso querido Papa

Senhor protegei dia e noite o sucessor de Pedro e que o Vosso Espírito continue a iluminá-lo e protegê-lo.

Senhor concedei-lhe toda a Vossa Divina protecção contra os seus detractores, ainda que como Jesus Cristo vosso Filho nos avisou “E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo” (Mat 10, 2).

Senhor continuai a dar-lhe a extraordinária capacidade de guiar a Vossa Santa Madre Igreja com a sua excepcional aptidão de interpretação e divulgação das Sagradas Escrituras levando-nos sempre para Jesus Cristo Vosso Filho.

Senhor enchei o seu coração da Vossa Divina sabedoria para que a sua busca pela unidade dos cristãos seja semente que caia «em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta» (Mat 13, 8).

Senhor dai-lhe a força e o ânimo para prosseguir na estrada que na Vossa infinita sabedoria através do Vosso Espírito para ele haveis traçado.

Senhor fazei com que o Vosso povo encha o seu coração com a suas orações.

Ámen

JPR

'Oração' de Patrícia Reis

Patrícia Reis
Senhor
Não me ajudes hoje
Deixa-me só e triste
Dá-me só o amanhã
A certeza da Tua mão
A voz que chegará a mim

Senhor
Não me ajudes hoje
Não Te digo nada
Não apresento queixas
Amanhã saberás apagá-las e apaziguar-me
Com os outros
Comigo
Contigo

Senhor
Dá-me hoje apenas o teu colo
Sem perguntas nem certezas
Um colo apenas
Um ventre protegido das coisas que batalham
Em mim
De mim
Por mim

Senhor
No teu colo serei egoísta e centrada
Na minha dor de hoje
Amanhã, Senhor
O teu amor terá o poder apagar a dor
E voltarei ao meu caminho

Senhor
Hoje o teu colo
Apenas isso
Amanhã serei melhor

Lisboa, 5 de Fevereiro de 2009


Patrícia Reis

S. Josemaría Escrivá - Aconteceu nesta data em 1981

O Papa João Paulo II confirma a abertura do processo de beatificação de Josemaría Escrivá. Na homilia do dia 17 de Maio de 1992, na Praça de São Pedro, dirá. «A vida espiritual do novo Beato esteve fundamentada em saber-se, pela fé, filho de Deus em Cristo. Dessa fé se alimentava o seu amor ao Senhor, o seu ímpeto evangelizador, a sua alegria constante, mesmo nas grandes provas e dificuldades que teve de suportar. “Ter a cruz é encontrar a felicidade, a alegria, – diz-nos numa das suas meditações – ter a cruz é identificar-nos com Cristo, é ser Cristo e, por isso, ser filho de Deus”».


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

«Sou Eu que te digo: levanta-te!»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Comentário sobre o Evangelho de Lucas, 6, 60-63


Antes de ressuscitar uma menina morta, foi para levar à fé que Jesus começou por curar a mulher que sofria de perdas de sangue. Foi para te instruir que Ele fez parar esse fluxo de sangue e curou a mulher, quando Se encaminhava para a menina.


Do mesmo modo, é para acreditarmos na nossa ressurreição eterna que celebramos a ressurreição histórica do Senhor que se seguiu à Sua paixão. [...] Os servos do chefe da sinagoga vieram disseram: «De que serve agora incomodares o Mestre?» Eles ainda não acreditam na ressurreição de Jesus, profetizada na Lei e concretizada no Evangelho. Por isso, ao chegar à casa Jesus leva conSigo poucas testemunhas da ressurreição que vai acontecer: não foi grande o número dos que acreditaram de imediato na ressurreição. Quando Jesus declara: «A menina não morreu, está a dormir», a multidão fez «troça d'Ele», pois os que não acreditam troçam. Que chorem então os seus mortos os que os crêem mortos: quando se tem fé na ressurreição, não é o fim que se vê na morte, mas um repouso. [...]

Tomando, pois, a menina pela mão, Jesus curou-a e mandou que lhe dessem de comer. Foi uma afirmação de vida, para que se pudesse crer na realidade e não numa ilusão. Feliz daquela a quem a Sabedoria assim tem pela mão! Compraz a Deus que ela também assim me sustenha nas minhas ações, que a justiça me tenha pela mão, que o Verbo, a Palavra de Deus, tome a minha mão e me conduza a esse lugar escondido onde mora. Que afaste o meu espírito do erro, que conduza aquele que salvou e ordene que me dêem de comer, pois o Verbo de Deus é o pão do céu (cf Jo 6,32). É por isso que essa Sabedoria, que depôs no altar santo os alimentos divinos do Seu Corpo e do Seu Sangue, declara:  «Vinde, comei do Meu pão e bebei do vinho que preparei» (Pr 9,5).


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 5 de fevereiro de 2013

Tendo Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita gente, e Ele estava junto do mar. Chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, e suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre ela as mãos, para que seja salva e viva». Jesus foi com ele; e uma grande multidão O seguia e O apertava. Então, uma mulher que havia doze anos padecia um fluxo de sangue, e tinha sofrido muito de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras, antes cada vez se achava pior, tendo ouvido falar de Jesus, foi por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. Porque dizia: «Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do mal. Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele, voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e perguntas: “Quem Me tocou?”». E Jesus olhava em volta para ver quem tinha feito aquilo. Então a mulher, que sabia o que se tinha passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e disse-Lhe toda a verdade. Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». Ainda Ele falava, quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para que incomodar mais o Mestre?». Porém, Jesus, tendo ouvido o que eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. Tendo entrado, disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas dorme». E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava deitada. Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum» , que quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». A menina imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de grande espanto. Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.

MC 5, 21-43