terça-feira, 8 de janeiro de 2013

«fiat mihi secundum verbum Tuum»

S. Lucas, ao narrar a Anunciação a Nossa Senhora, inclui o diálogo do Arcanjo Gabriel com Maria, explicando-lhe o desígnio de Deus: O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a Sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus [13]. Em Santa Maria converge o olhar de Amor das três Pessoas divinas, que a tinham escolhido desde a eternidade para ser a autêntica arca da aliança, o refúgio dos pecadores, pois no seu seio puríssimo ia assumir carne humana o Filho de Deus. A sua resposta imediata e decidida – fiat mihi secundum verbum Tuum [14], faça-se em mim segundo a Tua palavra – abriu passagem a este grande e consolador mistério. Em cada dia, ao rezarmos o Angelus, comemoramos esse momento singular da história da Salvação. Com que recolhimento o rezamos nós? Agradecemos a Nossa Senhora, do fundo do coração, pela sua entrega total ao cumprimento do projeto divino? Saboreemos cada vez melhor a consideração de S. Josemaria: Ó Mãe, Mãe! Com essa tua palavra “fiat” tornaste-nos irmãos de Deus e herdeiros da sua glória. Bendita sejas! [15].

[13]. Lc 1, 35
[14]. Lc 1, 38.
[15]. S. Josemaria, Caminho, n. 512.


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de janeiro de 2013)

GASJ - Peregrinação ROTA MARIANA, da QUINTO IMPÉRIO - PÁSCOA 2013

Grupo de Amigos de São Josemaria

Peregrinação ROTA MARIANA, da QUINTO IMPÉRIO - PÁSCOA 2013

Rota Mariana
Viagem a El PILAR, Saragoça, LOURDES, TORRECIUDAD, BARBASTRO e MONTSERRAT
16 a 22 de Março de 2013
Inscrições até 31 de Janeiro de 2012
caso esteja interessado em participar envie-nos um email para info@gasj.org
Pode consultar o programa e preços clicando aqui 

Imitação de Cristo, 3, 45, 3 - Que se não deve dar crédito a todos, e quão facilmente faltamos nas palavras

Oh! bem o soube aquela alma santa (Santa Águeda) que disse: "Meu coração está firmado e fundado em Cristo!" Se assim fora comigo, não me perturbaria tão facilmente o temor humano, nem me abalariam as flechas das más palavras. Quem pode prever tudo e precaver-se contra os males futuros? Se os males previstos já ferem tanto, quanto mais os imprevistos causarão feridas dolorosas! Mas por que motivo, sendo eu tão miserável, não me acautelei melhor? Por que tão facilmente dei créditos aos outros? Entretanto - somos homens e nada mais que homens fracos, ainda que muitos se julguem e chamem anjos. A quem hei de crer, Senhor? a quem senão a vós? Vós sois a verdade que não engana nem pode ser enganada. Ao passo que está escrito: "Todo homem é mentiroso (Sl 115,2), fraco, inconstante, inclinado a pecar, mormente em palavras, de sorte que mal se deve logo acreditar o que, à primeira vista, parece verdadeiro".

Cristo também vive agora

Vive junto de Cristo! Deves ser, no Evangelho, uma personagem mais, convivendo com Pedro, com João, com André..., porque Cristo também vive agora: "Iesus Christus, heri et hodie, ipse et in saecula!" Jesus Cristo vive!, hoje como ontem; é o mesmo, pelos séculos dos séculos. (Forja, 8)

É esse amor de Cristo que cada um de nós deve se esforçar por realizar na sua vida. Mas para ser ipse Christus é preciso mirar-se Nele. Não basta ter-se uma ideia geral do espírito que Jesus viveu; é preciso aprender com Ele pormenores e atitudes. É preciso contemplar a sua vida, sobretudo para daí tirar força, luz, serenidade, paz.

Quando se ama alguém, deseja-se conhecer toda a sua vida, o seu carácter, para nos identificarmos com essa pessoa. Por isso temos de meditar na vida de Jesus, desde o Seu nascimento num presépio até à Sua morte e à Sua Ressurreição. Nos primeiros anos do meu labor sacerdotal costumava oferecer exemplares do Evangelho ou livros onde se narra a vida de Jesus, porque é necessário que a conheçamos bem, que a tenhamos inteira na mente e no coração, de modo que, em qualquer momento, sem necessidade de nenhum livro, cerrando os olhos, possamos contemplá-la como um filme; de forma que, nas mais diversas situações da nossa vida, acudam à memória as palavras e os actos do Senhor.

Sentir-nos-emos assim metidos na sua vida. Na verdade, não se trata apenas de pensar em Jesus e de imaginar aqueles episódios; temos de meter-nos em cheio neles, como actores. (Cristo que passa, 107)

São Josemaría Escrivá

'Profetas há muitos' por Gonçalo Portocarrero de Almada

São deste tipo alguns políticos, que nunca conseguiram ser eleitos, alguns ex-governantes ressabiados por terem sido apeados do poder

É infalível como o destino: sempre que se conclui um ano surgem, a par das inevitáveis retrospectivas fotográficas, as profecias para o novo ciclo. Nas rádios e televisões, nos jornais e nos blogues, não há quem não dê o seu palpite, mais ou menos sábio ou prudente. Os vaticínios são de todo o tipo: desde as ponderadas análises dos comentadores oficiosos, até às aldrabices dos tolos, no seu estado mais puro e bruto.
O que há mais, sobretudo na comunicação social, é profetas de desgraças, porque a desgraça vende bem. Por exemplo, a esperada pandemia da gripe A foi manchete, até ao seu estrepitoso malogro. O aquecimento global deu que falar mas, mais uma vez, a montanha pariu um rato e, mesmo esse, simplesmente morno. Também a ameaçadora gripe das aves, que tinha todos os ingredientes para ser a peste bubónica do terceiro milénio, não resultou, porque as ditas não aderiram, ou porque tinham sido prevenidas, ou porque já estavam vacinadas. Mas uma catástrofe é sempre um bom negócio, um óptimo produto mediático e, por isso, os correspondentes profetas têm sempre assegurada a mais ampla publicidade para os seus tremendos augúrios.
Dados estes e outros insucessos, há quem prefira apostar em vaticínios seguros, para garantir o negócio e a fidelização da clientela. Sem cair no exagero do provérbio – «chuva em Novembro, Natal em Dezembro» – cuja autenticidade os especialistas em sabedoria popular não confirmam, os astrólogos cultivam um tipo de profecias deste género. As suas previsões são sempre cautelosas e infalíveis: «nesta semana, importa cuidar da sua saúde!». Não se pense que é fácil acertar no horóscopo de um determinado signo pois que, embora pareça uma verdade de La Palice, na realidade esconde um profundo conhecimento do futuro. E, por incrível que pareça, dá sempre certo. Formidável, não é? É o que dá ser a astrologia uma ciência exacta!
Outro tipo de profecias muito em voga e não menos certeiras, são as retroactivas. Nestes casos, como o próprio nome esclarece, o prudente visionário, já não necessariamente um vidente encartado, não se antecipa ao facto mas, uma vez verificado o acontecimento, afirma triunfalmente: «eu sempre disse que isto ia acontecer!». Se o não disse logo que teve essa premonitória intuição, não foi por cobardia ou acanhamento, mas para poupar aos outros a humilhação correspondente.
Não é menos corrente a modalidade portuguesa, o adivinho lusitano, vulgus velho do Restelo. Requer-se, para o caso, uma voz grave, cheia de enigmáticos silêncios, a apontar para fatídicos malefícios: «Isto vai mal!». E, caso alguém manifeste alguma incredulidade ante o seu pessimismo crónico, o profeta nacional não só não desiste como insiste: «Isto está muito mal!». E está tudo dito.
São deste tipo alguns políticos, que nunca conseguiram ser eleitos, alguns ex-governantes ressabiados por terem sido apeados do poder e que, por isso, agora barafustam contra o escândalo da governação. Também os há nas lides desportivas: são os treinadores de bancada que, mesmo sem nunca terem dado nenhum pontapé na bola, marcam imaginários golos na grande área do seu lúcido e profético discernimento, ao mesmo tempo que se insurgem contra a inépcia dos jogadores em campo, pela sua manifesta incapacidade de realização das suas geniais tácticas. Para já não falar das menos canónicas referências ao treinador titular, ao árbitro e respectivas progenitoras.
Decididamente, o nosso problema não é de falta de profecias, nem de profetas de mau agoiro. Falta apenas quem trabalhe e, já agora, quem saiba apoiar e animar os órgãos de soberania, a administração pública, a família, o ensino, as empresas e todos os âmbitos da actividade humana. Em poucas palavras, a selecção que somos todos nós.
Gonçalo Portocarrero de Almada in jornal ‘i’ AQUI

Agarremos mais esta oportunidade

“Desde o abrir-se ao outro, mesmo que aparentemente inimigo, pedindo o mais elementar, água para beber, até à revelação profunda da verdade que somos e procuramos, o evangelho apresenta-nos um itinerário de vida, para todo o ser humano que busca a realização plena” (...) “As crises actuais podem ser uma oportunidade para mudarmos de vida, não querendo o progresso material a todo o custo, pondo em perigo a natureza e a nossa humanidade”.


(D. António Vitalino - Bispo de Beja - Rádio Pax - Março de 2011)

As bem-aventuranças

As bem-aventuranças estão no coração da pregação de Jesus. O seu anúncio retorna as promessas feitas ao povo eleito, desde Abraão. A pregação de Jesus completa-as, ordenando-as, não já somente à felicidade resultante da posse duma terra, mas ao Reino dos céus: 
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a tema.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa» (Mt 5, 3-12).


(Catecismo da Igreja Católica § 1716)

Sabem qual é o nosso problema?

É o facto de estarmos fechados nos nossos quintalinhos, centrados no nosso umbigo e prisioneiros dos nossos interesses e opiniões pessoais.

Quem o diz é o Papa: vivemos mergulhados em filosofias, negócios e ocupações que nos preenchem totalmente e nos afastam de Deus. Andamos distraídos, arrogantes e presunçosos.

Aparentemente livres, mas, afinal, prisioneiros do nosso eu e gradualmente insensíveis aos sinais de Deus. Homens e mulheres com coração de pedra em vez de carne… Numa palavra: pagãos!

O Papa é peremptório: falta-nos a humildade e simplicidade de coração. E falta-nos também a coragem para nos submetermos ao que é maior do que nós e deixar que Deus – presente aqui e agora - nos ame.

Que 2014* seja para todos a grande oportunidade para responder, a Deus, que sim!

Aura Miguel

* Este texto for escrito e publicado em 2010, sendo da responsabilidade do blogue a alteração do ano

(Fonte: site Rádio Renascença)

Obrigado por Ti querido Jesus...


... pois sem Ti não existiria a Tua Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja aonde encontro o meu porto de abrigo nos momentos de fraqueza ou de dificuldade.

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1938

Começa a viver em Burgos, onde permanece até acabar a guerra civil de Espanha: “Lembro-me também da temporada da minha estada em Burgos, durante essa mesma época. Aí apareciam tantos e tantos para passar alguns dias comigo. Gostava de subir a uma torre para que vissem de perto a pedra trabalhada das cumieiras, um autêntico rendilhado de pedra, fruto de um trabalho paciente e custoso. Nessas conversas fazia-lhes notar que aquela maravilha não se via de baixo. E para concretizar o que lhes tinha explicado com repetida frequência, comentava: isto é trabalho de Deus: acabar a tarefa pessoal com perfeição, com beleza, com o primor destas delicadas rendas de pedra”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/8-1-5)

O Evangelho de dia 8 de janeiro de 2013

Ao desembarcar, viu Jesus uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas. Fazendo-se tarde chegaram-se a Ele os discípulos, dizendo: «Este lugar é solitário e a hora é já adiantada; despede-os, a fim de que vão às quintas e povoados próximos e comprem alguma coisa para comer». Ele respondeu-lhes: «Dai-lhes vós de comer». Eles disseram: «Iremos, pois, com duzentos denários comprar pão para lhes darmos de comer?». Jesus perguntou-lhes: «Quantos pães tendes? Ide ver». Depois de se terem informado, disseram-Lhe: «Temos cinco pães e dois peixes». Então mandou-lhes que os fizessem sentar a todos, em grupos, sobre a relva verde. E sentaram-se em grupos de cem e de cinquenta. Jesus, tomando os cinco pães e os dois peixes, elevando os olhos ao céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e os deu a Seus discípulos para que os distribuíssem; igualmente repartiu os dois peixes por todos. Comeram todos e ficaram saciados. E recolheram doze cestos cheios das sobras dos pães e dos peixes. Os que tinham comido dos pães eram cinco mil homens.
 
Mc 6, 34-44