terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Amar a Cristo ...

Bom e amado Jesus nascido do seio da Virgem Santíssima, hoje escrevemos com a alma cheia de vergonha, pois regressando de um muito bom e tranquilo período de repouso, passámos por Fátima, visitámos amigos e almoçámos, mas não fomos, e podíamos ter ido, à Capelinha saudar Nossa Senhora.

Perdoa-nos, Te rogamos, esta inqualificável falta de delicadeza a raiar a falta de amor, pela Tua e nossa Mãe.

Ainda não decidimos, para além deste escrito/oração, qual a melhor forma de nos penitenciarmos e pedimos-Te que nos ajudes a fazê-lo com a forma e o conteúdo mais apropriado.

Senhor Jesus, Filho de Deus Pai, tende piedade de nós que somos pecadores e ingratos!

JPR

Imitação de Cristo, 3, 38, 2 - Do bom procedimento exterior, e do recurso a Deus nos perigos

Se, além disso, em qualquer acontecimento, não te demorares na aparência exterior, nem considerares com os olhos carnais o que vês e ouves, mas em qualquer negócio entrares logo com Moisés no tabernáculo e consultar o Senhor; ouvirás às vezes, a sua divina resposta, e sairás instruído a respeito de muitas coisas presentes e futuras. Sempre recorria Moisés ao tabernáculo para resolver suas dúvidas e dificuldades, valia-se da oração para triunfar dos perigos e das maldades dos homens. Do mesmo modo deves tu te refugiar no mais recôndito do teu coração, para, com mais instância, implorar o divino auxílio. Por isso - como está escrito - Josué e os filhos de Israel foram enganados pelos gabaonitas "porque não consultaram primeiro ao Senhor", mas, dando crédito demasiado às suas doces palavras, deixaram-se enganar por fingida piedade.

Não me soltes, não me deixes

Recordaremos a Jesus que somos crianças. E as crianças, as crianças pequenitas e simples, muito sofrem para subir um degrau! Aparentemente, estão ali a perder tempo. Por fim, sobem. Agora, outro degrau. Com as mãos e os pés, e com o impulso do corpo todo, conseguem um novo triunfo: outro degrau. E voltam a começar. Que esforços! Já faltam poucos..., mas, então, uma escorregadela... e ei-lo!... por aí abaixo. Toda dorida, num mar de lágrimas, a pobre criança começa, recomeça a subida. – Assim acontece connosco, Jesus, quando estamos sozinhos. Pega-nos Tu nos teus braços amáveis, como um Amigo grande e bom da criança simples; não nos deixes enquanto não chegarmos lá acima; e então – oh então! –, saberemos corresponder ao teu Amor misericordioso com audácias infantis, dizendo-te, doce Senhor, que, fora de Maria e de José, não houve nem haverá mortal – e houve-os muito loucos – que te queira como te quero eu. (Forja, 346)

Eu vou continuando a minha oração em voz alta e vós, cada um de vós, por dentro, está confessando ao Senhor: Senhor, que pouco valho! Que cobarde tenho sido tantas vezes! Quantos erros! Nesta ocasião e naquela... nisto e naquilo... E podemos exclamar também: ainda bem, Senhor, que me tens sustentado com a tua mão, porque eu sinto-me capaz de todas as infâmias... Não me largues, não me deixes; trata-me sempre como um menino. Que eu seja forte, valente, íntegro. Mas ajuda-me, como a uma criatura inexperiente. Leva-me pela tua mão, Senhor, e faz com que tua Mãe esteja também a meu lado e me proteja. E assim, possumus!, poderemos, seremos capazes de ter-Te por modelo!

Não é presunção afirmar possumus! Jesus Cristo ensina-nos este caminho divino e pede-nos que o apreendamos porque Ele o tornou humano e acessível à nossa fraqueza. Por isso se rebaixou tanto: Este foi o motivo porque se abateu, tomando a forma de servo aquele Senhor que, como Deus, era igual ao Pai; mas abateu-se na majestade e na potência; não na bondade e na misericórdia.

A bondade de Deus quer tornar-nos fácil o caminho. Não rejeitemos o convite de Jesus; não Lhe digamos que não; não nos façamos surdos ao seu chamamento; pois não existem desculpas, não temos nenhum motivo para continuar a pensar que não podemos. Ele ensinou-nos com o seu exemplo. Portanto, peço-vos encarecidamente, meus irmãos, que não permitais que se vos tenha mostrado em vão exemplo tão precioso, mas que vos conformeis com Ele e vos renoveis no espírito da vossa alma. (Cristo que passa, 15)

São Josemaría Escrivá

O NATAL DO ANO DA FÉ - Uma história verdadeira de verdadeira fé

Quando o Bernardo e o Nuno nasceram, vieram ao mundo dois príncipes, porque filhos de Deus. Mas aqueles que os geraram não eram verdadeiramente seus pais. Se o fossem, não os teriam abandonado à nascença.

A deficiência profunda do Bernardo e a exigência de não separar os dois gémeos ditou uma história triste, que se escreve na penosa via-sacra dos diversos serviços por que foram passando e em que, não obstante a dedicação do pessoal da instituição, não encontraram nunca uma verdadeira família, nem o calor de um lar.

Pessoas houve que se interessaram pelos irmãos, mas porque não eram aqueles que estavam chamados a ser os seus verdadeiros pais, declinaram sempre a eventualidade da adopção. Mais pesava, decerto, a despesa e o incómodo de acarretar o inválido, do que a satisfação de os ter e de lhes dar o aconchego de uma casa. Mais pôde o egoísmo do que o amor.

Os anos foram passando e, à medida que o Nuno e o Bernardo cresciam, diminuíam as hipóteses de um seu acolhimento por uma família adoptiva. E aumentavam os riscos sociais inerentes a uma não integração familiar.

Mas Deus escreve direito por linhas tortas e nunca abandona os seus filhos e, por isso, deu a conhecer a existência e a triste sorte dos gémeos ao Rodrigo e à Helena, já com um filho mas impossibilitados de mais geração. E, para o casal, foi amor ao primeiro sinal.

Apesar da sua disponibilidade, não foi fácil conseguir as necessárias autorizações para a adopção dos gémeos. A Helena e o Rodrigo tiveram que travar uma verdadeira batalha contra a morosidade das entidades sociais, a burocracia dos organismos estatais, o cepticismo e a desconfiança dos responsáveis pela tutela dos menores institucionalizados e um sem-fim de obstáculos de toda a espécie que, diariamente, durante meses de ansiedade e sofrimento, puseram à prova a sua resistência psicológica e espiritual. Se houve quem, entre os seus familiares e amigos mais próximos, os apoiasse neste seu propósito, também não lhes faltaram incrédulas reticências e veladas críticas, disfarçadas de prudência: Afinal, para quê complicar a vida?!

Mas, contra toda a esperança, esperaram em Deus e mais pôde o seu amor ao Bernardo e ao Nuno. Mais pôde a sua fé.

Ontem vi e abençoei a nova família: que alegria se espelhava nos rostos daquelas duas crianças que, finalmente, encontraram os seus verdadeiros pais! Que alegria no primogénito, enriquecido pelo dom dos seus dois novos irmãos! Que alegria também nos olhos cansados do Rodrigo e da Helena, felizes na dupla experiência daquela sua nova paternidade e maternidade, que nasce directamente da sua fé e do seu amor a Deus!
O Natal do Ano da Fé vai ser diferente para esta família. Como há mais gente em casa, vai haver mais trabalho e não haverá tantos presentes para cada um. Será talvez mais sóbria a ceia, à conta da crise que pesa sobre o remediado orçamento familiar, agravado com as despesas inerentes à nova situação. Mas, finalmente, haverá Natal nos corações daqueles dois príncipes que, depois de tão longo exílio e dolorosa peregrinação pelos desertos do egoísmo humano, descobriram por fim, graças à estrela da fé de seus verdadeiros pais, a grandíssima alegria do amor de Deus, feito vida nossa no dom do seu Filho, Jesus*.

Santo Natal!

P. Gonçalo Portocarrero de Almada

* A história é real mas os nomes, como é óbvio, são fictícios.

O livre arbítrio a graça de Deus

«(…) para evitar os pecados, são necessárias duas coisas: o livre arbítrio e a graça de Deus. Porque se não fosse necessário o livre arbítrio, nunca se daria o homem preceitos, nem proibições, nem exortações. Em vão também se dariam castigos. Também é necessária a graça, porque o homem não poderia manter-se, se Deus não dirigisse todos pela Sua graça (…)»

(Comentário sobre 2 Cor, ad loc. – São Tomás de Aquino)

«As faculdades do homem tornam-no capaz de conhecer a existência de um Deus pessoal. Mas, para que o homem possa entrar na sua intimidade, Deus quis revelar-Se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber com fé esta revelação. Todavia, as provas da existência de Deus podem dispor para a fé e ajudar a perceber que a fé não se opõe à razão humana».

(Catecismo da Igreja Católica § 35)

Ortodoxia

«A única desculpa possível para a existência deste livro é o facto de se tratar de uma resposta a um desafio.» Com efeito, às críticas que Chesterton fez a vários pensadores no seu livro Heretics, um deles objectou: ‘começarei a preocupar-me com a minha filosofia quando o Sr. Chesterton nos tiver apresentado a dele.' «Foi talvez incauto - reconhece Chesterton - fazer semelhante sugestão a uma pessoa que não hesita em escrever um livro à mais pequena provocação.»

A resposta da "Ortodoxia", escrita há precisamente cem anos (N. Spe Deus: em 2008), procura "apresentar - de um modo vago e pessoal, mais por meio de uma sucessão de imagens mentais, do que de uma sequência de deduções - a filosofia a que aderi."

É, portanto, o relato de uma aventura intelectual, que parte das suas "especulações solitárias e sinceras". Qualquer leitor poderá rever-se nalgumas das suas intuições, e talvez fique admirado por ser conduzido até realidades profundamente humanas pela mão tão graciosa e, por vezes, surpreendente, de Chesterton. As páginas de "Ortodoxia" são curtas para tanta ideia e tanto humor. É possível lê-las três, quatro e cinco vezes e continuar a ter surpresas.

Mas mais que o sumo de pensamento, o que melhor se descobre à medida que se avança é a personalidade do autor. É um perfil de uma transparência luminosa: um humor refinado, a inteligência aguda e insaciável, a estima pelos opositores, a cultura vasta, e um optimismo nada ingénuo, tornam-se crescentemente presentes.

Dale Ahlquist, presidente da "American Chesterton Society", considera que Chesterton abordou todas as ideologias do século XX: o materialismo, o determinismo científico, o darwinismo filosófico, relativismo moral e o agnosticismo. Combateu tanto o socialismo como o capitalismo, ambos inimigos da liberdade e da justiça na sociedade moderna. «Mas a que coisas ele era favorável? O que defendia? - pergunta Ahlquist. - Defendia o homem comum e o bom senso.»

Chesterton escreve a "Ortodoxia" quando tem 34 anos, de uma vida já muito cheia, e continuará a escrever abundantemente até à sua morte, aos 62 anos. Aprendeu a ler aos 8 anos e foi um aluno distraído. Não frequentou a universidade. Estudou na Escola de Artes. Ateu aos 12 anos e agnóstico aos 16, retornou para a Igreja Anglicana depois de casar com Frances Blogg, em 1901. Aos 48 anos converteu-se ao catolicismo.

Os dados que os seus biógrafos fornecem impressionam. Desde que em 1900 publica os primeiros textos numa revista de arte, Chesterton:
escreveu perto de cem livros, centenas de poemas, cinco peças de teatro, cinco romances e cerca de duzentos contos (incluindo a série de contos policiais do Padre Brown, o padre detective). Chesterton escreveu em vários jornais (e chegou a ser director) conhecendo-se perto de 4.000 artigos. A si mesmo definia-se como jornalista.

Chesterton era um polemista, apaixonado pelo debate de ideias. Participou em diversos debates públicos, divertindo as audiências como só ele era capaz. As suas intervenções eram particularmente notadas, e não só por medir mais de dois metros e pesar mais de cento e quarenta quilos. Discutiu com George Bernard Shaw, H.G. Wells, Bertrand Russell, Clarence Darrow, e outros pensadores contemporâneos. No final da sua vida, parte desses debates foram radiodifundidos. Se vivesse, Chesterton seria hoje, ao mesmo tempo, escritor, conferencista, bloguer, comentador televisivo, e talvez actor (de facto chegou a participar num dos primeiros "westerns" mudos).

Chesterton influenciou muitas pessoas. Ahlquist informa que o seu romance "O Napoleão de Nothing Hill" inspiraria Michael Collins a liderar o movimento pela independência da Irlanda, e que um artigo que escreveu no "Illustrated London News" motivaria Mahtma Gandhi a liderar o movimento que pôs fim ao domínio colonial inglês na Índia.

A força do pensamento de Chesterton parece não diminuir com o passar do tempo. Tem respostas para os problemas de hoje, escreve como se vivesse entre nós. Aí reside o valor de "Ortodoxia". Um valor que é muito enriquecido pela nova tradução para português feita nesta edição - muito melhorada face à anterior tradução de 1956.

Sinal do interesse crescente por Chesterton é que desde 2002, e só Espanha, se editaram 50 títulos. Em Portugal nos últimos cinquenta anos apenas foram traduzidos quinze livros (oito deles da série de contos do P. Brown). Talvez esta nova edição de uma das principais obras de Chesterton (ao lado de "Heretics" e de "The Everlasting Man") desperte o mundo editorial português.

Pedro Gil

Orthodoxy
Autor: Gilbert K. ChestertonEd. Alethêia, Lisboa 2008, 200 Págs

(Fonte: Aceprensa.pt em http://www.aceprensa.pt/articulos/2008/dec/14/ortodoxia/)

As diferenças e as essências dos actos de ‘optimismo’ e de ‘esperança’

«(…) temos de prestar atenção às diferenças estruturais entre o acto de ‘optimismo’ e o acto de ‘esperança’ para ter debaixo de olho as suas essências. O objectivo do optimismo é a utopia do mundo para sempre livre e feliz, a sociedade perfeita, em que a história atinge a sua meta e manifesta a sua divindade. A meta próxima que nos garante, por assim dizer, a segurança do fim longínquo é o sucesso do nosso poder-fazer. O fim da esperança cristã é o reino de Deus, isto é, a união do homem e do mundo com Deus, mediante um acto de poder e amor divinos.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger) 

O que sucedeu no Concílio de Niceia? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra

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S. Josemaría Escrivá nesta data em 1937

Começa o seu retiro em Pamplona e anota o plano para esses dias: “Serei muito breve nestas notas do retiro. Move-me apenas o desejo intensíssimo de ser melhor instrumento, nas mãos do meu Senhor, para tornar realidade a Obra e estendê-la por todo o mundo, como Ele quer. O fim imediato e concreto é duplo: 1/ íntimo, de purificação: renovar a minha vida interior; e 2/ externo: avaliar as actuais possibilidades de apostolado da Obra e os meios, e os obstáculos”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Expectação da Virgem Santa Maria (Nossa Senhora do Ó)

Esta festa, conhecida entre o povo português como de Nossa Senhora do Ó, celebra o desejo de Maria, o desejo de milhares de gerações que suspiraram, que suspiram pela vinda do Messias.

Não é só a ansiedade natural da mãe jovem que espera o seu primogénito; é o desejo sobrenatural da "bendita entre todas as mulheres", que foi escolhida para Mãe do Salvador de cada homem e de toda a humanidade. O Filho que vai nascer não vem simplesmente para beijar e sorrir para a Sua Mãe, mas para resgatar o povo com o Seu Sangue.

Por estes dias, a Igreja canta as chamadas "antífonas maiores", que começam todas pela interjeição Ó. Maria, Senhora do Ó, é o modelo e a inspiradora deste louvor alegre e suplicante; ela é o centro dos desejos do povo de Israel e de todo o povo de Deus que, no fundo do seu coração, vive o advento do Salvador.

cf. Santos de Cada Dia, do Pe. José Leite

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«José, filho de David, não temas»

Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja 
Hino para a Natividade


José beijava
O Filho do Pai celeste
Como recém-nascido,
E servia-O como seu Deus.
Comprazia-se n'Ele
Como na própria bondade;
E reverenciava-O,
A Ele que era o justo por excelência (Mt 1,19).

Grande foi a sua perplexidade!
«Donde me foi dado,
Sendo Tu o Filho do Altíssimo,
Ter em Ti um filho?
Irritei-me com a Tua mãe,
E pensei em rejeitá-la.
Não sabia
Que Ela trazia no seio um grande tesouro,
Que, na minha pobreza,
Me tornava subitamente rico.

«O rei David
Surgiu entre os meus antepassados
E cingiu a coroa.
Como é grande o despojamento
A que cheguei!
Em vez de rei sou operário;
Mas adveio-me uma coroa
Pois no meu coração repousa
O Senhor de todas as coroas».

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 18 de dezembro de 2012

A geração de Jesus Cristo foi deste modo: Estando Maria, Sua mãe, desposada com José, antes de coabitarem achou-se ter concebido por obra do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo, e não querendo expô-la a difamação, resolveu repudiá-la secretamente. Pensando ele estas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Dará à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados».Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor por meio do profeta que diz: “Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, e Lhe porão o nome de Emanuel, que significa: Deus connosco”. Ao despertar José do sono, fez como lhe tinha mandado o anjo do Senhor, e recebeu em sua casa Maria, sua esposa.
 
Mt 1, 18-24