sábado, 15 de dezembro de 2012

Amar a Cristo ...

Bom e Amada Filho de Deus Pai, quis o Pai conceder-nos a liberdade de escolha e assim optarmos entre o bem e o mal, infelizmente, querido Jesus, é tal a frequência com que vimos o mal prevalecer, que só munidos de muito amor, como aquele que tiveste por nós e que Estevão teve à hora da morte, e fé, conseguimos suplantar a dor e a tristeza que nos enche a alma e o coração quando vivenciamos através da imprensa a morte violenta de crianças inocentes.

Apelamos-Te Bom Jesus, que através do Espírito Santo, com a ajuda da Tua e nossa Igreja e de todos os homens de boa vontade, consoles os familiares, professores e colegas das vítimas de ontem nos E.U.A..

Senhor, que a Tua bondade e misericórdia seja por todos reconhecida para que os homens alcancem a verdadeira Paz em Ti e assim se amem como Tu nos amastes e amas!

JPR

Imitação de Cristo, 3, 37, 1 - Da pura e completa renúncia de si mesmo para obter liberdade de coração

Jesus: Filho, deixa-te a ti, e achar-me-ás a mim. Despe tua vontade e teu amor-próprio, e sempre tirarás lucro. Porque, logo que te entregares a mim sem reservas, se te acrescentará a graça.
A alma: Senhor, em que devo renunciar-me, e quantas vezes?
Jesus: Sempre e a toda hora tanto no muito como no pouco. Nada excetuo, mas quero te achar despojado de tudo. De outra sorte, como poderás ser meu e eu teu, se não estiveres, exterior e interiormente, desapegado de toda vontade própria? Quanto mais prontamente isso fizeres, tanto melhor te acharás, e quanto mais pleno e sincero for teu sacrifício, tanto mais me agradarás e maior lucro terás.

Para obedecer, é preciso humildade

Quando tiveres de mandar, não humilhes: procede com delicadeza; respeita a inteligência e a vontade de quem obedece. (Forja, 727)

Muitas vezes fala-nos através doutros homens e pode acontecer que, à vista dos defeitos dessas pessoas ou pensando que não estão bem informadas ou que talvez não tenham entendido todos os dados do problema, surja uma espécie de convite a não obedecermos.

Tudo isso pode ter um significado divino, porque Deus não nos impõe uma obediência cega, mas uma obediência inteligente, e temos de sentir a responsabilidade de ajudar os outros com a luz do nosso entendimento. Mas sejamos sinceros connosco próprios: examinemos em cada caso se o que nos move é o amor à verdade ou o egoísmo e o apego ao nosso próprio juízo. Quando as nossas ideias nos separam dos outros, quando nos levam a quebrar a comunhão, a unidade com os nossos irmãos, é sinal certo que não estamos a actuar segundo o espírito de Deus.

Não o esqueçamos: para obedecer, repito, é preciso humildade. Vejamos de novo o exemplo de Cristo. Jesus obedece, e obedece a José e a Maria. Deus veio à Terra para obedecer, e para obedecer às criaturas. São duas criaturas perfeitíssimas – Santa Maria, Nossa Mãe; mais do que Ela só Deus; e aquele varão castíssimo, José. Mas criaturas. E Jesus, que é Deus, obedecia-lhes! Temos de amar a Deus, para amar assim a sua vontade, e ter desejos de responder aos chamamentos que nos dirige através das obrigações da nossa vida corrente: nos deveres de estado, na profissão, no trabalho, na família, no convívio social, no nosso próprio sofrimento e no sofrimento dos outros homens, na amizade, no empenho de realizar o que é bom e justo... (Cristo que passa, 17)

São Josemaría Escrivá

«Não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias»

«Então veio Jesus da Galileia ter com João ao Jordão para ser baptizado por ele. João opunha-se, dizendo: 'Eu é que tenho necessidade de ser baptizado por Ti'» (Mt 3,13-14)]. Na Tua presença, Senhor Jesus, não posso calar-me, porque sou a voz, a voz que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor. Sou eu que tenho necessidade de ser baptizado por Ti e Tu vens a mim? [...] Tu que eras no princípio, Tu que estavas em Deus e eras Deus (Jo 1,1); Tu que és o resplendor da glória do Pai e a imagem da Sua substância (Heb 1,); Tu que, quando estavas no mundo, vieste aonde já estavas; Tu que Te fizeste carne a habitaste entre nós (Jo 1,14; 14,23), e que tomaste a condição de servo (Fil 2,7); Tu que uniste a terra e o céu pelo Teu santo nome – és Tu que vens a mim? Tu que és grande, ao pobre que eu sou? O Rei ao precursor, o Senhor ao servo? [...]

Conheço o abismo que separa a terra do Criador. Sei que diferença há entre o pó da terra e Aquele que o modelou (Gn 2,7). Sei quão longe está de mim o Teu sol de justiça, de mim que sou apenas a lâmpada da Tua graça (Mal 3,20; Jo 5,35). E, embora Te encontres revestido pela nuvem puríssima do Teu corpo, reconheço a minha condição de servo e proclamo a Tua magnificência. «Não sou digno de me inclinar para Lhe desatar as correias das sandálias.» Como ousaria então tocar o alto imaculado da Tua cabeça? Como ousaria estender a mão para Ti, que «estendeste os céus como um pavilhão» e que «estendeste a terra sobre as águas» (Sl103,2; 135,6)? [...] Que oração farei sobre Ti, que até as preces daqueles que Te ignoram acolhes?

Homilia atribuída a São Gregório o Taumaturgo (c. 213–c. 270), bispo 
Homilias sobre a sagrada Teofania, 4; PG 10, 1181

O Evangelho de Domingo dia 16 de dezembro de 2012

As multidões interrogavam-no, dizendo: «Que devemos, pois, nós fazer?». Respondendo, dizia-lhes: «Quem tem duas túnicas, dê uma ao que não tem; e quem tem que comer, faça o mesmo». Foram também publicanos, para serem baptizados, e disseram-lhe: «Mestre, que devemos nós fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos está fixado». Interrogavam-no também os soldados: «E nós, que faremos?». Respondeu-lhes: «Não façais violência a ninguém, nem denuncieis falsamente, e contentai-vos com o vosso soldo». Estando o povo na expectativa e pensando todos nos seus corações que talvez João fosse o Cristo, João respondeu, dizendo a todos: «Eu, na verdade, baptizo-vos em água, mas virá um mais forte do que eu, a Quem não sou digno de desatar as correias das sandálias; Ele vos baptizará no Espírito Santo e no fogo; tomará na Sua mão a pá, limpará a Sua eira e recolherá o trigo no Seu celeiro, mas a palha queimá-la-á num fogo inextinguivel». Por muitas outras exortações anunciava ao povo a boa nova.

Lc 3, 10-18

Conto de Natal de Joaquim Mexia Alves

Curvado, mais pelo frio do que pelo peso da idade, caminhava apressado, arrastando os pés pela rua molhada, nem sequer sentindo que a água entrava pelos buracos dos sapatos já velhos e rotos.

Fosse esse o seu pior mal!

Tinha perdido a noção das horas e dos dias já há muito tempo, mas esta noite ele sabia qual era, e uma profunda tristeza juntava-se ao desespero da sua vida.

Era noite Natal, não tinha dúvidas, pois bastava olhar para as pessoas que por ele passavam, para perceber isso mesmo.

Enquanto caminhava naquela noite fria e chuvosa, a memória transportou-o para uma sala, onde uma lareira grande aquecia a casa e os corações à sua volta.
Mesmo ao lado da lareira o presépio, feito com todo o esmero, com musgo como deve ser, e com as figuras tradicionais que representavam aquilo que deviam representar.
No canto esquerdo da sala, a árvore de Natal, simples e discreta, porque devia ser o presépio a ocupar o lugar de destaque.
Por baixo da árvore, embrulhos de todas as cores e feitios, os presentes de Natal.

Não tinha a certeza, mas pareceu-lhe que, por debaixo da barba por fazer há tanto tempo, um sorriso se tinha aproximado dos seus lábios.

Pieguices, pensou ele, coisas do passado que já não voltam!

Mas isso obrigou-o a recordar a sua infância no Natal em casa dos seus pais, à volta do presépio, e a voz profunda do seu pai repetindo todos os anos:
Se deixarmos Jesus nascer nos nossos corações e se com Ele vivermos, nada nem ninguém nos pode tirar a paz e a alegria, e Ele nunca nos deixará sozinhos.

Tretas, disse ele entre dentes, tretas, basta bem olhar para mim!

Lembrou-se então que tinha seguido o conselho do seu pai durante uns anos.
O curso acabado, o primeiro trabalho, a primeira empresa, o seu casamento, a filha e o filho, a casa boa e a boa vida, uma aparente felicidade e a certeza de que nada lhe faltaria.
Algures durante esses anos afastou-se do conselho do pai e Jesus deixou de fazer parte da sua vida, embora, claro, comemorasse o Natal, tentando dar sempre os melhores presentes, até para mostrar como estava bem na vida.

E depois veio aquele ano terrível!
As finanças entraram em colapso, as encomendas deixaram de existir, deixou de haver dinheiro para os ordenados e finalmente os bancos exigiram o pagamento dos valores que tinha pedido para investir na empresa.
Num instante viu-se na rua, sem empresa, sem casa, sem nada e com uma vergonha impossível de suportar.
O mundo tinha-se abatido sobre ele e nada nem ninguém o podia ajudar!
Achava-se um nada, um ninguém, uma vida sem sentido e só a falta de “coragem” é que o impedia de pôr fim à vida.

Um dia não podendo suportar mais a vergonha, afastou-se definitivamente da família, dos filhos, e embrenhou-se na rua, onde passou a viver da esmola, da caridade, dos expedientes de momento, sem qualquer rumo, sem qualquer sentido, esperando apenas que a morte o levasse.

Tinha desistido de si próprio!

Tinha reparado como esta vida de rua, onde andrajoso e sujo agora vivia, podia transformar um homem em coisa nenhuma.
Havia pessoas que ele conhecia e passavam por ele na rua e, se ao princípio lhe parecia que o evitavam, rapidamente começou a perceber que agora nem o reconheciam, aliás, era um sentimento como se não existisse, ou seja, viam-no, mas era como se ele fosse transparente.

Já não havia nada a fazer, já não era ninguém, já não tinha sequer existência!

Lembrou-se então, nem percebia porquê, do conselho do seu pai, e pensou na sua miséria:
Será que se eu tivesse continuado a deixar nascer Jesus no meu coração, e a viver com Ele todos os dias, agora estaria melhor? Seria verdade que Ele estaria sempre comigo, até aqui na rua onde estou?

Voltou-lhe ao pensamento a frase que há um pouco tinha sussurrado entre dentes:
Tretas, basta bem olhar para mim!

Mas levado não sabia bem porquê, num murmúrio para si, quase desafiou Jesus dizendo:
Olha Jesus, hoje é noite de Natal. Por aqueles tempos em que Te segui arranja lá qualquer coisa que me faça sentir melhor!

Riu-se de si próprio, pensando que agora já não estava apenas só e sem nada, agora também estava louco!

Continuou a caminhar apressado, pois sabia bem que a carrinha daqueles jovens que lhes levavam à noite, comida e bebida quentes, devia estar a chegar ao sítio do costume, e ele queria ser dos primeiros, para ainda ter de beber e de comer.

Chegou enfim ao local quase ao mesmo tempo em que a carrinha aparecia, e reparou que felizmente ainda estavam poucos colegas de infortúnio à espera da distribuição da comida e da bebida.

Olhou para a carrinha e reparou que eram dois rapazes e duas raparigas que faziam a distribuição, mas logo desviou o olhar, porque se tinha vergonha de tudo, dos jovens ainda pior, talvez porque apesar de tudo, sentisse que lhes estava a dar um mau testemunho de vida, a eles que afinal ainda tinham a vida toda pela frente.

Aproximou-se de cabeça baixa e recebeu das mãos de uma das jovens uma caneca fumegante e um pedaço de pão com carne.
A jovem disse-lhe então com uma voz suave:
Ao menos olhe para mim!

Num momento fugaz levantou a cabeça de olhos fechados, com vergonha, e baixou-a imediatamente, afastando-se rapidamente do local.

Não tinha dado três passos sentiu uma mão no ombro e ouviu uma voz que lhe dizia agora mais insistentemente, quase numa súplica:
Olhe para mim!

Havia naquela voz algo familiar que o levou a levantar a cabeça e olhar nos olhos da jovem que lhe tocava.

Nesse momento ouviu outra vez aquela voz que lhe atingiu o coração, e dizia agora repassada de tristeza e alegria ao mesmo tempo:
Pai, ó pai, és tu?!

Deixou cair tudo no chão, pois aqueles braços apertavam-no de tal maneira que ele não podia quase respirar.

Abraçou-se a ela também, tremendo, a garganta seca, não o deixava proferir palavra.

Ouviu então novamente a voz da sua filha que lhe dizia:
Anda pai, vamos para casa. Temos estado todos os dias à tua espera!

Aquelas e aqueles que ali estavam à volta daquela cena, podiam jurar que naquele momento tinham ouvido um coro celestial que cantava:
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!

Monte Real, 3 de Dezembro de 2009

Joaquim Mexia Alves

Que afinidades políticas tinha Jesus? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra

Para uma melhor leitura no blogue favor usar a opção de full screen (1º botão a contar da esquerda da barra inferior do Scibd.) caso deseje ler online. Obrigado!

A importância da maternidade em geral e a de Maria enquanto Mãe de Jesus

«: … o ser humano em devir (de novo ao contrário do animal) depende tão profundamente do seu “estar-com” outros seres humanos que só através desse próximo, normalmente a mãe, desperta para a sua auto-consciência. No sorriso desvela-se-lhe o facto de haver um mundo em que ele é recebido, em que é bem-vindo, e, nesta experiência primordial, pela primeira vez, toma consciência de si próprio. Este acontecimento fundamente de toda a existência humana, cujo alcance só no nosso tempo passou a ser apreciado como merece, acompanha as restantes funções do crescimento e da educação: a alimentação e o cuidado da criança, a sua introdução no mundo e respectiva tradição histórica. Muito antes da aprendizagem da fala se desenvolve um diálogo sem palavras entre mãe e filho na base do “estar-com-os-outros” (Mitsein) constitutivo para cada ser humano consciente.

Isto diz, pois, que também Jesus deve principalmente a sua mãe a sua autoconsciência humana, se não quisermos admitir que, como criança prodígio sobrenatural, ele não devesse essa consciência a ninguém. Mas isso seria pôr em causa a sua humanidade verdadeira»

(Hans Urs von Balthasar in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)


Permito-me sugerir que releiam o trecho de Mons. Von Balthasar e reparem como as palavras aparentemente mais simples, são de uma profundidade que nos convidam à reflexão mais aprofundada e daí a um maior amor, neste caso à nossa Mãe a Virgem Santíssima e chegando através dela a Jesus Cristo Nosso Senhor.

JPR

Desertos espirituais

«Existem muitas espécies de deserto. Há o deserto da pobreza, o deserto da fome e o da sede, os do abandono, da solidão, do amor destruído. Existe o deserto da obscuridade de Deus, do esvaziamento das almas que perderam a consciência da dignidade e do caminho do Homem. Os desertos exteriores vão alastrando no mundo porque os desertos interiores se tornaram tão vastos».

(Homília da Missa Inaugural do Pontificado – 24/IV/2005 – Bento XVI)

«Que fostes ver ao deserto?»

É preciso passar pelo deserto e aí permanecer para receber a graça de Deus; é lá que nos esvaziamos, que extraímos de nós tudo o que não é de Deus e que esvaziamos completamente esta pequena casa da nossa alma para deixar todo o espaço apenas para Deus. Os judeus passaram pelo deserto, Moisés viveu lá antes de receber a sua missão, São Paulo e São João Crisóstomo prepararam-se no deserto. [...] É um tempo de graça, é um período pelo qual toda a alma que quer produzir frutos tem necessariamente de passar. Ela precisa deste silêncio, deste recolhimento, deste esquecimento de todo o criado, no meio dos quais Deus estabelece o Seu reino e forma nela o espírito interior: a vida íntima com Deus, a conversa da alma com Deus na fé, na esperança e na caridade. Mais tarde, a alma produzirá frutos exactamente na medida em que o homem interior se tiver formado nela (Ef 3, 16). [...]
 
Não se dá o que se não tem e é na solidão, nesta vida apenas e só com Deus, neste recolhimento profundo da alma que esquece tudo para viver exclusivamente em união com Deus, que Deus Se dá inteiramente àquele que se dá assim a Ele. Dai-vos inteiramente somente a Ele [...] e Ele Se dará inteiramente a vós. [...] Vede São Paulo, São Bento, São Patrício, São Gregório Magno e tantos outros, quão longos tempos de recolhimento e de silêncio! Subi mais acima: olhai para São João Baptista, olhai para Nosso Senhor. Nosso Senhor não tinha necessidade disso, mas quis dar-nos o exemplo.

Bem-aventurado Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saara 
Carta ao Padre Jerónimo de 19 de Maio 1898

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

No meio da rua, num dia de muito sol, sofre uma tentativa de agressão que conta no dia seguinte: “Oitava da Imaculada Conceição, 1931: Na tarde de ontem, às três horas, quando me dirigia para o colégio de Santa Isabel para confessar as meninas, na Atocha no passeio de São Carlos, quase na esquina da rua de Santa Inês, três homens jovens, de mais de trinta anos, cruzaram-se comigo. Quando já estavam perto de mim um deles adiantou-se gritando: “vou-lhe bater!”, e ergueu o braço com tal ímpeto que eu considerei recebida a pancada. Mas, antes de pôr em prática os seus propósitos de agressão, um dos outros dois disse-lhe imperiosamente: “Não, não lhe batas”. E em seguida, em tom jocoso, inclinando-se para mim, acrescentou: “Burrinho, burrinho!”. Atribuiu o ataque a uma acção diabólica e a defesa ao seu Anjo da Guarda.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

«Será cheio do Espírito Santo [...] Irá à frente, diante do Senhor, com o espírito e o poder de Elias» (Lc 1,15-17)

São João Damasceno (c. 675-749), monge, teólogo, doutor da Igreja
Discurso sobre o grande profeta Elias, o Tesbita

Quem obteve o poder de abrir ou de fechar os céus, de reter a chuva ou de fazer chover (cf 1R 17,1)? Quem conseguiu fazer descer fogo sobre um sacrifício inundado de água ou sobre dois exércitos de soldados devido às más acções destes (cf 2R 1,10)? Quem, num ardor inflamado, fez perecer os profetas da vergonha por causa de ídolos ofensivos que veneravam (cf 1R 18,40)? Quem viu Deus numa suave brisa (cf 1R 19,12)? [...] Todos estes feitos são exclusivos de Elias e do Espírito que nele habitava.


Mas poderíamos falar de acontecimentos ainda mais prodigiosos. [...] Elias é aquele que, até aos nossos dias, nem sequer conheceu a morte, mas foi elevado aos céus (cf 2R 2,1) e permanece incorruptível; alguns pensam que vive com os anjos, cuja natureza imperecível e imaterial imitou através de uma vida pura. [...] E, na verdade, Elias apareceu na transfiguração do Filho de Deus (cf Mt 17,3), vendo-O de cara descoberta, estando diante d'Ele face a face. No fim dos tempos, quando se manifestar a salvação de Deus, será ele a proclamar a vinda de Deus antes dos outros e a mostrar-lha; através de muitos sinais extraordinários, confirmará o dia que se mantém secreto. Também nós, nesse dia, se estivermos preparados, esperamos apresentar-nos diante desse homem admirável que nos prepara o caminho conducente a esse dia. Que ele nos faça então entrar nas moradas celestes, em Cristo Jesus, Nosso Senhor, a Quem pertencem a glória e o poder, agora e para sempre e pelos séculos dos séculos.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 15 de dezembro de 2012

Os discípulos perguntaram-Lhe: «Porque dizem, pois, os escribas que Elias deve vir primeiro?». Ele respondeu-lhes: «Elias certamente há-de vir e restabelecerá todas as coisas. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram dele o que quiseram. Assim também o Filho do Homem há-de padecer às suas mãos». Então os discípulos compreenderam que falava de João Baptista.

Mt 17, 10-13