Imitação de Cristo, 3, 31, 1-4 - Do desprezo de toda criatura, para que se possa achar o Criador

Muitos indagam quanto fez uma pessoa, mas de quanta virtude foi animada nem tanto se cura. Com diligência investigam se alguém é forte, rico, formoso, hábil, bom escritor, bom cantor, bom artista; mas quão pobre seja de espírito, quão paciente e manso, quão piedoso e espiritual, disso não se faz caso. A natureza só considera o exterior do homem, mas a graça olha o interior. Aquela muitas vezes se engana, esta espera em Deus, para não ser iludida.

Aqui estou, porque me chamaste

Chegou para nós um dia de salvação, de eternidade. Uma vez mais se ouvem os assobios do Pastor Divino, as suas palavras carinhosas: "Vocavi te nomine tuo". – Chamei-te pelo teu nome. Como a nossa mãe, Ele convida-nos pelo nome. Mais: pelo apelativo carinhoso, familiar. Lá, na intimidade da alma, chama, e é preciso responder: "Ecce ego, quia vocasti me". Aqui estou, porque me chamaste; decidido a que desta vez não passe o tempo como a água sobre os seixos rolados, sem deixar rasto. (Forja, 7)

Um dia (não quero generalizar; abre o coração ao Senhor e conta-lhe tu a história) talvez um amigo, um cristão normal e corrente como tu, te tenha feito descobrir um panorama profundo e novo e ao mesmo tempo tão antigo como o Evangelho. Sugeriu-te a possibilidade de te empenhares seriamente em seguir Cristo, em ser apóstolo de apóstolos. Talvez tenhas perdido então a tranquilidade e não a terás recuperado, convertida em paz, até que, livremente, "porque muito bem te apeteceu" – que é a razão mais sobrenatural – respondeste a Deus que sim. E veio a alegria, vigorosa, constante, que só desaparece quando te afastas d'Ele.

Não me agrada falar de escolhidos nem de privilegiados. Mas é Cristo quem fala disso, quem escolhe. É a linguagem da escritura: elegit nos in ipso ante mundi constitutionem – diz S. Paulo – ut essemus sancti, escolheu-nos antes da criação do mundo para sermos santos. Eu sei que isto não te enche de orgulho, nem contribui para que te consideres superior aos outros homens. Essa escolha, raiz do teu chamamento, deve ser a base da tua humildade. Costuma levantar-se porventura algum monumento aos pincéis dum grande pintor? Serviram para fazer obras-primas mas o mérito é do artista. Nós – os cristãos – somos apenas instrumentos do Criador do mundo, do Redentor de todos os homens. (Cristo que passa, 1)

São Josemaría Escrivá

"Deus não é uma inteligência matemática; é uma realidade na nossa vida"

Nesta chuvosa quarta-feira de outono, o encontro semanal do Pontífice com os fiéis realizou-se na Sala Paulo VI, no Vaticano. Como é tradição, o Papa leu a sua reflexão em italiano, e na sequência, resumiu o texto em várias línguas. Prosseguindo a série sobre o Ano da Fé, a questão principal da audiência foi “Como falar de Deus no mundo de hoje?”.

"Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática que está longe de nós. O amor de Deus por nós é infinito e eterno, e a fé cristã é uma resposta aos anseios mais profundos do coração humano” – começou Bento XVI. "Comunicar Jesus Cristo aos homens e mulheres do nosso tempo significa dar testemunho silencioso e humilde do núcleo da mensagem do Evangelho".

O Papa sugeriu imitar o modo de agir de Deus, mas ressalvou que “falar de Deus requer um crescimento na fé, familiaridade com Jesus e seu Evangelho; uma vida de fé e caridade”. “A família é um lugar privilegiado para a transmissão da fé às novas gerações. Em clima de escuta e de diálogo, cada membro deve ser para o outro um sinal do amor de Deus. Falar de Deus é comunicar-se com alegria, força e simplicidade” – lembrou.

“Assim, nas nossas vidas, com as nossas famílias, com os nossos filhos, poderemos manifestar este mesmo amor de Cristo, estando atentos a todas as necessidades, aos anseios mais profundos, para poder dar uma resposta de esperança à humanidade”.

Em português, o Papa usou as seguintes palavras:

“O anúncio que leva ao encontro com Deus-Amor, revelado de modo único em Jesus crucificado, é destinado a todos: não há salvação fora de Jesus Cristo. Como podemos falar de Deus hoje? O Ano da Fé é ocasião de buscar novos caminhos, sob a inspiração do Espírito Santo, para transmitir a Boa Nova da salvação. Neste sentido, o primeiro passo é procurar crescer na fé, na familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, aprendendo da forma como Deus se comunica ao longo da história humana, sobretudo com a Encarnação: através da simplicidade. É necessário retornar ao aspecto essencial do anúncio, olhando para o exemplo de Jesus. N’Ele, o anúncio e a vida se entrelaçam: Jesus atua e ensina, partindo sempre da sua relação íntima com Deus Pai. De facto, comunicar a fé não significa levar a si mesmo ao próximo, mas transmitir publicamente a experiência do encontro com Cristo, a começar pela própria família. Esta é um lugar privilegiado para falar de Deus, onde se deve procurar fazer entender que a fé não é um peso, mas uma profunda alegria que transforma a vida.

Uma saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, com votos de serem por todo o lado zelosos mensageiros e testemunhas da fé que vieram afirmar e consolidar neste encontro com o Sucessor de Pedro. Que Deus vos abençoe! Obrigado!”.

Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil com adaptação de pormenor do blogue

Vídeo da ocasião em espanhol

Dizer a verdade

«Por ser animal sociável, o homem deve aos outros quanto for necessário para a conservação da sociedade. Ora bem, não seria possível a convivência entre os homens se não se fiassem uns dos outros convencidos de que se dizem mutuamente a verdade»

(Suma Teológica II-II, q.109, a. 3, ad1 – São Tomás de Aquino)

«O mundo vive da mentira; e há vinte séculos que a Verdade veio aos homens.
É preciso dizer a verdade! E os filhos de Deus têm de fazê-lo. Quando os homens se habituarem a proclamá-la e a ouvi-la, haverá mais compreensão nesta nossa terra»

(Forja 130- São Josemaría Escrivá)

Jesus foi discípulo de São João Baptista? - Respondem os especialista da Universidade de Navarra

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'Não ter medo de dizer que não' pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Gosto muito do meu filho — dizia um senhor numa reunião de pais na escola — e procuro que ele se dê conta disso. No entanto, reconheço que algumas vezes o meu filho se porta mal. É verdade que ele só tem cinco anos de idade. Mas também é verdade que eu tento não me esquecer desse “detalhe” quando converso com ele sobre o seu comportamento.
«No outro dia, um psicólogo disse à minha mulher que nessas idades ninguém se porta propriamente mal. Simplesmente, faz com inocência algo que ainda não aprendeu que está mal. Eu, que não sou psicólogo nem nada que se pareça, não estou nada de acordo com isso. Já vi o meu filho portar-se mal. São coisas pequenas, evidentemente, mas ele sabe o que faz e tem consciência disso.
«E para o seu bem, procuro actuar com firmeza — não é sinónimo de violência — e dizer-lhe claramente que “não”. Ser claro, para mim, não é o mesmo que gritar. Também procuro explicar-lhe o porquê do meu “não”, de modo que ele possa entender. Assim, é mais fácil para ele obedecer àquilo que eu lhe digo, mesmo que não lhe apeteça.
«Muitas vezes, apercebo-me de que ele obedece não tanto por entender o que lhe digo, mas por confiar em mim. Porque sou seu pai. E, além disso, seu amigo. A paternidade é um facto. A amizade é uma conquista diária. E essa amizade entre nós também cresce quando ele percebe que eu lhe digo que “não” porque gosto dele — quando seria muito mais fácil para mim não lhe dizer nada».
Que gosto dá ouvir estas palavras tão sensatas! Os pais, se amam de verdade os seus filhos, não terão receio de, algumas vezes, dizer-lhes que “não”. Que pena se, por temor a contristar o filho ou a passarem eles um mau bocado, se habituem a ceder naquilo que não devem ceder! Quantos remorsos depois com o passar dos anos — e eles passam rapidamente — de não ter sabido dizer que “não” a tempo! Tudo se complica. Como diz o povo, cheio de sabedoria, é de pequenino que se torce o pepino.
Não é nada lógico dar aos filhos tudo aquilo que eles pedem. Nem deixá-los fazer tudo aquilo que lhes apetece. É preciso manter-se firmes, com uma firmeza amável e delicada que procede do amor. E convém não esquecer que a primeira qualidade do amor é a força para fazer o bem.
E se, depois de ter dialogado com os filhos e ouvido os seus argumentos, eles não gostam ou não entendem uma indicação dos pais? Nesse caso, penso que os pais não devem ceder naquilo que verdadeiramente consideram que é importante. O contrário seria claudicar num ponto nevrálgico da educação. Mais tarde, serão os próprios filhos a ouvir esse “não” no seu interior diante daquilo que poderiam fazer mas sabem que não devem fazer. Mas não nos enganemos: é muito difícil que esse “não” seja interiorizado pelos filhos se antes não foi pronunciado pelos pais.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1937

São Josemaría celebrou a sua última Missa antes de atravessar os Pirinéus. Anos mais tarde, um dos que então o acompanhava reconstituiu os factos e tirou esta fotografia. São Josemaría celebrou a Missa sobre a rocha plana do centro. António Dalmases, que fazia parte de outro grupo que se juntou a eles na fuga, assistiu a essa Missa e recolheu as suas impressões no seu diário: «… Nunca ouvi Missa como hoje, não sei se pelas circunstâncias ou porque o celebrante é um santo. A Sagrada Comunhão é comovente, como quase não nos podemos mover há dificuldade para a administrar. Todos vamos andrajosos, com a barba por fazer de vários dias, despenteados, cansados. As mãos sangrando pelos arranhões, os olhos brilhantes pelas lágrimas contidas, e sobretudo Deus está entre nós numas Hóstias».

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/28-11-5)

Deus não se repete

O Espírito Santo não cessa de nos surpreender ao longo dos séculos enriquecendo e enchendo de cor toda a Igreja. Nos finais do segundo milénio floresceram novas realidades eclesiais. Algumas estão já eclesiasticamente enquadradas; outras, ainda não ou não completamente. Mas, cada uma delas, traz novas luzes e o Corpo místico de Cristo resplandece com a luz destes novos carismas.

Pois bem, o Opus Dei, a Prelatura pessoal do Opus Dei, tem um carisma próprio, um dom singular do Espírito Santo que contribui para o esplendor da Verdade de Cristo e que é, tal como as restantes peças do puzzle, de desenho
exclusivo. Deus não se repete

As pessoas do Opus Dei são, na sua imensa maioria, leigos, homens e mulheres, casados ou solteiros, de todas as profissões e ofícios. São fiéis normais e correntes de qualquer diocese do mundo, chamados a difundir – com unidade de espírito, de formação específica e de governo – uma mensagem universal: o chamamento à santidade e ao apostolado no meio do mundo, o encontro pleno e comprometido com Cristo no trabalho profissional quotidiano e nos deveres da vida familiar e social.

Dentro da Igreja há, em determinados campos de acção, âmbitos de uma luminosidade espectacular: o ensino, por exemplo, ou as obras de caridade com os pobres e os marginalizados. Outras não se vêem, mas ajudam de modo decisivo a sustentar as outras: as religiosas e os religiosos de clausura, com a força da sua oração e sacrifício. Outras, ainda, desenvolvem, especificamente, o seu trabalho, nos círculos periféricos ou mesmo externos à realidade social da Igreja como o ecumenismo ou o diálogo interreligioso. E outras, como o Opus Dei, receberam um carisma específico dirigido a todos os fiéis que, como os primeiros cristãos no seio da sociedade pagã, desejam, por vocação, ser ajudados, mediante uma assistência pastoral peculiar, a viver com plenitude todas as exigências ascéticas e apostólicas dos seus compromissos baptismais, especificamente através e na sua profissão

Ut sit, que seja

A declaração Prelaturae personales, da Congregação para os Bispos, foi publicada na edição de Sábado de 27 de Novembro de L’Osservattore Romano, com a data de Domingo 28. Era acompanhada de amplos comentários do Cardeal Baggio e de Mons. Costalunga

Meses mais tarde, ao meio-dia de 4 de Março de 1983, entreguei a D. Álvaro del Portillo o elegante pergaminho com a Constituição Apostólica Ut sit , documento de valor jurídico hierarquicamente superior, que formalizava de forma solene, a decisão de o Papa de erigir o Opus Dei em Prelatura pessoal.

Até no título da Constituição apostólica era notória a presença de São Josemaria. A Santa Sé, delicadamente quis começar o documento com uma conhecida jaculatória que o Fundador do Opus Dei repetia incessantemente, implorando a ajuda da graça divina, por intercessão da Virgem Maria, para que se tornasse realidade o que pressentia que o Senhor lhe pedia “Domina ut sit! Domine ut sit”, http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/os-anos-do-seminario ”Domina, ut sit, Domine ut sit – Senhora que seja! Senhor que seja aquilo que Tu queres

HERRANZ, Julián. http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/cardeal-herranz2c-presidente-emerito-do-conselho-pontificio-para-os-textos-legislativos2c-roma2c-italia En las Afueras de Jericó. Recuerdos de los años con san Josemaría y Juan Pablo II, pp. 182-183 y 310-311. Madrid, Rialp, 2007.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/28-11-5)

Constituição Apostólica "Ut Sit"

Constituição Apostólica pela qual a Santa Sé erigiu o Opus Dei como a primeira Prelatura pessoal da Igreja Católica, bula de João Paulo II datada de 28 de Novembro de 1982.

JOÃO PAULO BISPO
SERVO DOS SERVOS DE DEUS
PARA PERPÉTUA MEMÓRIA

Com a maior esperança, a Igreja dirige os seus cuidados maternais e a sua atenção ao Opus Dei, que, por inspiração divina, o Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer fundou em Madrid, a 2 de Outubro de 1928, com o fim de que seja sempre um instrumento apto e eficaz da missão salvífica, que a Igreja leva a cabo para a vida do mundo.

Desde os seus começos, de facto, esta Instituição tem-se esforçado, não só em iluminar com novas luzes a missão dos leigos na Igreja e na sociedade humana, mas também em pô-la em prática; esforçou-se igualmente por realizar a doutrina do chamamento universal à santidade, e por promover, a santificação do trabalho, e através desse mesmo trabalho profissional, entre todas as classes sociais. E, mediante a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, procurou ajudar os sacerdotes incardinados nas dioceses a viver a mesma doutrina no exercício do seu ministério sagrado.

Tendo crescido o Opus Dei, com a ajuda da graça divina, ao ponto de se difundir e trabalhar num grande número de dioceses de todo o mundo, como um organismo apostólico composto de sacerdotes e leigos, tanto homens como mulheres, que é ao mesmo tempo orgânico e indiviso – ou seja, como unia instituição dotada de uma unidade de espírito, de fim, de regime e de formação – tornou-se necessário conferir-lhe uma configuração jurídica adequada às suas características peculiares. Foi o próprio Fundador do Opus Dei, no ano de 1962, que pediu à Santa Sé, com súplica humilde e confiada face à natureza teológica e genuína da Instituição e com vista à sua maior eficácia apostólica – a concessão de uma configuração eclesial apropriada.

Desde que o Concílio Vaticano II introduziu na lei da Igreja, com o Decreto Presbyterorum Ordinis, n.° 10 – tornado executivo através do Motu proprio Ecclesiae Sanctae, 1, n.° 4 – a figura das Prelaturas pessoais para a realização de peculiares tarefas pastorais, viu-se claramente que tal figura jurídica se adaptava perfeitamente ao Opus Dei. Por isso, no ano de 1969, o Nosso Predecessor Paulo VI, de gratíssima memória, acolhendo benignamente a petição do Servo de Deus Josemaría Escrivá de Balaguer, autorizou-o a convocar um Congresso Geral especial que, sob a sua direcção, se ocupasse de iniciar o estudo para uma transformação do Opus Dei, de acordo com a sua natureza e com as normas do Concílio Vaticano II.

Nós próprios ordenámos expressamente que se prosseguisse tal estudo e, em 1979, mandámos à Sagrada Congregação para os Bispos, a quem o assunto pela sua natureza competia, que, depois de considerar atentamente todos os dados, tanto de direito como de facto, submetesse a exame a petição formal que tinha sido apresentada pelo Opus Dei.

Cumprindo o encargo recebido, a Sagrada Congregação examinou cuidadosamente a questão que lhe tinha sido encomendada, e fê-lo tomando em consideração tanto o aspecto histórico, como o jurídico e o pastoral. Desta forma, posta de parte qualquer dúvida acerca do fundamento, possibilidade e modo concreto de aceder à petição, ficou clara mente em evidência a oportunidade e a utilidade da desejada transformação do Opus Dei em Prelatura pessoal.

Portanto, Nós, com a plenitude da Nossa potestade apostólica, depois de aceitar o parecer que Nos tinha dado o Nosso Venerável Irmão o Eminentíssimo e Reverendíssimo Cardeal Prefeito da Sagrada Congregação para os Bispos, e suprindo, na medida em que for necessário, o consentimento dos que tenham ou considerem ter algum interesse próprio nessa matéria, mandamos e queremos que se leve à prática o que segue.

I Fica erigido o Opus Dei como Prelatura pessoal de âmbito internacional, com o nome de Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei ou, em forma abreviada, Opus Dei. Fica erigida ao mesmo tempo a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz, como Associação de clérigos intrinsecamente unida à Prelatura.

II A Prelatura rege-se pelas normas do direito geral e desta Constituição, assim como pelos seus próprios Estatutos, que recebem o nome de «Código do direito particular do Opus Dei».

III A jurisdição da Prelatura pessoal estende-se aos clérigos nela incardinados e também aos leigos que se dedicam às tarefas apostólicas da Prelatura – para estes apenas no que se refere ao cumprimento das obrigações peculiares assumidas, por vínculo jurídico, mediante convenção com a Prelatura; uns e outros, clérigos e leigos, dependem da autoridade do Prelado para a realização do trabalho pastoral da Prelatura, de acordo com a norma estabelecida no artigo anterior.

IV O Ordinário próprio da Prelatura do Opus Dei é o seu Prelado, cuja eleição, que há-se realizar-se de acordo com o direito geral e particular, terá de ser confirmada pelo Romano Pontífice.

V A Prelatura depende da Sagrada Congregação para os Bispos e, segundo a matéria de que se trate, apresentará as questões correspondentes aos outros Dicastérios da Cúria Romana.

VI De cinco em cinco anos, o Prelado apresentará, ao Romano Pontífice, através da Sagrada Congregação para os Bispos, um relatório sobre a situação da Prelatura e o desenvolvimento do seu trabalho apostólico.

VII O Governo central da Prelatura tem a sede em Roma. Fica erigido, como Igreja prelatícia, o oratório de Santa Maria da Paz, que se encontra na sede central da Prelatura.

Ao mesmo tempo, o Reverendíssimo Monsenhor Alvaro del Portillo, canonicamente eleito Presidente Geral do Opus Dei a 15 de Setembro de 1975, fica confirmado e é nomeado Prelado da Prelatura pessoal da Santa Cruz e Opus Dei, que foi erigida.

Finalmente, para a oportuna execução de tudo o que fica dito, Nós designamos o Venerável Irmão Rómulo Carboni, Arcebispo titular de Sidone e Núncio Apostólico em Itália, a quem conferimos as necessárias e oportunas faculdades, também a de subdelegar – na matéria de que se trata – em qualquer dignitário eclesiástico, com a obrigação de enviar quanto antes à Sagrada Congregação para os Bispos um exemplar autenticado em que se dê fé da execução do mandato.

Sem que nada conste em contrário.

Dado em Roma, junto a São Pedro, no dia 28 do mês de Novembro do ano de 1982, quinto do Nosso Pontificado.

AUGUSTINUS Card. CASAROLI
Secretário de Estado

SEBASTIANUS Card. BAGGIO
Prefeito da Sagrada Congregação para os Bispos

Iosephus Del Ton, Protonotário Apostólico

Marcellus Rossetti, Protonotário Apostólico

S. Josemaría Escrivá concretizou-se nesta data em 1982

João Paulo II erige o Opus Dei como Prelatura pessoal, figura jurídica desejada por São Josemaría. Em 1962 explica: “Pus-me a trabalhar, e não era fácil: escapavam-se-me as almas como se escapam as enguias na água. Havia também a incompreensão mais brutal: porque o que hoje é já doutrina comum no mundo, então não o era (...). Era necessário criar toda a doutrina teológica e ascética, e toda a doutrina jurídica. Deparei-me com uma solução de continuidade de séculos: não havia nada. A Obra inteira era um enorme disparate aos olhos humanos. Por isso, alguns diziam que eu estava louco e que era um hereje, e tantas outras coisas”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

«Não se perderá um só cabelo da vossa cabeça»

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
10º Sermão sobre o Salmo 118


Em que é que os julgamentos de Deus são justos? No sentido em que é pelo esforço e pelas dificuldades que chegamos à recompensa do céu. Assim como, pelo julgamento dos homens, é atribuída a coroa de um prémio aos atletas que lutam, assim também a palma da vitória é concedida pelo juízo de Deus aos cristãos que combatem (cf 1 Cor 9,25). «Ao que vencer, farei que se sente Comigo no meu trono» diz o Senhor (Ap 3,21).



Tal como a prata se purifica pelo fogo, assim também a nossa vida é provada pelo fogo, a fim que a força da nossa virtude se manifeste nos combates. [...] Na verdade, fazemos alguma coisa de especial louvando a Deus no bem-estar, quando nada de desagradável nos perturba? O que é admirável é louvares o juízo de Deus no meio de dificuldades e aflições, não te revoltares nas privações, não permitires que estas te impeçam de louvar a Sua justiça. Quanto maior for a provação, maior o consolo que te está reservado. No entanto, para não caíres, quanto mais estiveres exposto às rudes dificuldades, mais deverás rezar ao Verbo de Deus para que te dê forças.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de novembro de 2012

Mas antes de tudo isto, lançar-vos-ão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões e vos levarão à presença dos reis e dos governadores por causa do Meu nome. Isto vos será ocasião de dardes testemunho. Gravai, pois, nos vossos corações o não premeditar como vos haveis de defender, porque Eu vos darei uma linguagem e uma sabedoria à qual não poderão resistir, nem contradizer, todos os vossos inimigos. Sereis entregues por vossos pais, irmãos, parentes e amigos, e farão morrer muitos de vós; e sereis odiados de todos por causa do Meu nome; mas não se perderá um só cabelo da vossa cabeça. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.

Lc 21, 12-19