domingo, 11 de novembro de 2012

Amar a Cristo ...

Bom Jesus, Tu que tudo suportaste e perdoaste, ajuda-nos suportar e perdoar os novos fariseus, Meu Deus tantos que são, que vilipendiam tudo e todos que seja sinónimo de bem e de bem fazer com marca cristã.

É certo, que os primeiros cristãos foram jogados nas arenas de Roma, não existindo estas, existem hoje outras, como as redes sociais aonde tudo é permitido e em poucos segundos se tenta destruir o bem feito e os seus autores.

Amado Jesus, como Tu és o Bem Supremo sabemos que o mal não prevalecerá e que enquanto cristãos e filhos de Deus devemos aceitar que seja feita a Tua vontade e não a nossa. Ainda assim, rogamos-Te que nos ajudes a contrariar o mal com o bem e a tudo fazermos para proteger aqueles que como nós ouvem e seguem a Tua Palavra.

Obrigado Meu Deus e Meu Senhor por nos escutares sempre, o que nos dá alento e aumenta a fé.

JPR  

Credo (5)

Todos sabemos que, como consequência do pecado original, a natureza humana ficou profundamente ferida, pelo que se tornou difícil para os seres humanos poderem conhecer com clareza e sem mistura de erro, só com a força da razão natural, o único Deus verdadeiro [10]. E por isso mesmo, Deus, na Sua bondade e misericórdia infinitas, foi-Se revelando progressivamente, ao longo do antigo Testamento, até que, por meio de Jesus Cristo, realizou a plenitude da Revelação. Enviando o Seu Filho na carne, manifestou-nos claramente não só as verdades que o pecado tinha ofuscado, mas a intimidade da Sua própria vida divina. No seio da única natureza divina, subsistem desde a eternidade três Pessoas realmente distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, unidas indissoluvelmente numa maravilhosa e inexprimível comunhão de Amor. «Omistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. E, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé e a luz que os ilumina» [11]. «É um mistério de fé em sentido estrito, um dos “mistérios ocultos em Deus, que não podem ser conhecidos se não forem revelados lá do alto” (Concílio Vaticano I: DS 3015)» [12].

A revelação da Sua vida íntima, para nos fazer participantes desse tesouro, através da graça, constitui o mais precioso presente com que o Senhor nos favoreceu. Um dom totalmente gratuito, fruto exclusivo da Sua bondade. É portanto natural a recomendação do nosso Fundador: devemos rezar sempre o Credo com espírito de adoração, de contemplação amorosa e de louvor [13].

[10] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, nn. 36-3. 
[11] Catecismo da Igreja Católica, n. 234. 
[12] Ibid., n. 237. 
[13] S. Josemaria, Carta 19-III-1967, n. 55.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de novembro de 2012)

Em que língua falou Jesus? - Respondem os especialista da Universidade de Navarra

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Fé e caridade são inseparáveis

Bento XVI reafirmou neste domingo a “unidade inseparável entre fé e caridade, entre o amor de Deus e o amor do próximo”. Numa breve alocução proferida antes da oração do Angelus, o Papa comentou os dois trechos bíblicos (Livro dos Reis e Evangelho de Marcos) que narram episódios com viúvas e que fazem parte da Liturgia da Palavra deste domingo.

A primeira divide tudo o que possuía - um punhado de farinha e uma gota de azeite - com o Profeta Elias.

A segunda foi vista por Jesus no templo de Jerusalém, aonde as pessoas depositavam suas ofertas. Ao vê-la colocar duas moedinhas no cofre, Jesus chamou os discípulos e explicou que o óbolo da viúva era maior do que o dos ricos, porque estes doaram o que lhes era supérfluo, enquanto ela ofereceu tudo o que possuía, tudo o que tinha para viver.

Relacionando estes dois episódios bíblicos, temos um precioso ensinamento sobre a fé, vista como comportamento interior de quem baseia a sua vida em Deus, na sua Palavra, e confia totalmente Nele.

As Escrituras dizem que “a condição efetiva de necessidade, como a da viúva neste caso, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo. Ninguém é pobre ao ponto de não poder doar algo”.

De facto, as duas viúvas demonstram a sua fé realizando, cada uma, um gesto de caridade: uma para com o profeta e a outra dando esmola - o que comprova a unidade inseparável entre fé e caridade, entre o amor de Deus e o amor do próximo.

“Nenhum gesto de bondade perde sentido diante de Deus; não existe misericórdia sem frutos” – recordou ainda o Santo Padre, terminando com uma bela citação de São Leão Magno: “A balança da justiça divina não pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho depositou no cofre do templo alguns trocados, mas seu dom foi maior do que o dos ricos”.

Depois desta reflexão, Bento XVI rezou a oração dominical e prosseguiu cumprimentando os fiéis, turistas e peregrinos em várias línguas. Em italiano, saudou a comunidade beneditina recordando a figura de Maria Luisa Prosperi, monja que viveu em meados do século XIX no mosteiro de Trevi, proclamada beata sábado, 10, na Catedral de Spoleto.

De seguida, dirigiu-se aos agricultores católicos italianos que celebram neste domingo o Dia de Agradecimento, com o tema “Confia no Senhor, faz o bem e habita a Terra”. “Esta ocasião – disse o Pontífice – reforça a necessidade de um estilo de vida enraizado na fé, para reconhecer com alma agradecida a mão criadora e providente de Deus, que alimenta seus filhos”.

Por fim, Bento XVI felicitou os polacos pelo Dia da Independência, em que a Polónia recorda a fé de seus pais, a história e a força do Espírito das recentes gerações. “Rezo convosco e com a Associação Ajuda à Igreja que Sofre pelos cristãos do Egito, por ocasião do Dia de solidariedade com a Igreja perseguida” – concluiu, falando aos peregrinos.

Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil com edição e adaptação de JPR

Vídeo da ocasião em italiano

Imitação de Cristo, 3, 27, 2.2-3 - Como o amor-próprio afasta no máximo grau do sumo bem

Oração para implorar a limpeza do coração e sabedoria celestial:

Confirmai-me Senhor, pela graça do Espírito Santo. Confortai em mim o homem interior e livrai meu coração de todo cuidado inútil e de toda ansiedade, para que não me deixe seduzir pelos vários desejos das coisas terrenas, sejam vis ou preciosas, mas para que as considere todas como transitórias, e me lembre que eu mesmo sou passageiro, como elas: Pois nada há estável debaixo do sol, onde tudo é vaidade e aflição de espírito (Ecle 1,14). Como é sábio quem assim pensa!

Tu, sempre tu, sempre o que é ‘teu’

Egoísta! – Tu, sempre tu, sempre o que é "teu". – Pareces incapaz de sentir a fraternidade de Cristo: nos outros, não vês irmãos; vês "degraus". Pressinto o teu rotundo fracasso. – E, quando te tiveres afundado, quererás que tenham para contigo a caridade que agora não queres ter. (Caminho, 31)

Repito-vos com S. Paulo: ainda que eu falasse as línguas dos homens e a linguagem dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que tine. E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e possuísse toda a ciência, e tivesse toda a fé, de modo a mover montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, nada me aproveita .

Perante estas palavras do Apóstolo dos gentios, não faltam os que se assemelham àqueles discípulos de Cristo, que, ao anunciar-lhes Nosso Senhor o Sacramento da sua Carne e do seu Sangue, comentaram: – É dura esta doutrina; quem a pode escutar?. É dura, sim. Porque a caridade que o Apóstolo descreve não se limita à filantropia, ao humanitarismo ou à natural comiseração pelo sofrimento alheio; exige a prática da virtude teologal do amor a Deus e do amor, por Deus, aos outros. (Amigos de Deus, 235)

São Josemaría Escrivá

Não quero ver em Portugal o que vi na Grécia

OPINIÃO DE ISABEL JONET, QUE QUE VAI SER TRANSMITIDA ESTA SEGUNDA-FEIRA, 12 DE NOVEMBRO, NA RÁDIO SIM:

"Vi-me envolvida numa enorme polémica, na sequência de um programa de televisão onde manifestei a minha convicção de que algo tinha de mudar na forma como vivemos.
Farei um resumo do que defendi e lamento se porventura magoei algumas pessoas que não me compreenderam quando disse que tínhamos de mudar o modo como vivemos. Gostaria de começar por esclarecer, se necessário for, que não estava a falar para os mais pobres, ou a dizer que são os pobres que têm de se habituar à pobreza. Como gostaria que dela pudessem sair, certa que para isso é imprescindível crescimento económico. Não tenho medidas políticas para erradicar a pobreza do mundo; se tivesse, era política; e não sou. Só faço o que posso numa área específica e com uma forma concreta. Sou presidente da Federação Portuguesa dos BA e da FEBA, que congrega Bancos Alimentares, que com o mesmo modelo ajudam 330 mil pessoas em Portugal e 5 milhões em 21 países da Europa, pessoas em situações de pobreza e que necessitam de auxílio alimentar.
Não quero ver em Portugal o que vi na Grécia, onde estou a preparar BA e onde há tanta miséria que nem se encontram medicamentos para os doentes crónicos, onde falta o gás e a luz, onde escasseia a comida nos supermercados.
O Estado Social foi concebido a seguir à grande Depressão, em 1929, para acudir a situações de emergência social, numa altura em que a esperança de vida era de 60 anos pelo que o peso das reformas era pequeno. Ganhou maior dimensão a seguir à 2ª Grande Guerra, numa época de grandes necessidades, onde até era justificada a criação de emprego pelo Estado, nomeadamente em obras públicas, empresas, etc. Com o tempo e a prosperidade económica o peso do Estado Social foi aumentando, e felizmente passaram a ser garantidos direitos essenciais como a Educação, os cuidados de Saude, etc. Só que nos últimos anos a situação tem vindo a alterar-se muito com a alteração na pirâmide demográfica e o peso que as reformas têm hoje (até porque aumentou imenso a esperança de vida e muitas pessoas têm longos anos de pensionistas) e porque o peso da Europa no mundo alterou-se radicalmente: competimos com países muito mais prósperos do que nós e onde não vigoram direitos sociais idênticos. É pois precisamente para manter o Estado Social e defender quem mais precisa que temos portanto de repensar o seu modelo e assegurar a sua sustentabilidade. Volto a realçar: para ajudar quem mais precisa. Para que não precise. Porque a pobreza estrutural infelizmente mantém-se.
Vivemos nos últimos anos muitas vezes acima das nossas reais possibilidades: tanto no que se refere às despesas públicas (autoestradas, estádios de futebol, rotundas) como as despesas individuais de uma camada significativa da população. Adoptamos hábitos que não podemos manter: daí o facto dos países e de muitas famílias estarem endividados, que tenham assumido créditos que hoje dificilmente podem suportar.
O pior é que se tinha uma expectativa de vida que não pode ser realizada exactamente porque a conjuntura e o mundo mudaram. E vemos que os nossos filhos vão viver pior do que nós vivemos. Se nada for feito, ou nada fizermos por eles.
Penso que muitas das criticas que me foram feitas, sobretudo nas redes sociais, foram por pessoas que nem ouviram o programa de televisão nem tudo o que eu disse mas que interpretaram parcialmente o que foi sendo comentado, descontextualizando totalmente o que expressei.
Tenho pena desta polémica que não é boa para ninguém. É triste ver a incapacidade de encarar com realismo que, se não mudarmos nada a situação, não é mesmo sustentável.
Aqui, nos BAs, continuaremos a fazer o mesmo trabalho sem perder de vista quem efectivamente precisa."

Isabel Jonet

(Fonte: site Rádio Renascença AQUI)

Bom Domingo do Senhor!

Sejamos generosos como a viúva de que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 12, 38-44) e tentemos dar sempre algo de que abdicamos e não apenas o que não nos faz falta, algo tão simples como abdicar de um café ou de um bolo.

Senhor que o nosso coração saiba sempre amar-Te através do amor ao próximo e à Tua Igreja.

Terceiro e último volume da trilogia sobre Jesus de Nazaré chega a Portugal no dia 21 de novembro

Obra do Papa aborda primeiros anos da vida de Cristo e sustenta realidade histórica dos relatos evangélicos
O novo livro de Bento XVI, que conclui a sua trilogia sobre ‘Jesus de Nazaré’, vai chegar às livrarias portuguesas no dia 21 de novembro, na mesma altura que em Itália e nos principais mercados mundiais, pela mão da Principia.

A 20 de novembro, o livro terá uma apresentação mundial no Vaticano, onde estará presente também a editora portuguesa.

Na obra, o Papa defende que a figura de Cristo se distingue das personagens da mitologia e apela à “seriedade” da pesquisa histórica.

“Jesus não nasceu nem apareceu publicamente no vago ‘outrora’ do mito. Ele pertence a um tempo datável exatamente e a um ambiente geográfico indicado com clareza”, escreve Bento XVI no volume intitulado ‘A infância da Jesus’, de que o Vaticano antecipou algumas passagens.

O livro vai abordar os chamados “evangelhos de infância”, sobre os primeiros anos de vida de Cristo, e é apresentado pelo próprio Papa como uma introdução aos dois livros precedentes sobre a figura e a mensagem de Cristo.

“Jesus nasceu numa época que pode ser determinada com exatidão. No início da atividade pública de Jesus, Lucas oferece mais uma vez uma datação pormenorizada e exata daquele momento histórico: é o décimo quinto ano do império de Tibério César”, refere.

Segundo Bento XVI, são necessários “dois passos” para uma interpretação correta dos textos bíblicos: “Por um lado, é preciso perguntar-se o que pretendiam dizer com o seu texto os respetivos autores, no seu momento histórico – é a componente histórica da exegese”.

O Papa observa, no entanto, que “não é suficiente deixar o texto no passado, arquivando-o entre os eventos acontecidos há tempos”.

“Diante de um texto como o bíblico, do qual o último e mais profundo autor, de acordo com a nossa fé, é o próprio Deus, a pergunta acerca da relação do passado com o presente faz inevitavelmente parte da nossa interpretação. Deste modo a seriedade da pesquisa histórica não diminui mas aumenta”, prossegue.

Bento XVI diz que teve “o cuidado de entrar em diálogo com os textos”, frisando que “este colóquio na encruzilhada entre passado, presente e futuro nunca poderá ser completo e que cada interpretação nunca alcança a grandeza do texto bíblico”.

O primeiro volume de ‘Jesus de Nazaré’ tinha sido publicado em 2007 e era dedicado ao começo da vida pública de Cristo (desde o batismo à transfiguração).

A segunda parte da obra foi apresentada em março de 2011, passando em revista os momentos que precederam a morte de Jesus e a sua ressurreição.

Toda a obra começou a ser escrita no verão de 2003, antes da eleição de Joseph Ratzinger como Papa.

“Espero que o pequeno livro, não obstante os seus limites, possa ajudar muitas pessoas no seu caminho rumo a e com Jesus”, sublinha agora Bento XVI.

“Nele, procurei interpretar, em diálogo com exegetas do passado e do presente, o que Mateus e Lucas narram no início dos seus Evangelhos sobre a infância de Jesus”, acrescenta.

A Princípia Editora, como já tinha acontecido aquando do segundo volume, foi selecionada no âmbito de uma consulta internacional lançada pela editorial italiana Rizzoli, detentora dos direitos mundiais da obra e responsável pelas negociações para a cedência dos direitos de publicação para cada idioma.

Os direitos adquiridos para a língua portuguesa, excetuando o Brasil, incluem “as versões impressa, eletrónica e áudio”, adianta o editor Henrique Mota.

A divulgação e a apresentação da obra em Portugal têm o apoio da Agência ECCLESIA.

OC/PR – Agência Ecclesia

As exigências de um verdadeiro perdão

«Um perdão verdadeiro é algo em tudo diferente dum débil deixa-andar. O perdão está carregado de pretensão e exige ambos, aquele que perdoa e aquele que recebe o perdão com todo o seu ser. Um Jesus que tudo aprova é um Jesus sem a cruz para curar o homem. E efectivamente a cruz é cada mais excluída da teologia e falsamente interpretada como uma aventura desagradável ou como um assunto meramente político»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

«O Reino de Deus está no meio de vós»

É difícil à fé admitir as palavras da Escritura respeitantes às nossas relações com um mundo que nos é superior? [...] Esse mundo espiritual está presente, ainda que invisível; ele está no presente e não no futuro, não distante. Não está acima do céu, não está além do túmulo; está aqui e agora: «O Reino de Deus está entre nós». É disto que fala São Paulo: «Não olhamos para as coisas visíveis, mas para as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2 Cor 4, 18). [...]

Assim é o Reino escondido de Deus; e, tal como ele está agora escondido, assim será revelado no momento desejado. Os homens julgam ser os senhores do mundo e poder fazer dele o que querem. Julgam ser seus proprietários e deter poder sobre o seu curso. [...] Mas este mundo é habitado pelos humildes de Cristo, que eles desprezam, e pelos Seus anjos, nos quais não acreditam. No fim serão estes que tomarão posse dele, quando forem manifestados. Agora «todas as coisas», em aparência, «continuam como eram depois do começo da criação» e os ridicularizadores perguntam: «Onde está a promessa da Sua vinda?» (2 Ped 3, 4). Mas, no tempo marcado, haverá uma «manifestação dos filhos de Deus» e os santos escondidos «resplandecerão como o sol no Reino de seu Pai» (Rom 8, 19; Mt 13, 43).

Quando os anjos apareceram aos pastores, foi uma aparição súbita: «De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste» (Lc 2, 13). Anteriormente, a noite era como qualquer outra noite – os pastores guardavam os seus rebanhos; observavam o curso da noite; as estrelas seguiam o seu curso; era meia-noite; não pensavam de todo em algo parecido quando o anjo apareceu. Tais são o poder e a força escondidas nas coisas visíveis. Elas manifestam-se quando Deus quer.



Beato John Henry Newman
Sermão «The Invisible Word», PPS vol. 4, nº13

Os "Pormenores" de Joaquim Mexia Alves

À medida que fui conduzido a cada vez mais ler e meditar a Palavra de Deus, foi-me dado ir descobrindo os tesouros que a Palavra contém em todos os seus “pormenores”.

Com efeito, confesso que aqueles textos que melhor conhecia da Bíblia, tantas vezes os lia por ler e sem neles me deter.

Mas a Palavra de Deus é viva e o Espírito Santo mostra-nos, (se realmente quisermos escutar), toda a verdade e beleza que Ela contém.

Provavelmente nada direi de novo àqueles que me lêem, mas acompanhem-me, na leitura deste texto dos Actos dos Apóstolos, por exemplo, e atentemos aos “pormenores” que São Lucas, inspirado pelo Espírito Santo, nos dá a conhecer.

Cerca da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus, e os presos escutavam-nos. De repente, sentiu-se um violento tremor de terra que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as cadeias de todos se desprenderam.

Acordando em sobressalto, o carcereiro viu as portas da prisão abertas e puxou da espada para se matar, pensando que os presos se tinham evadido. Paulo, então, bradou com voz forte: «Não faças nenhum mal a ti mesmo, porque nós estamos todos aqui.» O carcereiro pediu luz, correu para dentro da masmorra e lançou-se a tremer, aos pés de Paulo e de Silas.

Depois, trouxe-os para fora e perguntou: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?» Eles responderam: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo tu e os teus.» E anunciaram-lhe a palavra do Senhor, assim como aos que estavam na sua casa.

O carcereiro, tomando-os consigo, àquela hora da noite, lavou-lhes as feridas e imediatamente se baptizou, ele e todos os seus. Depois, levando-os para cima, para a sua casa, pôs-lhes a mesa e entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus.

Act 16, 25-34

«Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus, e os presos escutavam-nos.»

Paulo e Silas, lemos nos versículos anteriores, tinham sido despidos, vergastados e atirados para o calabouço, onde ficaram com os pés presos no cepo.
E louvavam a Deus!
Ora, muito provavelmente, cada um de nós nas mesmas circunstâncias lamentar-se-ia, revoltar-se-ia protestando a sua inocência, reclamaria justiça e com certeza vociferaria contra aqueles que nos tinham prendido.
Com este nosso procedimento, os outros presos juntar-se-iam a nós, protestando igualmente a sua inocência, revoltando-se e fazendo barulho, ou seja, o nosso testemunho para nada serviria.
Mas Paulo e Silas louvam o Senhor na adversidade, e assim procedendo, os outros presos escutam-nos, com certeza perplexos, perante o testemunho de confiança daqueles dois homens no seu Deus e Senhor.
E na oração de louvor, o Senhor responde àqueles que O procuram e n’Ele confiam, e
«todas as portas se abriram e as cadeias de todos se desprenderam», dando assim a conhecer àqueles outros presos o poder de Deus e o Seu amor por aqueles que O amam.

«…puxou da espada para se matar»

Aquele homem queria pôr fim à sua vida e acabou por encontrar uma vida nova!
Não só manteve a vida que já tinha, mas descobriu agora uma vida nova, aquela vida que tem sentido, a vida em Deus e para Deus, que leva sempre à esperança e nunca ao desespero, porque não depende das coisas do mundo, mas sim das coisas do Alto.
Queria matar-se porque tinha medo do que lhe podia acontecer no mundo, e acaba por viver porque lhe é dado a conhecer a confiança e a esperança que estão sempre presentes na vida para o Alto.

«…porque nós estamos todos aqui»

Curiosamente a reacção daqueles outros presos, que deveria ser a fuga do calabouço em que estavam presos, é afinal, ficarem junto de Paulo e Silas, no mesmo lugar onde lhes tinham tirado a liberdade.
Porque, com certeza estupefactos, queriam perceber que Deus era aquele que tais prodígios fazia, não só dando confiança e esperança a Paulo e Silas em tão grande adversidade, mas também libertando os que estavam cativos.
Podemos afirmar, acredito eu, que naquele lugar de prisão, eles tinham encontrado a liberdade dos filhos de Deus, que mesmo vivendo no mundo, já vivem a liberdade da salvação prometida.

«O carcereiro pediu luz…»

Sim, com certeza, pediu luz para alumiar, para ver o que se passava na prisão.
Mas também, com certeza, perante aquilo que estava diante dos seus olhos, no seu íntimo deve ter dirigido uma palavra àquele Deus, nem que fosse um simples: «O que é isto? O que se passa? Quem és Tu que fazes tais coisas?»
E o Senhor iluminou-o com a Sua luz, de tal modo que a sua primeira pergunta àqueles homens, Paulo e Silas, é: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?»
E, «quem procura, encontra» Lc 11, 10

«O carcereiro, tomando-os consigo, àquela hora da noite, lavou-lhes as feridas…»

Aquele que os tinha presos, aquele que os tinha acorrentado, é aquele que agora os serve, lavando-lhes as feridas!
O que mandava, o que tinha a autoridade, é agora servo para os seus irmãos que dele necessitam.
O carcereiro é agora o Bom Samaritano!
Pois claro, porque quem é iluminado pela luz de Deus não permanece igual, é convertido, converte-se, e assim deve tornar-se irmão de todos e servo de todos, sobretudo daqueles que dele necessitam.
Não foi isso que Jesus Cristo nos ensinou quando lavou os pés aos Seus Apóstolos e também quando nos disse: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos» Mc 9, 35

«Depois, levando-os para cima, para a sua casa, pôs-lhes a mesa e entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus.»

Levou-os para cima, e pôs-lhes a mesa!

«Mostrar-vos-á uma grande sala mobilada, no andar de cima. Fazei aí os preparativos.» Lc 22,12

A Última Ceia! A Eucaristia! A presença do Deus vivo!
À volta da mesa, partilhando o pão!
Com certeza, digo eu, que Paulo e Silas celebraram a «fracção do Pão», como era uso nas primeiras comunidades cristãs.
E na «fracção do Pão», aquele homem com a sua família vivem a «alegria de ter acreditado em Deus»!
Na «fracção do Pão», a alegria de reconhecer e acreditar no Senhor, como os discípulos de Emaús, (Lc 24, 31), que cheios de alegria e coragem, regressaram a Jerusalém para anunciarem a Ressurreição de Jesus Cristo!

Assim, no Grupo de Oração ontem, na leitura deste texto dos Actos dos Apóstolos, (que já tantas vezes tinha lido), foi-me dado descobrir estes “pormenores”, que para além de me exortarem à verdadeira conversão, me confirmam como a Palavra de Deus é viva e actuante.

Não sou exegeta da Bíblia, nem pretendo sê-lo.
Haverá algo com certeza a dizer sobre as traduções das Bíblias.
Mas o que importa verdadeiramente é deixarmo-nos tocar pela Palavra de Deus, deixarmo-nos conduzir por Ela, sempre em comunhão de Igreja, e atendendo sempre à Verdade revelada, à Doutrina da Igreja, na certeza de que a Palavra apenas pode edificar, unir e levar à comunhão, e tudo o que a isso for contrário, é interpretação apenas nossa, que como tal devemos colocar de lado.
E o Espírito Santo prometido por Jesus Cristo está em todos, e ilumina todos aqueles que a Ele se entregam e por Ele se deixam conduzir.

Monte Real, 9 de Novembro de 2010

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/11/os-pormenores.html

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1924

Escreve uma carta ao bispo de Saragoça a solicitar o diaconado, como passo prévio para o sacerdócio. Anos mais tarde, relembra: “E eu meio cego, sempre à espera do porquê. Porque vou ser sacerdote? O Senhor quer alguma coisa; o quê? E, com um latim de baixa latinidade, usando as palavras do cego de Jericó, repetia : Domine, ut videam! Ut sit! Ut sit!Que seja, isso que queres de mim e que eu ignoro. Domina, ut sit


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

S. Martinho (de Tours) †397

São Martinho nasceu no ano de 316, na Sabária da Panónia (Hungria). Seu pai era oficial do Exército Romano. Aos 12 anos, contrariando a vontade dos pais, tornou-se cristão. Entretanto, o pai contrapôs-se terminantemente a essa decisão do filho, alistando-o no Exército Romano. Aconteceu, nessa época, o famoso episódio da manta de guarda imperial: ao ver um mendigo tiritando de frio, corta ao meio a sua manta e oferece-lhe uma parte. À noite sonhou e viu Jesus envolto naquele pedaço de manta, dizendo: "Martinho, ainda não baptizado, deu-me este vestuário".

Abandonou, então, o Exército e fez-se baptizar por Santo Hilário de Poitiers. Entregou-se à vida de eremita, fundando um mosteiro em Ligugé, França, onde vivia sob a orientação de Santo Hilário. Ordenado sacerdote, foi mais tarde aclamado bispo de Tours (371). Tornou-se um grande evangelizador da França, verdadeiramente pastor, fundando mosteiros, instruindo o clero, defendendo a causa dos oprimidos e deserdados deste mundo. Morreu no ano de 397.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Esta viúva pobre deitou mais do que todos os outros»

No Evangelho de Lucas, o Senhor ensina como devemos ser misericordiosos e generosos para com os pobres, sem nos determos a pensar na nossa pobreza; porque a generosidade não se avalia segundo a abundância do património, mas segundo a disposição de dar. É por isso que a palavra do Senhor deu preferência entre todos à viúva, acerca da qual diz: «Esta viúva deu mais do que todos». No aspecto moral, o Senhor ensina que não devemos deixar de fazer o bem por vergonha da pobreza, e que os ricos não se devem vangloriar por parecer que dão mais que os pobres. Uma pequena moeda tirada de poucos bens prevalece sobre um tesouro tirado da abundância; não se avalia o que é dado, mas sim o que fica. Ninguém deu mais do que aquela que nada guardou para si. [...]

Contudo, no sentido místico, não podemos esquecer esta mulher que põe duas moedas no tesouro. É seguramente grande, esta mulher que mereceu ser preferida a todos no juízo de Deus! Não terá sido ela que, pela sua fé, foi beber aos dois Testamentos, para auxílio dos homens? Por conseguinte ninguém fez mais e nenhum homem pôde igualar a grandeza do seu dom, dado que ela uniu a fé à misericórdia. Tu também, quem quer que sejas, [...] não hesites em trazer para o tesouro duas moedas cheias de fé e graça.



Santo Ambrósio
Exortação às viúvas §§ 27ss.