domingo, 28 de outubro de 2012

Amar a Cristo ...

Amado Jesus, quão bom é vermos as gerações mais jovens seguir-Te, vê-las cheias de alegria celebrar o Sacramento do Matrimónio rodeados de familiares e amigos maioritariamente cristãos e participantes activos na celebração, entrar num templo e sermos surpreendidos pelo tesouro escondido de beleza e esplendor excepcional (Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, Aldeia Galega de Merceana – Alenquer). Entre os jovens presentes conhecer uma consagrada por inequívoca vocação e uma outra que se dedica totalmente no Apoio à Vida, são uma enorme lição para os mais velhos e sinal que a Tua Igreja está viva.

Hoje, Senhor Jesus, pedimos-Te que abençoes a Leonor e o João que ontem se casaram bem como a todos os seus amigos e familiares, fá-los caminhar pela vida sempre ao Teu lado protegidos por intercessão da Virgem Santa Maria.

Obrigado Meu Senhor e Meu Deus pelas a alegrias que nos dás permanentemente e pelas de ontem em particular.

JPR

No Angelus o Papa voltou a falar do Sínodo

Depois da missão, ao meio dia o Papa apareceu à janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, para a oração mariana do Angelus com os fiéis ali reunidos. Como habitualmente, antes da oração Bento XVI teceu algumas considerações em que retomou o tema do Sínodo, dizendo que foi um momento forte de comunhão eclesial e agradeceu a Deus que mais uma vez permitiu aos padres sinodais experimentar a “beleza de ser Igreja e de o ser precisamente hoje, neste mundo tal como é, no meio desta humanidade com as suas fadigas e esperanças” 

O Papa sublinhou ainda a coincidência deste Sínodo com os 50 anos do início do Concilio Vaticano II e com o início do Ano da Fé. Recordando a figura dos Papas João XXII e Paulo VI, promotores daquele importante Concilio, disse que há que reconhecer que a nova evangelização não é uma “nossa invenção” mas é um “dinamismo que se desenvolveu na Igreja de modo particular a partir dos anos 50 do século passado quando se tornou evidentes que também os países de antiga tradição cristã se tinham tornado, como se costuma dizer, “terra de missão”. 

O Papa perguntou-se depois que lições tirar deste Sínodo, respondendo que da sua parte, “escutou e recolheu muito pontos de reflexão e muitas propostas que procurará ordenar e elaborar a fim de oferecer a toda a Igreja uma síntese orgânica e indicações coerentes”.

Mas desde já, pode-se dizer, rematou que “deste Sínodo sai reforçado o empenho para a renovação espiritual da própria Igreja, a fim de poder renovar espiritualmente o mundo secularizado”. 

Antes de passar a saudar os peregrinos em diversas línguas, entre as quais em português que vamos já ouvir, o Santo Padre exprimiu a sua aproximação em relação às populações caribenhas, nomeadamente Cuba, Haiti, Jamaica, Bahamas… fustigadas estes dias pelo devastador furação que causou vários mortos e ingentes prejuízos, obrigando numerosas pessoas a abandonar as próprias casas. O Papa convidou todos à oração e à solidariedade para com essas populações a fim de aliviar a dor das vítimas.” 

E a propósito de catástrofes naturais, verificou-se neste domingo por volta do meio dia um sismo de 7,7 graus da escala Richter ao largo do Canadá. Entretanto o alarme tsunami lançado na sequência disto em relação no Havai, já foi levantado – declarou o Centro de Alerta Tsunamis do Pacífico, citado pela agência France Press. 

Mas voltemos às palavras do Papa no ângelus com a saudação em 
em língua portuguesa:

Dirijo agora uma calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, e de modo especial ao grupo vindo do Brasil - das dioceses de Guaxupé, São João da Boa Vista e Jundiaí. Ao concluir a Sínodo sobre a Nova Evangelização, confio à Virgem Santíssima os seus frutos e peço-Lhe que guie e proteja maternalmente os vossos passos ao serviço do anúncio e testemunho da Boa Nova de Jesus Cristo! A minha Bênção desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs. 

Rádio Vaticano

Vídeos em espanhol

Bento XVI indicou na Missa de encerramento do Sínodo três linhas pastorais para a Nova Evangelização

A Basílica de São Pedro estava esta manhã repleta de fieis que participaram na celebração litúrgica de encerramento do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização. 

Com o Santo Padre concelebrou a mais de centena e meia de cardeais e bispos que, ao longo de três semanas, estiveram reunidos no Vaticano para reflectir sobre a forma de reavivar a vivência evangélica dos católicos no mundo de hoje. 

A leitura do Evangelho deste domingo em que São Marcos nos apresenta a figura de cego, Bartimeu, curado, graças à sua profunda fé, por Jesus - serviu de inspiração ao Papa para a sua homilia. Bartimeu é a pessoa que tem necessidade de luz e tem consciência disso. Poderia, por isso, representar – disso o Papa – um modelo para aquelas pessoas que vivem em regiões de antiga evangelização, onde a luz da fé se ofuscou, e se afastaram de Deus, deixando de O considerar relevante para a própria vida”. 

São as inúmeras pessoas que precisam de uma nova evangelização, isto é, de um novo encontro com Jesus, o Cristo, o Filho de Deus que pode voltar a abrir os seus olhos, a ensinar-lhes o caminho 

Mas a nova evangelização não é só para essas pessoas. Diz respeito a toda vida da Igreja, antes de mais à pastoral ordinária, que deve ser animada pelo fogo do Espírito – frisou Bento XVI, ponde em realce três linhas pastorais que emergiram do Sínodo: 

A primeira diz respeito aos Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de acompanhar com uma catequese adequada, a preparação para o Baptismo, a Confirmação e a Eucaristia”. 

O Papa recordou a este respeito que foi também reiterada a importância da Penitência, Sacramento da misericórdia de Deus, e que a figura dos Santos foi indicada como protagonistas da nova evangelização, pois que, com o exemplo da vida e as obras de caridade, falam uma linguagem acessível a todos. 

Como segunda linha de evangelização, Bento XVI indicou a missão ad gentes, para a qual são chamados consagrados e leigos. 

Foi sublinhado que há muitos ambientes em África, Ásia e Oceânia, onde os habitantes aguardam com viva expectativa – às vezes sem estar plenamente conscientes disso – o primeiro anuncio do Evangelho. Por isso é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e féis leigos”. 

Frisando que com a globalização e a deslocação de populações a missão ad gentes torna-se necessária também nos países de antiga evangelização, o Papa passou à terceira linha pastoral desta nova evangelização. 

Um terceiro aspecto diz respeito ás pessoas baptizadas que, porém não vivem as exigências do Baptismo”. 

Estas pessoas – constatou-se no Sínodo - encontram-se em todos os continentes, especialmente no mais secularizados. A Igreja dá-lhes particular atenção a fim de as levar a redescobrir a alegria da fé em Cristo – referiu o Papa acrescentando ainda que para pôr em práticas estas três linhas pastorais com vista na nova evangelização, a Igreja, não se serve apenas dos métodos tradicionais de pastoral, mas procura também “lançar mão de novos métodos”, de novas linguagens mais apropriadas para as diversas culturas do mundo, a fim de implementar um diálogo na simpatia e amizade fundamenta em Deus. 

Este esforço de criatividade pastoral já está a ser levada a cabo com algumas iniciativas como “o átrio dos gentios”, e a “missão continental", entre outras, indicou o Papa, confiante de que o Senhor abençoará abundantemente esses esforços. E rematou dizendo que os novos evangelizadores são pessoas que, como Bartimeu, voltaram a aproximar-se, com fé, a Jesus Cristo, tornaram-se discípulos e exultam de alegria, porque o Senhor fez nelas grandes coisas. 

Rádio Vaticano

Vídeos em espanhol e inglês

Imitação de Cristo, 3, 23, 4 - Das quatro coisas que produzem grande paz

Diante de ti, são palavras vossas, irei eu e humilharei os soberbos da terra (Is 14,1); abrir-te-ei as portas do cárcere e te revelarei mistérios recônditos.
Fazei Senhor, conforme dizeis e dissipe vossa presença todos os maus pensamentos. Esta é a minha única esperança e consolação: a vós recorrer em toda tribulação, em vós confiar, invocar-vos de todo o coração e com paciência aguardar a vossa consolação. Amém.

Ao esquecimento de si mesmo chega-se pela oração

A maior parte dos que têm problemas pessoais, "têm-nos" pelo egoísmo de pensar em si próprios. (Forja, 310)

Cada um de vós, se quiser, pode encontrar o caminho que lhe for mais propício para este colóquio com Deus. Não me agrada falar de métodos nem de fórmulas, porque nunca fui amigo de espartilhar ninguém; tenho procurado animar todas as pessoas a aproximarem-se do Senhor, respeitando cada alma tal como ela é, com as suas próprias características. Pedi-lhe vós que meta os seus desígnios na nossa vida: e não apenas na nossa cabeça, mas no íntimo do nosso coração e em toda a nossa actividade externa. Garanto-vos que deste modo evitareis grande parte dos desgostos e das penas do egoísmo e sentir-vos-eis com força para propagar o bem à vossa volta. Quantas contrariedades desaparecem, quando interiormente nos colocamos muito próximos deste nosso Deus, que nunca nos abandona! Renova-se com diversos matizes esse amor de Jesus pelos seus, pelos doentes, pelos entrevados, quando pergunta: que se passa contigo? Comigo... E, logo a seguir, luz ou, pelo menos, aceitação e paz.

Ao convidar-te para fazeres essas confidências com o Mestre, refiro-me especialmente às tuas dificuldades pessoais, porque a maioria dos obstáculos para a nossa felicidade nascem de uma soberba mais ou menos oculta. Pensamos que temos um valor excepcional, qualidades extraordinárias. Mas, quando os outros não são da mesma opinião, sentimo-nos humilhados. É uma boa ocasião para recorrer à oração e para rectificar, com a certeza de que nunca é tarde para mudar a rota. Mas é muito conveniente iniciar essa mudança de rumo quanto antes. (Amigos de Deus, 249)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho no mundo

Aprovada em unanimidade a Mensagem do Sínodo dos bispos

O Sínodo lança um projecto concreto para a nova evangelização. Com um ponto firme: "a fé é definida na relação que estabelecemos com a pessoa de Jesus" e para o testemunhar é preciso que nos aproximemos da vida dos homens de hoje, sem "inventar qualquer tipo de estratégias" porque o Evangelho não é "um produto a ser colocado no mercado das religiões". Exactamente para "apoiar e orientar" todas as comunidades cristãs na urgência da missão, os padres sinodais aprovaram na manhã de 26 de Outubro a mensagem pastoral, o nuntius, na conclusão dos trabalhos.
Trata-se de um documento novo, como disse o cardeal Betori - presidente da comissão sinodal para a redacção - apresentando-o na Sala de Imprensa da Santa Sé logo após a aprovação. Novo porque "não se limita a exortações globais, mas articula-se em pontos relativos a cada um dos continentes, expressa e especificamente nomeados em ordem alfabética". Porque se é verdade, explicou, que sobretudo num mundo globalizado a reflexão diz respeito ao conjunto, é verdade também que globalização não quer dizer nivelamento.

E, por conseguinte, cada questão deve ser enfrentada considerando as realidades individualmente. Outra característica consiste no tom que se quis manter na mensagem: exortativo e encorajador, perfeitamente em sintonia "com o tom constante das intervenções dos padres sinodais". E este é outro dos elementos que caracteriza a mensagem sinodal, com a qual todos os padres "concordaram e se reconheceram a ponto de a aprovar por aclamação". Um exemplo, disse o cardeal Betori, da comunhão expressa na colegialidade da Igreja. Colocaram no texto experiências e propostas nascidas durante a assembleia, enfrentando as questões mais candentes. Sem ceder ao pessimismo e convidando a um confronto total, o Sínodo propôs de modo emblemático como fio condutor da mensagem a página evangélica que narra o encontro de Jesus com a samaritana. Também com a experiência sinodal "a Igreja sente o dever de estar ao lado dos homens e das mulheres deste tempo para tornar presente o Senhor na sua vida". O debate, hoje, evidenciou como em todas partes do mundo se sinta "a necessidade de reavivar uma fé que corre o risco de se obscurecer nos contextos culturais que impedem o seu radicamento pessoal e a presença social, a clareza dos conteúdos e os frutos coerentes". Nenhum pessimismo, recomendam os padres: globalização, secularização, velhas e novas pobrezas são desafios a enfrentar como oportunidade de evangelização. E "não se trata de começar tudo do início". Contudo, é evidente que "os diferentes cenários sociais e culturais" chamam os cristãos "para algo de novo". Os padres sinodais pensam "numa comunidade acolhedora, na qual todos os marginalizados encontram a sua casa, em experiências reais de comunhão". Enfim, trata-se de "tornar concretamente acessíveis as experiências da Igreja, multiplicar os poços para os quais convidar os homens e as mulheres sedentos e ali fazê-los encontrar com Jesus, oferecer oásis nos desertos da vida". Mas a missão de evangelizar o mundo para a Igreja inicia com um apelo à conversão. Começando por si mesma.

(© L'Osservatore Romano - 27 de Outubro de 2012)

Bom Domingo do Senhor!

Não nos cansemos nunca cheios de fé de chamar o Senhor como Bartimeu de que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 10, 46-52), pois ele está sempre atento e disposto a ouvir-nos e ajudar-nos.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor que nos consola e guia!

O que foi a estrela do Oriente? Respondem os especialista da Universidade de Navarra

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Seguros da presença de Deus

«Vivei na união e na paz, e Deus estará certamente convosco, pois Deus é um Deus de paz, e aí põe as Suas delícias. O seu amor produzirá a vossa paz e todos os males serão desterrados da vossa Igreja»

(Homília sobre 2 cor, 30 – São João Crisóstomo)

«Quando o homem começa a olhar e a viver a partir de Deus, quando caminha em companhia de Jesus, passa a viver segundo novos critérios e então um pouco de eschaton, daquilo que há-de vir, está presente já agora. A partir de Jesus, entra alegria na tribulação».

(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)

Maria (2)

Torreciudad
«Maria sabe (…), ao louvar no Magnificat os grandes feitos de Deus nela, feitos, que de então em diante, serão reconhecidos por todas as gerações de tal forma que ela, Maria, se dita pura e simplesmente a Bem-aventurada.»

(Hans Urs von Balthasar in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

“Julgo que não tenho inimigos. Na minha vida encontrei pessoas que me prejudicaram, positivamente. Não as considero como inimigos: sou muito pouca coisa para os ter. Contudo, desde agora, eles e elas ficam incluídos na categoria de benfeitores, para rezar ao Senhor por eles todos os dias”, anota hoje.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

S. Simão e S. Judas Tadeu, apóstolos

Simão e Judas aparecem juntos nas diversas listas dos "doze". Na lista dos doze, Simão vem no undécimo lugar em Marcos e Mateus e no décimo em Lucas; Judas no undécimo em Lucas e no décimo em Marcos e Mateus. Dão a este o cognome de Tadeu. O lugar no fim da lista leva a pensar nos trabalhadores contratados às cinco horas da tarde. (Mt 20,6). "São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu ..." (Mateus 10,1ss.). A respeito de Simão, apenas sabemos que era originário de Caná e era chamado Zelota. Certamente Simão teria pertencido ao partido radical e nacionalista dos zelotas, opositores intransigentes do domínio romano na Palestina. Quanto a Judas, chamado Tadeu, sabemos pelo Evangelho que, na Última Ceia, perguntou a Jesus: "'Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou”.

Segundo S. Jerónimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa). Terá evangelizado a Mesopotâmia. S. Paulino de Nola tinha-o como apóstolo na Líbia. Fortunato de Poitiers julgava-o enterrado na Pérsia. Os martirológios latinos conservam esta notícia, utilizando uma narração que o reúne a Simão.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

A CAPA... (a propósito do Evangelho de hoje ‘Mc 10, 46-52’)

Detenhamo-nos num pormenor desta Palavra, desta descrição do milagre da recuperação da vista, para quem andava nas trevas.
Porquê os pormenores?

Se acreditamos que a Palavra escrita é inspirada no e pelo espírito Santo, então os pormenores têm de ter algum significado e esse significado será conforme o mesmo Espírito nos leva a discernir em cada momento.

«E ele, atirando fora a capa, deu um salto e veio ter com Jesus»
O cego Bartimeu, atirou fora a capa…

Quantas vezes a capa que “usamos” nas nossas vidas, não nos deixa ver o caminho, não nos deixa ver a verdade, não nos deixa viver o amor.

É a capa do orgulho, a capa do respeito humano, a capa do dinheiro, a capa do prazer, a capa do egoísmo, a capa da auto-suficiência, a capa do sofrimento, a capa da comiseração, a capa do queixume, a capa da critica, a capa da má-lingua, a capa das “minhas certezas”, a capa da “minha fé”…

Cada um pode escolher, ou melhor, descobrir a sua capa, ou capas…
E por isso muitas vezes não “vemos”, não temos luz para o caminho das nossas vidas.

Vemos tudo com os olhos do corpo, mas os “olhos” do nosso coração estão fechados, estão cegos, não vêem a luz da paz, da alegria, da vida nova com e em Cristo.

Por vezes tiramos a capa, mas não a atiramos fora, guardamo-la e tornamos a usá-la…

O cego Bartimeu «atirou fora a capa», não quis mais saber dela, só lhe interessava Jesus Cristo que lhe podia fazer recuperar a vista, a vista que lhe trazia uma vida nova…

Nada mais lhe interessava! Ele queria aquela vida nova, porque sabia no seu intimo que era uma vida abundante, em que podia “ver”…

E a fé de Bartimeu?!

Ele não se levantou e caminhou!

Não, ele «deu um salto», como quem mergulha em algo que não sabe o que é, mas tem a certeza de que é bom, a certeza de quem confia, de quem espera, a certeza de quem tem Fé…

Ah, Senhor dá-nos a força para também atirarmos fora as nossas capas, para bem longe de nós.

Melhor Senhor, toma Tu conta delas, para que não caiamos na tentação de as querermos reaver…

Ah Senhor, dá-nos a coragem para darmos o salto para Ti, de olhos fechados, sem medo do “que lá vem”, mas na certeza da Fé de que Tu nos abrirás os olhos e nos darás a luz para caminharmos no Teu amor.

Monte Real, 1 de Outubro de 2007

Joaquim Mexia Alves

«Filho de David, tem misericórdia de mim»

São Gregório Magno (c. 540-604), Papa e Doutor da Igreja
Homilias sobre os Evangelhos, n°2

Com razão a Escritura nos apresenta este cego sentado à beira do caminho e pedindo esmola, porque a Verdade diz acerca de Si mesma: «Eu sou o caminho» (Jo 14, 6). Assim, todo aquele que ignora a claridade da luz eterna é cego.

Se já cremos no Redentor, estamos sentados à beira do caminho. Se já cremos, mas descuramos pedir que nos seja dada a luz eterna e descuramos a oração, podemos estar sentados à beira do caminho, mas não pedimos esmola. Mas se cremos, se conhecemos a cegueira do nosso coração e oramos a fim de recebermos a luz da verdade, então somos efectivamente este cego sentado à beira do caminho e que pede esmola.

Assim, aquele que reconhece as trevas da sua cegueira e sente a privação da luz eterna, grite do fundo do seu coração, grite com toda a sua alma: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!»