terça-feira, 9 de outubro de 2012

Amar a Cristo ...

Querido Jesus, hoje pensávamos, após meditarmos na reflexão do Teu vigário Joseph há um ano quando visitou os Cartuxos em fazer uma pausa, para que o silêncio se sobrepusesse ao permanente ruído do dia a dia e das notícias.
 
Mas eis que nos vieram à mente as belíssimas palavras de Bento XVI ontem na primeira sessão do Sínodo, criando-nos o impulso de dar-Te graças por através do Espírito Santo que procede do Pai e de Ti haveres estado presente no Conclave de 2005, pois só Vós, que sois um só Deus, podíeis inspirar tão extraordinariamente boa eleição pelos príncipes da Igreja.

Obrigado Meu Deus e Meu Senhor pelo Papa que nos ofereceste, que a Tua graça e protecção por intercessão da Virgem Maria o protejam e guarde!

JPR

Que propõe hoje o Opus Dei às pessoas que tenham contacto com o seu apostolado, e em particular aos jovens?

A todos quantos se avizinham do Opus Dei oferece-se uma proposta muito clara: o propósito de amar mais a Deus, de identificar-se plenamente com Cristo, de corresponder generosamente às acções do Espírito Santo, no conjunto do quotidiano da vida normal da família e do trabalho.

Aos jovens pede-se sobretudo que sintam a responsabilidade da época que lhes foi confiada, pois são o futuro da sociedade. O Santo Padre não se cansa de os encorajar a em todas as ocasiões de não ter medo de oferecer a vida por algo de grande. No passado mês de junho em Milão assegurava que «toda a idade é matura para Cristo!», pode-se ser santo mesmo com poucos anos de vida. A santidade é o caminho normal do cristão e não apenas para alguns mas para todos.

(D. Javier Echevarría em entrevista ao ‘Avvenire’ AQUI em 06.10.2012 com tradução de JPR)

Não temais

A verdadeira razão pela qual nem sempre és bem sucedido na tua meditação é esta – e não me engano! Começas a tua meditação na agitação e na ansiedade. Isso é o suficiente para que não obtenhas nunca o que procuras, porque o teu espírito não está concentrado na verdade que meditas e não há amor no teu coração. Esta ansiedade é ineficaz, não retiras dela senão uma grande fadiga espiritual e uma certa frieza da alma, sobretudo ao nível afectivo. Não conheço para isso senão um remédio, que é este: abandonares essa ansiedade, que é um dos maiores obstáculos à prática religiosa e à vida de oração. Ela faz-nos correr para nos fazer tropeçar.

Não quero evidentemente dispensar-te da meditação simplesmente porque te parece que não retiras dela nenhum benefício. À medida que fizeres vazio em ti, que te desembaraçares desse apego por meio da humildade, o Senhor te dará o dom da oração que guarda na Sua mão direita.

Santo [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho 
Ep 979-980

Um tempo de meditação diária

Se és tenaz para assistires diariamente a umas aulas, só porque nelas adquires certos conhecimentos... muito limitados, como é que não tens constância para frequentares o Mestre, sempre desejoso de te ensinar a ciência da vida interior, de sabor e conteúdo eternos? (Sulco, 663)

Que vale o homem, ou o maior galardão do mundo, comparados com Jesus Cristo, que está sempre à tua espera? (Sulco, 664)

Um tempo de meditação diária (união de amizade com Deus) é próprio de pessoas que sabem aproveitar rectamente a sua vida; de cristãos conscientes, coerentes. (Sulco, 665)

Os namorados não sabem dizer adeus; acompanham-se sempre.

Tu e eu amamos assim o Senhor? (Sulco, 666)

Não vês como muitos dos teus colegas sabem demonstrar grande delicadeza e sensibilidade no trato com as pessoas que amam: a namorada, a mulher, os filhos, a família?...

Diz-lhes (e exige-o a ti mesmo!) que o Senhor não merece menos. Que O tratem assim! E recomenda-lhes, além disso, que continuem com essa delicadeza e sensibilidade, mas vividas com Ele e por Ele; e alcançarão uma felicidade nunca sonhada, mesmo já aqui na Terra. (Sulco, 676)

São Josemaría Escrivá

"Quem ganhar o voto católico pode ganhar as eleições"

Faltam apenas quatro semanas para as eleições norte-americanas, que se realizam na terça-feira, dia 6 de Novembro, e os candidatos continuam a procurar conquistar os eleitores. Mas há um grupo que é particularmente importante e pode mesmo vir a decidir quem vence: os católicos. 

David Gibson, um jornalista especializado em assuntos religiosos, diz que a importância do voto católico não deve ser subestimada: “Os católicos são um eleitorado decisivo. Estão muito divididos, as sondagens mostram-nos a variar entre Romney e Obama. São um bloco crucial de eleitores. Formam um quarto do eleitorado, logo, quem ganhar o voto católico tem boas chances de vencer as eleições.” 

Há várias décadas, o assunto poderia parecer resolvido à partida, mas os tempos mudaram: “Os católicos costumavam ser maioritariamente democratas, mas já não é o caso”, explica. Hoje, a maioria dos católicos brancos e praticantes vota no Partido Republicano, mas entre católicos negros ou hispânicos os democratas tendem a levar a preferência. 

Nestas eleições, como em toda a vida política americana, a religião promete desempenhar um papel de destaque: “A religião é muito importante. Como disse um dos nossos presidentes, Dwight Eisenhower, ‘é importante que os nossos governantes tenham uma religião, e não me interessa qual é’. Por isso, é muito importante que os americanos se sintam como religiosos, já vem dos nossos mitos fundadores, e que vejam os nossos líderes como religiosos.” 

Obama contra os Bispos 
Do ponto de vista católicos estas eleições revestem-se de maior importância. Sem nunca apelar ao voto directo num dos candidatos, os bispos americanos têm estado envolvidos numa intensa disputa com Barack Obama por causa de um decreto, que faz parte do plano de reforma do sistema de saúde defendido pelo Presidente, que obriga instituições católicas, como universidades, hospitais ou escolas, a fornecer aos seus funcionários seguros de saúde que incluam cobertura para contraceptivos e serviços abortivos. 

Os bispos alegam que se trata de uma clara violação da liberdade religiosa e Romney já prometeu que, caso vença, acabará de imediato com essa obrigação. Para David Gibson, os bispos estão a assumir um grande risco: “No fundo, a maioria dos católicos, mesmo que rejeite as posições da Igreja sobre contraceptivos, tende a concordar com os bispos sobre a questão da liberdade religiosa. Mas isso não chega para mudarem de preferência.” 

Caso Obama ganhe, isto pode representar uma dificuldade para a Igreja americana: “Essa é a grande questão, o que fazer se Obama ganhar. Se eles se colocaram totalmente do lado da outra facção como vão conviver com ele durantes os próximos quatro anos?”. 

Em todo o caso, Gibson, que é um dos responsáveis da agência independente Religion News Service, acredita que Obama vai acabar por ceder depois das eleições, caso ganhe: “Acredito que sim. Nem se percebe porque é que tem sido tão firme nesta questão em particular, não é o seu género. Penso que tem conselheiros para quem esta questão dos contraceptivos é muito importante. Mas há outras formas de o fazer que não infrinjam os direitos dos católicos”. 

A fé nas urnas 
Os católicos não são os únicos a deixarem as suas crenças religiosas influenciar o sentido do seu voto. “Há outros blocos religiosos. Os protestantes evangélicos brancos votam massivamente nos republicanos e eles também formam um quarto do eleitorado. Os judeus tendem a votar nos democratas, bem como a maioria dos afro-americanos protestantes”. 

No início do ano, Barack Obama correu um grande risco com este eleitorado ao apoiar publicamente o “casamento” entre homossexuais, algo que a esmagadora maioria dos evangélicos negros rejeita: “Tem havido grandes reservas e objecções quanto a isso, mas penso que as grandes preocupações acabam por ser económicas e entre a comunidade negra há uma solidariedade com o primeiro presidente negro que, segundo as sondagens, não será afectada por esta questão”, explica David Gibson. 

Quanto aos candidatos, há nestas eleições algumas novidades. Romney arrisca-se a ser o primeiro fiel da Igreja Mórmon a ganhar a Casa Branca. Ambos os candidatos a vice-presidente são católicos, enquanto Barack Obama se assume como cristão, ainda que continue a haver uma proporção significativa de americanos que acredita que é muçulmano.

Rádio Renascença

Grátias tibi, Deus, grátias tibi!

Damos graças a Deus de todo o coração, pela Sua imensa bondade, e também pela heróica fidelidade do nosso Padre. «A sua vida e a sua mensagem – proclamou o Beato João Paulo II há dez anos – ensinaram uma multidão imensa de fiéis, sobretudo leigos que trabalham nas mais variadas profissões, a converter as tarefas mais comuns em oração, em serviço ao próximo e em caminho de santidade». Por isso, acrescentava este grande Pontífice, «com razão se pode definir como “o santo da vida comum”» [2].
 
Esta solene declaração do Vigário de Cristo era o coroar, por parte da Igreja, à fama de santidade que rodeava o nosso amadíssimo Padre já em vida. O Papa Pio XII tinha-o feito notar, falando do nosso Padre a uns bispos australianos: «É um verdadeiro santo, um homem enviado por Deus para a nossa época» [3]. Também Paulo VI o considerava um sacerdote santo, como D. Álvaro referiu, com autorização do Papa, depois de uma audiência com o Romano Pontífice, em 1976. Nessa altura, Paulo VI afirmou que o nosso Fundador tinha sido um dos homens que, na História da Igreja, mais carismas tinha recebido e tinha correspondido a esses dons de Deus com maior generosidade [4].
 
Um mês antes de ser elevado à cátedra de Pedro com o nome de João Paulo I, o Cardeal de Veneza, glosando uma frase de S. Josemaria em Temas Atuais do Cristianismo, tinha escrito: «As “realidades mais vulgares” são o trabalho que nos compete fazer em cada dia, e os “reflexos divinos que nele brilham” são a vida santa que havemos de conseguir. Escrivá de Balaguer dizia continuamente, de acordo com o Evangelho: Cristo não nos pede um pouco de bondade, mas sim muita bondade. E quer que a alcancemos não através de ações extraordinárias, mas com ações comuns. O modo de realizarmos essas ações é que não deve ser comum» [5].

Recolho apenas umas pinceladas que reproduzem a figura de S. Josemaria, um santo que, como afirmou também Paulo VI, já não pertence exclusivamente à Obra, mas é propriedade da Igreja universal. Com que alegria vemos a devoção ao nosso Padre propagar-se por todo o mundo, entre pessoas de todas as raças e condições! Na verdade, ela chegou já a «constituir, em muitos países, um autêntico fenómeno de piedade popular» [6]. Contudo, não podemos esquecer que, com a nossa atuação quotidi­ana, cabe-nos recordar o que é o Opus Dei, e como podemos tentar servir cada vez mais a Igreja, as almas.

[1] S. Josemaria, Notas da oração pessoal, 27-III-1975.

[2] Beato João Paulo II, Lítterae decretáles para a canonização do Beato Josemaria Escrivá de Balaguer, 6-X-2002.

[3] Testemunho de Mons. Thomas Muldoon, Bispo Auxiliar de Sidney, 21-X-1975 (cfr. Flavio Capucci, Josemaria Escrivá, santo, ed. Rialp, Madrid 2009, p. 52).

[4] Testemunho do Venerável Servo de Deus Álvaro del Portillo, 5-III-1976/19-VI-1978 (cfr. cit., p. 53).

[5] Cardeal Albino Luciani, artigo em Il Gazzettino, Veneza, 25-VII-1978 (cfr. cit., pp. 48-49).

[6] Congregação para as Causas dos Santos, Decreto sobre as virtudes heróicas, 9-IV-1990 (cfr. cit., p. 83).

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de outubro de 2012)

O valor do trabalho

Se considerássemos o trabalho um objectivo em si mesmo, e não um meio para alcançar o fim último da existência humana – a comunhão com Deus e, em Deus, com os outros homens –, a sua natureza ficaria desvirtuada e perderia o seu mais alto valor. Converter-se-ia numa actividade fechada à transcendência na qual a criatura não tardaria a situar-se no lugar de Deus. Um trabalho feito assim não poderia ser um meio para colaborar com Cristo na obra redentora, que Ele começou nos seus anos de artesão em Nazaré e consumou na Cruz, entregando a Sua vida pela salvação dos homens.

São ideias que Bento XVI expôs recentemente na encíclica Caritas in Veritate, apresentando a Doutrina social da Igreja no actual contexto de globalização da sociedade. Ao afirmar, nas circunstâncias actuais, que o primeiro capital a preservar e valorizar é o homem, a pessoa, na sua integridade [*], o Papa sublinha, como já o fez o Concilio Vaticano II, que o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida económico-social [**]. Assim, colocando no núcleo do debate actual a pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, e elevada à dignidade da filiação divina, o Santo Padre pronuncia-se decididamente contra o determinismo que está subjacente a muitas concepções da vida política, económica e social.

[*] Bento XVI, Carta Enc. Caritas in Veritate, 29-VI-2009, n. 25
[**] Bento XVI, Carta Enc. Caritas in Veritate, 29-VI-2009, n. 25. Cfr. Const. Past. Gaudium et spes, n. 63

(Excerto carta de Outubro 2009 do Prelado do Opus Dei - D. Javier Echevarría)

Maridos ...

«Não és seu amo mas seu marido; não te foi dada como escrava, mas como mulher (…). Devolve-lhe as suas atenções para contigo e sê agradecido por ela e pelo seu amor»

(Exameron, V, 7,19 – Santo Ambrósio)

«Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza».

(Col 3, 20 – S. Paulo)

Beato John Henry Newman, cardeal, †1890

Nasceu em Londres, a 21 de Fevereiro de 1801 e morreu em Edgbaston a 11 de Agosto de 1890. Foi um sacerdote anglicano convertido ao catolicismo, posteriormente nomeado cardeal pelo Papa Leão XIII em 1879. Foi Beatificado no dia 19 de Setembro de 2010 pelo Papa Bento XVI.

Estudou no Trinity College de Oxford (1816) e no Oriel College (1822) e foi ordenado sacerdote da Igreja Anglicana e um dos líderes do "Movimento de Oxford". Naquela época, ele considerava o anglicanismo de seu tempo excessivamente protestante e laicizado e o catolicismo parecia-lhe corrompido em relação às origens do cristianismo. Buscou uma "via media" entre os dois, e, pesquisando sobre os primórdios da Igreja Católica, acabou por converter-se.

Depois de sua conversão ao catolicismo, foi ordenado sacerdote da Igreja Católica em Roma, abriu e dirigiu em Birmingham um oratório de S. Filipe Neri e foi ainda reitor da Universidade Católica da Irlanda.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Bento XVI - A solidão da Cartuxa, dom precioso para o nosso tempo e para a Igreja

Na homilia da celebração de Vésperas, Bento XVI começou por referir o “elo profundo que existe (disse) entre Pedro e Bruno, entre o serviço pastoral à unidade da Igreja e a vocação contemplativa da Igreja”. De facto, sublinhou, “a comunhão eclesial tem necessidade de uma força interior”, que só pode vir de Deus. Ora o ministério dos Pastores recebe das comunidades contemplativas aquela linfa espiritual que vem de Deus.
 
O Papa apontou como “núcleo da espiritualidade” dos monges da Cartuxa o abandonar as realidades passageiras para procurar captar o eterno:
“O forte desejo de entrar em união de vida com Deus, abandonado tudo o resto, isto é, tudo o que impede esta comunhão, e deixando-se capturar pelo imenso amor de Deus, para só deste amor. Caros irmãos, encontrastes o tesouro escondido, a pérola de grande valor. Respondestes com radicalidade ao convite de Jesus”.
 
Neste contexto, o Santo Padre identificou cada mosteiro como um oásis de vida espiritual, sublinhando porém a especificidade dos mosteiros de contemplação como a Cartuxa:
 
“Todos os mosteiros – masculinos e femininos – são um oásis onde, com a oração e a meditação, se escava incessantemente o poço profundo do qual extrair a água viva para a nossa sede mais profunda. Mas a Cartuxa é um oásis especial, onde se preservam cuidadosamente o silêncio e a solidão, segundo a forma de vida iniciada por São Bruno e que permaneceu intacta no decurso dos séculos. “Habito no deserto com outros irmãos” – é a frase sintética que escrevia o vosso Fundador.”
 
Bento XVI observou que “o progresso técnico, nomeadamente no campo dos transportes e das comunicações, tornou a vida do homem mais confortável, mas também mais agitada, por vezes convulsa”. As cidades são quase sempre rumorosas: raramente nelas há silêncio. Por outro lado (observou ainda), nas últimas décadas, o desenvolvimento dos meios de comunicação difundiu e amplificou o fenómeno daquilo que designou como “a virtualidade”, que corre o risco de dominar sobre a realidade. “Mesmo sem se darem conta, as pessoas encontram-se cada vez mais imersas numa dimensão virtual”. Sobretudo os mais jovens parecem querer encher de música e de imagens cada momento vazio, como se tivessem medo de sentir, precisamente, esse vazio. Até já se fala mesmo de uma “mutação antropológica”. Há algumas pessoas que já não são capazes de permanecer por muito tempo em silêncio e na solidão”. Tudo isto – fez notar Bento XVI - põe em evidência “o carisma específico da Cartuxa, como um precioso dom para a Igreja e para o mundo”:
 
“um dom que contém uma profunda mensagem para a nossa vida e para toda a humanidade: retirando-se no silêncio e na solidão, o homem expõe-se, por assim dizer, ao real, na sua nudez, expõe-se àquela aparente vazio a que me referia antes, para experimentar pelo contrário a Plenitude, a presença de Deus, daquela Realidade mais real que há, e que está para além da dimensão sensível”.
 
É uma presença que se adverte em cada criatura: no ar que respiramos, na luz que vemos e nos aquece, na erva, nas pedras… Deus é o fundamento de cada coisa, de tudo.
 
“Deixando tudo, o monge corre por assim dizer um risco: expõe-se à solidão e ao silêncio para não viver senão para o essencial, e precisamente vivendo o essencial, encontra também uma profunda comunhão com os irmãos, com cada homem”.
 
(Rádio Vaticano sobre a visita para a celebração das Vésperas de Bento XVI à Igreja da Cartuxa da Serra de São Bruno em 09.10.2011)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

“Hoje, na minha oração, reafirmei o propósito de ser Santo. Sei que o conseguirei: não porque esteja seguro de mim, Jesus, mas porque... estou seguro de Ti”, anota num dia como o de hoje.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Nossa Senhora do Monte

Nossa Senhora do Monte é padroeira principal da cidade do Funchal e padroeira secundária da diocese. Dos primórdios desta devoção fala-nos o Elucidário Madeirense no texto que a seguir se transcreve:
A origem desta paróquia vem da fazenda povoada que ali tinha Adão Gonçalves Ferreira, o primeiro homem que nasceu nesta ilha e que era filho de Gonçalo Aires Ferreira (V. pag. 21), o mais distinto companheiro de Zargo na descoberta do arquipélago. Como geralmente acontecia, era uma pequena capela o centro em torno do qual se agrupavam os primeiros povoadores, tendo Adão Ferreira levantado ali pelos anos de 1470 uma modesta ermida, que parece ter tido o nome primitivo de Nossa Senhora da Incarnação, passando depois a chamar-se Nossa Senhora do Monte, devido certamente às condições orograficas do local, que bem justificavam a nova e apropriada denominação. Outros afirmam que a milagrosa aparição da imagem da Santissima Virgem, que logo começaram a chamar Nossa Senhora do Monte, é que deu origem a que a capela tomasse este nome, que se transmitiu ao sítio e mais tarde a toda a paróquia.

A lenda dessa aparição miraculosa vem narrada, nos seguintes termos, no verso das gravuras que representam a pequenina e veneranda imagem: «Há mais de 300 anos, no Terreiro da Luta, cerca de 1 quilómetro acima da igreja de N.ª S.ª do Monte, uma Menina, de tarde, brincou com certa pastorinha, e deu-lhe merenda. Esta cheia de júbilo, refere o facto à sua família, que lhe não deu crédito, por lhe parecer impossivel que naquela mata erma e tão arredada da povoação aparecesse uma Menina. Na tarde seguinte, reiterou-se o facto e a pastorinha o recontou. No dia imediato, à hora indicada pela pastorinha, o pai desta, ocultamente, foi observar a scena, e viu sôbre uma pedra uma pequena Imagem de Maria Santissima, e à frente desta a inocente pastorinha, que a seu pai inopinadamente aparecido, afirmava ser aquela Imagem a Menina de quem lhe falava. O pastor, admirado, não ousou tocar a imagem, e participou o facto à autoridade que mandou colocá-la na capela da Incarnação, próxima da actual igreja de «N.ª S.ª do Monte», nome que desde então foi dado aquela veneranda Imagem.» Esta narrativa não difere essencialmente duma descrição manuscrita, que possuímos, do meado do século XVIII, a qual por sua vez se baseava numa ininterrupta tradição oral. Nessa descrição se encontra o seguinte interessante pormenor: «No dia seguinte amanheceu a S.ª fora da Hermida, na fonte a ella vezinha sobre hua pedra na qual se vem ainda hoje alguns caracteres antigos que mal se percebem...» Esta pedra preciosissima, diz o padre Joaquim Plácido Pereira, ficou soterrada no fundo do Ribeiro de Nossa Senhora, quando a Câmara Municipal do Funchal mandou ampliar o Largo da Fonte, em 1896. 


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Marta e Maria unidas

Odão de Cantuária (?-1200), monge beneditino 
Sermão para a festa da Assunção


O Evangelho narra-nos a cena em que Jesus é acolhido por duas irmãs e, enquanto uma O serve, a outra entrega-se à escuta da Sua palavra. Tudo isto pode ser aplicado à bem-aventurada Virgem Maria.

Estas duas mulheres mencionadas na Escritura costumam ser encaradas como símbolo das duas vias da Igreja: Marta representa a via activa e Maria a contemplativa. Marta esforça-se a praticar obras de misericórdia; Maria repousa, observando. A activa entrega-se ao amor do próximo; a contemplativa ao amor de Deus. Ora, Cristo é Deus e homem, e foi desde logo envolvido no amor singular da bem-aventurada Virgem Maria, quer enquanto servia a Sua humanidade, quer enquanto estava atenta à contemplação da Sua divindade. [...]

Algumas pessoas servem os membros do Corpo de Cristo; a Virgem Maria servia Cristo em carne e osso, [...] e não só com atitudes exteriores, mas com a sua própria substância, tendo-Lhe oferecido a hospitalidade do seu seio. Na Sua meninice ajudou à fragilidade da Sua condição humana, enchendo-o de carícias, dando-Lhe banho, tratando d'Ele, levando-O para o Egipto para escapar à perseguição de Herodes e trazendo-O de volta; e enfim, depois de múltiplos serviços, mantendo-se junto à cruz aquando da Sua morte e ajudando a pô-Lo no túmulo. [...] Assim, foi Marta, e ninguém poderá igualá-la neste serviço.

Mas também na contemplação, a parte de Maria, a Virgem é superior a todos. Na verdade, que contemplativa não devia ser aquela que trouxera no seu seio a própria Divindade, o próprio Filho de Deus unido à sua carne! Depois de nascer, prestou-Lhe atenção, falou-Lhe, desfrutou da Sua companhia, contemplou-O, a «Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Cl 2,3). [...] Assim foi a Virgem também contemplativa, Ela que, no Filho unigénito de Deus que tinha gerado no seu seio, contemplava a glória de toda a Trindade!

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 9 de outubro de 2012

Indo em viagem, entrou numa aldeia, e uma mulher, chamada Marta, recebeu-O em sua casa. Esta tinha uma irmã, chamada Maria que, sentada aos pés do Senhor, ouvia a Sua palavra. Marta, porém, afadigava-se muito na contínua lida da casa. Aproximando-se, disse: «Senhor, não Te importas que a minha irmã me tenha deixado só com o serviço da casa? Diz-lhe, pois, que me ajude». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, tu afadigas-te e andas inquieta com muitas coisas quando uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

Lc 10, 38-42