sábado, 6 de outubro de 2012

Amar a Cristo ...

Amado Jesus, sempre que alguém que conhecemos vai em peregrinação ao um Santuário Mariano, temos, numa expressão da fé e da nossa simplicidade, de lhe pedir uma Ave-Maria por nós e por aqueles que nos são caros.

Amanhã é dia de Nossa Senhora do Rosário, a Tua e nossa Mãe, por Tua infinita bondade, recomenda-nos insistentemente que rezemos o Terço, não como um ato de devoção a Si, mas a Ti, pois todos os Mistérios são alusivos a Ti desde a Anunciação até à Tua Paixão, mesmo naqueles dois em que meditamos na Sua Assunção e Coroação, celebramos neles a Sua excelsa condição de Tua Mãe Imaculada.

Ajuda-nos pois, Senhor Jesus, a rezar o Terço cheios de devoção e amor a Ti e a Nossa Senhora a quem frequentemente recorremos como nossa intercessora junto de Ti.

JPR

Onde habita Deus todos nos sentimos em casa

Sem Ele o homem corre o risco de fazer prevalecer o egoísmo sobre a solidariedade, o ter sobre o ser Deus "desprende a nossa liberdade do fechamento em si mesma, da sede de poder, de posse, de domínio e a torna capaz de se abrir à dimensão que a realiza em sentido pleno: a da doação de si, do amor que se faz serviço e partilha". Afirmou o Papa na homilia da missa celebrada na quinta-feira 4 de Outubro na praça de Nossa Senhora, diante do santuário de Loreto.

Senhores Cardeais
Venerados Irmãos no episcopado
Queridos irmãos e irmãs!

No dia 4 de outubro de 1962, o Beato João XXIII veio em peregrinação a este Santuário para confiar à Virgem Maria o Concílio Ecuménico Vaticano II, que seria inaugurado uma semana depois. Naquela ocasião, ele, que alimentava uma filial e profunda devoção a Nossa Senhora, dirigiu-se-lhe com estas palavras: "Hoje, mais uma vez, e em nome de todo o episcopado, a Vós, dulcíssima Mãe, que sois invocada como Auxilium Episcoporum, pedimos por Nós, Bispo de Roma e por todos os Bispos do mundo que nos alcance a graça de entrar na sala conciliar da Basílica de São Pedro como entraram no Cenáculo os Apóstolos e os primeiros discípulos de Jesus: um só coração, uma pulsação única de amor a Cristo e pelas almas, um propósito único de viver e de nos imolarmos pela salvação de cada pessoa e dos povos. Assim, por vossa intercessão materna, nos anos e nos séculos futuros, se possa dizer que a graça de Deus precedeu, acompanhou e coroou o vigésimo primeiro Concílio Ecuménico, infundindo em todos os filhos da Santa Igreja novo fervor, ímpeto de generosidade, firmeza de propósitos" (AAS 54 [1962], 727).

À distância de cinquenta anos, após ter sido chamado pela Divina Providência a suceder, na Cátedra de Pedro, aquele Papa inesquecível, também vim aqui em peregrinação para confiar à Mãe de Deus duas importantes iniciativas eclesiais: o Ano da Fé, que terá início daqui a uma semana, no dia 11 de outubro, no quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, por mim convocada para o mês de outubro, com o tema "A Nova Evangelização para a transmissão da Fé Cristã". Queridos amigos! A todos vós dirijo a minha mais cordial saudação. Agradeço ao Arcebispo de Loreto, D. Giovanni Tonucci, pelas calorosas expressões de boas-vindas. Saúdo os demais Bispos presentes, os Sacerdotes, os Padres Capuchinhos, aos quais está confiada a cura pastoral do santuário, e às Religiosas. Dirijo um deferente pensamento ao Prefeito, Dr. Paolo Niccoletti, a quem também agradeço por suas amáveis palavras, ao Representante do Governo e às Autoridades civis e militares presentes. Expresso o meu reconhecimento a todos aqueles que generosamente contribuíram para a realização desta minha Peregrinação.

Como recordei na Carta Apostólica da sua convocação, através do Ano da Fé, "pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé" (Porta fidei, 8). E justamente aqui em Loreto temos a oportunidade de nos colocarmos na escola de Maria, d'ela que foi proclamada "Bem-aventurada porque "acreditou" (Lc 1, 45). Este Santuário, construído ao redor de sua casa terrena, guarda a memória do momento no qual o Anjo do Senhor veio a Maria com o grande anúncio da Encarnação, e ela lhe deu sua resposta. Esta humilde habitação é um testemunho concreto e tangível do maior acontecimento da nossa história: a Encarnação; o Verbo se fez carne, e Maria, a serva do Senhor, é o canal privilegiado através do qual Deus habitou entre nós (cf. Jo 1, 14). Maria ofereceu a sua carne, colocou-se inteiramente à disposição da vontade de Deus, tornando-se "lugar" de sua presença, "lugar" no qual habita o Filho de Deus. Aqui podemos repetir as palavras do Salmo com as quais, segundo a Carta aos Hebreus, Cristo iniciou a sua vida terrena dizendo ao Pai: "Tu não quiseste vítima e oferenda, mas formaste-me um corpo... Por isso eu disse: "Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade"" (10, 5.7). Maria disse palavras semelhantes diante do Anjo que lhe revela o plano de Deus sobre ela: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). A vontade de Maria coincide com a vontade do Filho no único projeto de amor do Pai e nele se unem céu e terra, Deus criador e sua criatura. Deus torna-se homem, Maria faz-se "casa viva" do Senhor, templo onde mora o Altíssimo.
O Beato João XXIII há cinquenta anos, aqui em Loreto, convidava a contemplar este mistério, a "refletir sobre esta união do céu com a terra, que é a finalidade da Encarnação e da Redenção", e continuava afirmando que o próprio Concílio tinha como objetivo estender sempre mais o alcance benéfico da Encarnação e Redenção de Cristo em todas as formas da vida social (cf. AAS 54 [1962], 724). É um convite que ressoa hoje com particular intensidade. Na crise atual que atinge não apenas a economia, mas vários setores da sociedade, a Encarnação do Filho de Deus fala-nos de quanto o homem é importante para Deus e Deus para o homem. Sem Deus o homem acaba por deixar prevalecer o seu egoísmo sobre a solidariedade e sobre o amor, as coisas materiais sobre os valores, o ter sobre o ser. É preciso voltar para Deus para que o homem volte a ser homem. Com Deus mesmo nos momentos difíceis, de crise, o horizonte da esperança não desaparece: a Encarnação nos diz que jamais estamos sozinhos, Deus entrou em nossa humanidade e nos acompanha.

Mas o habitar do Filho de Deus na "casa viva", no templo, que é Maria, leva-nos a outro pensamento: onde Deus mora, devemos reconhecer que todos estamos "em casa"; onde Cristo mora, os seus irmãos e as suas irmãs não são mais estrangeiros. Maria, que é a mãe de Cristo é também nossa mãe, nos abre a porta da sua Casa, nos guia para entrarmos na vontade de seu Filho. É a fé, então, que nos dá uma casa neste mundo, que nos reúne em uma única família e que nos faz todos irmãos e irmãs. Contemplando Maria, devemos nos perguntar se também nós queremos ser abertos ao Senhor, se queremos oferecer-lhe a nossa vida para que seja uma morada para Ele; ou então, ao contrário, se tememos que a presença do Senhor possa ser um limite para nossa liberdade, e se queremos reservar para nós uma parte de nossa vida, de modo que possa pertencer apenas a nós. Mas é Deus mesmo que liberta nossa liberdade, que a liberta do fechamento em si mesma, de possuir, da sede de poder, de posse, de domínio, e a torna capaz de abrir-se à dimensão que a realiza no sentido pleno: o do dom de si, do amor, que se faz serviço e partilha.

A fé nos faz habitar, morar, mas nos faz também trilhar o caminho da vida. Também a Santa Casa de Loreto conserva um ensinamento importante. Como sabemos, ela foi colocada numa estrada. Isso poderia parecer deveras estranho: do nosso ponto de vista, de facto, a casa e a estrada parecem se excluir. Na realidade, justamente nesse aspecto particular, encontra-se uma mensagem singular desta Casa. Ela não é uma casa privada, não pertence a uma pessoa ou a uma família, mas é uma habitação aberta para todos, que está, por assim dizer, na estrada de todos nós. Então, aqui em Loreto, encontramos uma casa que nos faz permanecer, habitar, e que ao mesmo tempo nos faz caminhar: recorda-nos que somos todos peregrinos, que devemos estar sempre a caminho para outra habitação, para a casa definitiva, para a Cidade eterna, a morada de Deus com a humanidade redimida (cf. Ap 21, 3).

Existe ainda um ponto importante do relato evangélico da Anunciação que quero destacar, um aspecto que jamais deixa de nos admirar: Deus pede o "sim" do homem, criou um interlocutor livre, pede que sua criatura Lhe responda com plena liberdade. São Bernardo de Claraval, em um de seus Sermões mais célebres, quase "representa" a espera da parte de Deus e da humanidade pelo "sim" de Maria, dirigindo-se a ela com uma súplica: "O anjo espera a vossa resposta, porque chegou o tempo de voltar ao que o enviou... Ó Senhora, dai essa resposta, que a terra, os infernos, antes, que os céus esperam. Como o Rei e Senhor de todos desejava ver a vossa beleza, assim deseja ardentemente a vossa resposta afirmativa... Levantai-vos, correi, abri! Levantai-vos com a fé, apressai-vos com vossa oferta, abri com a vossa adesão!" (In laudibus Virginis Matris, Hom. IV, 8: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4, 1966, p. 53s). Deus pede a livre adesão de Maria para se tornar homem. Certo, o "sim" da Virgem é fruto da Graça divina. Mas a graça não elimina a liberdade, ao contrário, a cria e a sustém. A fé não tolhe nada à criatura humana, mas permite a sua plena e definitiva realização.

Queridos irmãos e irmãs, nesta peregrinação que repercorre a do Beato João XXIII - e que se dá, providencialmente, no dia em que se celebra a memória de São Francisco de Assis, verdadeiro "Evangelho Vivo" - quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do "sim", que escutastes Jesus, falai-nos d'Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-Lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!

(© L'Osservatore Romano - 6 de Outubro de 2012)

Por ocasião do Ano da Fé, Bento XVI concede o dom da Indulgência Plenária

A Penitenciaria Apostólica estabeleceu as seguintes disposições para obter a Indulgência plenária válidas de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013:

Poderão obtê-la todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, que tenham expiado os próprios pecados com a penitência sacramental e elevado orações segundo as intenções do Sumo Pontífice: 

- toda vez que participarem de pelo menos três momentos de pregações durante as Santas Missões, ou de pelo menos três lições sobre as Atas do Concílio Vaticano II e sobre os Artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou local idóneo; 

- toda vez que visitarem em forma de peregrinação uma Basílica Papal, uma catacumba cristã, uma Igreja Catedral, um local sagrado designado pelo Ordinário do lugar para o Ano da Fé, e ali participarem de alguma função sagrada ou se detiverem para um tempo de recolhimento, concluindo com a oração do Pai-Nosso, o Credo, as invocações a Nossa Senhora e, de acordo com o caso, aos Santos Apóstolos ou Padroeiros;

- sempre que, nos dias determinados pelo Ordinário do lugar para o Ano da Fé, em algum local sagrado participarem de uma solene celebração eucarística ou da Liturgia das Horas, acrescentando a Profissão de Fé em qualquer forma legítima;

- um dia livremente escolhido, durante o Ano da Fé, para a visita do batistério ou de outro lugar no qual receberam o sacramento do Batismo, se renovarem as promessas batismais em qualquer fórmula legítima.

Aos idosos, doentes e a todos os que por motivos legítimos não puderem sair de casa, concede-se de igual modo a Indulgência plenária nas condições de costume se, unidos com o espírito e com o pensamento aos fiéis presentes, especialmente nos momentos em que as palavras do Pontífice ou dos Bispos Diocesanos forem transmitidas pela televisão ou pelo rádio, recitarem na própria casa ou onde estiverem o Pai-Nosso, o Credo e outras orações conformes às finalidades do Ano da Fé, oferecendo seus sofrimentos ou as dificuldades da própria vida.

Rádio Vaticano na sua edição para o Brasil

«… falar como um amigo que fala com outro amigo»

O livro do Êxodo diz de Moisés (33, 11) que Deus falava com ele «face a face, como um amigo fala com outro amigo». Parece-me que, mesmo se o véu da discrição nos esconde tantos pormenores, contudo daqueles pequenos acenos resulta que se pode aplicar muito bem a Josemaría Escrivá este «falar como um amigo que fala com outro amigo», que abre as portas do mundo para que Deus se possa fazer presente, agir e transformar tudo.

Card. Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Publicado no Suplemento do 'L’Osservatore Romano', 6-X-2002. Homilia na integra AQUI

N. ‘Spe Deus’: bem-haja Mon. António Barbosa por na homilia de hoje no Oratório São Josemaria em Lisboa nos haver recordado esta passagem.

Imitação de Cristo, 3, 19, 2 - Do sofrimento das injúrias e quem é provado verdadeiro paciente

Quanto melhor te dispões para padecer, tanto mais paciente serás em tuas ações e maiores merecimentos ganharás; com a resignação e a prática torna-se também mais suave o sofrimento. Não digas: não posso sofrer isto daquele homem, nem estou para aturar tais coisas, pois me fez grave injúria e me acusa de coisas que jamais imaginei; de outros sofreria facilmente, quanto julgasse que devia sofrer. Insensato é semelhante pensar, pois não considera a virtude da paciência nem olha àquele que há de coroá-la, mas só atende às pessoas e às ofensas recebidas.

Queres deveras ser santo?

Queres deveras ser santo? – Cumpre o pequeno dever de cada momento faz o que deves e está no que fazes. (Caminho, 815)

Tens obrigação de te santificar. – Tu, também. – Quem pensa que é tarefa exclusiva de sacerdotes e religiosos? A todos, sem excepção, disse o Senhor: "Sede perfeitos, como meu Pai Celestial é perfeito".. (Caminho, 291)
Rectificar. – Todos os dias um pouco. – Eis o teu trabalho constante, se deveras queres tornar-te santo. (Caminho, 290)
Ser fiel a Deus exige luta. E luta corpo a corpo, homem a homem – homem velho e homem de Deus – palmo a palmo, sem claudicar. (Sulco, 126)
Hoje não bastam mulheres ou homens bons. Além disso, não é suficientemente bom quem se contenta em ser quase... bom; é preciso ser "revolucionário". Ante o hedonismo, ante a carga pagã e materialista que nos oferecem, Cristo quer inconformistas! Rebeldes de Amor!
 (Sulco, 128)
Se não for para construir uma obra muito grande, muito de Deus – a santidade –, não vale a pena entregar-se.

Por isso, a Igreja, ao canonizar os Santos, proclama a heroicidade da sua vida(Sulco, 611)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de domingo dia 7 de Outubro de 2012

Aproximando-se os fariseus, perguntavam-Lhe para O tentarem: «É lícito ao marido repudiar a mulher?». Ele respondeu-lhes: «Que vos mandou Moisés?». Eles responderam: «Moisés permitiu escrever libelo de repúdio e separar-se dela». Jesus disse-lhes: «Por causa da dureza do vosso coração é que ele vos deu essa lei. Porém, no princípio da criação, Deus fê-los homem e mulher. Por isso deixará o homem pai e mãe, e se juntará à sua mulher; e os dois serão uma só carne. Assim não mais são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus juntou». Depois, em casa, os discípulos interrogaram-n'O novamente sobre o mesmo assunto. Ele disse-lhes: «Quem repudiar a mulher e se casar com outra comete adultério contra a primeira; e se a mulher repudiar o marido e se casar com outro comete adultério». Apresentavam-Lhe umas criancinhas para que as tocasse mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam. Vendo isto, Jesus ficou muito desgostoso e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as crianças, não as estorveis, porque dos que são como elas é o reino de Deus. Em verdade vos digo: quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele». Depois, abraçou-as e, impondo-lhes as mãos, as abençoava.

Mc 10, 2-16

Igreja Católica vai ter quarta «doutora»

Bento XVI vai proclamar no próximo domingo a santa alemã Hildegarda de Bingen como nova “doutora da Igreja”, um reconhecimento que a torna a quarta mulher a receber essa distinção.
  
A monja beneditina nascida em 1098 e falecida em 1179 no atual território germânico foi oficialmente canonizada pelo atual Papa no passado dia 10 de maio, que estendeu a toda a Igreja Católica o seu culto litúrgico.
  
Bento XVI anunciou a intenção de proclamar dois novos doutores da Igreja Católica, São João de Ávila e Santa Hildegarda de Bingen, a 27 de maio, destacando a “marca intensa de fé” que estes santos deixaram, “em períodos e ambientes culturais bem diferentes”.
  
Hildegarda, disse o Papa, “assumiu o carisma beneditino no meio da cultura medieval, foi uma autêntica professora da teologia e estudou aprofundadamente a ciência natural e a música”.
  
A monja e fundadora de dois mosteiros escreveu livros de mística e teologia, textos de medicina e análises de fenómenos naturais.
  
Em 1147, o Papa Eugénio III autorizou a mística a divulgar publicamente as suas visões e a falar delas em público, pelo que a partir de então o “prestígio espiritual de Hildegarda cresceu cada vez mais, ao ponto de os contemporâneos lhe atribuírem o título de ‘profeta teutónica’", recordou Bento XVI, numa das duas catequeses que lhe dedicou em setembro de 2010, no Vaticano.
  
O Papa elogiou a “sabedoria espiritual” e “santidade de vida” da germânica e sublinhou que as suas visões místicas são “ricas de conteúdos teológicos”, em particular a “poderosa visão do Deus que vivifica o cosmos com a sua força e luz”.
  
“Hildegarda manifesta a versatilidade de interesses e a vivacidade cultural dos mosteiros femininos da Idade Média, contrariamente aos preconceitos que ainda pesam sobre aquela época”, disse.
  
A Igreja Católica reconheceu até hoje 33 doutores, entre os quais Santo António de Lisboa e três mulheres: Teresa de Ávila, Catarina de Sena e Teresinha de Lisieux.
  
O título de doutor da Igreja é atribuído a fiéis que se tenham distinguido pela santidade de vida, ortodoxia doutrinal e sabedoria.
  
OC
  
Agência Ecclesia AQUI

Um estilo de vida

A Apple e a Google não se conformam em ser as empresas tecnológicas mais rentáveis; conseguiram configurar marcas que ultrapassaram os limites do negócio e converteram -se numa espécie de modo de vida. Para além do esquema ou do benefício do produto, ambas concorrem no ranking do mais cool. Usar um dispositivo da Apple ou acumular aplicações do Google usa-se muito mais que muitas marcas de roupa e é praticamente uma declaração de princípios.

Ambas compartilham a percepção mais complicada para qualquer marca: o sentido de pertença dos seus utilizadores. Estes fazem parte de "tribos" que se definem a si mesmas em função da sua relação com a marca. São parte de uma comunidade que compartilha, quer a sua satisfação de utilizador, quer o seu orgulho de proprietário.

Sem grandes investimentos em publicidade, os membros das tribos, os seus usuários, converteram-se nos principais "apóstolos" destas marcas. De pouco serve a opinião de técnicos, especialistas e defensores dos princípios perante a satisfação de milhões de usuários que, com o megafone da Web 2.0, conformam, de maneira quase uniforme, a opinião pública global. A pergunta é quanto durará esta lua de mel com os seus utilizadores, num contexto em que a mudança é a única que é permanente, e no qual o efeito de bola de neve pode arrastar percepções de marca, mesmo que estejam tão arreigadas como estas.

Rafael Rubio

Aceprensa

Tu podes ser santo (vídeo em espanhol e legendado em inglês)

Um dos homens mais polémicos do século XX.
Cativou milhares de pessoas, porque as suas palavras soavam de uma forma diferente, e as suas propostas eram simples.
Dedicou a sua vida a relembrar uma mensagem que conhecíamos há 2000 anos.
O homem que se fez sacerdote.
O homem que se enamorou de Deus.
Amor esse que o guiou toda a vida.
Uma vida de entrega à Igreja.
Um Santo que nos propôs um percurso.
Um caminho para chegar a Deus.
Amar todos os dias a todos.

A graça divina

«A todos, pois exortamos a que estreitamente unidos ao Redentor, com cuja ajuda podemos (cfr Phil 4,13), vos dediqueis com toda a solicitude à salvação daqueles que a Providência confiou aos vossos cuidados. Quão ardentemente desejamos, amados filhos, que tenhais emulação daqueles santos que, (…), com as suas grandes obras demonstraram a quanto chega neste mundo o poder da graça divina!»

(Menti nostrae, nº 31 – Pio XII)

"Deixemos que Deus faça maravilhas" - Artigo do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre S. Josemaría Escrivá no ‘L'Osservatore Romano’ de 6-X-2002

Deixemos que Deus faça maravilhas
 
Surpreendia-me sempre a interpretação que Josemaría Escrivá dava do nome Opus Dei: uma interpretação que poderíamos chamar biográfica e que nos consente compreender o fundador na sua fisionomia espiritual. Escrivá sabia que devia fundar algo, mas estava sempre consciente de que aquele algo não era obra sua, que ele não tinha inventado nada, que simplesmente o Senhor se servia dele. Por conseguinte, aquela não era a sua obra, mas o Opus Dei. Ele era unicamente um instrumento através do qual Deus teria agido.
  
Ao considerar este facto vieram-me à mente as palavras do Senhor transcritas no Evangelho de João (5, 17): «O meu Pai age sempre». São palavras pronunciadas por Jesus durante um debate com alguns peritos da religião que não queriam reconhecer que Deus pode trabalhar também no sábado. Eis um debate que ainda está aberto, de certa forma, entre os homens – também cristãos – do nosso tempo. Há quem pense que, depois da criação, Deus se «retirou» e não sente mais interesse pelas nossas coisas quotidianas. Segundo este modelo de pensamento, Deus já não poderia entrar no tecido da nossa vida quotidiana. Mas nas palavras de Jesus temos o desmentido. Um homem aberto à presença de Deus apercebe-se de que Deus faz maravilhas ainda hoje: portanto, devemos deixá-lo entrar e agir. E é assim que surgem as coisas que oferecem um futuro e renovam a humanidade.
 
Tudo isto nos ajuda a compreender por que é que Josemaría Escrivá não se considerava «fundador» de nada, mas apenas uma pessoa que quis cumprir a vontade de Deus, seguir a sua acção, a obra – precisamente – de Deus. Neste sentido, o teocentrismo de Escrivá de Balaguer, coerente com as palavras de Jesus, significa esta confiança no facto de que Deus não se retirou do mundo, que Deus age ainda agora e nós devemos apenas pôr-nos à sua disposição, estar disponíveis, ser capazes de reagir à sua chamada, o que é para mim uma mensagem de grandíssima importância. É uma mensagem que leva à superação daquela que se pode considerar a grande tentação do nosso tempo: isto é, a pretensão de que depois do big bang Deus se tenha retirado da história. A acção de Deus não «parou» no momento do big bang, mas ainda continua ao longo do tempo, quer no mundo da natureza quer no mundo humano.
 
Portanto, o fundador da Obra dizia: não fui eu que inventei algo; é o Outro que o faz e eu estou apenas disponível para servir de instrumento. Assim este título, e toda a realidade a que chamamos Opus Dei, estão profundamente relacionados com a vida interior do fundador que, mesmo permanecendo muito discreto neste ponto, nos faz compreender que estava em diálogo permanente, em contacto real com Aquele que nos criou e age por nós e connosco. O livro do Êxodo diz de Moisés (33, 11) que Deus falava com ele «face a face, como um amigo fala com outro amigo». Parece-me que, mesmo se o véu da discrição nos esconde tantos pormenores, contudo daqueles pequenos acenos resulta que se pode aplicar muito bem a Josemaría Escrivá este «falar como um amigo que fala com outro amigo», que abre as portas do mundo para que Deus se possa fazer presente, agir e transformar tudo.
 
Sob esta luz compreende-se também melhor o que significa santidade e vocação universal à santidade. Conhecendo um pouco a história dos santos, sabendo que nos processos de canonização se procura a virtude «heróica», temos quase inevitavelmente um conceito errado da santidade: «Não é para mim», somos tentados a pensar, «porque eu não me sinto capaz de realizar virtudes heróicas: é um ideal demasiado elevado para mim». Então a santidade torna-se uma coisa reservada a alguns «grandes», dos quais vemos as imagens nos altares, e que são muito diferentes de nós, que somos normais pecadores. Mas este é um conceito errado de santidade, uma percepção errónea que foi corrigida – e isto parece-me o ponto central – precisamente por Josemaría Escrivá.
 
Virtude heróica não significa que o santo faz uma espécie de «ginástica», de santidade, algo que as pessoas normais não conseguem fazer. Ao contrário, significa que na vida de um homem se revela a presença de Deus, isto é, se revela o que o homem por si só e para si não podia fazer. Talvez se trate, no fundo, apenas de uma questão terminológica, porque o adjectivo «heróico» foi mal interpretado. Virtude heróica propriamente não significa que alguém fez grandes coisas sozinho, mas que na sua vida aparecem realidades que ele não fez, porque foi transparente e disponível para a obra de Deus. Ou, por outras palavras, ser santo não é mais do que falar com Deus como um amigo fala com outro amigo. Eis a santidade.
 
Ser santo não significa ser superior aos outros; antes, o santo pode ser muito débil, pode ter cometido tantos erros na sua vida. A santidade é este contacto profundo com Deus, fazer-se amigo de Deus: é deixar agir o Outro, o Único que realmente pode fazer com que o mundo seja bom e feliz. Por conseguinte, se São Josemaría Escrivá fala da chamada de todos a ser santos, parece-me que, em última análise, está a haurir desta sua experiência pessoal de não ter feito sozinho coisas incríveis, mas de ter deixado agir Deus. E por isso nasceu uma renovação, uma força de bem no mundo, mesmo que todas as debilidades humanas permaneçam sempre presentes. Deveras todos somos capazes, todos somos chamados a abrir-nos a esta amizade com Deus, a não abandonar as mãos de Deus, a não deixar de voltar sempre de novo ao Senhor, falando com Ele como se fala com um amigo, sabendo bem que o Senhor realmente é o verdadeiro amigo de todos, mesmo de quantos não podem fazer grandes coisas sozinhos.
 
Com tudo isto compreendi melhor a fisionomia do Opus Dei, esta ligação surpreendente entre uma absoluta fidelidade à grande tradição da Igreja, à sua fé, com desarmante simplicidade, e a abertura incondicionada a todos os desafios deste mundo, quer no âmbito académico, quer no do trabalho, da economia, etc. Quem tem este vínculo com Deus, quem mantém este diálogo ininterrupto pode ousar responder a estes desafios, e deixa de ter medo; porque quem está nas mãos de Deus cai sempre nas mãos de Deus. É assim que desaparece o medo e nasce, ao contrário, a coragem de responder ao mundo de hoje.
 
Card. Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Publicado no Suplemento de 'L’Osservatore Romano', 6-X-2002
 
(Fonte: site do Opus Deis – Portugal em http://www.opusdei.pt/art.php?p=13946)

S. Josemaría Escrivá - Aconteceu nesta data em 2002

João Paulo II canoniza Josemaría Escrivá diante de uma multidão de pessoas dos cinco continentes, na Praça de São Pedro, Roma. Na homilia diz: “São Josemaría foi um mestre no exercício da oração, que ele considerava como uma “arma” extraordinária para redimir o mundo. Assim recomendava sempre: “primeiro, oração; depois, expiação; em terceiro lugar, muito «em terceiro lugar», acção” (Caminho, 82). Não se trata de um paradoxo, mas de uma verdade perene: a fecundidade do apostolado depende sobretudo da oração e de uma vida sacramental intensa e constante. Em última análise, este é o segredo da santidade e do verdadeiro êxito dos Santos”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

O Evangelho do dia 6 de Outubro de 2012

Os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: «Senhor, até os demónios se nos submetem em virtude do Teu nome». Ele disse-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um raio. Eis que vos dei poder de caminhar sobre serpentes e escorpiões, e de vencer toda a força do inimigo, e nada vos fará dano. Contudo não vos alegreis porque os espíritos maus vos estão sujeitos, mas alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos céus».  Naquela mesma hora Jesus exultou de alegria no Espírito Santo, e disse: «Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos simples. Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar». Depois, tendo-Se voltado para os discípulos, disse: «Felizes os olhos que vêem o que vós vedes. Porque Eu vos afirmo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes e não o viram, ouvir o que vós ouvis e não o ouviram».

Lc 10, 17-24