segunda-feira, 23 de julho de 2012

Tom muito assertivo de carta da Secretaria de Estado do Vaticano à Conferência Episcopal do Peru sobre a situação na ex-Pontifícia Universidade Católica

A Conferência Episcopal Peruana (CEP) não deve ser instrumentalizada pela “universidade rebelde”. Pelo contrário, está obrigada a prestar um “devido e claro” apoio às determinações da Santa Sé  na disputa pela legítima propriedade da instituição, até ontem Pontifícia e Católica. Este é o cerne de uma carta enviada pelo Vaticano ao presidente dos bispos do país sul-americano, D. Salvador Piñeiro. Uma dura chamada de atenção para acabar com as ambiguidades e com o “jogo sujo”.
O texto, até agora desconhecido e cujo conteúdo Vatican Insider teve acesso, foi entregue na sexta-feira, 20 de julho, na Nunciatura Apostólica em Lima, ao secretário geral da CEP, D. Lino Panizza Richero. Com ele, estava o segundo vice-presidente e arcebispo de Arequipa, D. Javier del Rio, e o arcebispo de Lima, D. Juan Luis Cipriani Thorne.
O embaixador papal, arcebispo James Patrick Green, entregou-lhes cópia do decreto com o qual a Sé Apostólica dispôs a retirada dos títulos honorários de “Pontifícia” e “Católica” da universidade. E também lhes entregou a carta do Secretário de Estado, D. Tarcisio Bertone, na qual anuncia a inédita decisão ao reitor Marcial Rubio.
Isso ocorreu nas primeiras horas da tarde. D. Green ordenou que os três documentos, inclusive a carta a D. Piñeiro, sejam enviados a todos os bispos do país. Mais tarde, recebeu na nunciatura as autoridades da PUCP, às quais transmitiu o decreto e a carta.
A mensagem de Roma ao arcebispo de Ayacucho-Huamanga deixou pouco espaço para dúvidas: “Para o bem da Universidade e pela responsabilidade da Igreja no âmbito educacional, esta Conferência Episcopal deve apoiar a posição da Santa Sé e o Arcebispo de Lima (N. Spe Deus: D. Juan Luis Cipriani Thorne), desautorizando com vigor qualquer intervenção contrária e convidando o episcopado do país a uma ação colegial leal. Em caso de dúvidas, o senhor e os demais bispos terão a amabilidade de consultar o Sr. Núncio em Lima”.
E acrescentou: “O Santo Padre espera que,  doravante, a Conferência Episcopal renda um decidido e claro apoio às decisões tomadas pela Santa Sé acerca da situação da PUCP e sejam evitadas novas incompreensões e divisões”.
A dureza das palavras deixou claro que, em vez de manter uma posição institucional, a cúpula dos bispos alinhou com a instituição educacional durante o litígio pela universidade. Inclusive quando a rebeldia de suas autoridades era aberta e manifesta.
O que ficou claro em 17 de abril, quando a Conferência emitiu uma nota pública em nome de seus cinco bispos delegados na Assembleia Universitária da PUCP. Esse texto foi desconcertante, não só porque seu conteúdo estava em suspeita sintonia com a tese da reitoria, mas também porque foi difundido sem o consentimento de alguns dos supostos signatários, que nem sequer foram consultados.
Este episódio foi qualificado como “lamentável” pela carta do Vaticano a D. Piñeiro, que foi incisiva: “Peço-lhe que cuide para que esta Conferência Episcopal evite ser instrumentalizada pela reitoria da universidade”.
Trata-se de mais uma prova da seriedade com que a Santa Sé afrontou a controvérsia da ex-Pontifícia e Católica. E embora seus alunos mais radicais sustentem que a retirada dos títulos “não significa nada”, a realidade é outra. Porque se trata de acabar com um litígio que dura mais de 40 anos e que chegou a níveis insustentáveis.
Por ora, nesta segunda-feira, dia 23, está prevista uma nova sessão da Assembleia Universitária. Nela será analisada a decisão de Roma que, certamente, não é definitivamente irreversível. Como bem assinala o decreto pontifício, é possível rever a retirada dos títulos. A solução é simples: se a direção dos docentes se retratar e modificar seus estatutos, recupera a sua identidade. De outra forma, um futuro sombrio espera-os.
Por Andrés Beltramo Álvarez in ‘Vatican Insider’| Tradução: Fratres in Unum.com com adaptação e edição residual de JPR

Amar a Cristo...

Senhor, com frequência, às vezes dá-nos a sensação de sermos abusadores recorremos à oração para Te pedir algo, desde logo o perdão pela nossas faltas e pecados, mas também para nos ajudares a alcançar o Reino ajudando-nos a aumentar a nossa fé e sermos bom exemplos de cristãos.

Amado Jesus, quando Te pedimos ajuda, ajuda-nos a que seja sempre para maior Glória Tua e jamais por qualquer acto de vaidade nossa.

Senhor concede-nos a Tua graça e a vida eterna!

JPR

Porta-voz do Vaticano critica e desmente categoricamente notícias sobre alegado envolvimento de colaboradores do Papa no caso «vatileaks»

Padre Federico Lombardi considera «gravíssima» a criação de novas suspeitas nesta matéria


O porta-voz do Vaticano criticou hoje uma notícia sobre o alegado envolvimento de três colaboradores de Bento XVI no caso de fuga de informação e de documentos do Papa, com divulgação pública de dados reservados.

O padre Federico Lombardi diz que a acusação de “cumplicidade” das pessoas referidas no artigo do jornal italiano ‘La Reppublica’ é de “extrema gravidade” e refere que são citadas intervenções que foram “repetida e publicamente” desmentidas.
“Considero gravíssimo lançar tais suspeitas sobre pessoas que merecem respeito, que desenvolveram com empenho muitos anos de serviço totalmente dedicado à pessoa do Santo Padre”, acrescenta.

Este responsável emitiu um comunicado em resposta ao artigo do ‘La Reppublica’ sobre o ‘Vatileaks’ que envolvia no caso três pessoas: Ingrid Stampa, governanta do Papa; o cardeal italiano D. Paolo Sardi, de 77 anos, antigo vice-camerlengo da Câmara Apostólica; e o bispo alemão D. Josef Clemens, de 65 anos, secretário do Conselho Pontifício para os Leigos desde 2003.

Em causa, assinala o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, estão “argumentos que não são pertinentes, interpretados de forma não fundamentada”.
Para o padre Lombardi, a apresentação como “cúmplices” de três pessoas “dignas de estima e de respeito parece exceder todos os limites”.

O Vaticano tinha revelado este sábado que a única pessoa sob investigação é o ex-mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele, detido a 23 de maio após ter sido acusado de “furto agravado” de documentos pertencentes ao Papa.
Segundo o porta-voz, a peça publicada esta segunda-feira pelo diário italiano limita-se a repetir “um artigo assinado por Paul Badde, publicado no Die Welt online há uma semana (15 de julho), sem acrescentar praticamente nada”.

O padre Lombardi realçou que a imprensa germânica não retomara esta informação porque “tinha justamente reconhecido a sua evidente parcialidade e a grave responsabilidade de indicar algumas pessoas como corresponsáveis sem argumentos objetivos”.

“Já repeti por várias vezes que o facto de ser ouvido por uma comissão no decorrer das suas investigações não significa, de forma alguma, ser suspeito”, sublinhou o sacerdote jesuíta.

O porta-voz do Vaticano destaca, por outro lado, que todas as pessoas em causa desempenham ou desempenharam normalmente as suas funções.
“Num tema complexo e delicado como este, parece-me que os leitores de um dos jornais italianos com mais tiragem mereceriam um outro respeito pelo que é correto e pela deontologia da informação”, conclui.

OC

(Fonte: Agência Ecclesia)

Imitação de Cristo, 3, 1, 2 - Da comunicação íntima de Cristo com a alma fiel

Eu sou tua salvação, tua paz e tua vida. Fica comigo e acharás paz. Deixa todas as coisas transitórias e busca as eternas. Que é todo o temporal, senão engano sedutor? E de que te servem todas as criaturas, se o Criador te abandonar? Renuncia, pois, a tudo, entrega-te dócil e fiel a teu Criador, para que possas alcançar a verdadeira felicidade.

O amor casto entre um homem e uma mulher

Admira a bondade do nosso Pai Deus: não te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, o teu país, que amas com loucura, são matéria de santidade? (Forja, 689)


E agora, meus filhos e minhas filhas, permiti que me detenha noutro aspecto – particularmente querido – da vida comum. Refiro-me ao amor humano, ao amor casto entre um homem e uma mulher, ao noivado, ao matrimónio. Devo dizer uma vez mais que esse amor humano santo não é algo de permitido, de tolerado, à margem das verdadeiras actividades do espírito, como poderiam insinuar os falsos espiritualismos a que antes aludia. Há quarenta anos que venho pregando exactamente o contrário, através da palavra e da escrita, e os que não compreendiam já o vão entendendo.


O amor que conduz ao matrimónio e à família pode ser também um caminho divino, vocacional, maravilhoso, meio para uma completa dedicação ao nosso Deus. Realizai as coisas com perfeição, tenho-vos recordado, ponde amor nas pequenas actividades da jornada, descobri – insisto – esse quê divino que se oculta nos pormenores: toda esta doutrina encontra um lugar especial no espaço vital em que o amor humano se enquadra. (Temas Actuais do Cristianismo, 121)


São Josemaría Escrivá

'Ovo de crocodilo' de João César das Neves

Ficamos sempre impressionados ao considerar a incapacidade de sociedades antigas em antecipar o que mais as afectaria. Parece incrível que pessoas inteligentes se tenham deixado cair em horrores para nós tão evidentes. Pensando assim vamos, como eles, dirigindo-nos inconscientemente para as próximas catástrofes.

Não é preciso recuar à queda do império romano ou ao fim de Constantinopla. Um dos mistérios da história é a inépcia da brilhante sociedade iluminista em precaver os horrores seguintes, com a sangrenta Revolução Francesa e o cruel império napoleónico. Porque foram tão cegos alguns dos mais profundos espíritos da nossa civilização? Também é sumamente incongruente que a sofisticada Alemanha do início do século XX falhasse no pressentimento da barbaridade nazi que germinava no seu seio. Em 1977, Ingmar Bergman usou a comparação de O Ovo da Serpente para manifestar este espanto. Como não viram, através da casca translúcida, o réptil em formação?

A conclusão desta meditação não deve ser que algo falhava nessa elevação intelectual ou que os movimentos da História escapam até aos génios. Isso deve motivar-nos a procurar as múltiplas sementes de abominação que brotam hoje, como sempre. Que tendências nos podem conduzir ao horror? As histórias revelam que tais venenos raramente estão entre aqueles que a sociedade identifica.

Dizer que a nossa época se encaminha para o cataclismo não é propriamente grande novidade. Não temos a complacência do Trianon ou Weimar. Desde a bomba atómica que a humanidade encara a extinção, e a recente crise financeira levou ao paroxismo a sensação de fim de regime. Mas também aqui as nossas preocupações escondem-nos a verdadeira ameaça. Não é a falência do Lehman Brothers ou o programa nuclear iraniano que nos arruinarão. O mal não está nas exigências de Angela Merkel ou na concorrência com a China. Apesar de graves, esses são detalhes laterais como o Caso do Colar de 1785. A serpente está noutro ovo, que teimamos em não olhar à transparência.

Aquilo que os nossos descendentes não conseguirão compreender é a nossa inacreditável ligeireza e inoperância perante factos devastadores, que subjazem a tudo o mais: "No primeiro semestre deste ano, nasceram menos quatro mil bebés do que no mesmo período de 2011. Se a tendência de decréscimo se mantiver, 2012 poderá ficar para a história como o ano em que os nascimentos não chegaram aos 90 mil, algo que nunca aconteceu desde que há registos" (DN, 5/Julho). Sem portugueses não há economia, consumo, emprego, ensino, justiça, país. Com a atenção centrada no défice, desemprego, ou pior, nas tricas do momento, Portugal resvala para a decadência perante a apatia generalizada.

Somos um dos países do mundo com menor taxa de fertilidade, muito inferior à dos nossos parceiros, aliás também entre os mais estéreis. Essas sociedades desenvolvidas há muito identificaram o problema e criaram políticas resolutas para o enfrentar, com sucessos muito díspares. Em Portugal a medida recente neste campo é o subsidiação do aborto, que aliás é a única área da Saúde onde os cortes financeiros não têm efeito.

Pior, neste tema, ao contrário dos casos históricos, estamos em violação aberta dos mais elementares princípios da civilização. Luís XVI ou Von Hindenburg podiam dizer que a sua boçalidade seguia os cânones recebidos. Nós, ao apregoarmos o aborto como direito, contrariamos séculos de civilização. Que a atrocidade de arrancar o embrião do seio da sua mãe, prática recusada por toda as sociedades cultas, seja por nós promovida pelo Estado será incompreensível aos nossos poucos descendentes.

Nos raros casos em que o tema surge nas conversas, atribui-se a redução da natalidade à crise e ao desemprego, sem notar a incongruência de serem os pobres os mais férteis. Insiste-se na muralha de falácias que tenta esconder a multidão de pequenos cadáveres. Após novo gole de café, o debate regressa às intrigas da semana. É perfeito o paralelo com Versalhes em 1789. Porque o ovo de crocodilo é opaco.

João César das Neves in DN online

Pensador que incentivou a Doutrina Social da Igreja vira ícone entre os jovens católicos brasileiros

Para promover o intelectual católico, autor de 80 livros e inventor da teoria económica inspirada na Doutrina Social da Igreja, o Distributivismo o grupo Sociedade Chesterton Brasil (www.chestertonbrasil.org) descobriu um criativa forma: inspirando-se na cultura pop plasmaram a imagem do pensador inglês G. K. Chesterton (1874-1936) em camisetas ao estilo daquelas feitas com a efígie do Che Guevara, que já é um êxito entre os jovens do Brasil e de outros países.

Chesterton foi um agnóstico convertido ao catolicismo, que deixou um legado que recentemente vem sendo descoberto pelos jovens brasileiros.

"O pouco conhecimento que temos deste autor tão importante provavelmente se dá pelas poucas traduções de suas obras para o português. Pensamos em torná-lo mais acessível usando as camisetas!", conta o jovem bibliotecário, Diego da Silva, editor do site 
www.chestertonbrasil.org

As camisetas, nas cores vermelha e branca, são estampadas com o rosto de Chesterton e com o nome dele dividido: o Che é separado de todo resto, uma forma divertida e de referência ao revolucionário argentino, o controverso Che Guevara. 

“Chesterton tem ideias que têm a ver comigo. Li Ortodoxia, seu livro mais famoso e gostei de cara! Não entendo como ele pode ser tão desconhecido”, conta a jovem estudante de Engenharia da Automação, Karine Oliveira de Souza, uma apoiante da Sociedade Chesterton Brasil.

As camisetas custam R$25,00 mais o custo do frete e são vendidas pela internet, por e-mail (
camisas@chestertonbrasil.org), e já atraem fãs de Chesterton de outros países. Com a iniciativa os colaboradores da Sociedade Chesterton Brasil visam promover o pensador católico no país de forma a gerar maior interesse por sua figura, especialmente entre os jovens.  

“Criamos uma fan page no Facebook (
www.facebook.com/camisetaschesterton) para divulgar as camisetas junto à geração Y e percebemos que o que poderia ser apenas uma irreverência tem feito os jovens procurar mais sobre Chesterton e descobrir que vale a pena conservar os valores que fundaram nossa sociedade!”, afirma a jovem administradora Debora Dee, que apoia a iniciativa.

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação pontual de JPR)

Ateísmo prático

Quando o Estado promove, ensina ou até impõe formas de ateísmo prático, tira aos seus cidadãos a força moral e espiritual indispensável para se empenhar no desenvolvimento humano integral e impede-os de avançarem com renovado dinamismo no próprio compromisso de uma resposta humana mais generosa ao amor divino[71]. Sucede também que os países economicamente desenvolvidos ou os emergentes exportem para os países pobres, no âmbito das suas relações culturais, comerciais e políticas, esta visão redutiva da pessoa e do seu destino. É o dano que o «superdesenvolvimento» [72] acarreta ao desenvolvimento autêntico, quando é acompanhado pelo « subdesenvolvimento moral »[73].

[71] Cf. Bento XVI, Carta enc. Deus caritas est (25 de Dezembro de 2005), 1: AAS 98 (2006), 217-218.
[72] João Paulo II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis (30 de Dezembro de 1987), 28: AAS 80 (1988), 548-550.
[73] Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 19: AAS 59 (1967), 266-267.


Caritas in veritate [II-29] – Bento XVI

Um aniversário muito especial…

Hoje é celebra-se aniversário de um Sacerdote por quem nutro um enorme respeito e carinho, é pois, com profunda e sincera emoção que escrevo estas palavras.

Não o identifico, por saber da sua sincera humildade e de viver em dedicação exclusiva ao Senhor e à Obra fundada pelo Santo da sua devoção.

Estou certo, que os outros Sacerdotes que tenho prazer de conhecer, se juntarão a mim neste sentimento de alegria e homenagem a quem me acolheu de braços e coração aberto, apesar da sua baixa estatura e da minha respeitável barriga, para não dizer enorme barriga.

Não posso, seria aliás de uma enorme injustiça, deixar de agradecer ao Senhor o privilégio que me concedeu ao escolher este maravilhoso ser humano para me acompanhar espiritualmente numa fase crucial do meu regresso à Sua Igreja.

Rogo-Te meu Deus e Senhor, que protejas a este Teu Filho que hoje celebra o aniversário da sua passagem na vida terrena e que tão bem Te representa no exercício do Sacramento Sacerdotal.

Amo-Te Senhor, mas sei que não sois ciumento e por isso Te digo que o amo a ele também, é certo que de uma forma diferente, mas Tu entendes-me e sabes o que me vai na alma.

JPR

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1956

São Josemaría é nomeado Consultor da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades, e Académico de Honra da Pontifícia Academia Romana de Teologia. “É necessário que a Universidade incuta nos estudantes uma mentalidade de serviço: serviço à sociedade, promovendo o bem comum através do trabalho profissional e da actuação pública. Os universitários devem ser responsáveis, sentir uma sã inquietação pelos problemas dos outros e um espírito generoso que os leve a enfrentar estes problemas e a procurar encontrar-lhes a melhor solução. É missão da Universidade dar tudo isto aos estudantes”, comenta numa entrevista coligida emTemas actuais do Cristianismo.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Santa Brígida e a Igreja doméstica

Bento XVI 
Audiência geral de 27/10/2010


O primeiro período na vida desta santa foi caracterizado pelo seu casamento feliz. O marido chamava-se Ulf e governava um importante território do Reino da Suécia. O casamento durou vinte e oito anos, até à morte de Ulf. Deste casamento nasceram oito filhos, a segunda dos quais, Catarina, é venerada como santa. Eis um sinal eloquente do empenho educativo de Brígida para com os seus filhos. [...]

Brígida, que tinha direcção espiritual com um religioso erudito que a introduziu no estudo das Escrituras, exerceu uma influência muito positiva naquela família que, graças à sua presença, se tornou uma verdadeira «Igreja Doméstica». Juntamente com o marido, adoptou a Regra dos Terciários franciscanos. Praticava generosamente obras de caridade em prol dos pobres, e fundou um hospital. Com a esposa, Ulf aprendeu a melhorar o seu carácter e a progredir na vida cristã. No regresso de uma longa peregrinação a Santiago de Compostela [...], o casal decidiu viver na abstinência; mas, pouco tempo depois, na paz de um mosteiro para onde se tinha retirado, Ulf terminou a sua vida terrena.

Este primeiro período da vida de Brígida ajuda-nos a apreciar o que poderíamos definir hoje como uma verdadeira «espiritualidade conjugal»: em conjunto, os dois elementos de um casal cristão podem percorrer um caminho de santidade, apoiados na graça do sacramento do matrimónio. Muitas vezes, como foi o caso da vida de Santa Brígida e de Ulf, é a mulher que, com a sua sensibilidade religiosa, a sua delicadeza e a sua doçura, consegue levar o marido a percorrer um caminho de fé. Penso reconhecidamente em muitas mulheres que também hoje iluminam, dia após dia, as suas famílias com o seu testemunho de vida cristã. Que o Espírito do Senhor possa suscitar, também nos nossos tempos, a santidade dos casais cristãos, para mostrar ao mundo a beleza do casamento vivido segundo os valores do Evangelho: o amor, a ternura, a ajuda recíproca, a fecundidade na geração e educação dos filhos, a abertura e a solidariedade para com o mundo, a participação na vida da Igreja.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Santa Brígida da Suécia, co-Padroeira da Europa

1. "Eu renovo todas as coisas... estas palavras são fiéis e verdadeiras" (Ap 21, 5).


Cristo renova todas as coisas. Santa Brígida, ilustre filha da terra da Suécia, acreditou muito e com profundo amor em Cristo. Adornou com o seu cântico de fé e as suas boas obras a Igreja, na qual reconhecia a comunidade dos crentes, habitada pelo Espírito de Deus.


Hoje recordamos esta singular figura de Santa e sinto-me particularmente feliz por que nesta celebração estejam ao meu lado os mais altos representantes das Igrejas luteranas da Suécia e da Finlândia, juntamente com os meus venerados Irmãos no Episcopado de Estocolmo e de Copenhaga. Saúdo-os a todos e cada um com grande afecto.


Com deferência saúdo também o Rei e a Rainha da Suécia, que quiseram honrar esta celebração com a sua presença. A minha saudação estende-se, além disso, às Personalidades políticas que estão aqui connosco. Saúdo por fim todas vós, queridas Irmãs do Santíssimo Salvador de Santa Brígida, aqui guiadas pela vossa Superiora-Geral.


2. Estamos mais uma vez reunidos para renovar diante do Senhor o empenho pela unidade da fé e da Igreja, que Santa Brígida, com convicção, fez próprio em tempos difíceis. A paixão pela unidade dos cristãos foi o alimento de toda a sua existência. E este empenho, graças ao seu testemunho e ao da Madre Isabel Hesselblad, chegou até nós através da corrente misteriosa da Graça que ultrapassa os confins do tempo e do espaço.


A celebração hodierna impele-nos a meditar sobre a mensagem de Santa Brígida, que eu quis recentemente proclamar co-Padroeira da Europa, juntamente com Santa Catarina de Sena e Santa Teresa Benedita da Cruz. O seu amor activo pela Igreja de Cristo e o testemunho que deu da Cruz constituem um símbolo e uma inspiração para todos nós, que nos preparamos para cruzar o limiar de um novo milénio.


É-me muito grato inaugurar e benzer nesta tarde, no termo da presente celebração, uma estátua que tornará mais viva, aqui no Vaticano, a memória desta grande testemunha da fé. Colocada no exterior desta Basílica e precisamente ao lado da Porta chamada "da oração", a efígie em mármore de Santa Brígida constituirá para todos um constante convite a orar e a trabalhar sempre pela unidade dos cristãos.


3. O meu pensamento dirige-se agora para o dia 5 de Outubro de 1991, quando, nesta mesma Basílica, teve lugar uma solene celebração ecuménica no sexto centenário da canonização de Santa Brígida. Naquela circunstância pude dizer: "Já há vinte e cinco anos luteranos e católicos se esforçam por encontrar de novo o caminho comum... O diálogo teológico tornou evidente o vasto património de fé que nos une... Ninguém ignora que da doutrina da justificação teve início a Reforma protestante e que ela rompeu a unidade dos cristãos do Ocidente. Uma sua comum compreensão... ajudar-nos-á, disto estamos certos, a resolver as outras controvérsias que, directa ou indirectamente, a ela estão ligadas" (cf. L'Osserv. Rom. ed. port. de 13/X/1991, pág. 2).


Aquela "comum compreensão" a que eu almejava há nove anos, hoje, graças ao Senhor, tornou-se realidade animadora. No dia 31 de Outubro passado, na cidade de Ausburgo, foi assinada solenemente uma Declaração conjunta, na qual luteranos e católicos amadureceram um consenso sobre verdades fundamentais da doutrina da justificação. Esta aquisição do diálogo ecuménico, marco miliário no caminho rumo à unidade plena e visível, é o resultado de um intenso trabalho de pesquisa, encontros e oração.


Contudo, permanece diante de nós um longo caminho a percorrer: "grandis resta nobis via". Devemos fazer ainda mais, conscientes das responsabilidades que nos competem no limiar de um novo milénio. Devemos continuar a comunhão juntos, sustentados por Cristo, que no Cenáculo, na vigília da sua morte, pediu ao Pai para que todos os seus discípulos "fossem um só" (Jo 17, 21).


4. Como mais do que nunca necessário, no texto da Declaração conjunta está escrito que o consenso obtido pelos católicos e luteranos "sobre verdades fundamentais da doutrina da justificação, deve ter efeitos e encontrar uma verificação na vida e no ensino das Igrejas" (n. 43).


Neste caminho, confiamo-nos à acção incessante do Espírito Santo. Além disso, temos confiança também em quem, antes de nós, amou tanto Cristo e a sua Cruz e orou, como Santa Brígida, pela característica irrenunciável da Igreja, a da sua unidade.


Não conhecemos o dia do encontro com o Senhor. Por isto o Evangelho convida-nos a vigiar, tendo acesas as nossas lâmpadas para que, quando o Esposo chegar, possamos estar prontos a acolhê-l'O. Nesta expectativa vigilante, ressoa no coração de cada crente a invocação do divino Mestre: "Ut unum sint".


Santa Brígida nos sirva de exemplo e interceda por nós. A vós, suas caríssimas filhas espirituais da Ordem do Santíssimo Salvador, peço de modo especial que prossigais com fidelidade no vosso precioso apostolado ao serviço da unidade.


O novo milénio já está às portas: "Cristo ontem, hoje e sempre" seja o centro e a meta de todas as nossas aspirações. É Ele que renova todas as coisas e traça para nós um itinerário de jubilosa esperança. Oremos sem cessar para que Ele nos conceda a sabedoria e a força do seu Espírito; invoquemo-l'O para que todos os cristãos cheguem quanto antes à unidade. Nada é impossível a Deus!


João Paulo II – Homilia proferida em 13 de Setembro de 1999

S. Brígida, religiosa, co-padroeira da Europa

Beato João Paulo II
Carta Apostólica «Spes aedificandi» §§ 10-11, 01/10/99



Para edificar a nova Europa sobre bases sólidas, não é decerto suficiente apelar apenas aos interesses económicos, que se em certas ocasiões unem, noutras, em contrapartida, dividem; antes, é necessário incidir sobre os valores autênticos, que têm o seu fundamento na lei moral universal, inscrita no coração de cada homem. Uma Europa que confundisse o valor da tolerância e do respeito universal com o indiferentismo ético e o cepticismo acerca dos valores irrenunciáveis abrir-se-ia às mais arriscadas aventuras e, mais cedo ou mais tarde, veria reaparecer sob novas formas os espectros mais tremendos da sua história.

Para evitar esta ameaça, torna-se mais uma vez vital o papel do cristianismo, que está a indicar de forma infatigável o horizonte ideal. À luz dos inúmeros pontos de encontro com as outras religiões, que o Concílio Vaticano II prospectou (cf. Decreto «Nostra aetate»), é necessário ressaltar com vigor que a abertura ao Transcendente é uma dimensão vital para a existência. É essencial, portanto, um renovado compromisso de testemunho por parte de todos os cristãos, presentes nas várias nações do continente. A eles cabe alimentar a esperança da plena salvação com o anúncio do Evangelho que lhes compete isto é, da «Boa Nova» com a qual Deus Se encontrou connosco, e em Seu Filho Jesus Cristo nos ofereceu a redenção e a plenitude da vida divina. Graças ao Espírito que nos foi dado, podemos elevar a Deus o nosso olhar e invocá-lo com o doce nome de "Abba", Pai (cf. Rm 8, 15; Gl 4, 6).

Ao favorecer uma renovada devoção eu quis, com este anúncio de esperança, valorizar em perspectiva «europeia» estas três grandes figuras de mulher, que em várias épocas deram tão significativa contribuição para o crescimento não só da Igreja, mas da mesma sociedade.

O Evangelho do dia 23 de Julho de 2012

«Eu sou a videira verdadeira, e Meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que não dá fruto em Mim, Ele o cortará; e todo o que der fruto, podá-lo-á, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos em virtude da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode por si mesmo dar fruto se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora como o ramo, e secará; depois recolhê-lo-ão, lançá-lo-ão no fogo e arderá. Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á concedido. Nisto é glorificado Meu Pai: Em que vós deis muito fruto e sejais Meus discípulos. 

Jo 15, 1-8