sexta-feira, 20 de julho de 2012

O professor que gostaria de ter sido apóstolo

José Hermano Saraiva morreu esta sexta-feira, aos 92 anos. Admirador confesso de Salazar, criticou muito a política e lamentava viver num país que "entre o Natal e o aborto" tinha escolhido a segunda hipótese.

É reconhecido como historiador, o que não deixa de ser justo, uma vez que mais que ninguém popularizou a História. Mas a grande paixão de José Hermano Saraiva, que morreu esta sexta-feira, era a educação e era por esse prisma, de serviço educativo, que via as suas intervenções. 

Filho de um pastor que subiu na vida pela sua própria mão e que chegou a ser reitor de um liceu, José Hermano Saraiva aprendeu a ler ao colo dos pais e recorda-se que o primeiro livro que leu, nem de propósito, foi “História Universal”, de César Cantu. 

O seu gosto pela educação era inversamente proporcional ao desprezo pela ignorância. Por ela, culpava o ensino actual: “Há vários anos, quiseram expulsar os actos da História. O resultado é uma quimera que só tem tido efeitos negativos. Um deles é a ignorância que grassa por aí ao mais alto nível, até entre professores universitários”, disse certa vez em entrevista à revista do "Correio da Manhã". 

Essa revolta manifestava-se sobretudo pela actividade que, segundo José Hermano Saraiva, era a única para a qual a ignorância era um atributo de sucesso: “A nossa escola continua a produzir pessoas que não sabem fazer nada. A única profissão em que se pode chegar muito alto sem saber fazer nada é a política”, disse na mesma entrevista. 

O historiador e professor não gostava de falar de política, mas falava muito. Nunca deixou de defender Salazar, a quem serviu enquanto ministro da Educação durante o Estado Novo. Chamou “pobre diabo” ao então primeiro-ministro Cavaco Silva quando lhe pediram para o comparar a Salazar, o que lhe valeu um corte de relações com o actual Presidente da República. Mais tarde retractou-se, definindo-o como um "honesto gerente". 

A ditadura, a encruzilhada do Natal e o desejo de ser apóstolo
Quando o tema era o presidente do conselho de ministros, ninguém o demovia: “Há factos sobre Salazar que ninguém contesta. Nasceu pobre, aos 20 anos era professor catedrático, livrou-nos da II Guerra Mundial, governou durante 50 anos e morreu pobre”. De forma mais polémica, constatou que “foi o único caso de uma ditadura em que não houve um morto”. 

Noutra altura, numa entrevista à "Focus", aproveitou a figura de Salazar para criticar a cena política actual: “Milhões de portugueses estiveram com esse homem, à excepção de uma pequena minoria. Salazar não era como estes de agora, que se encarrapitam todos para lá estar meia dúzia de meses. Ele não era nada democrata. A democracia quer dizer que o maior número tem razão. Alguém acredita nisto? Neste país de analfabetos, o maior número é de primatas e são eles que mandam. Quanto mais tempo passa, mais admiro Salazar”. 

A política actual, acreditava, limitava-se a pôr “meio país a injuriar o outro meio” e nada faz para avançar as necessidades de uma pátria que amava, mas cuja letargia lamentava e no qual identificava um percurso suicida: “A população portuguesa está a diminuir rapidamente, as escolas estão a fechar, as mães demitiram-se de o ser e o aborto tem um amplo sector da opinião a apoiá-lo. É a solução do não nascer. Na encruzilhada, este país tem que escolher decididamente entre o Natal e o aborto”, disse em entrevista ao jornal "O Diabo". 

Se lhe tivesse sido dado a escolher, teria vivido noutro tempo ainda e noutro lugar, como fica claro numa entrevista ao "Correio da Manhã", publicada em 2007: "Gostava de ser sido apóstolo, companheiro de Jesus Cristo".

Filipe d’Avillez in RR online

Amar a Cristo...

Senhor, ajuda-nos a imitar-Te e assim a compadecermo-nos, livres de preconceitos, de todos os nossos irmãos necessitados.

Ajuda-nos, amado Jesus, a ter sempre o nosso coração cheio de amor como o Teu, pois só procedendo como Tu fizeste e nos ensinaste, poderemos ambicionar estar entre os escolhidos quando voltares para julgares os vivos e os mortos.

Vinde Senhor Jesus e leva-nos para o Teu Reino para aí Te louvarmos e glorificarmos para todo o sempre!

JPR

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Imitação de Cristo, 2, 12, 10-III - Da estrada real da santa cruz

Fica sabendo e tem por certo que tua vida deve ser uma morte contínua, e quanto mais cada um morre a si mesmo, tanto mais começa a viver para Deus. Só é capaz de compreender as coisas do céu quem por Cristo se resolve a sofrer toda adversidade. Nada neste mundo é mais agradável a Deus nem mais proveitoso a ti, que o sofrer, de bom grado, por Cristo. E se te dessem a escolha, antes deverias desejar sofrer adversidade, por amor de Cristo, do que ser recreado com muitas consolações porque assim serias mais conforme a Cristo, e mais semelhante a todos os santos. Porquanto não consiste nosso merecimento e progresso espiritual em ter muitas doçuras e consolações, mas em sofrer grandes angústias e tribulações.

Não queiras ser grande. – Criança, criança sempre...

Não queiras ser grande. – Criança, criança sempre, ainda que morras de velho. – Quando um menino tropeça e cai, ninguém estranha...; seu pai apressa-se a levantá-lo. Quando quem tropeça e cai é adulto, o primeiro movimento é de riso. – Às vezes, passado esse primeiro ímpeto, o ridículo cede o lugar à piedade. – Mas os adultos têm de se levantar sozinhos. A tua triste experiência quotidiana está cheia de tropeços e de quedas. Que seria de ti se não fosses cada vez mais pequeno? Não queiras ser grande, mas menino. Para que, quando tropeçares, te levante a mão de teu Pai-Deus. (Caminho, 870)

A piedade que nasce da filiação divina é uma atitude profunda da alma, que acaba por informar toda a existência: está presente em todos os pensamentos, em todos os desejos, em todos os afectos. Não tendes visto como, nas famílias, os filhos, mesmo sem repararem, imitam os pais: repetem os seus gestos, seguem os seus costumes, se parecem com eles em tantos modos de comportar-se?



Pois o mesmo acontece na conduta de um bom filho de Deus. Chega-se também, sem se saber como nem por que caminho, a esse endeusamento maravilhoso que nos ajuda a olhar os acontecimentos com o relevo sobrenatural da fé; amam-se todos os homens como o nosso Pai do Céu os ama e – isto é o que mais importa – consegue-se um brio novo no esforço quotidiano para nos aproximarmos do Senhor. As misérias não têm importância, insisto, porque aí estão ao nosso lado os braços amorosos do nosso Pai Deus para nos levantar. (Amigos de Deus, 146)


São Josemaría Escrivá

S. Elias, séc. IX a.C

O profeta Elias nasceu em Tisbé e foi contemporâneo do rei Acab e da rainha Jezabel. E morreu depois deles, julgando-se que ainda vivia no ano 850 antes de Cristo. Mas pouco mais se sabe. A sua memória perdurou como a de um homem de Deus.

«Então surgiu um profeta como um fogo cujas palavras era um forno aceso» (Ecle.48,1). O profeta é Elias. A Ordem do Carmo reconhece-o como seu pai e inspirador espiritual. Na verdade o primeiro grupo de Carmelitas ao fixar-se no Monte Carmelo escolheu viver no lugar junto à fonte de Elias. Este lugar forneceu o nome ao grupo – Carmelitas – e marcou profundamente o seu carisma. Elias, porém não foi um legislador ou organizador, não foi um chefe com inclinações para estruturar fosse o que fosse. Não escreveu nada sobre oração, não o vemos a passar longas horas em oração (embora certamente as tenha passado). Porém, o seu amor aos lugares solitários fez com que os habitasse e os enchesse de sentido com a sua presença de homem de Deus. No Carmelo um homem de Deus – Elias –, viveu apenas para Deus porque a única ocupação que vale a pena é contemplar a beleza de Deus.

Para o peregrino que visitava a Terra Santa, o Monte Carmelo era o lugar onde Elias vivera. Elias escolhera a Montanha do Carmelo para, no silêncio e na solidão, saborear a presença de Deus; aí levou uma vida eremítica e travou uma grande e decisivo duelo contra os profetas de Baal, que levavam o povo de Israel à idolatria. No ponto mais alto do monte Elias venceu o desafio e provou aos israelitas (rei incluído) que Jahvé, o Senhor Deus, é o único e verdadeiro Deus.

Elias é líder espiritual, mas essencialmente é um profeta e um homem de Deus. As suas primeiras palavras são como que um grito de guerra que saem da sua boca para afirmar: «Vive Deus!». Ao escolher viver no Monte Carmelo, nas proximidades da fonte de Elias, os Carmelitas exprimiam o desejo de imitar o Profeta, pois também eles desejam adorar o único Deus verdadeiro e mostrá-lo ao povo. O nome Elias significa «Deus é meu o Senhor». A sua fé no único Deus – fé amadurecida na provação – impressionou muitíssimas gerações de homens e mulheres crentes. Na Sagrada Escritura o profeta Elias aparece como o homem que caminha sempre na presença de Deus...

O seu lema era «ardo de zelo pelo Senhor Deus dos exércitos».

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«O Filho do homem é Senhor do sábado»

Orígenes (cerca 185-253), presbítero e teólogo
Homilias sobre o livro dos Números, nº 23


O sábado foi instituído como um dia sagrado; todos os santos e todos os justos deviam celebrar o sábado. [...] Vejamos então em que consiste para o cristão a observância do sábado: no dia de sábado, não se deve realizar nenhuma obra deste mundo; é necessário abster-se de todas as obras terrenas, não fazer nada que se relacione com este mundo, dedicar-se às obras espirituais, ir à igreja, estar atento à leitura da Escritura e às explicações que dela são dadas, pensar em coisas do céu, ocupar-se da esperança na vida futura, ter presente o julgamento que há-de vir, meditar, não nas realidades visíveis e presentes, mas nas realidades futuras e invisíveis.


Os judeus também devem observar tudo isto. Em suas casas, os ferreiros, os pedreiros, todos os trabalhadores manuais ficam sem nada fazer no dia de sábado. Mas nesse dia, os leitores que proclamam a Sagrada Escritura, os doutores que explicam a Lei de Deus, não interrompem as suas funções, e no entanto não profanam o sábado. O meu Senhor o reconheceu: «Não lestes», disse-lhes Ele, «que ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o sábado e ficam sem culpa?» Portanto, é aquele que se abstém das obras deste mundo e se torna livre para as actividades espirituais, é esse que oferece o sacrifício do sábado e santifica o sábado como um dia de festa. [...]


Durante o sábado, cada qual permanece na sua casa e não sai dela. Qual é pois esta casa da alma espiritual? Esta casa é a justiça, a verdade, a sabedoria, a santidade; tudo isso é Cristo, a casa da alma. Desta casa, não é necessário sair, quando se quer guardar o verdadeiro sábado e celebrar por sacrifícios este dia de festa, segundo as palavras do Senhor: «Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós» (Jo 15, 4).

«Aqui está Quem é maior que o templo»

Epístola dita de Barnabé (c. 130) 
§§ 15-16


A respeito do sábado está escrito: «As [vossas] celebrações lunares, os sábados, as reuniões de culto, as festas e as solenidades são-Me insuportáveis» (Is 1,13). Considerai esta palavra: «Não são os sábados actuais que Me agradam, mas o sábado que Eu farei quando, tendo posto fim ao universo, fizer surgir um oitavo dia que será a aurora de um mundo novo». Eis por que razão celebramos com alegria este oitavo dia em que Jesus ressuscitou dos mortos, Se manifestou e depois subiu aos céus.

A respeito do Templo, evocarei o erro desses infelizes que puseram a sua esperança no edifício, a pretexto de ser a casa de Deus, em vez de a porem no Deus que os criou. [...] Examinemos se ainda existe um templo para Deus. Sim, existe, e está lá, onde Ele mesmo afirma tê-lo construído e adornado. Porque está escrito : «Edificarão Jerusalém com magnificência, e nela a casa de Deus» (Tb 14,5). Constato então que esse templo existe. Mas como construí-lo em nome do Senhor? Escutai. Antes de termos fé, o nosso coração era uma habitação frágil e caduca, parecida com um templo construído pela mão do homem. Estava cheio de cultos a ídolos, servia de covil aos demónios, de tal forma os nossos empreendimentos iam contra os desígnios de Deus.

Mas «edificarão Jerusalém com magnificência, e nela a casa de Deus». Vigiai para que esse templo seja construído «com magnificência». Como? Recebendo a remissão dos pecados, pondo a nossa esperança no Seu nome, tornando-nos homens novos, recriados como na origem. Então Deus habitará verdadeiramente no nosso coração, que se tornará Sua morada.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 20 de Julho de 2012

Naquele tempo, num dia de sábado, passava Jesus por umas searas, e Seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas e a comê-las. Vendo isto os fariseus, disseram-Lhe: «Olha que os Teus discípulos fazem o que não é permitido fazer ao sábado». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David e os seus companheiros, quando tiveram fome? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães sagrados, dos quais não era lícito comer, nem a ele, nem aos que com ele iam, mas só aos sacerdotes? Não lestes na Lei que aos sábados os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Ora Eu digo-vos que aqui está Alguém que é maior que o templo. Se vós soubésseis o que quer dizer: “Quero misericórdia e não sacrifício”, jamais condenaríeis inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do próprio sábado».


Mt 12, 1-8