quarta-feira, 20 de junho de 2012

"A maior parte das pessoas não percebe as leituras da missa"

A Igreja "precisa de melhorar" a forma de transmitir a sua mensagem. O apelo do presidente da Conferencia Episcopal Portuguesa foi deixado esta quarta-feira em Fátima, onde os bispos estão reunidos para reflectir sobre o impacto do Concílio Vaticano II, 50 anos depois. 

Para D. José Policarpo, o Concílio Vaticano II levou a várias mudanças que a sociedade assimilou culturalmente, mas há ainda que cumprir um grande desafio – tornar a mensagem mais perceptível: “Temos ainda grandes progressos a fazer. Quando penso nas homilias de domingo, algumas [são] belíssimas e outras não têm em conta nem a mensagem, nem o destinatário”. 

“Quando penso na maneira como a Palavra de Deus é proclamada nas assembleias dominicais - raramente são bem lidas -, penso que a maior parte das pessoas na missa não percebem as leituras”, acrescentou o Cardeal Patriarca. 

D. José Policarpo criticou ainda os chamados “novos modelos de família, como essas modernices agora de pessoas do mesmo sexo poderem constituir família”, e referiu que também nesse aspecto “o Concílio tem uma mensagem que ajuda a corrigir e a denunciar os exageros antropológicos da civilização ocidental, que acabará por ser vítima das mudanças que fez”. 

Com estas jornadas pastorais, os bispos dão o exemplo do que pretendem que os portugueses façam: que reflictam sobre a mensagem que o Concílio Vaticano II deixou há 50 anos e que, apesar das mudanças, ainda hoje permanece actual. 

O Cardeal Patriarca considera que o Concílio está actual 50 anos depois, mesmo nas questões fracturantes, como as relacionadas com os conceitos de família e sacerdócio. “[Há quem pense] que a Igreja tem a obrigação de mudar ao ritmo das mudanças culturais, políticas, jurídicas. Não, isso não”, referiu ainda D. José Policarpo.

(Fonte: RR online)

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, Filho de Deus, aumenta a nossa fé para que cheios dela possamos ser bons cristãos e menos recorrentes nas nossas falhas e hesitações. Faz-nos Teus servos, pois servindo-Te sabemos que Te estamos a amar.

Se for essa a Tua vontade e do Teu agrado inspira-nos para cada dia melhorarmos estas breves preces, que têm como único intuito amar-Te, louvar-Te e servir-Te, dando-as a conhecer a terceiros e ajuda-nos a que jamais elas se possam transformar em rotina.

Obrigado, Meu Deus e Meu Senhor por pacientemente nos escutares e ajudares!

JPR

Bento XVI dedica a Audiência geral à oração nas Epístolas de São Paulo

Queridos irmãos e irmãs,


Muitas vezes, quando nos dirigimos a Deus é para pedir ajuda numa necessidade. Contudo, a nossa oração deve ser caracterizada não tanto pela petição, como sobretudo pelo louvor, agradecimento, à glorificação a Deus, que é nosso Pai e nos demonstra diariamente o seu Amor. No primeiro capítulo da Carta de São Paulo aos Efésios, temos um significativo exemplo de oração cristã. Aqui, o Apóstolo das gentes bendiz a Santíssima Trindade pela sua ação na história: o Pai, que nos escolheu e nos chamou à santidade antes da criação do mundo, o Filho, que nos remiu pelo seu sangue, e o Espírito Santo, que nos foi dado como penhor da nossa redenção definitiva e da glória futura. Tal é o desígnio amoroso de Deus na história da humanidade e na nossa história pessoal. Na oração nós nos abrimos à contemplação deste grande mistério, e aprendemos a ver os sinais deste desígnio misericordioso no caminho da Igreja, que, com a Palavra e os Sacramentos, nos insere como membros vivos do Corpo de Cristo.


* * *
A minha saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente para os fiéis brasileiros da Arquidiocese de Campinas, a quem encorajo a intensificar a vida de oração para vos tornardes homens e mulheres movidos pelo desejo de amar, fazendo brilhar a luz de Deus na escuridão do mundo. E que Ele vos abençoe!


Vídeos com a alocução do Santo Padre em espanhol e inglês

Imitação de Cristo, 2, 9, 1 - Da privação de toda consolação

Não é dificultoso desprezar as consolações humanas, quando gozamos das divinas. Grande coisa, porém, e mui meritória, é poder estar sem consolação, tanto divina como humana, sofrendo de boa mente o desamparo do coração, sem em nada buscar-se a si mesmo, nem atender ao seu próprio merecimento. Que maravilha será estares alegre e devoto, quando te assiste a graça! De todos é almejada esta hora. E mui suave andar, levado pela graça de Deus. E que maravilha não sentir a carga aquele que é sustentado pelo Omnipotente e acompanhado do guia supremo!

A única medida é amar sem medida

Cumpres um plano de vida exigente: madrugas, fazes oração, frequentas os Sacramentos, trabalhas ou estudas muito, és sóbrio, mortificas-te..., mas notas que te falta alguma coisa! Leva ao teu diálogo com Deus esta consideração: como a santidade (a luta por atingi-la) é a plenitude da caridade, tens de rever o teu amor a Deus e, por Ele, aos outros. Talvez descubras então, escondidos na tua alma, grandes defeitos contra os quais nem sequer lutavas: não és bom filho, bom irmão, bom companheiro, bom amigo, bom colega; e, como amas desordenadamente "a tua santidade", és invejoso. "Sacrificas-te" em muitos pormenores "pessoais"; e por isso estás apegado ao teu eu, à tua pessoa e, no fundo, não vives para Deus nem para os outros; só para ti. (São Josemaría Escrivá - Sulco, 739)

A todos os que estamos dispostos a abrir-lhe os ouvidos da alma, Jesus Cristo ensina no Sermão da Montanha o mandato divino da caridade. E, ao terminar, como resumo, explica: amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai sem esperardes nada em troca, e será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque Ele é bom, mesmo com os ingratos e os maus. Sede, pois, misericordiosos como também o vosso Pai é misericordioso.

A misericórdia não se limita a uma simples atitude de compaixão; a misericórdia identifica-se com a superabundância da caridade que, ao mesmo tempo, traz consigo a superabundância da justiça. Misericórdia significa manter o coração em carne viva, humana e divinamente repassado por um amor rijo, sacrificado e generoso. Assim glosa S. Paulo a caridade no seu canto a esta virtude: A caridade é paciente, é benéfica; a caridade não é invejosa, não actua precipitadamente; não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não pensa mal dos outros, não folga com a injustiça, mas compraz-se na verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. (São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 232) 

Especial São Paulo - As «Grande Epístolas» - I

São chamadas assim as cartas ao Gálatas, 1ª e 2ª aos Coríntios, e aos Romanos, escritas todas durante a terceira viagem missionária (Primavera do ano 53 à Primavera do ano 58). Hoje ninguém discute a autenticidade paulina delas. É inquestionável a unidade de doutrina, estilo e mentalidade, e transparece em todas a forte personalidade de São Paulo.

Gálatas


Comummente data-se do ano 54 ou 55, durante a longa estada do Apóstolo em Éfeso. Já dissemos, que alguns poucos, não põem de parte certa possibilidade de que tivesse sido escrita em Antioquia da Síria, no ano de 49, pouco antes do concílio apostólico de Jerusalém. Um ou outro autor atrasa-a até ao ano 57, por sua doutrina ser semelhante à dos Romanos, inclusivamente como que um primeiro esboço desta.
O tema principal é a doutrina da liberdade dos cristãos relativamente ao cumprimento das complexas prescrições da Lei moisaica e dos seus complementos acrescentados pela tradição dos Escribas. Tratava-se da controvérsia com um sector de cristãos procedentes do judaísmo, que pensavam era necessária tal observância para a salvação, e que fazia pressão sobre os fieis da Galácia. São Paulo expõe com absoluta firmeza a liberdade cristã a esse respeito, doutrina, por outro lado, já estabelecida a instâncias suas pelo concílio apostólico de Jerusalém uns cinco anos antes. A controvérsia com os «judaizantes» oferece ocasião ao Apóstolo para explicar o valor redentor da Paixão de Cristo, em cuja obra salvífica nos inserimos, nós os Cristãos, pela fé e pelo Baptismo, com absoluta independência da Antiga Lei, já caducada na nova etapa da Salvação.


(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 437)



Continua

Comoção

«Quanto chorei com os teu hinos e os teus cânticos, vivamente comovido pela suave voz da Igreja! Aquelas palavras soavam nos meus ouvidos, e a Tua verdade penetra no meu coração, e com isso se exacerbava o piedoso afecto, e corriam as lágrimas, e faziam-me bem»

(Confissões, Livro IX, VI, 14 – Santo Agostinho)

«Eles já receberam a sua recompensa»

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja

«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens.» Por quê? «Para não vos tornardes notados por eles.» E se eles vos notarem, que implicações tem isso para vós? «Não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu.» Irmãos, aqui o Senhor não julga, mas expõe. Ele traz à luz a astúcia dos nossos pensamentos; Ele põe a nu as disposições secretas das almas. Àqueles que meditam injustamente sobre a justiça, Ele indica a medida de uma retribuição justa. A justiça que se coloca perante os olhos dos homens não pode esperar do Pai o seu salário divino. Quis ser vista e foi vista; quis agradar aos homens e agradou. Tem o salário que pretendia; a recompensa que não quis ter, não a terá. [...]

«Quando deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas.» «Tocar trombeta» é o termo adequado porque uma esmola deste tipo é mais propriamente um acto guerreiro do que pacífico. Toda ela está no seu alarde, não tem nada a ver com a misericórdia. Ela pertence ao país da desunião, ela não foi alimentada pela bondade. É um tráfico para a ostentação e não um negócio casto. [...] «Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.» Percebei: a esmola dada numa assembleia, em locais públicos, em reuniões, não é um dispêndio para aliviar os pobres, mas é posta diante do olhar dos homens para obter a sua estima. [...] Fujamos da hipocrisia, meus irmãos, fujamos dela. [...] Ela não ajuda o pobre; o queixume do indigente não passa de um pretexto para ele procurar mais activamente uma glória aparatosa. Ela aumenta a sua exaltação com o sofrimento do pobre.

«Quando orares, entra no quarto mais secreto»

São João da Cruz (1542-1591), carmelita, doutor da Igreja 
O Cântico espiritual, segunda versão, estrofe 1, 6-7


A alma pergunta ao Esposo: «Aonde Te escondeste?» [...] Respondamos a essa pergunta indicando o lugar mais certo onde está escondido, o lugar onde a encontrará mais seguramente, e com tanta perfeição e gosto que se pode ter nesta vida. A partir daí, não começará a vaguear em vão atrás das pegadas de seus consortes (cf. Ct 3,2).


Para tal é necessário advertir que o Verbo, o Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, está escondido, essencial e presencialmente, no ser mais íntimo da alma. Portanto, para O encontrar há-de abandonar tudo, quer no afecto, quer na vontade, e recolher-se ao máximo dentro de si mesma, vivendo como se as coisas não existissem. Santo Agostinho, falando nos Solilóquios com Deus, dizia: Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim vos procurava. Portanto, Deus está escondido na alma. É ali que o bom contemplativo O há-de procurar com amor, dizendo: Aonde Te escondeste?


Portanto, ó alma formosíssima entre todas as criaturas, que tanto desejas saber onde está o teu Amado para te encontrares e unires a Ele, já te foi dito que tu mesma és o aposento onde Ele mora, o refúgio e o esconderijo onde Se oculta. Oxalá seja motivo de grande consolação e alegria para ti reconhecer que todo o teu bem se encontra tão perto de ti, melhor dizendo, tão dentro de ti, que já não podes existir sem Ele. Sabei, diz o Esposo, que o reino de Deus está dentro de vós (Lc 17,21). E o apóstolo São Paulo, Seu servo, diz: Vós sois o templo de Deus (2Co 6,16).


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 20 de Junho de 2012

«Guardai-vos de fazer as boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles. De contrário não tereis direito à recompensa do vosso Pai que está nos céus. «Quando, pois, dás esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando dás esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo, e teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te pagará. «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, ora a teu Pai; e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, te dará a recompensa. «Quando jejuais, não vos mostreis tristes como os hipócritas que desfiguram o rosto para mostrar aos homens que jejuam. Na verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto, a fim de que não pareça aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está presente no oculto, e teu Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa.


Mt 6, 1-6. 16-18