segunda-feira, 21 de maio de 2012

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, quão necessitados andamos de viver a virtude da temperança depois de anos de consumo desregrado e envolvidos na febre consumista.

Ajuda-nos, Te rogamos, a nesta época de dificuldade a sabermos valorizar a temperança e tê-la em tudo, mesmo naquilo que depende estritamente da correcta intenção do nosso discernimento, nos nossos apetites, na nossa discrição e nas nossas paixões, ajuda-nos a em tudo sermos comedidos, para que assim sejamos exemplo de bons cristãos.

Tanto que Te pedimos, tanto que nos dás e tanto que continuamente desperdiçamos, ofendendo-Te! Perdoa-nos Senhor!

JPR

Imitação de Cristo, 2, 1, 1 - Da vida interior

O reino de deus está dentro de vós, diz o Senhor (Lc 17,21). Converte-te a Deus de todo o coração, deixa este mundo miserável, e tua alma achará descanso. Aprende a desprezar as coisas exteriores e entrega-te às interiores, e verás chegar a ti o reino de Deus. Pois o reino de Deus é a paz e o gozo no Espírito Santo (Rom 14, 17), que não se dá aos ímpios. Virá a ti Cristo para consolar-te, se lhe preparares no teu interior digna moradia. Toda a sua glória e formosura está no interior (Sl 44,14), e só aí o Senhor se compraz. A miúdo visita ele o homem interior em doce intretenimento, suave consolação, grande paz e familiaridade sobremaneira admirável.

O trono de Maria é a Cruz

Pede humildemente ao Senhor que te aumente a Fé. – E depois, com novas luzes apreciarás bem as diferenças entre as sendas do mundo e o teu caminho de apóstolo. (S. Josemaría Escrivá - Caminho, 508)

O trono de Maria, como o de seu Filho, é a Cruz. E durante o resto da sua existência, até que subiu ao Céu em corpo e alma, a sua silenciosa presença é o que nos impressiona mais. S. Lucas, que a conhecia bem, anota que Ela está junto dos primeiros discípulos, em oração. Assim termina os seus dias terrenos Aquela que havia de ser louvada pelas criaturas até à eternidade.

Como contrasta a esperança de Nossa Senhora com a nossa impaciência! Com frequência exigimos que Deus nos pague imediatamente o pouco bem que fizemos. Mal aflora a primeira dificuldade, queixamo-nos. Muitas vezes somos incapazes de aguentar o esforço, de manter a esperança, porque nos falta fé: bem-aventurada és tu, porque acreditaste que se cumpririam as coisas que te foram ditas da parte do Senhor. (S. Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 286) 

'Amar Portugal' por João César das Neves

Ainda há muita gente que ama verdadeiramente Portugal. Ama-o, não por ser grande e próspero, não pelas suas obras e feitos, não omitindo fraquezas e misérias. Ama-o por ser o que é. Ama-o por ser nosso. Ama-o por ser aquilo que somos.

Hoje é preciso dizer isto, pois o que se ouve é precisamente o contrário. A crise é má conselheira e a cada passo alguém sente a necessidade de denegrir a sociedade e insultar o País. Estamos mal e não era suposto estarmos. Houve erros, roubos, abusos que não eram para acontecer. Devíamos ser perfeitos, e afinal somos humanos. Isso prova que o País não presta e temos de o censurar.

É indiscutível o terrível sofrimento de tantos e a legítima indignação por erros inacreditáveis, ultrajes descarados, crimes impunes. Mas tudo isso remete apenas para pessoas concretas, factos particulares, circunstâncias específicas. Extrapolar de situações individuais para injúrias colectivas é, em si mesmo, um erro, um ultraje, um abuso. Apesar de comum.

Existe mesmo um prazer mórbido em exagerar os males, uma satisfação doentia em coleccionar misérias e maldades. Muitos sentem ânsia em apregoar desgraças, em afirmar que sempre foi assim, que Portugal nunca saiu da "cepa torta", que "este país" não tem emenda. Em blogues e conversas de café surgem verdadeiros desafios, concursos, congressos de injúrias, aliás, no cumprimento de antiga tradição nacional. Há gerações que alguns intelectuais, cheios da própria superioridade, fazem questão em analisar e explicar a pretensa boçalidade nacional, esmiuçando causas de uma suposta decadência lusitana. Sem se darem conta de que esses esforços são, em si mesmos, os verdadeiros sinais da alegada decadência. O País não é mau, apesar da inegável mediocridade dessas elites.

Esta crise, como todas as anteriores, não é sinal de especial fraqueza e inferioridade. Dramas destes existem em todas as épocas e latitudes. Todos os povos passam continuamente por momentos altos e baixos, épocas de grandeza e sofrimento. Faz parte da natureza humana. Afinal, cada crise é apenas um desafio à presente geração para vencer as dificuldades que lhe competem, como as anteriores fizeram. Como elas, podemos conseguir ou falhar. Mas a culpa do resultado não é do País, cultura ou tradição nacional. É mesmo só nossa.

Outro sinal, este inverso, do mesmo problema é a reacção que exalta a grandeza lusitana de forma exagerada e mítica. É verdade que, ao contrário do que dizem os mórbidos, há muito de que nos orgulhar na história, que tem características únicas e espantosas: as mais antigas e estáveis fronteiras do planeta, enorme diversidade em pequeno espaço, influência espalhada pelo mundo, resiliência, hospitalidade, bonomia, imaginação, improvisação. Tal não deve gerar orgulho, raiz de todo o mal, mas alegria e humildade.

Em tudo isto há mérito e sorte, empenho e acaso, misturado com muita mesquinhez. Afinal somos humanos. Grandes artistas e pensadores, grandes epopeias e resultados são sempre realizações de luz e sombra. Os Descobrimentos, gesta ínclita e decisiva, incluíram as maiores baixezas e vergonhas inimagináveis. Simplesmente porque foram humanos.

Além disso, como todas as realidades naturais, nasceram, cresceram, diminuíram e passaram. Chegou uma época, aqui como noutros locais, em que coube a Portugal traçar o rumo da humanidade. Fizemo-lo com grandeza e eficácia, no meio de muitos erros e males. Depois esse tempo passou, não por falha ou fado, mas simplesmente porque, como sempre através dos séculos, a história muda e outros apanham a onda. Não é portanto justificado nem o pedantismo patrioteiro nem o decadentismo masoquista. Portugal é humano, e por isso tem crises e prosperidades, grandezas e misérias.

Acima de tudo, como todos os humanos, anseia ser amado. Amado precisamente como é. Esta é a única atitude séria: amar o País por ele ser nosso. O único que temos. Sem ele nada somos. Amá-lo com tudo o que tem de bom, e é muito, e o que fez de mal, que deve ser mais. Felizmente muita gente ama Portugal.

João César das Neves in DN online

Abandono imprudente



«... é de suma imprudência o abandonar ou rejeitar ou privar do seu valor tantas e tão importante noções e expressões (…), e (…) substituí-las com noções ou expressões flutuantes e vagas da nova filosofia (…)»

(Humani generis, nº 11 – Pio XII)

Chiu! (III)

O desafio é harmonizá-los para que a experiência virtual sirva e melhore a experiência real. Nisso, o silêncio conta muito. Compreende-se que Bento XVI olhe “com interesse para as várias formas de sítios, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem atual não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus.”

Sítios desses, há alguns, como o “Evangelho Quotidiano” e o “Passo a rezar”. Contudo, o grande teste é procurar o silêncio “off line”.

Treinados no “pensamento produtivo”, o silêncio assusta-nos. Quando calamos algum tempo agitamo-nos, sentimo-nos inúteis, e desesperamos por, ao menos, um pouco de Antena 2. Temos os músculos do “pensamento contemplativo” atrofiados e esgotamo-nos em qualquer esforço.

Em 1998 um professor de jornalismo perguntou ao então cardeal como podem os jornalistas resistir às várias pressões, e Ratzinger respondeu: “parece-me importante que possam ter com certa regularidade um descanso em que possam respirar fundo. Umas temporadas em que possam recuperar o substrato intelectual, o substrato moral, que lhes permita ordenar de novo as suas ideias.”

Pedro Gil, diretor Gabinete de Imprensa do Opus Dei em Portugal

(Continua)

A defesa dos valores

Façamos como S. Paulo sugeriu na sua 1ª Carta a Timóteo “guarda o bem que te foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como as contradições de pretensa ciência.Alguns, por segui-las, se transviaram da fé” (1Tim 6, 20-21).

Diria mesmo, estamos ética e moralmente obrigados a além dos guardar, a defender e divulgar com paixão e convicção os valores da nossa fé e da nossa civilização fruto da mesma, aliás como defende e muitíssimo bem D. José Policarpo na sua Carta Pastoral de Maio de 2008.

JPR


«É certo que os valores que a Igreja defende não são apenas os valores religiosos, mas também os valores universais humanos, a que a vivência cristã acrescentará profundidade e radicalidade. Quando a Igreja se bate pela defesa desses valores, como, por exemplo, a dignidade inviolável da pessoa humana, a defesa da vida, desde o seu início até à morte natural, a defesa da estabilidade da família, a Igreja não o faz por serem valores estritamente religiosos, mas por serem valores universais humanos profundamente radicados nas tradições culturais da humanidade. Há um combate inevitável na defesa desses valores e esse combate a Igreja trava-o porque é um combate pelo futuro do homem»

(Excerto Carta Pastoral, n. 18 de 18/V/2008 à Diocese de Lisboa – D. José Policarpo)

Prece

«Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!. Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) – eis o teu corpo.Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.


Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.


Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa parecer diante de ti como um filho que volta ao lar.Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.


Senhor, protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu.
Senhor, livra-me de mim»

(Fernando Pessoa in "Eu Profundo")

«No mundo, tereis tribulações; mas, tende confiança: Eu já venci o mundo!»

Bem-aventurado Tito Brandsma (1881-1942), carmelita holandês, mártir 
Conferência Paz e amor pela paz de 11/11/1931


Por muito que amemos a paz e todos tenhamos no fundo do coração a esperança de que a nossa acção em seu favor não será inútil, nem vós nem eu podemos escapar à pressão destes tempos. Significa isso que não podemos libertar-nos da dúvida geral de que, segundo as leis da História, alguma coisa possa mudar: de cada vez que uma guerra sucede a outra, é um golpe mortal que a causa da paz recebe. Vivemos ainda demasiado sob a influência daqueles que defendem que recorrer às armas para vencer a guerra é o melhor caminho para alcançar a paz. [...]


É no entanto extraordinário verificar que, ao longo dos séculos, têm constantemente surgido heróis e mensageiros de paz. Encontramos estes mensageiros, estes apóstolos de paz, em qualquer tempo e em qualquer lugar e, hoje em dia, por sorte que até nem faltam. Mas nenhum desses mensageiros de paz alcançou eco tão duradouro como Aquele a Quem [...] chamamos Príncipe da Paz (Is 9,5). Permitai que vos relembre quem é este Mensageiro. No Domingo de Páscoa, parecia que os Apóstolos haviam perdido toda a esperança, depois da morte de Cristo na cruz. E, quando aos olhos do mundo a missão de Cristo estava acabada e mais não era do que um fracasso para esquecer, eis que Ele lhes aparece, reunidos no Cenáculo com medo dos seus opositores e, em vez de declarações beligerantes contra os Seus adversários, ouvem-n'O dizer-lhes: «Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz, e não é à maneira do mundo que vo-la dou!» (Jo 14,27).


Gostava de repetir-vos esta palavra, de fazê-la ressoar pelo mundo fora, sem sequer me preocupar com quem a ouvirá. Gostava de repeti-la tantas vezes que, mesmo que [...] não a aceitássemos, acabaríamos por escutá-la até chegarmos a compreendê-la.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 21 de Maio de 2012

Os Seus discípulos disseram-Lhe: «Eis que agora falas claramente e não usas nenhuma parábola. Agora conhecemos que sabes tudo e que não é necessário que alguém Te interrogue. Por isso cremos que saíste de Deus». Jesus respondeu-lhes: «Credes agora?». «Eis que vem a hora, e já chegou, em que sereis espalhados cada um para seu lado e em que Me deixareis só; mas Eu não estou só, porque o Pai está comigo. Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em Mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança, Eu venci o mundo».


Jo 16, 29-33