sexta-feira, 6 de abril de 2012
Divórcio, traição e dificuldades familiares nas reflexões da Via-Sacra do Coliseu de Roma (vídeos em espanhol e inglês)
As dificuldades familiares, o divórcio e a traição no casamento são alguns dos temas que vão estar hoje presentes nas meditações da Via-Sacra de Sexta-feira Santa deste ano, no Coliseu de Roma.
Os textos, publicados pelo Vaticano, são da autoria do casal italiano Danilo e Anna Maria Zanzucchi, escolhidos por Bento XVI.
O esquema da celebração vai seguir as 14 estações “tradicionais”, que percorrem os momentos da prisão, julgamento e execução de Jesus, com reflexões dedicadas ao tema da família.
Os textos deixam elogios às mães que morreram “para dar à luz o seu filho” e aos pais que “perderam um filho na guerra ou em atos de terrorismo e decidem não se vingar”.
As reflexões recordam as pessoas que sofrem por causa da “falta de respeito pela pessoa humana, pela sua intimidade”, os que vivem “anestesiados pelo bem-estar” e destaca as “tentações do mundo” que estão na origem de separações, traições, divórcios, abortos ou abandonos.
Danilo e Anna Maria Zanzucchi fundaram o movimento ‘Famílias Novas’, um ramo do movimento dos Focolares, que surgiu em 1967 com o objetivo de “viver a espiritualidade da unidade e irradiar no mundo da família os valores que promovem a fraternidade universal”.
Nas reflexões que apresentam, ambos recordam os mártires de hoje, os que sofrem onde a Igreja é perseguida, deixando uma mensagem de esperança: “Jesus vive para sempre e acompanha-nos, pessoalmente, ao longo da nossa viagem terrena, entre alegrias e tribulações”.
A celebração deixa ainda uma palavra de reconhecimento aos “tantos voluntários que, em muitas partes do mundo, se dedicam generosamente a confortar e a ajudar quantos se encontram no sofrimento e na adversidade”.
A oração inicial da Via-Sacra evoca “dores pessoais e coletivas”, as “noites da humanidade” e as “misérias” da Igreja.
O Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, organismo da Santa Sé, adianta que a cruz vai ser transportada, entre os vários momentos de oração, pelo cardeal Agostinho Vallini, vigário do Papa para a Diocese de Roma, por dois frades franciscanos da Custódia da Terra Santa e famílias vindas da Itália, Irlanda, América Latina e África.
Rádio Vaticano
“Jesus é sepultado”
Caravaggio |
(Excerto da meditação do então Cardeal Ratzinger na décima quarta estação “Jesus é sepultado” da Via Sacra no Coliseu em 2005)
O amor de Deus
O amor que Deus nos tem - e nos deu sobre a Cruz - é a única força capaz de transformar o mundo. Sabemos que é precisamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites, que está a nascente da graça, do libertação, da paz, da salvação.
(Bento XVI no final da Via Sacra de 2010)
(Bento XVI no final da Via Sacra de 2010)
A morte de Jesus Cristo e a remissão dos nossos pecados
«Não foram os demónios que O pregaram na cruz, mas tu com eles O crucificaste, e ainda agora O crucificas quando te deleitas nos vícios e pecados»
(Admonitia 5, 3 - São Francisco de Assis)
(Admonitia 5, 3 - São Francisco de Assis)
Imitação de Cristo, 1, 20, 3
Não pode haver alegria segura, sem o testemunho de boa consciência. Contudo, a segurança dos santos estava sempre misturada com o temor de Deus; nem eram menos cuidadosos e humildes em si mesmos, porque resplandeciam em grandes virtudes e graças. A segurança dos maus, porém, nasce da soberba e presunção, e acaba por enganar-se a si mesma. Nunca te dês por seguro nesta vida, ainda que pareças bom religioso ou ermitão devoto.
Cuidar das pequenas coisas
Cuidar das pequenas coisas constitui uma mortificação constante, caminho para tornar a vida mais agradável aos outros. (S. Josemaría Escrivá - Sulco, 991)
Pensando naqueles que, à medida que o tempo passa, ainda se dedicam a sonhar –em sonhos vãos e pueris, como Tartarin de Tarascon – com caçar leões nos corredores de casa, onde se calhar só há ratos e pouco mais, pensando neles, insisto, lembro a grandeza de actuar com espírito divino no cumprimento fiel das obrigações habituais de cada dia, com essas lutas que enchem Nosso Senhor de alegria e que só Ele e cada um de nós conhece.
Convençam-se de que normalmente não vão encontrar ocasiões para grandes façanhas, entre outros motivos porque não é habitual que surjam essas oportunidades. Pelo contrário, não faltam ocasiões de demonstrar o amor a Jesus Cristo, através do que é pequeno, do normal. (...)
Portanto, tu e eu vamos aproveitar até as oportunidades mais banais que se apresentarem à nossa volta, para santificá-las, para nos santificarmos e para santificar os que compartilham connosco os mesmos afãs quotidianos, sentindo nas nossas vidas o peso doce e sugestivo da co-redenção. (S. Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 8–9)
Pensando naqueles que, à medida que o tempo passa, ainda se dedicam a sonhar –em sonhos vãos e pueris, como Tartarin de Tarascon – com caçar leões nos corredores de casa, onde se calhar só há ratos e pouco mais, pensando neles, insisto, lembro a grandeza de actuar com espírito divino no cumprimento fiel das obrigações habituais de cada dia, com essas lutas que enchem Nosso Senhor de alegria e que só Ele e cada um de nós conhece.
Convençam-se de que normalmente não vão encontrar ocasiões para grandes façanhas, entre outros motivos porque não é habitual que surjam essas oportunidades. Pelo contrário, não faltam ocasiões de demonstrar o amor a Jesus Cristo, através do que é pequeno, do normal. (...)
Portanto, tu e eu vamos aproveitar até as oportunidades mais banais que se apresentarem à nossa volta, para santificá-las, para nos santificarmos e para santificar os que compartilham connosco os mesmos afãs quotidianos, sentindo nas nossas vidas o peso doce e sugestivo da co-redenção. (S. Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 8–9)
São Paulo e a Cruz
«O Crucifixo é sabedoria, porque manifesta verdadeiramente quem é Deus, ou seja, poder de amor que chega até à Cruz para salvar o homem. Deus serve-se de modos e de instrumentos que para nós, à primeira vista, parecem debilidade. O Crucifixo releva, por um lado, a debilidade do homem e, por outro, o verdadeiro poder de Deus, ou seja, a gratuidade do amor: precisamente esta total gratuidade do amor é a verdadeira sabedoria. São Paulo fez esta experiência até na sua carne, e disto dá-nos testemunho em várias fases do seu percurso espiritual, que se tornaram pontos de referência específicos para cada discípulo de Jesus: "Ele disse-me: basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a minha força se revela plenamente" (2 Cor 12, 9); e ainda. "Deus escolheu o que é fraco, segundo o mundo, para confundir o que é forte" (1 Cor 1, 27). O Apóstolo identifica-se a tal ponto com Cristo que também ele, embora se encontre no meio de muitas provações, vive na fé do Filho de Deus que o amou e se entregou pelos pecados dele e de todos (cf. Gl 1, 4; 2, 20). Este dado autobiográfico do Apóstolo torna-se paradigmático para todos nós.
São Paulo ofereceu uma síntese admirável da teologia da Cruz na segunda Carta aos Coríntios (5, 14-21), onde tudo está contido em duas afirmações fundamentais: por um lado Cristo, que Deus tratou como pecado em nosso benefício (v. 21), morreu por todos (v. 14); por outro, Deus reconciliou-nos consigo, sem atribuir a nós as nossas culpas (cf. vv. 18-20). É deste "ministério da reconciliação" que toda a escravidão já foi resgatada (cf. 1 Cor 16, 20; 7, 23). Aqui aparece como tudo isto é relevante para a nossa vida. Também nós temos que entrar neste "ministério da reconciliação", que supõe sempre a renúncia à própria superioridade e à opção da loucura do amor. São Paulo renunciou á própria vida, entregando-se totalmente a si mesmo pelo ministério da reconciliação, da Cruz que é salvação para todos nós. E também nós devemos saber fazer isto. Podemos encontrar a nossa força precisamente na humildade do amor, e a nossa sabedoria na debilidade de renunciar para entrar assim na força de Deus. Todos nós devemos formar a nossa vida sobre esta verdadeira sabedoria: não viver para nós mesmos, mas viver na fé naquele Deus, de quem todos nós podemos dizer: "Amou-me e entregou-se por mim!".»
(Bento XVI - Audiência geral do dia 29 de Outubro de 2008)
São Paulo ofereceu uma síntese admirável da teologia da Cruz na segunda Carta aos Coríntios (5, 14-21), onde tudo está contido em duas afirmações fundamentais: por um lado Cristo, que Deus tratou como pecado em nosso benefício (v. 21), morreu por todos (v. 14); por outro, Deus reconciliou-nos consigo, sem atribuir a nós as nossas culpas (cf. vv. 18-20). É deste "ministério da reconciliação" que toda a escravidão já foi resgatada (cf. 1 Cor 16, 20; 7, 23). Aqui aparece como tudo isto é relevante para a nossa vida. Também nós temos que entrar neste "ministério da reconciliação", que supõe sempre a renúncia à própria superioridade e à opção da loucura do amor. São Paulo renunciou á própria vida, entregando-se totalmente a si mesmo pelo ministério da reconciliação, da Cruz que é salvação para todos nós. E também nós devemos saber fazer isto. Podemos encontrar a nossa força precisamente na humildade do amor, e a nossa sabedoria na debilidade de renunciar para entrar assim na força de Deus. Todos nós devemos formar a nossa vida sobre esta verdadeira sabedoria: não viver para nós mesmos, mas viver na fé naquele Deus, de quem todos nós podemos dizer: "Amou-me e entregou-se por mim!".»
(Bento XVI - Audiência geral do dia 29 de Outubro de 2008)
Amar a Cristo...
Senhor tenho vindo desde as primeiras horas da madrugada a tentar reviver todos os Teus passos na Paixão, sentindo-me assim mais próximo de Ti. Mais logo, depois das 15h00, ainda que triste estou convicto que iniciarei um processo de ansiedade pela Vigília Pascal e pela Tua Ressurreição, com o conforto de saber que sairás vitorioso e grato pelo Teu enorme amor por todos nós.
JPR
JPR
Liturgia da Palavra de Sexta-feira da Paixão do Senhor
Liturgia da Palavra
Completas
V/ Deus vinde em nosso auxílio.
R/ Senhor socorrei-nos e salvai-nos.
V/ Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo:
R/ Como era no princípio, agora e sempre. Amen.
Façamos uma paragem e passemos em revista o nosso dia. Façamos um exame de
consciência, sobre o caminho que nos temos dedicado ao serviço dos outros.
Hino
Clara Luz do Cordeiro,
Já a noite me invade,
Mas fique em mim de vela
A tua claridade.
Dia e noite, Senhor,
Teu braço me sustente:
Que todo o mal se afaste
E todo o bem se aumente.
Enquanto os olhos dormem,
Vigie o coração;
Teu Anjo me acompanhe
E arrede a tentação.
Cai a noite; a tua graça
Nas trevas me alumia,
Até que venha a aurora
Trazer-me o eterno dia.
Salmo dia
Antífona 1
Senhor, sede o meu refúgio e a fortaleza da minha salvação.
Salmo 30, 1-6
Em Vós, Senhor, me refugio, jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Inclinai para mim os vossos ouvidos,
apressai-Vos em libertar-me.
Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação;
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
Livrai-me da armadilha que me prepararam,
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Antífona 2
Do abismo profundo chamo por Vós, Senhor.
Salmo 129
Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor:
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão,
para serdes temido com reverência.
Eu confio no Senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor,
mais do que as sentinelas pela aurora.
Mais do que as sentinelas pela aurora,
Israel espera pelo Senhor,
porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.
Leitura Breve Ef 4, 26-27
Não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao
demónio.
Responsório Breve
V. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Senhor, Deus fiel, meu Salvador.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
Benedictus
Bendito o Senhor, Deus de Israel
Que visitou e redimiu o seu povo
E nos deu um Salvador poderoso
Na casa de David, seu servo,
Conforme prometeu pela boca dos seus santos,
Os profetas dos tempos antigos,
Para nos libertar dos nossos inimigos
E das mãos daqueles que nos odeiam
Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
Recordando a sua sagrada aliança
E o juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
Que nos havia de conceder esta graça:
De O servirmos um dia, sem temor,
Livres das mãos dos nossos inimigos,
Em santidade e justiça na sua presença,
Todos os dias da nossa vida.
E tu, Menino, serás chamado Profeta do Altíssimo,
Porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos,
Para dar a conhecer ao seu povo a salvação
Pela remissão dos seus pecados,
Graças ao coração misericordioso do nosso Deus,
Que das alturas nos visita como Sol Nascente,
Para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte
E dirigir os nossos passos no caminho da paz.
Glória ao Pai e ao Filho
E ao Espirito Santo,
Como era no princípio,
Agora e sempre. Amen.
Oração
Senhor Jesus Cristo, que sois manso e humilde de coração e ofereceis aos que Vos
seguem um jugo suave e uma carga leve, aceitai os desejos e as acções deste dia que
terminou, e fazei que possamos descansar durante a noite, para continuarmos fiéis e
constantes no vosso serviço. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Amen.
V. O Senhor omnipotente nos dê uma noite tranquila e no fim da vida uma santa morte.
R. Amen.
Magnificat
A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais,
A Abraão e à sua descendência para sempre
Glória ao Pai e ao Filho
E ao Espírito Santo,
Como era no princípio,
Agora e sempre. Amen.
Completas
V/ Deus vinde em nosso auxílio.
R/ Senhor socorrei-nos e salvai-nos.
V/ Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo:
R/ Como era no princípio, agora e sempre. Amen.
Façamos uma paragem e passemos em revista o nosso dia. Façamos um exame de
consciência, sobre o caminho que nos temos dedicado ao serviço dos outros.
Hino
Clara Luz do Cordeiro,
Já a noite me invade,
Mas fique em mim de vela
A tua claridade.
Dia e noite, Senhor,
Teu braço me sustente:
Que todo o mal se afaste
E todo o bem se aumente.
Enquanto os olhos dormem,
Vigie o coração;
Teu Anjo me acompanhe
E arrede a tentação.
Cai a noite; a tua graça
Nas trevas me alumia,
Até que venha a aurora
Trazer-me o eterno dia.
Salmo dia
Antífona 1
Senhor, sede o meu refúgio e a fortaleza da minha salvação.
Salmo 30, 1-6
Em Vós, Senhor, me refugio, jamais serei confundido,
pela vossa justiça, salvai-me.
Inclinai para mim os vossos ouvidos,
apressai-Vos em libertar-me.
Sede a rocha do meu refúgio
e a fortaleza da minha salvação;
porque Vós sois a minha força e o meu refúgio,
por amor do vosso nome, guiai-me e conduzi-me.
Livrai-me da armadilha que me prepararam,
porque Vós sois o meu refúgio.
Em vossas mãos entrego o meu espírito,
Senhor, Deus fiel, salvai-me.
Antífona 2
Do abismo profundo chamo por Vós, Senhor.
Salmo 129
Do profundo abismo chamo por Vós, Senhor:
Senhor, escutai a minha voz.
Estejam vossos ouvidos atentos
à voz da minha súplica.
Se tiverdes em conta as nossas faltas,
Senhor, quem poderá salvar-se?
Mas em Vós está o perdão,
para serdes temido com reverência.
Eu confio no Senhor,
a minha alma confia na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor,
mais do que as sentinelas pela aurora.
Mais do que as sentinelas pela aurora,
Israel espera pelo Senhor,
porque no Senhor está a misericórdia
e com Ele abundante redenção.
Ele há-de libertar Israel
de todas as suas faltas.
Leitura Breve Ef 4, 26-27
Não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis lugar ao
demónio.
Responsório Breve
V. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Senhor, Deus fiel, meu Salvador.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
Benedictus
Bendito o Senhor, Deus de Israel
Que visitou e redimiu o seu povo
E nos deu um Salvador poderoso
Na casa de David, seu servo,
Conforme prometeu pela boca dos seus santos,
Os profetas dos tempos antigos,
Para nos libertar dos nossos inimigos
E das mãos daqueles que nos odeiam
Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,
Recordando a sua sagrada aliança
E o juramento que fizera a Abraão, nosso pai,
Que nos havia de conceder esta graça:
De O servirmos um dia, sem temor,
Livres das mãos dos nossos inimigos,
Em santidade e justiça na sua presença,
Todos os dias da nossa vida.
E tu, Menino, serás chamado Profeta do Altíssimo,
Porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos,
Para dar a conhecer ao seu povo a salvação
Pela remissão dos seus pecados,
Graças ao coração misericordioso do nosso Deus,
Que das alturas nos visita como Sol Nascente,
Para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte
E dirigir os nossos passos no caminho da paz.
Glória ao Pai e ao Filho
E ao Espirito Santo,
Como era no princípio,
Agora e sempre. Amen.
Oração
Senhor Jesus Cristo, que sois manso e humilde de coração e ofereceis aos que Vos
seguem um jugo suave e uma carga leve, aceitai os desejos e as acções deste dia que
terminou, e fazei que possamos descansar durante a noite, para continuarmos fiéis e
constantes no vosso serviço. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Amen.
V. O Senhor omnipotente nos dê uma noite tranquila e no fim da vida uma santa morte.
R. Amen.
Magnificat
A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva:
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais,
A Abraão e à sua descendência para sempre
Glória ao Pai e ao Filho
E ao Espírito Santo,
Como era no princípio,
Agora e sempre. Amen.
«A Sexta-Feira Santa é o dia da esperança maior, a esperança que maturou na Cruz»
O amor que Deus nos tem - e nos deu sobre a Cruz - é a única força capaz de transformar o mundo. Sabemos que é precisamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites, que está a nascente da graça, da libertação, da paz, da salvação.
Desde quando Jesus desceu ao sepulcro, o túmulo e a morte já não são um lugar sem esperança, onde a história se conclui na falência total, onde o homem toca o extremo limite da sua impotência.
Desde quando Jesus desceu ao sepulcro, o túmulo e a morte já não são um lugar sem esperança, onde a história se conclui na falência total, onde o homem toca o extremo limite da sua impotência.
Jesus é o grão de trigo que cai na terra, se rompe, morre e por isso pode dar fruto. Desde o dia em que Cristo aí foi elevado, a Cruz, que aparece como o sinal do abandono, da solidão, da falência – tornou-se um novo início: da profundidade da morte se eleva a promessa da vida eterna. Na Cruz brilha já o esplendor vitorioso da alva do dia de Páscoa.
Sexta-feira Santa, textos de S. Josemaría Escrivá - A Morte na Cruz
Levaram, pois, Jesus consigo. Este, carregando com a cruz, saiu para o chamado lugar do Crânio, que em hebraico se diz Gólgota. Lá O crucificaram e, com Ele, mais dois: um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um letreiro e colocou-o na cruz. Tinha escrito: “Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus” (Jo 19, 16-19).
Não sabem o que fazem
Agora crucificam o Senhor e, junto d’Ele, dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Entretanto, Jesus diz: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34).
Foi o Amor que levou Jesus ao Calvário. E já na Cruz, todos os Seus gestos e todas as Suas palavras são de amor, de amor sereno e forte.
Com gesto de Sacerdote Eterno, sem pai nem mãe, sem genealogia (cfr. Heb 7, 3), abre os Seus braços à humanidade inteira.
Juntamente com as marteladas que cravam Jesus, ressoam as palavras proféticas da Escritura Santa: trespassaram as Minhas mãos e os Meus pés, contaram todos os Meus ossos. E eles mesmos olham para Mim e contemplam (Ps 21, 17-18).
- Ó Meu Povo! Que te fiz Eu, ou em que te contristei? Responde-Me (Miq 6, 3).
E nós, desfeita a alma pela dor, dizemos sinceramente a Jesus: sou Teu e entrego-me a Ti, e cravo-me na Cruz gostosamente, sendo nas encruzilhadas do mundo uma alma entregue a Ti, à Tua glória, à Redenção, à co-redenção da humanidade inteira ».
Via Sacra, XI Estação
Injuriam-nO e troçam d’Ele
Na parte alta da Cruz, está escrita a causa da condenação: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (Jo 19, 19). E todos os que passam por ali O injuriam e se mofam d’Ele.
- Se é o rei de Israel, desça agora da cruz (Mt 27, 42).
Um dos ladrões vem em Sua defesa:
- Este não fez nenhum mal (Lc 23, 41).
Depois dirige a Jesus uma petição humilde, cheia de fé:
- Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino (Lc 23,42).
- Em verdade te digo que hoje mesmo estarás coMigo no paraíso (Lc 23, 43).
Junto da Cruz está Sua Mãe, Maria, com outras santas mulheres. Jesus olha-a e olha, depois, para o discípulo que ama, e diz a Sua Mãe:
- Mulher, aí tens o teu filho.
Depois, diz ao discípulo:
- Aí tens a tua Mãe (Jo 19, 26-27).
Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?Apaga-se a luminária do céu e a terra fica mergulhada nas trevas. São cerca das três, quando Jesus exclama:
- Elí, Elí, lamma sabachtani?! Isto é: Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste (Mt 27, 46).
Depois, sabendo que todas as coisas estão prestes a ser consumadas, para que se cumpra a Escritura, diz:
- Tenho sede (Jo 19, 28).
Os soldados empapam uma esponja em vinagre e, atando-a a uma cana de hissope, aproximam-Lha da boca. Jesus sorve o vinagre e exclama:
- Tudo está consumado (Jo 19, 30)
O véu do templo rasga-se e treme a terra, quando brada o Senhor com grande voz:
- Pai, nas Tuas mãos encomendo o Meu espírito (Lc 23, 46).
E expira.
Fonte de vida interior
Ama o sacrifício que é fonte de vida interior. Ama a Cruz que é altar do sacrifício. Ama a dor até beber, como Cristo, as fezes do cálice ».
Via Sacra, XII Estação
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Não sabem o que fazem
Agora crucificam o Senhor e, junto d’Ele, dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Entretanto, Jesus diz: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34).
Foi o Amor que levou Jesus ao Calvário. E já na Cruz, todos os Seus gestos e todas as Suas palavras são de amor, de amor sereno e forte.
Com gesto de Sacerdote Eterno, sem pai nem mãe, sem genealogia (cfr. Heb 7, 3), abre os Seus braços à humanidade inteira.
Juntamente com as marteladas que cravam Jesus, ressoam as palavras proféticas da Escritura Santa: trespassaram as Minhas mãos e os Meus pés, contaram todos os Meus ossos. E eles mesmos olham para Mim e contemplam (Ps 21, 17-18).
- Ó Meu Povo! Que te fiz Eu, ou em que te contristei? Responde-Me (Miq 6, 3).
E nós, desfeita a alma pela dor, dizemos sinceramente a Jesus: sou Teu e entrego-me a Ti, e cravo-me na Cruz gostosamente, sendo nas encruzilhadas do mundo uma alma entregue a Ti, à Tua glória, à Redenção, à co-redenção da humanidade inteira ».
Via Sacra, XI Estação
Injuriam-nO e troçam d’Ele
Na parte alta da Cruz, está escrita a causa da condenação: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (Jo 19, 19). E todos os que passam por ali O injuriam e se mofam d’Ele.
- Se é o rei de Israel, desça agora da cruz (Mt 27, 42).
Um dos ladrões vem em Sua defesa:
- Este não fez nenhum mal (Lc 23, 41).
Depois dirige a Jesus uma petição humilde, cheia de fé:
- Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino (Lc 23,42).
- Em verdade te digo que hoje mesmo estarás coMigo no paraíso (Lc 23, 43).
Junto da Cruz está Sua Mãe, Maria, com outras santas mulheres. Jesus olha-a e olha, depois, para o discípulo que ama, e diz a Sua Mãe:
- Mulher, aí tens o teu filho.
Depois, diz ao discípulo:
- Aí tens a tua Mãe (Jo 19, 26-27).
Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?Apaga-se a luminária do céu e a terra fica mergulhada nas trevas. São cerca das três, quando Jesus exclama:
- Elí, Elí, lamma sabachtani?! Isto é: Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste (Mt 27, 46).
Depois, sabendo que todas as coisas estão prestes a ser consumadas, para que se cumpra a Escritura, diz:
- Tenho sede (Jo 19, 28).
Os soldados empapam uma esponja em vinagre e, atando-a a uma cana de hissope, aproximam-Lha da boca. Jesus sorve o vinagre e exclama:
- Tudo está consumado (Jo 19, 30)
O véu do templo rasga-se e treme a terra, quando brada o Senhor com grande voz:
- Pai, nas Tuas mãos encomendo o Meu espírito (Lc 23, 46).
E expira.
Fonte de vida interior
Ama o sacrifício que é fonte de vida interior. Ama a Cruz que é altar do sacrifício. Ama a dor até beber, como Cristo, as fezes do cálice ».
Via Sacra, XII Estação
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
«O centurião que se encontrava em frente d'Ele, exclamou: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!"»
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (África do Norte) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de São João, nº 2
«No princípio era o Verbo» (Jo 1, 1), a Palavra de Deus. Ele é idêntico a Si próprio; o que Ele é, é-o sempre; Ele não pode mudar, Ele é o que é. Foi esse o nome com que Se deu a conhecer ao Seu servo Moisés: «Eu sou Aquele que sou» e «Tu dirás: Aquele que é enviou-me» (Ex 3,14). [...] Quem pode compreendê-Lo? Ou quem poderá chegar a Ele – supondo que emprega todas as forças do seu espírito para atingir, melhor ou pior, Aquele que é? Compará-lo-ei a um exilado, que de longe vê a sua pátria: o mar separa-os; vê para onde deve ir, mas não tem meios de lá chegar. Também nós queremos chegar a esse porto definitivo que será nosso, onde está Aquele que é, porque só Ele é sempre o mesmo, mas o oceano que é este mundo corta-nos o caminho. [...]
Para nos dar um meio para irmos até lá, Aquele que nos chama veio de lá e escolheu uma madeira para nos fazer atravessar o mar: sim, ninguém pode atravessar o oceano deste mundo sem ser levado pela cruz de Cristo. Até um cego pode abraçar esta cruz; se não vês bem para onde vais, não a soltes: ela te conduzirá por si própria. Eis, meus irmãos, o que eu gostaria de fazer entrar nos vossos corações: se quereis viver no espírito de piedade, no espírito cristão, uni-vos a Cristo como Ele tem feito por nós, a fim de vos juntardes a Ele tal como Ele é, e tal como sempre foi. Foi por isso que Ele desceu até nós, porque fez-Se homem a fim de levar os inválidos, de os fazer atravessar o mar e de os fazer abordar na pátria, onde já não há necessidade de navios porque não há mais oceanos para atravessar. Se necessário, seria melhor não ver com o espírito Aquele que é mas abraçar a cruz de Cristo, do que vê-Lo com o espírito e desprezar a cruz. Possamos nós, para nosso bem, ao mesmo tempo ver para onde vamos e fixar-nos com grampos ao navio que nos leva! [...] Alguns conseguiram-no, e viram Aquele que é. Foi porque O viu que João disse: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» Eles viram-no; e, para chegarem junto Daquele que viam de longe, uniram-se à cruz de Cristo, não desprezaram a humildade de Cristo.
Sermões sobre o Evangelho de São João, nº 2
«No princípio era o Verbo» (Jo 1, 1), a Palavra de Deus. Ele é idêntico a Si próprio; o que Ele é, é-o sempre; Ele não pode mudar, Ele é o que é. Foi esse o nome com que Se deu a conhecer ao Seu servo Moisés: «Eu sou Aquele que sou» e «Tu dirás: Aquele que é enviou-me» (Ex 3,14). [...] Quem pode compreendê-Lo? Ou quem poderá chegar a Ele – supondo que emprega todas as forças do seu espírito para atingir, melhor ou pior, Aquele que é? Compará-lo-ei a um exilado, que de longe vê a sua pátria: o mar separa-os; vê para onde deve ir, mas não tem meios de lá chegar. Também nós queremos chegar a esse porto definitivo que será nosso, onde está Aquele que é, porque só Ele é sempre o mesmo, mas o oceano que é este mundo corta-nos o caminho. [...]
Para nos dar um meio para irmos até lá, Aquele que nos chama veio de lá e escolheu uma madeira para nos fazer atravessar o mar: sim, ninguém pode atravessar o oceano deste mundo sem ser levado pela cruz de Cristo. Até um cego pode abraçar esta cruz; se não vês bem para onde vais, não a soltes: ela te conduzirá por si própria. Eis, meus irmãos, o que eu gostaria de fazer entrar nos vossos corações: se quereis viver no espírito de piedade, no espírito cristão, uni-vos a Cristo como Ele tem feito por nós, a fim de vos juntardes a Ele tal como Ele é, e tal como sempre foi. Foi por isso que Ele desceu até nós, porque fez-Se homem a fim de levar os inválidos, de os fazer atravessar o mar e de os fazer abordar na pátria, onde já não há necessidade de navios porque não há mais oceanos para atravessar. Se necessário, seria melhor não ver com o espírito Aquele que é mas abraçar a cruz de Cristo, do que vê-Lo com o espírito e desprezar a cruz. Possamos nós, para nosso bem, ao mesmo tempo ver para onde vamos e fixar-nos com grampos ao navio que nos leva! [...] Alguns conseguiram-no, e viram Aquele que é. Foi porque O viu que João disse: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» Eles viram-no; e, para chegarem junto Daquele que viam de longe, uniram-se à cruz de Cristo, não desprezaram a humildade de Cristo.
São Tomás de Aquino e a Paixão do Senhor
São Tomás de Aquino (1225-1274) é provavelmente o maior teólogo de toda a história da Igreja. Chamado pelo Magistério o «doutor comum» por sobressair às disputas de escola ou de tendência, escreveu numerosas obras entre as quais o seu Comentário ao Credo.
«Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para remédio contra o pecado e para exemplo daquilo que devemos fazer.
Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio para todos os males em que incorremos por causa dos nossos pecados.
Mas não é menor a utilidade que tem como exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar toda a nossa vida. Quem quiser viver em perfeição, basta que despreze o que Cristo desprezou na Cruz e deseje o que Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude está ausente da Cruz.
Se queres um exemplo de caridade: Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos. Assim fez Cristo na Cruz. E se Ele deu a vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por Ele.
Se procuras um exemplo de paciência, encontras na Cruz o mais excelente. Reconhece-se uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora Cristo suportou na Cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque sofrendo não ameaçava; e como ovelha levada ao matadouro, não abriu a boca. É grande portanto a paciência de Cristo na Cruz: corramos com paciência à prova que nos é proposta, pondo os olhos em Jesus, autor e consumador da fé, que em lugar da alegria que Lhe era proposta suportou a Cruz, desprezando-lhe a ignomínia.
Se queres um exemplo de humildade, olha para o crucifixo: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.»
«Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para remédio contra o pecado e para exemplo daquilo que devemos fazer.
Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio para todos os males em que incorremos por causa dos nossos pecados.
Mas não é menor a utilidade que tem como exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar toda a nossa vida. Quem quiser viver em perfeição, basta que despreze o que Cristo desprezou na Cruz e deseje o que Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude está ausente da Cruz.
Se queres um exemplo de caridade: Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos. Assim fez Cristo na Cruz. E se Ele deu a vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por Ele.
Se procuras um exemplo de paciência, encontras na Cruz o mais excelente. Reconhece-se uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora Cristo suportou na Cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque sofrendo não ameaçava; e como ovelha levada ao matadouro, não abriu a boca. É grande portanto a paciência de Cristo na Cruz: corramos com paciência à prova que nos é proposta, pondo os olhos em Jesus, autor e consumador da fé, que em lugar da alegria que Lhe era proposta suportou a Cruz, desprezando-lhe a ignomínia.
Se queres um exemplo de humildade, olha para o crucifixo: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.»
(Collatio 6 super Credo in Deum - SÃO TOMÁS DE AQUINO – texto recolhido do Boletim Mensal de Março da Paróquia de Nossa Senhora da Porta do Céu)
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos.» (Jo 15,13)
Salviano de Marselha (c. 400-c. 480), presbítero
Sobre o governo de Deus Sobre o governo de Deus
O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho ─ e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este Filho que é Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quer dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. [...]
Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. E, agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9).
A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado ─ teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos, então, por tudo isto?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sobre o governo de Deus Sobre o governo de Deus
O amor de Deus por nós é bem maior que o de um pai. É isso que comprovam as palavras do Salvador no Evangelho: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o Seu Filho Unigénito» (Jo 3,16). E o apóstolo Paulo também refere: «Ele, que nem sequer poupou o Seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?» (Rm 8,32) Por isso nos ama Deus mais do que um pai ama o seu filho. É evidente que Deus nos estima para além da afeição paternal: por nós, não poupou o Seu Filho ─ e que Filho! Esse Filho justo, este Filho único, este Filho que é Deus. Poder-se-á dizer mais? Sim! Foi por nós, quer dizer, pelos maus, pelos culpados, que Ele não O poupou. [...]
Por isso o apóstolo Paulo, para nos advertir, em certa medida, da imensidade da misericórdia de Deus, exprime-se assim: «De facto, quando ainda éramos fracos é que Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém morrerá por um justo» (Rm 5,6-7). Com golpe certeiro, basta esta passagem para ele nos mostrar o amor de Deus. Porque, se dificilmente alguém morreria por um grande justo, Cristo provou-nos ser superior, morrendo pelos culpados que nós somos. Mas porque agiu o Senhor assim? O apóstolo Paulo explica-no-lo imediatamente pelo que se segue: «mas é assim que Deus demonstra o Seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós. E, agora que fomos justificados pelo Seu sangue, com muito mais razão havemos de ser salvos da ira, por meio dele» (v. 8-9).
A prova que Ele nos deu foi o ter morrido pelos culpados: uma mercê tem mais valor quando é feita a indignos. [...] Porque, se Ele a tivesse concedido a santos e a homens de mérito não teria demonstrado que é Aquele que dá o que não deveria ser dado ─ teria demonstrado ser Aquele que não faz mais do que render o que é devido. Que Lhe retribuiremos, então, por tudo isto?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 6 de Abril de 2012 - Sexta feira da Paixão do Senhor
Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os Seus discípulos para o outro lado da torrente do Cédron, onde havia um horto, em que entrou com os Seus discípulos. Ora Judas, o traidor, conhecia bem este lugar, porque Jesus tinha ido lá muitas vezes com os Seus discípulos. Tendo, pois, Judas tomado a coorte e guardas fornecidos pelos pontífices e fariseus, foi lá com lanternas, archotes e armas. Jesus, que sabia tudo que estava para Lhe acontecer, adiantou-Se e disse-lhes: «A quem buscais?». Responderam-Lhe: «A Jesus de Nazaré». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O entregava, estava lá com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles disseram: «A Jesus de Nazaré». Jesus respondeu: «Já vos disse que sou Eu; se é, pois, a Mim que buscais, deixai ir estes». Deste modo se cumpriu a palavra que tinha dito: «Não perdi nenhum dos que Me deste». Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu um servo do Sumo Sacerdote, tendo-lhe cortado a orelha direita. Este servo chamava-se Malco. Porém, Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que o Pai Me deu?». Então, a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus e O manietaram. Primeiramente levaram-n'O a casa de Anás, por ser sogro de Caifás, que era o Sumo Sacerdote daquele ano. Caifás era aquele que tinha dado aos judeus este conselho: «Convém que um só homem morra pelo povo». Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Este discípulo, que era conhecido do pontífice, entrou com Jesus no pátio do pontífice. Pedro ficou de fora, à porta. Saiu então o outro discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, falou à porteira e fez entrar Pedro. Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu também dos discípulos deste homem?». Ele respondeu: «Não sou». Os servos e os guardas acenderam uma fogueira e aqueciam-se ao lume, porque estava frio. Pedro encontrava-se também entre eles e aquecia-se. Entretanto, o pontífice interrogou Jesus sobre os Seus discípulos e sobre a Sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: «Eu falei publicamente ao mundo; ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reunem; nada disse em segredo. Porque Me interrogas? Interroga aqueles que ouviram o que Eu falei; eles sabem o que disse». Tendo dito isto, um dos guardas que estavam presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: «Assim respondes ao Sumo Sacerdote?». Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra o que disse de mal; se falei bem, porque Me bates?». Anás enviou-O manietado ao Sumo Sacerdote Caifás. Estava lá Simão Pedro aquecendo-se. Disseram-lhe: «Não és tu também dos Seus discípulos?». Ele negou e respondeu: «Não sou». Disse-lhe um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Não te vi eu com Ele no horto?». Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. Levaram então Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã. Não entraram no Pretório para não se contaminarem, e poderem comer a Páscoa. Pilatos, pois, saiu fora para lhes falar, e disse: «Que acusação apresentais contra este homem?». Responderam: «Se não fosse um malfeitor não O entregaríamos nas tuas mãos». Pilatos disse-lhes então: «Tomai-O e julgai-O segundo a vossa Lei». Mas os judeus disseram-lhe: «Não nos é permitido matar ninguém». Para se cumprir a palavra que Jesus dissera, significando de que morte havia de morrer. Tornou, pois, Pilatos a entrar no Pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos judeus?». Jesus respondeu: «Tu dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de Mim?». Pilatos respondeu: «Porventura sou judeu? A Tua nação e os pontífices é que Te entregaram nas minhas mãos. Que fizeste Tu?». Jesus respondeu: «O Meu reino não é deste mundo; se o Meu reino fosse deste mundo, certamente os Meus ministros se haviam de esforçar para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas o Meu reino não é daqui». Pilatos disse-Lhe então: «Portanto, Tu és rei?». Jesus respondeu: «Tu o dizes, sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade; todo aquele que está na verdade ouve a Minha voz». Pilatos disse-Lhe: «O que é a verdade?». Dito isto, tornou a sair para ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não encontro n'Ele motivo algum de condenação. Ora é costume que eu, pela Páscoa, vos solte um prisioneiro; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?». Então gritaram todos novamente: «Este não, mas Barrabás!». Ora Barrabás era um assassino. Pilatos tomou então Jesus e mandou-O flagelar. Depois, os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lha sobre a cabeça e revestiram-n'O com um manto de púrpura. Aproximavam-se d'Ele e diziam-Lhe: «Salve, rei dos judeus!», e davam-Lhe bofetadas. Saiu Pilatos ainda outra vez fora e disse-lhes: «Eis que vo-l'O trago fora, para que conheçais que não encontro n'Ele crime algum». Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis aqui o Homem!». Então os príncipes dos sacerdotes e os guardas, quando O viram, gritaram: «Crucifica-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Tomai-O e crucificai-O, porque eu não encontro n'Ele motivo algum de condenação». Os judeus responderam-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus». Pilatos, tendo ouvido estas palavras, temeu ainda mais. Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta. Então Pilatos disse-Lhe: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e também para Te crucificar?». Jesus respondeu: «Tu não terias poder algum sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». Desde este momento, Pilatos procurava soltá-l'O. Porém, os judeus gritavam: «Se soltas Este, não és amigo de César!, porque todo aquele que se faz rei, declara-se contra César». Pilatos, tendo ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no seu tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, em hebraico Gábata. Era o dia da Preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei!». Mas eles gritaram: «Tira-O, tira-O, crucifica-O!». Pilatos disse-lhes: «Hei-de crucificar o vosso rei?». Os pontífices responderam: «Não temos outro rei senão César». Então entregou-Lho para que fosse crucificado. Tomaram, pois, Jesus que, carregando com a Sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota, onde O crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos redigiu um título, que mandou colocar sobre a cruz. Nele estava escrito: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus». Muitos judeus leram este título, porque o lugar onde foi crucificado ficava perto da cidade. Estava redigido em hebraico, em latim e em grego. Os pontífices dos judeus diziam, porém, a Pilatos: «Não escrevas: Rei dos Judeus, mas: Este homem disse: Eu sou o Rei dos Judeus». Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito!». Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. Tomaram também a túnica. A túnica não tinha costura, era toda tecida de alto a baixo. Disseram entre si: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver a quem tocará; para que se cumprisse deste modo a Escritura, que diz: “Repartiram entre si as Minhas vestes e lançaram sortes sobre a Minha túnica”. “Os soldados assim fizeram. Estavam, de pé, junto à cruz de Jesus, Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo Sua mãe e, junto dela, o discípulo que amava, disse a Sua mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua casa. Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede». Havia ali um vaso cheio de vinagre. Então, os soldados, ensopando no vinagre uma esponja e atando-a a uma cana de hissopo, chegaram-Lha à boca. Jesus, tendo tomado o vinagre, disse: «Tudo está consumado!». Depois, inclinando a cabeça, entregou o espírito. Os judeus, visto que era o dia da Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, porque aquele dia de sábado era de grande solenidade, pediram a Pilatos que lhes fossem quebradas as pernas e fossem retirados. Foram, pois, os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro com quem Ele havia sido crucificado. Mas, quando chegaram a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança e imediatamente saiu sangue e água. Quem foi testemunha deste facto o atesta, e o seu testemunho é digno de fé e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Porque estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: “Não Lhe quebrarão osso algum”. E também diz outro passo da Escritura: “Hão-de olhar para Aquele a quem trespassaram”. Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-o. Foi, pois, e tomou o corpo de Jesus. Nicodemos, aquele que tinha ido anteriormente de noite ter com Jesus, foi também, levando uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-n'O em lençóis com perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. Ora, no lugar em que Jesus foi crucificado, havia um horto e no horto um sepulcro novo, em que ninguém tinha ainda sido sepultado. Por ser o dia da Preparação dos judeus e o sepulcro estar perto, depositaram ali Jesus.
Jo 18,1-40.19,1-42
Jo 18,1-40.19,1-42