domingo, 1 de abril de 2012

Amar a Cristo...

Senhor Jesus, ao lermos as epístolas do Teu apóstolo dos gentios, Paulo, a Timóteo, não só acolhemos as suas recomendações como ambicionamos a ser tão fiéis quanto o discípulo, não porque ambicionemos qualquer reconhecimento terreno, mas na esperança do Teu perdão quando vieres para julgar os vivos e os mortos.

Como é difícil Mestre sermos constantes nos nossos propósitos, ajuda-nos a através da oração e do diálogo conTigo a alcança-los e a entregarmo-nos a Ti com absoluta visão sobrenatural e desinteressada.

Glória a Ti através da nossa total entrega, Jesus Cristo, Palavra do Pai!

JPR

Imitação de Cristo, 1, 19, 4

Os exercícios pessoais não se devem fazer publicamente, mais seguro é praticá-los secretamente. Guarda-te de ser negligente nos exercícios da regra, e mais diligente nos particulares; mas, satisfeitas inteira e fielmente as coisas de obrigação e preceito, se tempo sobrar, ocupa-te em exercícios, conforme te inspirar a tua devoção. Nem todos podem ter o mesmo exercício; um convém mais a este, outro àquele. Até do tempo depende a conveniência e o atrativo das práticas; porque umas são mais apropriadas para os dias festivos, outras para os dias comuns; dumas precisamos para o tempo da tentação, de outras no tempo de paz e sossego. Numas coisas gostamos de meditar quando estamos tristes, e noutras quando estamos alegres no Senhor.

Se alguém não luta...

A alegria é um bem cristão, que possuímos enquanto lutarmos, porque é consequência da paz. A paz é fruto de ter vencido a guerra, e a vida do homem sobre a terra, lemos na Escritura Santa, é luta. (São Josemaría Escrivá - Forja, 105)

A tradição da Igreja sempre se referiu aos cristãos como milites Christi, soldados de Cristo; soldados que dão serenidade aos outros enquanto combatem continuamente contra as suas próprias más inclinações. Às vezes, por falta de sentido sobrenatural, por uma descrença prática, não querem compreender de forma alguma como milícia a vida na Terra. Insinuam maliciosamente que, se nos consideramos milites Christi, há o perigo de utilizarmos a fé para fins temporais de violência, de sedições. Esse modo de pensar é um triste e pouco lógico simplismo, que costuma andar unido ao comodismo e à cobardia.

Nada há de mais estranho à fé católica do que o fanatismo. Este conduz a estranhas confusões, com os mais diversos matizes, entre o que é profano e o que é espiritual. Tal perigo não existe, se a luta se entende como Cristo no-la ensinou, isto é, como guerra de cada um consigo mesmo, como esforço sempre renovado por amar mais a Deus, por desterrar o egoísmo, por servir todos os homens. Renunciar a esta contenda, seja com que desculpa for, é declarar-se de antemão derrotado, aniquilado, sem fé, com a alma caída e dissipada em complacências mesquinhas.

Para o cristão, o combate espiritual diante de Deus e de todos os irmãos na fé é uma necessidade, uma consequência da sua condição. Por isso, se alguém não luta, está a trair Jesus Cristo e todo o Corpo Místico, que é a Igreja. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 74)

Domingo de Ramos, dia da decisão: Papa aos jovens, na praça de São Pedro, na celebração de Ramos, dia mundial da juventude


Bento XVI preside na Praça de S. Pedro a celebração litúrgica do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, Depois da bênção dos ramos de palmeira e oliveira, teve lugar a procissão até ao altar, onde decorre a Santa Missa da Paixão do Senhor.


O domingo de Ramos, com que a Igreja inicia a Semana Santa, contém um convite a encarar toda a humanidade, na diversidade das suas culturas e civilizações com o olhar de Deus, de Cristo - um olhar de bênção, de amor – sublinhou o Papa, na homilia. Bento XVI começou por evocar a subida de Jesus a Jerusalém, com um numeroso grupo de peregrinos. Pelo caminho, a cura do cego de nascença, suscita nas pessoas um sobressalto, entusiasmo, a esperança de que Deus esteja para cumprir a promessa feita a David de estabelecer o reino messiânico. Um entusiasmo que se contagia aos próprios discípulos de Jesus, quando este toma lugar sobre um jumentinho para entrar na cidade santa. As palavras do Salmo 118, que a multidão proclama, gritando, constitui verdadeira proclamação messiânica: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino do nosso pai David! Hosana no mais alto dos céus”.


“Esta aclamação festiva, transmitida pelos quatro evangelistas (observou o Papa), é um brado de bênção, um hino de exultação: exprime a convicção unânime de que, em Jesus, Deus visitou o seu povo e que o Messias ansiado finalmente chegou”. “Mas qual é o conteúdo, o sentido mais profundo deste grito de júbilo? A resposta é-nos dada pela Escritura no seu conjunto, quando nos lembra que no Messias se cumpre a promessa da bênção de Deus, a promessa feita por Deus originariamente a Abraão, o pai de todos os crentes: «Farei de ti um grande povo e te abençoarei (...). Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra!» 
Trata-se de uma promessa que Israel mantivera sempre viva na oração, especialmente na oração dos Salmos. Aquele que a multidão aclama como o Bendito é, ao mesmo tempo, Aquele em quem será abençoada a humanidade inteira. 


“À luz de Cristo, a humanidade reconhece-se profundamente unida e, de certo modo, envolvida pelo manto da bênção divina, uma bênção que tudo permeia, tudo sustenta, tudo redime, tudo santifica. E aqui podemos descobrir uma primeira grande incumbência que nos chega da festa de hoje: o convite a adotar a visão reta sobre a humanidade inteira, sobre os povos que formam o mundo, sobre suas diversas culturas e civilizações. A visão que o crente recebe de Cristo é um olhar de bênção: um olhar sapiencial e amoroso, capaz de captar a beleza do mundo e condoer-se da sua fragilidade. Nesta visão, manifesta-se o próprio olhar de Deus sobre os homens que Ele ama e sobre a criação, obra das suas mãos”.


Como se lê no Livro da Sabedoria: «De todos tens compaixão, (Senhor), porque tudo podes, e fechas os olhos aos pecados dos mortais, para que se arrependam. Sim, amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; (...) a todostratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor amigo da vida».


Mas que pensavam realmente aqueles que aclamam Cristo como Rei de Israel? Tinham a sua própria ideia do Messias, do modo como devia agir o Rei prometido pelos profetas e há muito esperado… Logo poucos dias depois, em vez de aclamar Jesus, a multidão gritará: «Crucifica-O!», e os próprios discípulos ficam mudos e confusos. Na realidade, a maioria ficara desapontada com o modo escolhido por Jesus para Se apresentar como Messias e Rei de Israel. É precisamente aqui que se situa o ponto fulcral da festa de hoje, mesmo para nós. “Para nós, quem é Jesus de Nazaré? Que ideia temos do Messias, que ideia temos de Deus? Esta é uma questão crucial, que não podemos evitar, até porque, precisamente nesta semana, somos chamados a seguir o nosso Rei que escolhe a cruz como trono; somos chamados a seguir um Messias que não nos garante uma felicidade terrena fácil, mas a felicidade do céu, a bem-aventurança de Deus.” Também nós temos que nos interrogar: Quais são as nossas reais expectativas? Quais são os desejos mais profundos que nos animam a celebrar o Domingo de Ramos e a iniciar a Semana Santa?


“Queridos jovens, aqui reunidos! Em todos os lugares da terra onde a Igreja está presente, este Dia é especialmente dedicado a vós. Por isso, vos saúdo com muito carinho! Que o Domingo de Ramos possa ser para vós o dia da decisão: a decisão de acolher o Senhor e segui-Lo até ao fim, a decisão de fazer da sua Páscoa de morte e ressurreição o sentido da vossa vida de cristãos. Tal é a decisão que leva à verdadeira alegria.”


Evocando o tema deste Dia Mundial da Juventude - a exortação paulina «Alegrai-vos sempre no Senhor», Bento XVI recordou o exemplo de “Santa Clara de Assis, que há oitocentos anos – exatamente no domingo de Ramos –, movida pelo exemplo de São Francisco e dos seus primeiros companheiros, deixou a casa paterna para se consagrar totalmente ao Senhor: com dezoito anos, teve a coragem da fé e do amor para se decidir por Cristo, encontrando n’Ele a alegria e a paz.”


São particularmente dois – sublinhou o Papa – os sentimentos que nos hão-de animar nestes dias – louvor e gratidão: “o louvor, como fizeram aqueles que acolheram Jesus em Jerusalém com o seu «Hosana»; e a gratidão, porque, nesta Semana Santa, o Senhor Jesus renovará o dom maior que se possa imaginar: dar-nos-á a sua vida, o seu corpo e o seu sangue, o seu amor.”


Para corresponder a tão grande dom, temos que estender aos pés de Jesus a nossa própria vida. Como diziam os Padres da Igreja, dos primeiros séculos: como as pessoas estendiam os mantos no caminho por onde Jesus subia e entrava em Jerusalém, havemos de estender também nós a nossa própria vida, as nossas pessoas, em atitude de gratidão e de adoração”.


Rádio Vaticano

Bom Domingo do Senhor!

Imitemos a mulher de que nos fala o início do longo, mas belo, Evangelho de hoje (Mc 14, 1-72.15, 1-47) e o de amanhã (Jo 12, 1-11) oferecendo ao Senhor hoje e sempre o nosso melhor perfume, na oração, na devoção, na participação na vida da Igreja, durante as celebrações e nos Sacrários aonde o acolhemos, pois ainda que ele esteja sempre connosco merece todo o nosso amor e cuidado.

Senhor ajuda-nos a viver permanentemente apaixonados por Ti!

Cerrar fileiras na unidade

Creio não haver dúvidas que existem tensões e dissensões entre os cristãos, não vale a pena “taparmos o Sol com uma peneira”, mas vale a pena, por amor a Jesus Cristo Nosso Senhor, sermos humildes, pormos de lado as nossas vaidades e cheios de amor unirmo-nos perante a avalanche de ataques de que a Igreja na pessoa do Santo Padre tem sido alvo.

Àqueles que por um motivo ou outro não simpatizam com Bento XVI, rogo-lhes que pensem no superior interesse da nossa fé, que deverá ser inabalável em Jesus Cristo Nosso Senhor, e da nossa Igreja e não se esqueçam do exemplar comportamento de humildade do Papa e sobretudo, que não se deixem intoxicar pelos que o tentam denegrir.

Há tempos, escrevi que por um lado era bom sinal, e reitero a afirmação de então, dizer mal da Igreja, dos seus valores e do Papa, vende, senão não lhe dariam a projecção que dão, mas há sempre o risco, de os menos informados sobre os métodos de deturpação, se deixarem convencer e para estarem de bem com a “maioria” prevalecente, facilmente cedam e se juntem, ainda que inconscientemente, à maledicência. Também é certo, que muitos que nunca pensaram interessar-se por temas da Igreja, despertem na sua curiosidade e se informem e ao analisarem as diferentes fontes, se indignem com a mentira e dela se aproximem.

Somos muitos milhões, tenhamos pois a mesma atitude e coragem dos primeiros cristãos, com humildade, com caridade e amor, proclamemos aos “sete ventos” a nossa fé e não nos deixemos intimidar e arrastar pelo comodismo do silêncio.

Que nunca nos pese na consciência «Por isso, não se podem desculpar. Pois, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram nem lhe deram graças, como a Deus é devido. Pelo contrário: tornaram-se vazios nos seus pensamentos e obscureceu-se o seu coração insensato. Afirmando-se como sábios, tornaram-se loucos» (Rom 1, 20-22)

JPR

É Deus, em Jesus, na Cruz, que nos eleva. É Ele que nos torna livres e nos dá um coração puro

“(Jesus) Caminha para o templo na Cidade Santa, para aquele lugar que, de modo particular, garantia a Israel que Deus estava próximo do seu povo. Caminha para a festa comunitária da Páscoa, memorial da libertação do Egipto e sinal da esperança na libertação definitiva. Jesus sabe que O espera uma Páscoa nova, e que Ele mesmo tomará o lugar dos cordeiros imolados, oferecendo-Se a Si mesmo na Cruz”.
(...)
“Assim, a nossa procissão de hoje quer ser imagem de algo mais profundo, imagem do facto que nos encaminhamos em peregrinação, juntamente com Jesus, pelo caminho alto que leva ao Deus vivo. É desta subida que se trata: tal é o caminho, a que Jesus nos convida.”



(Bento XVI - Homilia Domingo de Ramos de 2011 em 17 de Abril)

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor

A liturgia deste último domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.

O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)