Amar a Cristo...

Senhor Jesus, enviaste dois sacerdotes para a Missa de corpo presente de um ente querido, poderíamos ser levados a julgar esta dupla presença como normal, mas não o é, e Tu sabe-lo bem, pois falamos de uma pequena cidade no interior profundo do Baixo Alentejo em que devido à falta de vocações ambos os sacerdotes têm de se desmultiplicar por muitas freguesias e estão consequentemente sobrecarregados.

Como o fazes sempre, porque de facto sois o Bom Pastor, para esta Tua boa e devota filha quiseste a abundância e inspiraste o padre que proferiu a homilia, na qual invocou com detalhe o percurso de vida exemplar e cristão da defunta.

Querido Jesus, se dúvidas houvesse do Teu amor e carinho por todos nós, este exemplo é bem demonstrativo da Tua compaixão para com os Teus filhos.

Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor Jesus, Rei da eterna glória!

JPR

Imitação de Cristo, 1, 19, 2

A medida da nossa resolução será nosso progresso, e grande solicitude exige o sério aproveitamento. Se aquele que toma enérgicas resoluções tantas vezes cai, que será daquele que as toma raramente ou menos firmemente propõe? Sucede, porém, de vários modos deixarmos o nosso propósito; e raras vezes passa sem dano qualquer leve omissão de nossos exercícios. O propósito dos justos mais se firma na graça de Deus, que em sua própria sabedoria; nela confiam sempre, em qualquer empreendimento. Porque o homem propõe, mas Deus dispõe, e não está na mão do homem o seu caminho (Jer 10,23).


I. Quando, por motivo de piedade ou proveito do próximo, se deixa alguma vez o costumado exercício, fácil é reparar


II. depois essa falta; omiti-lo, porém, facilmente, por enfado ou negligência, já é bastante culpável, e sentir-se-á o prejuízo. Esforcemo-nos quanto pudermos, ainda assim cairemos em muitas faltas; contudo, devemos sempre fazer um propósito determinado, mormente contra os principais obstáculos do nosso progresso espiritual. Devemos examinar e ordenar tanto o interior como o exterior, porque ambos importam ao nosso aproveitamento.

Tantos anos a lutar...

Surgiram nuvens negras de falta de vontade, de perda de entusiasmo. Caíram aguaceiros de tristeza, com a clara sensação de te encontrares atado. E, como remate, vieram os desânimos, que nascem de uma realidade mais ou menos objectiva: tantos anos a lutar... e ainda estás tão atrasado, tão longe! Tudo isso é necessário, e Deus conta com isso. Para conseguirmos o "gaudium cum pace" – a paz e a alegria verdadeiras – havemos de acrescentar à certeza da nossa filiação divina, que nos enche de optimismo, o reconhecimento da nossa própria fraqueza pessoal. (São Josemaría Escrivá - Sulco, 78)

Mesmo nos momentos em que percebemos mais profundamente a nossa limitação, podemos e devemos olhar para Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, sabendo-nos participantes da vida divina. Nunca existe razão suficiente para voltarmos atrás: o Senhor está ao nosso lado. Temos que ser fiéis, leais, encarar as nossas obrigações, encontrando em Jesus o amor e o estímulo para compreender os erros dos outros e superar os nossos próprios erros. Assim, todos esses desalentos – os teus, os meus, os de todos os homens – servem também de suporte ao reino de Cristo.

Reconheçamos as nossas fraquezas, mas confessemos o poder de Deus. O optimismo, a alegria, a convicção firme de que o Senhor quer servir-se de nós têm de informar a vida cristã. Se nos sentirmos parte dessa Igreja Santa, se nos considerarmos sustentados pela rocha firme de Pedro e pela acção do Espírito Santo, decidir-nos-emos a cumprir o pequeno dever de cada instante: semear todos os dias um pouco. E a colheita fará transbordar os celeiros. (São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 160)

Presença maior - de Aura Miguel

Foto de Juan Barreto AFP
Milhares de fiéis aderiram com entusiasmo à mais recente visita do Papa. Marcaram presença ao longo das ruas e nas celebrações de maneira participativa.

Até agora, México e Cuba eram dois países profundamente ligados às históricas viagens de João Paulo II. Não seria, pois, de espantar se o acolhimento ao novo Papa tivesse sido menos caloroso. Mas não: Bento XVI – apesar de mais velho e menos carismático – foi também recebido de braços abertos, tal como aconteceu com João Paulo II. 

E este é o ponto. É que, na verdade, quer um quer outro foram ao México e a Cuba em nome de Cristo, o Senhor da História. 

Por isso, o acontecimento da sua presença é independente da idade ou maneira de ser, porque remete para outra presença ainda maior. Que os mexicanos e os cubanos souberam reconhecer.


Aura Miguel in RR online

É poderosa a misericórdia do Senhor

«São mais do que podíamos esperar [os semeadores de confusão], e onde não são combatidos seduzem outros e engrossa-se a seita, de modo que não sei onde vão a terminar. Eu prefiro curá-los dentro do organismo da Igreja antes que amputá-los desse organismo como membros incuráveis, a não ser que urja a necessidade; porque também há que temer que por perdoar o apodrecido apodreçam muitos outros, contudo é poderosa a misericórdia do Senhor e pode livrá-los dessa peste»

(Epístola 137, 23,22 - Santo Agostinho)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1925

Às 10.30 da manhã celebra a sua primeira Missa na capela da Virgem do Pilar, em Saragoça (Espanha), em sufrágio pela alma de seu pai, falecido havia poucos meses: “Na Santa capela, perante uma mão-cheia de pessoas, celebrei sem dar nas vistas a minha Missa Nova”. É a Segunda-feira anterior à Semana Santa desse ano.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

”abri no deserto um caminho para o Senhor”

Para as populações desfalecidas pela miséria e pela fome, pelas multidões de refugiados, por todos aqueles que sofrem graves e sistemáticas violações dos seus direitos, a Igreja propõe-se como sentinela no monte elevado da fé e anuncia: Eis o vosso Deus. Eis que o Senhor Deus vem com fortaleza.

Este anúncio profético realizou-se em Jesus Cristo. Ele com a sua pregação e depois com a sua morte e ressurreição, levou a cumprimento as antigas promessas, revelando uma perspectiva mais profunda e universal. Inaugurou um êxodo já não só terreno, histórico, e como tal provisório, mas radical e definitivo: a passagem do reino do mal ao reino de Deus, do domínio do pecado e da morte ao domínio do amor e da vida.

E se a esperança cristã vai para além da legítima expectativa acerca de uma libertação social e politica, porque aquilo que Jesus iniciou é uma humanidade nova, que vem de Deus, a situação contingente na qual vivemos está contudo confiada á nossa responsabilidade. De facto o anúncio cristão germina nesta nossa terra, na medida em que ela se deixa fecundar pelo Espírito do Senhor.



(Bento XVI - Angelus de 07.12.2008)

Cristo deu a vida pelos Seus inimigos

São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir 
Tratado sobre a Paixão, Cristo amou-os até ao fim, 1ª homilia


Meditemos profundamente sobre o amor de Cristo, nosso Salvador, que «amou os Seus até ao fim» (Jo 13, 1), a ponto de, para seu bem, ter voluntariamente sofrido uma morte dolorosa, manifestando assim o maior amor possível. Porque Ele próprio tinha dito: «Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos» (Jo 15, 13). Sim, é sem dúvida esse o maior amor que alguém jamais manifestou; e contudo, o nosso Salvador deu prova de um amor ainda maior, porque o fez tanto pelos amigos como pelos inimigos.

Que diferença entre este amor fiel e as outras formas de amor, falso e inconstante, que encontramos no nosso pobre mundo! [...] Quem terá a certeza de, na adversidade, continuar a ter muitos amigos, quando o próprio Salvador, quando foi preso, ficou só, abandonado pelos Seus? Quando vos fordes embora, quem quererá ir convosco? Se fôsseis rei, o vosso reino não vos deixaria partir só, esquecendo-vos sem demora? A vossa própria família não vos deixaria partir, qual pobre alma abandonada que não sabe para onde vai?

Aprendamos, pois, a amar em todo o tempo como temos o dever de amar: a Deus acima de todas as coisas, e a todas as coisas por causa Dele. Porque todo o amor que não se orienta para este fim – ou seja, para a vontade de Deus – é um amor completamente vão e estéril. Qualquer amor que devotemos a um ser criado que enfraqueça o nosso amor a Deus é um amor detestável e um obstáculo ao nosso caminho para o céu. [...] Assim pois, uma vez que Nosso Senhor nos amou tanto pela nossa salvação, imploremos-Lhe assiduamente a Sua graça, não vá acontecer que, em comparação com o Seu grande amor, nos encontremos cheios de ingratidão.

«Está escrito na vossa Lei: 'Eu disse: vós sois deuses'»

Bem-aventurado João Paulo II 
Audiência Geral 6/12/79


«Deus disse: façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança» (Gn 1,26). Como se o Criador entrasse em Si mesmo; como se, criando, não chamasse apenas do nada à existência dizendo: «Faça-se!», mas, de uma maneira particular, tirasse o homem do mistério do Seu próprio ser. E é compreensível que assim fosse, porque não se tratava somente do ser, mas da imagem. A imagem deve reflectir; deve reproduzir, em certo sentido, a substância do seu protótipo. [...] É evidente que esta semelhança não deve ser entendida como um «retrato», mas como o facto de este ser vivo ter uma vida semelhante à de Deus. [...]


Definindo o homem como «imagem de Deus», o livro do Génesis mostra aquilo pelo qual o homem é homem, aquilo pelo qual é um ser distinto de todas as outras criaturas do mundo visível. A ciência, sabemo-lo, fez e continua a fazer, nos diferentes domínios, numerosas tentativas para mostrar as ligações do homem com o mundo natural, para mostrar a sua dependência deste mundo, a fim de o inserir na história da evolução das diferentes espécies. 


Respeitando totalmente essas investigações, não nos podemos limitar a elas. Se analisarmos o homem no mais profundo do seu ser, veremos que ele é mais diferente do que semelhante ao mundo da natureza. É igualmente neste sentido que procedem a antropologia e a filosofia, quando procuram analisar e compreender a inteligência, a liberdade, a consciência e a espiritualidade do homem. O livro do Génesis parece ir à frente de todas estas experiências da ciência e, ao dizer do homem que ele é «imagem de Deus», faz-nos compreender que a resposta ao mistério da sua humanidade não deve ser procurada na sua semelhança com o mundo da natureza. O homem assemelha-se mais a Deus que à natureza. É neste sentido que o salmo diz: «Vós sois deuses!» (Sl 82,6), palavras que Jesus retomará.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de Março de 2012

Os judeus, então, pegaram em pedras para O apedrejarem. Jesus disse-lhes: «Tenho-vos mostrado muitas obras boas que fiz por virtude de Meu Pai; por qual destas obras Me apedrejais?». Os judeus responderam-Lhe: «Não é por causa de nenhuma obra boa que Te apedrejamos, mas pela blasfémia, porque sendo homem, Te fazes Deus». Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: “Eu disse: Vós sois deuses”? Se ela chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, a Mim, a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Tu blasfemas!, por Eu ter dito: Sou Filho de Deus? Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me acrediteis; mas se as faço, mesmo que não queirais crer em Mim, crede nas Minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim, e Eu no Pai». Então os judeus procuravam novamente prendê-l'O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Retirou-Se novamente para o outro lado do Jordão, para o lugar em que João tinha começado a baptizar; e ficou lá. Foram muitos ter com Ele e diziam: «João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse d'Este era verdade». E muitos acreditaram n'Ele.

Jo 10, 31-42