Há trinta anos, a 15 de Fevereiro de 1982, era publicada a notícia que João Paulo II, satisfazendo o desejo do cardeal Joseph Ratzinger, aceitava a sua renúncia ao governo pastoral da diocese de München und Freising. Com efeito, a 25 de Novembro precedente o purpurado alemão, com 54 anos, tinha sido nomeado prefeito do primeiro dicastério da Cúria romana, a Congregação para a Doutrina da Fé. Assim, depois de ter guiado ainda durante três meses a grande arquidiocese bávara, naqueles dias de Fevereiro Ratzinger transferiu-se para Roma. Aqui já tinha vindo 20 anos antes, em 1962, para transcorrer todo o tempo do concílio como consultor teológico de um dos protagonistas do Vaticano II, o arcebispo de Köln cardeal Joseph Frings. Em seguida, o brilhante teólogo voltou a Roma várias vezes, sobretudo depois de 1977, quando foi nomeado bispo de München e criado cardeal por Paulo VI no seu último consistório. No primeiro conclave de 1978 Ratzinger conheceu pessoalmente o metropolita de Cracóvia, cardeal Karol Wojtyla, e no segundo contribuiu para a sua eleição, convicto - como escreveu em 2004 - que fosse "o Papa para a hora presente". Poucos meses mais tarde, em 1979, João Paulo II convocou-o para lhe propor que assumisse o encargo de prefeito do organismo curial da educação católica, mas o arcebispo de München não teve a coragem de deixar a diocese só depois de dois anos de governo. Mas o Pontífice queria-o ao seu lado e, em Fevereiro de 1981, comunicou ao cardeal a intenção de o nomear prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, vencendo contudo as suas últimas resistências só no Outono seguinte.
A partir de Fevereiro de 1982 o purpurado alemão não saiu mais de Roma. Não obstante o passar do tempo e o desejo de voltar a tempo inteiro à vida de estudo para a qual sempre se sentiu chamado, João Paulo II pediu-lhe que permanecesse com ele como responsável do organismo doutrinal da Cúria romana e, de facto, como seu principal conselheiro teológico. Durante quase um quarto de século, da sede romana os dois homens ampararam juntos a Igreja - tertio millennio adveniente e depois novo millennio ineunte - na transição secular, pelo caminho do homem dos nossos dias. Acompanhando esta humanidade e testemunhando-lhe que Deus está próximo, como sempre fez no decorrer da história quem soube seguir deveras Jesus, não obstante culpas e imperfeições humanas presentes também na Igreja.
Depois, em 2005 foi pedido ainda mais a Joseph Ratzinger no momento da rapidíssima eleição em conclave, uma eleição não procurada de modo algum e que o cardeal aceitou com aquela simples serenidade que impressiona quem se aproxima dele mesmo só por um momento. "Não o conheço, mas tem um olhar bondoso", disse alguns dias depois uma simples idosa mulher romana. Eis, nestes anos de pontificado Bento XVI soube transmitir cada vez mais - e não só aos seus fiéis - quanto confidenciou em 2006 em München diante da Mariensäule, a coluna erguida em honra de Maria: ou seja, que se sentia, segundo a interpretação agostiniana de um salmo, como um animal de carga que fadiga sob a guia do camponês, mas ao mesmo tempo está muito próximo do seu dono, o Senhor Jesus, e por isso não teme o mal.
Este sentimento de total confiança em Deus já se lê no final da preciosa narração autobiográfica do cardeal que, em 1997, reconsiderava o seu primeiro meio século de vida. Hoje, há trinta anos desde o início do período romano deste humilde pastor que não recua diante dos lobos, é nítido o perfil da maturidade de um pontificado que passará à história, dissolvendo como fumo os estereótipos difíceis de sufocar e contrastando comportamentos irresponsáveis e indignos. Estes acabam por se enlaçar a clamores mediáticos, inevitáveis e sem dúvida não desinteressados, mas que é preciso saber colher como ocasiões de purificação da Igreja.
Pontífice de paz que deseja reacender a chama da primazia de Deus, Bento XVI é perfeitamente coerente com a sua história. Uma história marcada por um olhar amplo que nos trinta anos em Roma sempre procurou um alcance mundial e se caracterizou por uma obra de inovação e purificação perseguida com coragem, tenacidade e paciência, ciente de que pela noite fora no campo o inimigo semeia o joio. Por isso o Papa indica sem se cansar a necessidade da renovação contínua (ecclesia semper reformanda), recordando que a santidade da Igreja não será ofuscada se, na escuta da verdade, permanecer próxima ao único Senhor.
GIOVANNI MARIA VIAN - Diretor
(© L'Osservatore Romano - 18 de Fevereiro de 2012)
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Responde São Josemaría - Como se desenvolveu e evoluiu o Opus Dei desde a sua fundação?
Desde o primeiro momento, o único objectivo do Opus Dei foi o que acabo de lhe indicar: contribuir para que, no meio do mundo, haja homens e mulheres de todas as raças e condições sociais que procurem amar e servir a Deus e aos outros homens no seu trabalho habitual e através dele. No início da Obra, em 1928, o que eu defendi foi que a santidade não é coisa para privilegiados, pois podem ser divinos todos os caminhos da Terra, todos os estados de vida, todas as profissões, todas as tarefas honestas. As implicações dessa mensagem são muitas e a experiência da vida da Obra tem-me ajudado a conhecê-las cada vez mais profundamente e com mais riqueza de cambiantes. A Obra nasceu pequena e foi crescendo normalmente, de maneira gradual e progressiva, como cresce um organismo vivo e como tudo o que se desenvolve na história.
Mas o objectivo e razão de ser da Obra não mudou, nem mudará, por muito que possa mudar a sociedade, porque a mensagem do Opus Dei consiste em proclamar que qualquer trabalho honesto pode ser santificado, sejam quais forem as circunstâncias em que se processa.
Hoje, fazem parte da Obra pessoas de todas as profissões: não só médicos, advogados, engenheiros e artistas, mas também pedreiros, mineiros, gente do campo; qualquer profissão - desde realizadores de cinema e pilotos de aviões de reacção, até cabeleireiros de alta moda. Para os membros do Opus Dei, estar actualizado, compreender o mundo moderno, é uma coisa natural e instintiva, porque são eles - juntamente com os outros cidadãos, e tal como eles - quem faz nascer esse mundo e lhe dá a sua modernidade.
Se é este o espírito da nossa Obra, já vê como terá sido grande alegria para nós ouvir o Concílio declarar solenemente que a Igreja não repele o mundo em que vive, nem o seu progresso e desenvolvimento, antes o compreende e o ama. De resto, uma das características essenciais da espiritualidade que os membros da Obra se esforçam, desde há quase 40 anos, por viver, é justamente a consciência de que são, ao mesmo tempo, parte integrante da Igreja e do Estado, assumindo, portanto, cada um, plenamente e com toda a liberdade, a sua responsabilidade individual como cristão e como cidadão.
Temas actuais do cristianismo, 26
Amar a Cristo...
A Tua morte na Cruz que nos redimiu foi supremo acto de amor ao Pai e ao próximo, conhecedor da Ressureição vejo-a com uma enorme gratidão e desejo através dela ter sempre fé e ânimo para Te anunciar ressuscitado e vivo no nosso coração e no Sacrário.
Senhor Jesus dá-me a inteligência de coração para Te amar hoje e sempre!
JPR
Bento XVI pediu as nossas orações
«E rezem por mim, para que possa sempre oferecer ao Povo de Deus o testemunho da doutrina certa e dirigir com humilde firmeza o leme da Santa Igreja.»
Bento XVI na homilia do Consistório do dia 18.02.2012
(Fonte: ‘Avvenire’ com tradução de JPR)
Bento XVI na homilia do Consistório do dia 18.02.2012
(Fonte: ‘Avvenire’ com tradução de JPR)
Imitação de Cristo, 1,8,1
Não abras teu coração a qualquer homem (Eclo 8,22); mas trata de teus negócios com o sábio e temente a Deus. Com moços e estranhos conversa pouco. Não lisonjeies os ricos, nem busques aparecer muito na presença dos potentados. Busca a companhia dos humildes e simples, dos devotos e morigerados, e trata com eles de assuntos edificantes. Não tenhas familiaridade com mulher alguma; mas, em geral, encomenda a Deus todas as que são virtuosas. Procura intimidade com Deus apenas, e seus anjos, e foge de seres conhecidos dos homens.
Eu confio em Ti, sei que és meu Pai
Jesus ora no horto: Pater mi (Mt XXVI, 39), Abba, Pater (Mc XIV, 36)! Deus é meu Pai, ainda que me envie sofrimento. Ama-me com ternura, mesmo quando me bate. Jesus sofre, para cumprir a Vontade do Pai... E eu, que também quero cumprir a Santíssima Vontade de Deus, seguindo os passos do Mestre, poderei queixar-me, se encontro por companheiro de caminho o sofrimento? Constituirá um sinal certo da minha filiação, porque me trata como ao Seu Divino Filho. E, então, como Ele, poderei gemer e chorar sozinho no meu Getsemani; mas, prostrado por terra, reconhecendo O meu nada, subirá ao Senhor um grito saído do íntimo da minha alma: Pater mi, Abba, Pater, ... fiat! (Via Sacra, 1ª Estação, n. 1)
Por motivos que não vem a propósito referir – mas que são bem conhecidos de Jesus, que aqui temos a presidir no Sacrário – a vida tem-me levado a sentir-me de um modo muito especial filho de Deus. Tenho saboreado a alegria de me meter no coração de meu Pai, para rectificar, para me purificar, para o servir, para compreender e desculpar a todos, tendo como base o seu amor e a minha humilhação.
Por isso, desejo agora insistir na necessidade de nos renovarmos, vós e eu, de despertarmos do sono da tibieza que tão facilmente nos amodorra e de voltarmos a entender, de maneira mais profunda e ao mesmo tempo mais imediata, a nossa condição de filhos de Deus.
O exemplo de Jesus, toda a vida de Cristo por aquelas terras do Oriente ajuda-nos a deixarmo-nos penetrar por essa verdade. Se admitimos o testemunho dos homens – lemos na Epístola – de maior autoridade é o testemunho de Deus. E em que consiste o testemunho de Deus? De novo fala S. João: Considerai o amor que nos mostrou o Pai em querer que nos chamemos filhos de Deus, e que o sejamos... Caríssimos, agora já somos filhos de Deus.
Ao longo dos anos, tenho procurado apoiar-me sem desfalecimento nesta feliz realidade. Em todas as circunstâncias, a minha oração tem sido a mesma com tonalidades diferentes. Tenho-lhe dito: Senhor, Tu colocaste-me aqui; Tu confiaste-me isto ou aquilo, e eu confio em Ti. Sei que és meu Pai e tenho visto sempre que as crianças confiam absolutamente nos pais. A minha experiência sacerdotal tem-me confirmado que este abandono nas mãos de Deus leva as almas a adquirir uma piedade forte, profunda e serena, que impele a trabalhar constantemente com rectidão de intenção. (Amigos de Deus, 143)
São Josemaría Escrivá
Portugal e Brasil entre as 11 delegações oficiais no Vaticano
O dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, lideram duas das 11 delegações oficiais presentes no Consistório de hoje, no Vaticano. A cerimónia para a criação de 22 novos cardeais, presidida pelo Papa, vai contar ainda com a presença do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, do presidente de Malta, George Abela, e de ministros da República Checa, Espanha, Canadá e Índia, revela a Santa Sé, em nota distribuída aos jornalistas. O embaixador norte-americano no Vaticano, o presidente da Câmara de Berlim (Alemanha) e o grão-mestre da Ordem Soberana de Malta são outras presenças anunciadas. Esta é a quarta vez que Bento XVI convoca um Consistório (o último tinha sido em novembro de 2010), com o qual vai perfazer um total de 84 cardeais criados (63 com direito a voto). Entre os cardeais escolhidos estão o português D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé, e o brasileiro D. João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. As celebrações no Vaticano são acompanhadas por cerca de 500 jornalistas acreditados pela Santa Sé. A partir de hoje, o colégio cardinalício passa a ter representantes de 70 países, 51 dos quais com cardeais eleitores. Os 125 cardeais com menos de 80 anos ficam assim distribuídos geograficamente: Europa, 67 (53,6%); América Latina, 22, e América do Norte, 15 (29,6%); África, 11 (8,8%); Ásia, 9 (7,2%); Oceânia, 1 (0,8%). Segundo os últimos dados disponibilizados pelo Vaticano, no ‘Anuário Pontifício’ 2011, existem no mundo 1181 milhões de católicos, distribuídos percentualmente da seguinte maneira: América, 49%; Europa, 24%; África, 15%; Ásia, 11%; Oceânia, 1%. A Itália tem o maior número de eleitores (30); seguem-se EUA (12), Alemanha e Brasil (6 cada), Espanha (5), Índia, França, México e Polónia (4 cada). Estes países totalizam 75 cardeais com direito a voto, número próximo dos 83 (maioria de dois terços) necessários para a eleição pontifícia. OC |
Agência Ecclesia
O Evangelho de Domingo dia 19 de Fevereiro de 2012
Passados alguns dias, Jesus entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que Ele estava em casa. Juntou-se muita gente, de modo que não se cabia, nem mesmo à porta. E Ele pregava-lhes a Palavra. Nisto chegaram alguns conduzindo um paralítico que era transportado por quatro homens. Como não pudessem levá-lo junto d'Ele por causa da multidão, descobriram o tecto na parte debaixo da qual estava Jesus e, tendo feito uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico. Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, são-te perdoados os pecados». Estavam ali sentados alguns escribas que diziam nos seus corações: «Como é que Ele fala assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?». Jesus, conhecendo logo no Seu espírito que eles pensavam desta maneira dentro de si, disse-lhes: «Porque pensais isto nos vossos corações? O que é mais fácil dizer ao paralítico: “São-te perdoados os pecados” ou dizer: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados, - disse ao paralítico -: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». Imediatamente ele se levantou e, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, de maneira que se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa semelhante».
Mc 2, 1-12
Mc 2, 1-12
«Eu sou a verdadeira vinha» (Jo 15, 1)
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
A vinha mística, c. 5, 4-5 (erradamente atribuído a São Bernardo)
Doce Jesus, em que estado Te vejo! Tão doce e tão cheio de amor, quem Te condenou a uma morte tão amarga? Único Salvador das nossas feridas antigas, quem assim Te leva a sofrer essas feridas que, para além de serem tão cruéis, são tão ignominiosas? Doce vide, bom Jesus, eis o fruto que Te dá a Tua vinha. [...]
Até este dia das Tuas núpcias, esperaste pacientemente que ela produzisse uvas e ela não Te deu senão abrolhos (Is 5, 6). Coroou-Te de espinhos e cercou-te dos espinhos dos seus pecados. Como se tornou amarga, esta vinha que já não é Tua, mas que se tornou uma vinha estranha! Renegou-Te, gritando: «Não temos outro rei senão César!» (Jo 19, 15). Depois de Te terem expulsado da vinha, da Tua cidade e da Tua herança, estes vinhateiros deram-Te a morte; não de um só golpe, mas depois de Te terem afligido com o longo tormento da cruz e Te terem torturado com os ferimentos dos chicotes e dos cravos. [...] Senhor Jesus, [...] Tu próprio entregas a Tua alma à morte ─ ninguém Ta pode tirar, és Tu que a dás (Jo 10, 18). [...] Que troca admirável! O Rei dá-Se como escravo, Deus pelo homem, o Criador por aquele que criou, o Inocente pelos culpados.
A vinha mística, c. 5, 4-5 (erradamente atribuído a São Bernardo)
Doce Jesus, em que estado Te vejo! Tão doce e tão cheio de amor, quem Te condenou a uma morte tão amarga? Único Salvador das nossas feridas antigas, quem assim Te leva a sofrer essas feridas que, para além de serem tão cruéis, são tão ignominiosas? Doce vide, bom Jesus, eis o fruto que Te dá a Tua vinha. [...]
Até este dia das Tuas núpcias, esperaste pacientemente que ela produzisse uvas e ela não Te deu senão abrolhos (Is 5, 6). Coroou-Te de espinhos e cercou-te dos espinhos dos seus pecados. Como se tornou amarga, esta vinha que já não é Tua, mas que se tornou uma vinha estranha! Renegou-Te, gritando: «Não temos outro rei senão César!» (Jo 19, 15). Depois de Te terem expulsado da vinha, da Tua cidade e da Tua herança, estes vinhateiros deram-Te a morte; não de um só golpe, mas depois de Te terem afligido com o longo tormento da cruz e Te terem torturado com os ferimentos dos chicotes e dos cravos. [...] Senhor Jesus, [...] Tu próprio entregas a Tua alma à morte ─ ninguém Ta pode tirar, és Tu que a dás (Jo 10, 18). [...] Que troca admirável! O Rei dá-Se como escravo, Deus pelo homem, o Criador por aquele que criou, o Inocente pelos culpados.
“No seu serviço, os novos Cardeais são chamados a permanecer fiéis a Cristo, deixando-se guiar unicamente pelo seu Evangelho. Amados irmãos e irmãs, rezai para que neles se possa reflectir ao vivo o Senhor Jesus, nosso único Pastor e Mestre e fonte de toda a sabedoria. E rezai também por mim, para que sempre possa oferecer ao Povo de Deus o testemunho da doutrina segura e reger, com suave firmeza, o timão da santa Igreja.”
(Bento XVI no consistório para a criação dos novos cardeais)
(Bento XVI no consistório para a criação dos novos cardeais)
Papa alerta novos cardeais: “Não é fácil deixar a lógica do poder e da glória”
Vídeo em espanhol
Bento XVI recordou aos cardeais que estes participam agora do governo da Igreja universal, pela qual devem estar dispostos a dar a própria vida.
O Papa aproveitou a sua alocução no Consistório de hoje para alertar os novos cardeais para os perigos de não abandonarem a lógica mundana do poder e da glória, abraçando a do Evangelho.
Para este efeito, Bento XVI recorreu ao episódio bíblico em que dois dos apóstolos, Tiago e João, perguntam a Jesus se, quando chegar a sua glória, se podem sentar “um à tua direita e outro à tua esquerda”. Perante este pedido os outros dez apóstolos indignam-se.
Segundo o Papa este episódio demonstra como nenhum dos apóstolos compreendia a “lógica da vida que Jesus testemunha”. “Indignam-se porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória”, remata Bento XVI.
Antes, o Papa dirigiu-se aos novos cardeais que hoje foram criados no Consistório em Roma, explicando as responsabilidades que acompanham o seu novo cargo: “serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.”
A referência ao “Príncipe dos Apóstolos” diz respeito a São Pedro, que foi martirizado pela sua fé em Cristo e de quem o Papa é sucessor.
Durante a cerimónia os novos cardeais receberam os seus títulos de bispos, padres ou diáconos de diferentes igrejas da diocese de Roma. Apesar de hoje serem sobretudo simbólicos, estes cargos têm um significado particular: “através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal”, referiu Bento XVI.
O Papa entregou também aos novos cardeais o seu barrete, cuja cor, igual ao das vestes dos cardeais, está carregada de simbolismo: “Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem.”
Por fim, os novos cardeais recebem também um anel. O desenho do anel pode mudar de consistório para consistório e neste caso inclui a imagem dos apóstolos Pedro e Paulo e, no centro, uma estrela que representa Nossa Senhora. “Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor”.
As palavras do Papa contra a “lógica do poder e da glória” chegam aos ouvidos dos cardeais numa altura em que o Vaticano tem sido abalado pela revelação de documentos privados que, segundo alguns analistas, reflectem disputas de poder entre membros da Curia Romana, muitos dos quais são cardeais.
A confirmar-se, este facto dá um sentido ainda mais urgente às palavras de Bento XVI no consistório de hoje: “Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só ‘em Cristo’ e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor”, pediu o Papa.
Para este efeito, Bento XVI recorreu ao episódio bíblico em que dois dos apóstolos, Tiago e João, perguntam a Jesus se, quando chegar a sua glória, se podem sentar “um à tua direita e outro à tua esquerda”. Perante este pedido os outros dez apóstolos indignam-se.
Segundo o Papa este episódio demonstra como nenhum dos apóstolos compreendia a “lógica da vida que Jesus testemunha”. “Indignam-se porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória”, remata Bento XVI.
Antes, o Papa dirigiu-se aos novos cardeais que hoje foram criados no Consistório em Roma, explicando as responsabilidades que acompanham o seu novo cargo: “serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.”
A referência ao “Príncipe dos Apóstolos” diz respeito a São Pedro, que foi martirizado pela sua fé em Cristo e de quem o Papa é sucessor.
Durante a cerimónia os novos cardeais receberam os seus títulos de bispos, padres ou diáconos de diferentes igrejas da diocese de Roma. Apesar de hoje serem sobretudo simbólicos, estes cargos têm um significado particular: “através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal”, referiu Bento XVI.
O Papa entregou também aos novos cardeais o seu barrete, cuja cor, igual ao das vestes dos cardeais, está carregada de simbolismo: “Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem.”
Por fim, os novos cardeais recebem também um anel. O desenho do anel pode mudar de consistório para consistório e neste caso inclui a imagem dos apóstolos Pedro e Paulo e, no centro, uma estrela que representa Nossa Senhora. “Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor”.
As palavras do Papa contra a “lógica do poder e da glória” chegam aos ouvidos dos cardeais numa altura em que o Vaticano tem sido abalado pela revelação de documentos privados que, segundo alguns analistas, reflectem disputas de poder entre membros da Curia Romana, muitos dos quais são cardeais.
A confirmar-se, este facto dá um sentido ainda mais urgente às palavras de Bento XVI no consistório de hoje: “Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só ‘em Cristo’ e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor”, pediu o Papa.
Rádio Renascença
O Amor é Eterno
«Compreendi que, se a Igreja tinha um corpo composto de diferentes membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e lugares ... numa palavra, que ele é Eterno»
(Manuscrito B. 3v - Santa Teresa do Menino Jesus)
(Manuscrito B. 3v - Santa Teresa do Menino Jesus)
Humildade
«Aquele que se humilha será exaltado»
(S. Lucas 14,11)
«Abaixar-se à força não é humildade. Há humildade quando uma pessoa se abaixa voluntariamente e sem estar obrigado»
(Homilia sobre Phil, ad loc – São João Crisóstomo)
(S. Lucas 14,11)
«Abaixar-se à força não é humildade. Há humildade quando uma pessoa se abaixa voluntariamente e sem estar obrigado»
(Homilia sobre Phil, ad loc – São João Crisóstomo)
Igreja é local de reencontro, salvação e abrigo
«… navega segura neste mundo, ao sopro do Espírito Santo, sob a vela panda da Cruz do Senhor»
(De virginitate 18, 119 - Santo Ambrósio)
(De virginitate 18, 119 - Santo Ambrósio)
A paz
«A paz visa a superação das fronteiras e uma terra renovada através da paz que vem de Deus. No fim, a terra pertence aos ‘mansos’, aos pacíficos: diz-nos o Senhor. (…) A terceira Bem-Aventurança convida-nos a viver nesta perspectiva».
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975
Benze uma imagem de pedra de Nossa Senhora do Carmo que preside numa ermida dedicada a esta invocação na casa de retiros Altavista, Guatemala. “Traz sobre o peito o santo escapulário do Carmo. – Poucas devoções (há muitas, e muito boas devoções marianas) estão tão arraigadas entre os fiéis e têm tantas bênçãos dos Pontífices. – Além disso, é tão maternal este privilégio sabatino!”
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
“Amai-vos! Sede mulheres e homens de paz!" E agora digo-vos: Sede mulheres e homens de perdão. Porque assim obedecemos ao Senhor, que nos disse que perdoemos da mesma maneira que Ele nos perdoa"
"Sempre querendo-vos! Meus filhos, aqui na Costa do Marfim, tendes que viver perdoando uns aos outros. São Josemaría, que era um santo que se fez santo através da luta de cada dia, dizia-nos: Eu não tive que aprender a perdoar porque o Senhor me ensinou a amar. Pois se amais verdadeiramente todos os Marfinenses, se vos amais nas famílias, se vos amais entre vizinhos, não tereis problemas para perdoar porque vereis uma alma de uma irmã, de um irmão, a quem há que ajudar e a quem há que facilitar que possa cumprir os seus deveres.
Para a frente, meus filhos! O Senhor abriu-vos um panorama para que vivais como fez Jesus Cristo, que foi à Cruz para nos perdoar. Que também vós vos sacrifiqueis para perdoar e para ajudar as pessoas, com carinho, a rectificarem as suas vidas e a reconstruírem todos este grande país da Costa do Marfim".
Para a frente, meus filhos! O Senhor abriu-vos um panorama para que vivais como fez Jesus Cristo, que foi à Cruz para nos perdoar. Que também vós vos sacrifiqueis para perdoar e para ajudar as pessoas, com carinho, a rectificarem as suas vidas e a reconstruírem todos este grande país da Costa do Marfim".
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, dirigindo-se a uma numerosa assistência na Costa do Marfim em Julho de 2011)
S. Teotónio – religioso (1082-1162)
Segundo a tradição, S. Teotónio nasceu em Ganfei, concelho de Valença, no Minho, em 1082. Foi confiado aos cuidados de seu tio, Crescêncio, Bispo de Coimbra. Em Viseu, foi ordenado presbítero onde foi prior da Sé. Neste cargo, usou de grande influência a favor do infante Afonso Henriques na luta pela independência contra sua mãe D. Teresa. Duas vezes foi a Jerusalém e aí aprendeu o desapego pelas coisas do mundo. Quiseram que ele fosse superior da comunidade dos cónegos regrantes de Santo Agostinho em Jerusalém mas ele recusou, regressando a Portugal.
Foi convidado pelo Arcebispo de Coimbra a fundar naquela cidade uma nova congregação de frades agostinhos, aquilo que se veio a tornar o mosteiro de Santa Cruz, do qual Teotónio foi eleito primeiro prior. Exerceu as suas funções, dando exemplo grandioso de virtudes, entre as quais sobressaía a sua humildade, austeridade e caridade para com os pobres. Por sua intercessão, o Senhor operava multidão de prodígios. A sua proximidade com D. Afonso Henriques tornou-o conselheiro espiritual do rei e da rainha, exortando-os à prática da caridade para com os vencidos nas batalhas e nos ataques aos castelos. Entre os seus amigos pessoais contava-se S. Bernardo de Claraval.
Em 1152 renunciou ao priorado de Santa Cruz e, em 1153, ao bispado de Coimbra, para que tinha sido convidado pelo Papa. Morreu em 1162 e a sua partida para a casa do Pai foi acompanhada, segundo a tradição, de sinais no céu e de prodigiosos milagres. Foi canonizado um ano após a sua morte.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Foi convidado pelo Arcebispo de Coimbra a fundar naquela cidade uma nova congregação de frades agostinhos, aquilo que se veio a tornar o mosteiro de Santa Cruz, do qual Teotónio foi eleito primeiro prior. Exerceu as suas funções, dando exemplo grandioso de virtudes, entre as quais sobressaía a sua humildade, austeridade e caridade para com os pobres. Por sua intercessão, o Senhor operava multidão de prodígios. A sua proximidade com D. Afonso Henriques tornou-o conselheiro espiritual do rei e da rainha, exortando-os à prática da caridade para com os vencidos nas batalhas e nos ataques aos castelos. Entre os seus amigos pessoais contava-se S. Bernardo de Claraval.
Em 1152 renunciou ao priorado de Santa Cruz e, em 1153, ao bispado de Coimbra, para que tinha sido convidado pelo Papa. Morreu em 1162 e a sua partida para a casa do Pai foi acompanhada, segundo a tradição, de sinais no céu e de prodigiosos milagres. Foi canonizado um ano após a sua morte.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
«Este é o Meu Filho muito amado»
Autor sírio anónimo
Homilia incorrectamente atribuída a Santo Efrém (a partir da trad. L'Année en fêtes, Migne 2000, p. 475 rev.)
Jesus levou Pedro, Tiago e João a um monte e mostrou-lhes, antes da Sua ressurreição, a glória da Sua divindade; deste modo, quando Ele ressuscitasse dos mortos na glória da Sua natureza divina, eles reconheceriam que Ele não recebera esta glória como recompensa dos Seus padecimentos, pois não precisava disso, mas que ela Lhe pertencia desde muito antes dos séculos, junto do Pai e com o Pai. Foi isso que Ele próprio disse ao aproximar-se a sua Paixão voluntária: «Pai, glorifica-Me com a glória que Eu tinha junto de Ti antes de o mundo ter sido criado» (Jo 17, 5). Foi esta glória da Sua divindade, misteriosamente oculta na Sua humanidade, que Ele revelou aos Seus apóstolos na montanha. Estes [...] viram dois sóis, um que resplandecia no céu como habitualmente, e outro que resplandecia de maneira estranha; um que iluminava o mundo do alto do firmamento e outro que brilhava somente para eles, com o rosto virado para eles. [...]
Então apareceram Moisés e Elias [...] e deram graças pelo facto de as suas palavras, como as de todos os profetas, terem sido concretizadas pela Sua vinda. E adoraram-No pela salvação que Ele operava a favor do mundo inteiro e pela concretização do mistério que eles haviam sido encarregados de anunciar. Deste modo, os apóstolos e os profetas sentiram-se inundados de alegria no cimo dessa montanha. Os profetas alegraram-se por ver a Sua humanidade, que não haviam podido conhecer anteriormente; os apóstolos alegraram-se por ver a glória da Sua divindade, que ainda não conheciam, e por ouvir a voz do Pai dar testemunho de Seu Filho. Por ela e pela glória da Sua divindade que resplandecia do Seu corpo, descobriram a Sua encarnação, que até então desconheciam.
Homilia incorrectamente atribuída a Santo Efrém (a partir da trad. L'Année en fêtes, Migne 2000, p. 475 rev.)
Jesus levou Pedro, Tiago e João a um monte e mostrou-lhes, antes da Sua ressurreição, a glória da Sua divindade; deste modo, quando Ele ressuscitasse dos mortos na glória da Sua natureza divina, eles reconheceriam que Ele não recebera esta glória como recompensa dos Seus padecimentos, pois não precisava disso, mas que ela Lhe pertencia desde muito antes dos séculos, junto do Pai e com o Pai. Foi isso que Ele próprio disse ao aproximar-se a sua Paixão voluntária: «Pai, glorifica-Me com a glória que Eu tinha junto de Ti antes de o mundo ter sido criado» (Jo 17, 5). Foi esta glória da Sua divindade, misteriosamente oculta na Sua humanidade, que Ele revelou aos Seus apóstolos na montanha. Estes [...] viram dois sóis, um que resplandecia no céu como habitualmente, e outro que resplandecia de maneira estranha; um que iluminava o mundo do alto do firmamento e outro que brilhava somente para eles, com o rosto virado para eles. [...]
Então apareceram Moisés e Elias [...] e deram graças pelo facto de as suas palavras, como as de todos os profetas, terem sido concretizadas pela Sua vinda. E adoraram-No pela salvação que Ele operava a favor do mundo inteiro e pela concretização do mistério que eles haviam sido encarregados de anunciar. Deste modo, os apóstolos e os profetas sentiram-se inundados de alegria no cimo dessa montanha. Os profetas alegraram-se por ver a Sua humanidade, que não haviam podido conhecer anteriormente; os apóstolos alegraram-se por ver a glória da Sua divindade, que ainda não conheciam, e por ouvir a voz do Pai dar testemunho de Seu Filho. Por ela e pela glória da Sua divindade que resplandecia do Seu corpo, descobriram a Sua encarnação, que até então desconheciam.
O testemunho dos profetas leva ao testemunho dos apóstolos
Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Sobre o Salmo 45,2
O Senhor Jesus quis que Moisés subisse sozinho à montanha, mas Josué juntou-se a ele (cf Ex 24,13). Também no Evangelho, foi a Pedro, Tiago e João, de entre todos os discípulos, que revelou a glória da Sua ressurreição. Queria, assim, que o Seu mistério permanecesse oculto e avisou-os frequentemente de que não anunciassem facilmente o que tinham visto a qualquer pessoa, para que um ouvinte demasiado fraco não encontrasse aí um obstáculo que impedisse o seu espírito inconstante de receber estes mistérios em todo o seu poder. Porque até o próprio Pedro «não sabia o que dizia», pois acreditava ser preciso erguer três tendas para o Senhor e para os Seus companheiros. Em seguida, não conseguiu suportar o brilho da glória do Senhor que Se transfigurava e caiu por terra (Mt 17,6), como caíram também «os filhos do trovão» (Mc 3,17), Tiago e João, quando a nuvem os cobriu. [...]
Adentraram-se, portanto, na nuvem para conhecer o que era secreto e escondido e foi lá que escutaram a voz de Deus que dizia: «Este é o Meu Filho muito amado, em Quem pus toda a Minha complacência: escutai-O». Que significa: «Este é o Meu Filho muito amado»? Quer dizer: Simão Pedro não te enganes!, pois não deves colocar o Filho de Deus ao nível dos servos. «Este é o Meu Filho: Moisés não é Meu filho, Elias não é Meu filho, embora um tivesse aberto o céu e o outro o tivesse fechado». Com efeito, um e outro, pela Palavra do Senhor, venceram um elemento da natureza (cf Ex 14;1R 17,1), mas não fizeram senão o ministério de se pôr ao serviço d'Aquele que abriu as águas e fechou, através das secas, o céu, que depois se desfez em chuva, quando Ele quis.
Onde se trata dum simples anúncio da ressurreição, pede-se o auxílio ao ministério dos servos, mas onde se mostra a glória do Senhor que ressuscita, a glória dos servos cai na obscuridade. Pois, quando se levanta, o sol obscurece as estrelas e as suas luzes desaparecem todas, face ao brilho do eterno Sol da justiça (Ml 3,20).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sobre o Salmo 45,2
O Senhor Jesus quis que Moisés subisse sozinho à montanha, mas Josué juntou-se a ele (cf Ex 24,13). Também no Evangelho, foi a Pedro, Tiago e João, de entre todos os discípulos, que revelou a glória da Sua ressurreição. Queria, assim, que o Seu mistério permanecesse oculto e avisou-os frequentemente de que não anunciassem facilmente o que tinham visto a qualquer pessoa, para que um ouvinte demasiado fraco não encontrasse aí um obstáculo que impedisse o seu espírito inconstante de receber estes mistérios em todo o seu poder. Porque até o próprio Pedro «não sabia o que dizia», pois acreditava ser preciso erguer três tendas para o Senhor e para os Seus companheiros. Em seguida, não conseguiu suportar o brilho da glória do Senhor que Se transfigurava e caiu por terra (Mt 17,6), como caíram também «os filhos do trovão» (Mc 3,17), Tiago e João, quando a nuvem os cobriu. [...]
Adentraram-se, portanto, na nuvem para conhecer o que era secreto e escondido e foi lá que escutaram a voz de Deus que dizia: «Este é o Meu Filho muito amado, em Quem pus toda a Minha complacência: escutai-O». Que significa: «Este é o Meu Filho muito amado»? Quer dizer: Simão Pedro não te enganes!, pois não deves colocar o Filho de Deus ao nível dos servos. «Este é o Meu Filho: Moisés não é Meu filho, Elias não é Meu filho, embora um tivesse aberto o céu e o outro o tivesse fechado». Com efeito, um e outro, pela Palavra do Senhor, venceram um elemento da natureza (cf Ex 14;1R 17,1), mas não fizeram senão o ministério de se pôr ao serviço d'Aquele que abriu as águas e fechou, através das secas, o céu, que depois se desfez em chuva, quando Ele quis.
Onde se trata dum simples anúncio da ressurreição, pede-se o auxílio ao ministério dos servos, mas onde se mostra a glória do Senhor que ressuscita, a glória dos servos cai na obscuridade. Pois, quando se levanta, o sol obscurece as estrelas e as suas luzes desaparecem todas, face ao brilho do eterno Sol da justiça (Ml 3,20).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 18 de Fevereiro de 2012
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e conduziu-os sós, à parte, a um monte alto, e transfigurou-Se diante deles. As Suas vestes tornaram-se resplandecentes, de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra os poderia tornar tão brancos. Depois apareceu-lhes Elias com Moisés, que estavam a falar com Jesus. Pedro tomando a palavra disse a Jesus: «Rabi, que bom é nós estarmos aqui; façamos três tendas: uma para Ti, uma para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atónitos de medo. E formou-se uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem saíu uma voz que dizia: «Este é o meu Filho muito amado, ouvi-O». Olhando logo à volta de si, não viram mais ninguém com eles senão Jesus. Ao descerem do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos. Observaram esta ordem, mas perguntavam-se o que queria dizer “quando tiver ressuscitado dos mortos”. Interrogaram-n'O dizendo: «Porque dizem os escribas que Elias deve vir primeiro?». Jesus respondeu-lhes: «Elias efectivamente há-de vir primeiro e pôr tudo em ordem. Mas como é que está escrito acerca do Filho do Homem, que terá que sofrer muito e ser desprezado? Pois, Eu digo-vos que Elias já veio, e fizeram dele quanto quiseram, como está escrito dele».
Mc 9, 2-13
Mc 9, 2-13