quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

80 mil abortos 'por opção' desde 2007, 13 mil reincidentes

Desde 2007 realizaram-se em Portugal mais de 80 mil abortos "por opção da mulher", revela um estudo da Federação Portuguesa Pela Vida (FPV) feito com base nos dados oficiais disponíveis.
Segundo o estudo, realizado a propósito dos cinco anos do referendo da despenalização do aborto, que se assinala no sábado, a reincidência "tem vindo a aumentar consideravelmente".
 Só em 2010 houve 4.651 repetições de aborto, das quais 978 representaram duas ou mais repetições, revela o estudo, que usa dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Estatística (INE), até 2010.
No ano em que o aborto foi despenalizado, 1.270 mulheres reincidiram, 306 das quais duas ou mais vezes. O número de mulheres que fizeram mais do que um aborto passou para 3.549 em 2008 e para 4.004 em 2009.
Além disso, desde o primeiro ano da lei, houve um aumento de 30% no número de abortos anuais: 15 mil no primeiro ano e 19 mil nos seguintes (de 15 mil em 2008 para 34 mil em 2009 e 54 mil em 2010).
Os dados oficiais apontam para 62.478 abortos "por opção da mulher" no final de 2010, sendo que os 80 mil até final de 2011 são "estimativas".
O estudo da FPV indica ainda que "as complicações do aborto legal para a mulher têm vindo a aumentar todos os anos, registando-se mesmo uma morte em 2010 (facto que não acontecia desde 1987)".
 Ao nível das complicações graves (infeção e perfuração dos órgãos), registaram-se nove casos em 2008, 22 em 2009 e 37 em 2010, embora os dados relativos a este ano sejam ainda provisórios.
No que respeita ao total de complicações (que inclui "outras complicações", além das mais graves), houve 1.083 em 2010 (5,6% em relação ao total de abortos), quase o dobro das complicações registadas em 2008: 550 (3% em relação ao total desse ano).
No entanto, as complicações associadas a abortos clandestinos baixaram consideravelmente desde 2008.
O estudo revela ainda que a intensidade do aborto é maior nas mulheres mais instruídas, com idades compreendidas entre os 20 e os 35 anos.
"Os dados do aborto fornecidos pela Direção-Geral de Saúde têm vindo a perder transparência e rigor: não há relatórios semestrais desde 2009 e a informação contida nos relatórios é menor desde 2007", denuncia a FPV.
Esta associação cita ainda conclusões do relatório de atividades de 2010 da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), relativo a estabelecimentos públicos, que dão conta da falta de equipas multidisciplinares em alguns casos, de incumprimento de procedimentos legalmente instituídos e das "não raras vezes" em que é necessário recorrer ao aborto cirúrgico por insucesso dos medicamentos.
Os mesmos relatórios apontam também para a realização de abortos cirúrgicos por aspiração "com sondas metálicas e não descartáveis", sem aspiradores específicos para o fim e para a existência de "falhas no que respeita aos equipamentos que devem existir".
No que respeita às clínicas privadas, as queixas são praticamente as mesmas, acrescidas de registos [clínicos] inexistentes, em branco ou incompletos.
O estudo sobre a "evolução da realidade do aborto em Portugal" é apresentado sexta-feira à tarde.

Fonte DN online
O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. 
(Bento XVI in Mensagem para a Quaresma de 2012)

Amar a Cristo...

Senhor viver-se coerentemente segundo os Vossos ensinamentos, nunca foi fácil e não constitui surpresa. 
Peco-te que me mantenhas a cerviz direita para jamais abdicar de viver segundo a Tua Luz e poder andar de cabeça bem erguida, mesmo se circunstancialmente não agrade a alguns dos meus irmãos católicos.
Louvado sejais por tudo o que me ensinaste!


JPR

Imitação de Cristo, 1,4,1

Não se há de dar crédito a toda palavra nem a qualquer impressão, mas cautelosa e naturalmente se deve, diante de Deus, ponderar as coisas. Mas, ai! Que mais facilmente acreditamos e dizemos dos outros o mal que o bem, tal é a nossa fraqueza. As almas perfeitas, porém, não crêem levianamente em qualquer coisa que se lhes conta, pois conhecem a fraqueza humana inclinada ao mal e fácil de pecar por palavras.

Comunhão dos Santos

Vivei uma particular Comunhão dos Santos: e cada um sentirá, à hora da luta interior, e à hora do trabalho profissional, a alegria e a força de não estar só. (Caminho, 545)

Há instantes, antes do lavabo, invocámos o Espírito Santo, pedindo-Lhe que abençoasse o Sacrifício oferecido ao Seu Santo Nome. Terminada a purificação, dirigimo-nos à Trindade – Suscipe, Sancta Trinitas –, para que receba o que apresentamos em memória da Vida, da Paixão, da Ressurreição e da Ascensão de Cristo, em honra de Maria, sempre Virgem, e em honra de todos os santos.

A oblação deve redundar em benefício de todos – Orate, fratres, reza o sacerdote –, porque este sacrifício é meu e vosso, de toda a Igreja Santa. Orai, irmãos, mesmo que sejam poucos os que se encontram reunidos, mesmo que se encontre materialmente presente apenas um cristão ou até só o celebrante, porque uma Missa é sempre o holocausto universal, o resgate de todas as tribos e línguas e povos e nações!

Todos os cristãos, pela comunhão dos Santos, recebem as graças de cada Missa, quer se celebre diante de milhares de pessoas, quer haja apenas como único assistente um menino, possivelmente distraído, a ajudar o sacerdote. Tanto num caso como noutro, a Terra e o Céu unem-se para entoar com os Anjos do Senhor: Sanctus, Sanctus, Sanctus... (Cristo que passa, 89)

São Josemaría Escrivá

A caridade no respeito da diversidade

«…a caridade sincera, sem fingimento, como S. Paulo recomenda [Cfr. 2 Cor 6, 6], estreita os laços que mantêm e asseguram a fraternidade de pessoas muito diferentes entre si, sem menosprezar a legítima diversidade de ideias e atuações temporais.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei, na sua carta de Fevereiro 2012)

'ÉTICA BESTIAL' por Gonçalo Portocarrero de Almada

Nas suas Memórias do Tempo de Vésperas, o Prof. Adriano Moreira conta que era da praxe dos finalistas de Direito uma visita ao Jardim Zoológico, a cuja direcção então presidia o Prof. Emídio da Silva. Com picardia universitária, o representante do curso cumprimentava-o nos seguintes termos: «Estando no Jardim Zoológico, não podíamos deixar de visitar o Senhor Professor!». O mestre, imperturbável, respondia com amável hospitalidade: «Estão em vossa casa!». 

A propósito de animais, o «The New York Times» recentemente noticiou terem sido detectados comportamentos «homossexuais» em 450 espécies zoológicas, entre as quais cita as moscas de esterco e alguns primatas. Muito embora tais atitudes sejam, também no reino animal, absolutamente invulgares, porque a regra é o acasalamento entre machos e fêmeas, não faltou quem quisesse transpor essa excepção para a sexualidade humana, concluindo a «naturalidade» dos comportamentos homossexuais. 

A referência a uma eventual «homossexualidade» animal não é inocente, porque indicia uma oculta intenção: a de humanizar os comportamentos animais ou, melhor dizendo, animalizar a sexualidade humana. Assim, a principal referência seria agora a etiologia animal, convertida em padrão do que é genuinamente natural e, por isso, normal, ou seja, norma social e ética universal. Porque o que é natural, é bom.

É antiga a ambiguidade neste âmbito. Quando o Bambi chora de dor, o Dumbo é um exemplo de lealdade na amizade e o rei da selva é trespassado pelas setas de Cupido, não é apenas o mundo irracional que é antropomorfizado, mas a condição humana que é reduzida à mera dimensão animal. O que é humanamente natural já não é o racional e social, mas o que é mais imediato e mais instintivo, o que é primário e espontâneo.

Mas, afinal, o que é natural?! Num ser irracional, o instinto é normal, mas não assim na criatura racional. É natural que um cão satisfaça publicamente as suas necessidades fisiológicas, mas já não seria natural que o seu dono procedesse do mesmo modo. É por isso que não é notícia que um cão morda um homem, mas sim o contrário. Natural, no homem, não é apenas nem principalmente o que é inato, mas o que é de acordo com a sua natureza, ou seja, racional.

É natural ganir ou ladrar, mas não para um ser humano, para quem não seriam normais tais irracionalidades. Mesmo quando o homem, dada a sua condição corpórea ou «animal», é acometido por alguma irreprimível reacção orgânica, como espirrar, bocejar, ou transpirar, procura racionalizar e socializar essas manifestações físicas, pois uma atitude de total desinibição seria inconveniente e irracional e, portanto, anormal. 

A ética não é meramente descritiva do que são as pulsões inatas do indivíduo, mas a racionalização das suas tendências imediatas em ordem ao bem comum: é próprio do ser humano viver de uma forma inteligente a sua atracção sexual, pelo que não faz sentido procurar, no reino animal, referências que possam pautar o comportamento humano. Legitimar o que é instintivo e animal, à conta de que é natural, é renunciar à dignidade da criatura racional e rebaixar o homem à sua condição animal, abdicando do que lhe é próprio e específico, ou seja, a sua dimensão intelectual e espiritual.

Todos os seres humanos, quaisquer que sejam as suas tendências ou opções, merecem todo o respeito devido à sua dignidade, mas isso não implica a legitimação de todos os seus actos. Um documentário sobre bisontes rematava com a seguinte «moral»: o homem tem muito a aprender com estes animais! Não me senti minimamente aludido, não sei se por não me seduzirem as manadas. Mas há quem ache consoladora a analogia entre certos comportamentos humanos e as práticas sexuais de algumas moscas e macacos que, segundo a referida fonte, têm, por via de excepção, relacionamentos íntimos com animais do seu mesmo género. Convenhamos que, se esse é o paradigma da sua moralidade, essa ética é mesmo … bestial.

Gonçalo Portocarrero de Almada

'Desabafo' para que a memória não se apague

Recordemo-la jovem e saudável
Quando soube da morte de Eluana Englaro em Itália após 17 anos em estado de coma, pedi ao Senhor que a recebesse no seu Reino e que perdoasse o Pai desta jovem italiana pela falta de visão sobrenatural do sofrimento, pois dificilmente concebo que tenha agido pensando exclusivamente que estaria a servir o interesse da filha. Ter-se-á sentido aliviado provavelmente e isso tê-lo-á consolado momentaneamente, embora esquecendo-se que não lhe cabia decidir sobre a vida filha, pois ela era de Deus e só Dele, que nos criou.

Também sou Pai com dois filhos em idades precisamente de menos uma ano um e de mais um, a minha filha, em relação a Eluana , é certo que o Senhor não me pediu para suportar o sofrimento a que esteve e certamente ainda estará submetido o Pai desta, mas espero estar preparado para tudo o que for a sua vontade, doutra forma não faria sentido rezar-Lhe todos os dias na Santa Missa ou no Terço «seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu» e é a Ele que pertence a nossa vida, e em circunstância alguma temos o direito, seja em que contexto for, de dispor dela, por muito grande que seja o nosso sofrimento, antes devemos ser fortes e oferecer-Lhe esse mesmo sofrimento certos de que nos dará «cem por um» (Mc 4, 8).

Amanhã já ninguém falará de Eluana, deixará de ser notícia e de arma de arremesso contra a Igreja, mas infelizmente continuar-se-ão a cometer violações brutais contra a vida e haverá quem capitalize politicamente com o tema.

A este propósito, ocorreu-me um discurso recente do Presidente Obama num templo, em que de uma forma surpreendentemente leviana, populista e demagógica citava as Sagradas Escrituras, para justificar o injustificável, ou seja, que o agradar à sociedade requeria equilíbrio em que os valores não contam desde que se esteja a contribuir para o agrado de uma maioria. Pois é, Hitler quando subiu ao poder também obteve uma maioria relativa nas eleições e é unanimemente reconhecido que no auge do seu regime, era apoiado pela maioria do povo alemão, e depois viu-se.

Palavras como consciência e valores de nada valem, se pronunciadas em alguns ambientes, demasiados para o meu conceito de vida, são sinónimo de chacota e segregação, mas o Senhor não nos prometeu vida terrena fácil, mas em contrapartida prometeu-nos o Reino dos Céus e Ele merece todos os sacrifícios e provações a que possamos ser submetidos.

Lisboa, 8 de Fevereiro de 2009


JPR

A importância dos leigos

"Uma vez mais se vê aqui a necessidade de contar com leigos católicos comprometidos, eloquentes e bem formados, dotados de um forte sentido crítico frente à cultura dominante e com audácia para contrariar um secularismo redutor que negaria a legitimidade da participação da Igreja no debate público sobre questões que são decisivas para o futuro da sociedade americana."

(Bento XVI em discurso a um grupo de bispos dos Estados Unidos em visita ad limina’ em 2012)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975

“Meus filhos, aquele ignem veni mittere in terram, vim trazer fogo à terra, deve-nos queimar a alma. E temos de estar decididos, absolutamente decididos, a dizer ao Senhor:ecce ego quia vocasti me!, aqui me tens!, porque me chamaste a ser cristão”, diz perante milhares de pessoas em Caracas, Venezuela.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

A oração humilde e perseverante

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia, seguidamente Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja
Homília «Que Cristo seja anunciado», 12-13; PG 51, 319-320 
Uma cananeia aproximou-se de Jesus e pôs-se a suplicar-Lhe em grandes brados pela filha, que estava possuída pelo demónio. [...] Esta mulher, uma estrangeira, uma bárbara sem nenhuma relação com a comunidade judaica, o que era se não uma cadela indigna de obter que pedia? «Não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» No entanto, a sua perseverança fez com que merecesse ser atendida. À que era apenas uma cadela, Jesus elevou-a à nobreza dos filhos pequenos; mais ainda, cobriu-a de elogios; ao despedi-la, disse-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas» (Mt 15, 28). Quando ouvimos Cristo dizer: «Grande é a tua fé», não precisamos de procurar outra prova da grandeza de alma desta mulher. Vede como ela apagou a sua indignidade pela sua perseverança. E reparai igualmente que obtemos mais do Senhor pela nossa oração que pela oração dos outros.

«Jesus foi para a região de Tiro»

Isaac de l'Étoile (? - c. 1171), monge cistercense 
Sermão 33, 1º para o 2º Domingo de Quaresma

«Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e Sídon» (Mt 15, 21). Quando «o Verbo Se fez homem e veio habitar connosco» (Jo1, 14), saiu do Pai para vir ao mundo (Jo 16, 28). «Ele, que é de condição divina», saiu da Sua pátria para «Se esvaziar de Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fil 2,6-7), «carne idêntica à do pecado» (Rom 8, 3), a fim de ser encontrado pelos que saem do seu território para irem ao encontro dEle na região de Tiro e Sídon. [...] Pois esta mulher Cananeia sai do interior do seu território (Mt 15, 22), e encontra, na fronteira da sua região, o médico que vem voluntariamente, que por misericórdia sai da Sua região, que com bondade Se apresenta numa região estrangeira, ao doente que não teria podido abordá-lO caso Ele tivesse permanecido em casa. Como Deus bem-aventurado, justo e forte, Ele estava no alto, e era interdito ao homem miserável subir até Ele. [...] Por conseguinte, cheio de compaixão, fez o que correspondia à piedade: veio Ele até junto do pecador. [...]

Saiamos, por conseguinte, irmãos, saiamos, cada um por si, do lugar da nossa própria injustiça. [...] Odiai o pecado, e então saíreis do pecado. Odiais o pecado, e reencontrastes Cristo onde Ele se encontra. [...] Mas direis que até isso é demasiado para vós, e que, sem a graça de Deus, é impossível ao homem odiar o pecado, desejar a justiça, desejar não pecar e querer arrepender-se. «Dêem graças ao Senhor, pelo seu amor e pelas suas maravilhas em favor dos homens!» (Sl 106, 8) Com efeito, se foi pela Sua graça que Ele Se retirou claramente para a região de Tiro e Sídon, onde a mulher O poderia encontrar, foi também por graça que tirou secretamente esta mulher da sua morada mais interior. [...]

Esta mulher simboliza a Igreja, predestinada eternamente, chamada e justificada no tempo, destinada à glória no fim dos tempos (Rom 8, 30), que sem interrupção roga pela sua filha, quer dizer, por cada um dos eleitos.

«Os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas dos filhos»

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero em Antioquia e depois bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de Mateus, nº 52, § 2


Ao aproximar-se de Jesus, a Cananeia só diz estas palavras: «Tem piedade de mim» (Mt 15,22), e os seus gritos redobrados atraem um grande número de pessoas. Era um espectáculo comovente, ver uma mulher gritar com tanta emoção, uma mãe implorar pela sua filha, uma criança tão duramente maltratada. [...] Ela não diz: «tem piedade da minha filha», mas: «tem piedade de mim». «A minha filha não se apercebe do seu mal; eu, pelo contrário, experimento mil sofrimentos, fico doente de a ver naquele estado, fico quase louca de a ver assim.» [...]


Jesus responde-lhe: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel» (Mt 15,24). Que faz a Cananeia depois de ter escutado estas palavras? Vai-se embora em silêncio? Perde a coragem? Não! Insiste ainda mais. Não é isso que nós fazemos: quando não somos atendidos, retiramo-nos desencorajados, quando o que era preciso era insistir com mais ardor. Quem, na verdade, não ficaria desencorajado com a resposta de Jesus? O Seu silêncio seria suficiente para eliminar toda a esperança. [...] Mas esta mulher não perde a coragem, pelo contrário, aproxima-se mais e prostra-se dizendo: «Socorre-me, Senhor (v. 25). [...] Se eu fosse um cãozinho nesta casa, já não seria uma estrangeira. Sei muito bem que a comida é necessária aos filhos [...], mas não se pode proibi-los de dar as migalhas aos cães. Não mas deves recusar [...], porque eu sou o cãozinho que não se pode mandar embora.»


E, como já previa a Sua resposta, Cristo demorou a satisfazer-lhe a prece. [...] As Suas respostas não se destinavam a fazer sofrer a mulher, mas a revelar esse tesouro escondido.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 9 de Fevereiro de 2012

Partindo dali, foi Jesus para os confins de Tiro e de Sidónia. Tendo entrado numa casa, não queria que ninguém o soubesse, mas não pôde ocultar-Se, pois logo uma mulher, cuja filha estava possessa do espírito imundo, logo que ouviu falar d'Ele, foi lançar-se a Seus pés. Era uma mulher gentia, de origem sirofenícia. Suplicava-lhe que expulsasse da sua filha o demónio. Jesus disse-lhe: «Deixa que primeiro sejam fartos os filhos, porque não está certo tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães». Mas ela respondeu-Lhe: «Assim é, Senhor, mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, das migalhas que caem dos filhos». Ele disse-lhe: «Por esta palavra que disseste, vai, que o demónio saiu da tua filha». Voltando para casa, encontrou a menina deitada na cama, e o demónio tinha saído dela.


Mc 7, 24-30