sábado, 7 de janeiro de 2012

Jesus sol que orienta a existência da humanidade inteira

"Jesus é o sol que apareceu no horizonte da humanidade para iluminar a existência pessoal de cada um de nós", afirmou o Pontífice durante o Angelus de 6 de Janeiro, Solenidade da Epifania do Senhor.

Prezados irmãos e irmãs

Hoje, solenidade da Epifania do Senhor, ordenei na Basílica de São Pedro dois novos Bispos, e assim perdoai-me o atraso. Esta solenidade da Epifania é uma festa muito antiga, que tem a sua origem no Oriente cristão e põe em evidência o mistério da manifestação de Jesus Cristo a todos os povos, representados pelos Magos que vieram adorar o Rei dos judeus, recém-nascido em Belém, como narra o Evangelho de São Mateus (cf. 2, 1-12). Aquela "luz nova" que se acendeu na noite de Natal (cf. Prefácio de Natal I), hoje começa a resplandecer no mundo, como sugere a imagem da estrela, um sinal celeste que chamou a atenção dos Magos e que os orientou na sua viagem rumo à Judeia.

Todo o período do Natal e da Epifania é caracterizado pelo tema da luz, ligado também ao facto de que, no hemisfério norte, depois do solstício de Inverno, o dia recomeça a aumentar em relação à noite. Mas, para além da sua posição geográfica, para todos os povos vale a palavra de Cristo: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue, não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8, 12). Jesus é o sol que apareceu no horizonte da humanidade para iluminar a existência pessoal de cada um de nós e para nos orientar todos juntos rumo à meta da nossa peregrinação, rumo à terra da liberdade e da paz, onde viveremos para sempre em plena comunhão com Deus e entre nós.

O anúncio deste mistério de salvação foi confiado por Cristo à sua Igreja. "Ele - escreve são Paulo - foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito: os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho" (Ef 3, 5-6). O convite que o profeta Isaías dirigia à cidade santa de Jerusalém pode ser aplicado à Igreja: "Levanta-te e resplandece, porque está a chegar a tua luz! A glória do Senhor amanhece sobre ti! Olha, as trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos, mas sobre ti amanhecerá o Senhor. A sua glória vai aparecer sobre ti!" (Is 60, 1-2). É assim, como diz o Profeta: o mundo, com todos os seus recursos, não é capaz de dar à humanidade a luz para orientar o seu caminho. Vemos isto também nos nossos dias: a civilização ocidental parece ter perdido a orientação, navega à vista. Mas a Igreja, graças à Palavra de Deus, vê através destas trevas. Não possui soluções técnicas, mas mantém o olhar dirigido para a meta, e oferece a luz do Evangelho a todos os homens de boa vontade, de qualquer nação e cultura.

Esta é também a missão dos Representantes pontifícios junto dos Estados e Organizações internacionais. Precisamente hoje de manhã, como já disse, tive a alegria de conferir a Ordenação episcopal a dois novos Núncios Apostólicos. Confiemos à Virgem Maria o seu serviço e a obra evangelizadora de toda a Igreja.

Bento XVI  na Angelus na Solenidade da Epifania do Senhor

(© L'Osservatore Romano - 7 de Janeiro de 2012)

Obrigado por Ti querido Jesus...




... pois sem Ti não conheceria a primeira Tenda da Nova Aliança, Maria Santíssima, que com todo o amor maternal Te concebeu na graça do Divino Espírito Santo.

“A riqueza da fé”

Não sejas pessimista. – Não sabes que tudo quanto sucede ou pode suceder é para bem? – O teu optimismo será a consequência necessária da tua fé. (Caminho, 378)

No meio das limitações inseparáveis da nossa situação presente, porque o pecado ainda habita em nós de algum modo, o cristão vê com nova clareza toda a riqueza da sua filiação divina, quando se reconhece plenamente livre porque trabalha nas coisas do seu Pai, quando a sua alegria se torna constante por nada ser capaz de lhe destruir a esperança.

Pois é também nesse momento que é capaz de admirar todas as belezas e maravilhas da Terra, de apreciar toda a riqueza e toda a bondade, de amar com a inteireza e a pureza para que foi criado o coração humano.

Também é nessa altura que a dor perante o pecado não degenera num gesto amargo, desesperado ou altivo porque a compunção e o conhecimento da fraqueza humana conduzem-no a identificar-se outra vez com as ânsias redentoras de Cristo e a sentir mais profundamente a solidariedade com todos os homens. É então, finalmente, que o cristão experimenta em si com segurança a força do Espírito Santo, de tal maneira que as suas quedas pessoais não o abatem; são um convite a recomeçar e a continuar a ser testemunha fiel de Cristo em todas as encruzilhadas da Terra, apesar das misérias pessoais, que nestes casos costumam ser faltas leves, que apenas turvam a alma; e, ainda que fossem graves, acudindo ao Sacramento da Penitência com compunção, volta-se à paz de Deus e a ser de novo uma boa testemunha das suas misericórdias.

Tal é, em breve resumo que mal consegue traduzir em pobres palavras humanas a riqueza da fé, a vida do cristão, quando se deixa guiar pelo Espírito Santo. (Cristo que passa, 138)

São Josemaría Escrivá

«Hoje, Senhor, revelaste o Teu Filho único às nações» (Colecta)

Levanta-te e resplandece, Jerusalém, que está a chegar a tua luz (Is 60,1). Abençoada sejas, Luz «vinda em nome do Senhor»! «O Senhor é Deus; Ele tem-nos iluminado!» (Sl 118,26-27). Pela Sua benevolência, este dia santificado pela iluminação da Igreja brilhou sobre nós. É por isso que Te damos graças, «Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9), e que foi precisamente para isso que vieste ao mundo, tomando forma humana. Ela resplandece sobre Jerusalém, nossa mãe (cf Gl 4,26), mãe de todos os que mereceram ser iluminados; e ilumina, desde agora, todos os que estão no mundo. Damos-Te graças, Luz verdadeira: fizeste-Te Luz para iluminar Jerusalém e para que o Verbo, a Palavra de Deus, Se tornasse «farol para os meus passos» (Sl 119,105). [...] Ela não foi apenas iluminada: foi «colocada sobre um candelabro» de ouro maciço (Mt 5,15; Ex 25,31). Ei-la que se tornou «uma cidade situada sobre um monte» (Mt 5,14) [...] para que o Seu Evangelho brilhe em toda a extensão dos impérios do mundo. [...]


Ó Deus, Tu que iluminas todas a nações, para Ti cantámos: «o Senhor virá e iluminará os olhos dos Seus servos». Agora vieste, ó minha Luz: «Ilumina os meus olhos para não adormecer na morte» (Sl 13,4). [...] Tu vieste, Luz dos crentes, e hoje deste-nos a alegria de sermos iluminados pela fé, que é a nossa lâmpada. Dá-nos ainda e sempre a alegria de ver iluminar-se em nós aquilo que continua a ser trevas. [...]


Eis o caminho que tens de tomar, alma fiel, para chegar à pátria onde «as trevas tornar-se-ão como o meio-dia» (Is 58,10) e a «noite será [...] brilhante como o dia» (Sl 139,12). E «quando vires isto, ficarás radiante de alegria; o teu coração palpitará e se dilatará» quando a terra se encher da majestade da luz infinita e a «Sua glória aparecer sobre ti» (Is 60,5.2). [...] «Vinde, [...] caminhemos à luz do Senhor» (Is 2,5). Então, «como filhos da Luz», caminharemos «de glória em glória, pelo Senhor que é Espírito» (2Co 3,18).


Beato Guerric d'Igny (c. 1080-1157), abade cistercience
3º Sermão para a Epifania


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de Domingo dia 8 de Janeiro de 2012 (Solenidade da Epifania em Portugal)

Tendo nascido Jesus em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que uns Magos vieram do Oriente a Jerusalém, dizendo: «Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Porque nós vimos a Sua estrela no Oriente e viemos adorá-l'O». Ao ouvir isto, o rei Herodes turbou-se, e toda a Jerusalém com ele. E, convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. Eles disseram-lhe: «Em Belém de Judá, porque assim foi escrito pelo profeta: “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que apascentará Israel, Meu povo”». Então Herodes, tendo chamado secretamente os Magos, inquiriu deles cuidadosamente acerca do tempo em que lhes tinha aparecido a estrela; depois, enviando-os a Belém, disse: «Ide, informai-vos bem acerca do Menino, e, quando O encontrardes, comunicai-mo, a fim de que também eu O vá adorar». Tendo ouvido as palavras do rei, eles partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que, chegando sobre o lugar onde estava o Menino, parou. Vendo novamente a estrela, ficaram possuídos de grandíssima alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram; e, abrindo os seus tesouros ofereceram-Lhe presentes de ouro, incenso e mirra. Em seguida, avisados em sonhos por Deus para não tornarem a Herodes, voltaram para a sua terra por outro caminho.


Mt 2, 1-12

'Nunca contratei uma pessoa por ser do Opus Dei' (entrevista de Jardim Gonçalves ao 'Sol')

Foto não corresponde ao momento da entrevista

Numa entrevista exclusiva ao SOL, Jardim Gonçalves abre o livro da sua vida e conta por que entrou para o Opus Dei. O fundador do BCP não foge às comparações com a Maçonaria, mas recusa que a Obra seja um centro de poder ou de influência.

É em Espanha que recebe o convite para o Opus Dei?
Nessa altura o meu empenho era não conviver com portugueses, que estavam sempre a conspirar… Eu e a minha família só convivíamos com espanhóis. A minha mulher andava à procura de colégios e sugeriram-lhe os Colégios de Fomento e é aí que entro em contacto com a Obra, ficando disponível para receber a sua formação. Não há votos, nem votinhos!

Porque entrou para o Opus Dei?
Repare: nós vivemos até aos 70 anos com o leite da mamã? Não! A catequese que nos é dada até à primeira comunhão e depois umas conversas com que nos ‘besuntam’ pelo crisma, serão suficientes? Os cursos de preparação para os noivos que se fazem na paróquia uns dias antes de as pessoas casarem são suficientes para um casal viver 60 anos em boa harmonia? Não. Precisamos de suportes, apoios, doutrinas…

Há quem defenda que os maçons que sejam titulares de cargos públicos devem tornar pública essa condição. Concorda?
É difícil responder, porque não sei o que é ser maçon e nem sei aonde fica [risos]. Toda a gente sabe que a sede do Opus Dei é no Lumiar, pode ir ao site, as cartas do prelado são públicas… Durante o Estado Novo, os funcionários públicos tinham que declarar que não pertenciam a nenhuma organização subversiva ou que pusesse em causa a segurança do Estado, mas isso foi com o Salazar… Ainda assinei isso. Nem eu nem a minha mulher teríamos sido funcionários se não assinássemos. E não tem mal nenhum assinar isso.

No Reino Unido os detentores de cargos públicos são obrigados a revelar se pertencem à Maçonaria.
Ai sim? Então não há liberdade de se ser algo. A Carta Magna não deve obrigar as pessoas a dizer o seu credo. Duvido que em Portugal seja legal obrigar alguém a dizer que é budista, católico ou protestante. Mas a Maçonaria, daquilo que sei, nada tem a ver com religião.

Nunca foi convidado para a Maçonaria?
Não. Mas agora ando a ler alguns livros, como o O Maçon de Viena. Mas comparar a Maçonaria com o Opus Dei é um erro porque, daquilo que sei, não são comparáveis. O Opus Dei é Igreja e há um bispo para quem quer receber determinada formação.

Mas podemos reconhecer que ambas as organizações são centros de poder.
Não, não podemos.

Há quem defenda que uma pessoa, sendo do Opus Dei, pode ter uma progressão social e profissional mais rápida…
Não cheguei a presidente de bancos por ir à missa, isso posso garantir [risos].

Mas cria-se uma rede de contactos?
Não. Vocês podem ir às reflexões da Obra, não é fechado.

Portanto, na sua vida profissional nunca escolheu ninguém por ser do Opus Dei?Nunca, isso não é critério e seria uma injustiça.

Mas poderia dar-lhe uma melhor referência moral de alguma pessoa.
Não, não, sabe-se lá… Não é credencial! Claro que uma pessoa que tem fé, católica, matará com mais dificuldade, roubará com mais dificuldade… O que sempre procurei foi expressões de bom carácter.

por Luis Rosa, Raquel Carrilho e Ricardo David Lopes

(Fonte: ‘Sol’ AQUI)

Estar atento



Pai, concede-me a inteligência de coração para estar sempre atento às necessidades do próximo, assim como a Virgem Santíssima esteve em Caná. 


Ámen.

Amar a Deus

Amo-te, Senhor, com uma consciência não vacilante, mas firme. Feriste o meu coração com a tua palavra, e eu amei-te. Mas eis que o céu, e a terra, e todas as coisas que neles existem me dizem a mim, por toda a parte, que Te ame, e não cessam de dizer a todos os homens, de tal modo que eles não têm desculpa.

(Confissões – Livro X, VI, 8 – Santo Agostinho)

Humildade e obediência

Pela humildade, vivemos com Deus e Deus vive connosco numa paz verdadeira; nela se encontra o fundamento vivo de toda a santidade. Podemos compará-la com uma fonte de onde jorram quatro rios de virtudes e de vida eterna (cf Gn 2,10). [...] O primeiro rio que jorra do solo verdadeiramente humilde é a obediência [...]; o ouvido torna-se humildemente atento, a fim de ouvir as palavras de verdade e de vida que provêm da sabedoria de Deus, e as mãos estão sempre prontas a cumprir a Sua muito cara vontade. [...] Cristo, Sabedoria de Deus, fez-Se pobre para nos tornar ricos (2Cor 8,9), tornou-Se servo para nos fazer reinar, e por fim morreu para nos dar a vida. [...] Para que saibamos segui-l'O e servi-l'O, disse-nos: «Aprendei de Mim porque sou manso e humilde de coração».


Beato Jan van Ruusbroec (1293-1381), cónego regular

“Para obedecer, é preciso humildade”

Quando tiveres de mandar, não humilhes: procede com delicadeza; respeita a inteligência e a vontade de quem obedece. (Forja, 727)

Muitas vezes fala-nos através doutros homens e pode acontecer que, à vista dos defeitos dessas pessoas ou pensando que não estão bem informadas ou que talvez não tenham entendido todos os dados do problema, surja uma espécie de convite a não obedecermos.

Tudo isso pode ter um significado divino, porque Deus não nos impõe uma obediência cega, mas uma obediência inteligente, e temos de sentir a responsabilidade de ajudar os outros com a luz do nosso entendimento. Mas sejamos sinceros connosco próprios: examinemos em cada caso se o que nos move é o amor à verdade ou o egoísmo e o apego ao nosso próprio juízo. Quando as nossas ideias nos separam dos outros, quando nos levam a quebrar a comunhão, a unidade com os nossos irmãos, é sinal certo que não estamos a actuar segundo o espírito de Deus.

Não o esqueçamos: para obedecer, repito, é preciso humildade. Vejamos de novo o exemplo de Cristo. Jesus obedece, e obedece a José e a Maria. Deus veio à Terra para obedecer, e para obedecer às criaturas. São duas criaturas perfeitíssimas – Santa Maria, Nossa Mãe; mais do que Ela só Deus; e aquele varão castíssimo, José. Mas criaturas. E Jesus, que é Deus, obedecia-lhes! Temos de amar a Deus, para amar assim a sua vontade, e ter desejos de responder aos chamamentos que nos dirige através das obrigações da nossa vida corrente: nos deveres de estado, na profissão, no trabalho, na família, no convívio social, no nosso próprio sofrimento e no sofrimento dos outros homens, na amizade, no empenho de realizar o que é bom e justo... (Cristo que passa, 17)


São Josemaría Escrivá

Obediência

«Neste mundo, temos de opor-nos às ilusões de falsas filosofias e reconhecer que não vivemos só de pão, mas primariamente de obediência à palavra de Deus. E somente onde esta obediência for vivida é que nascem e crescem aqueles sentimentos que permitem remediar também pão para todos».

(“Jesus de Nazaré” – Joseph Ratzinger / Bento XVI)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1934

“Doem-te as faltas de caridade do próximo para contigo. Quanto não hão-de doer a Deus as tuas faltas de caridade – de Amor – para com Ele!”, escreve.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Maria – Veneração e imitação

«Venerar Maria à distância seria inútil, se a atitude de Maria não encorajasse directamente à imitação e, mesmo, em certo sentido, a um seguimento que lhe caminhe no encalço. Aqui poderia levantar-se a objecção de só devermos seguir Cristo e – como Paulo diz – também imitá-lo, e que a imitação de uma outra pessoa se interporia aí como factor de perturbação. Mas não é assim. Na medida em que em Maria tudo repousa no “sim” a Deus e, a partir de então, tudo se lhe segue como consequência.»
(…)
«Porque o “sim” de Maria é tão imaculado e perfeito, a sua imitação e veneração não constitui qualquer espécie de espiritualidade separada. É o contrário que há que dizer: nenhuma espiritualidade aprovada na Igreja pode permitir-se chegar a Deus passando ao lado deste modelo de perfeição cristã e não sendo também mariana.»

(Hans Urs von Balthasar in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)

«Jesus realizou o primeiro dos Seus sinais miraculosos» (Jo 2, 11)

Porque terá Nosso Senhor, como primeiro sinal, transformado a água em vinho? Foi para demonstrar como Deus, que transforma a natureza do interior das garrafas, opera também a Sua transformação no seio da Virgem. De igual modo, como milagre máximo, Jesus abriu um túmulo a fim de manifestar a Sua independência em relação à ávida morte, que tudo engole.


Para autenticar e confirmar a dupla perturbação da natureza que são o Seu nascimento e a Sua ressurreição, Jesus transforma a água em vinho, sem em nada modificar as vasilhas de pedra. Eis aqui o símbolo do Seu próprio corpo, milagrosamente concebido e maravilhosamente criado numa virgem, sem intervenção de homem. [...] Contrariamente ao que é habitual, as vasilhas deram ao mundo um vinho novo, sem que nunca houvesse, posteriormente, repetição de tal maravilha. Assim também a Virgem concebeu e deu ao mundo a Emanuel (Is 7, 14), não voltando a conceber. O milagre das vasilhas de pedra é este: a pequenez torna-se grandeza, a parcimónia transmuta-se em superabundância, a água da fonte em vinho doce. [...] Em Maria, contrariamente, a grandeza e a glória da divindade mudam de aspecto, antes tomando uma aparência de fragilidade e de ignomínia.


Aquelas vasilhas serviam para os ritos de purificação dos judeus; nelas, verte nosso Senhor a Sua doutrina: manifesta que veio segundo a Lei e os profetas, mas para tudo mudar através dos Seus ensinamentos, tal como a água se transformou em vinho. [...] «É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo» (Jo 1,17). O esposo que morava em Caná convidou o Esposo que veio do céu; e o Senhor, preparado para estas núpcias, respondeu ao seu convite. Os que estavam sentados à mesa convidaram Aquele que instala os mundos em Seu Reino, e Ele enviou-lhes um presente de núpcias que os fez exultar. [...] Não tinham vinho que chegasse, mesmo do de menor qualidade; Ele deu-lhes então um pouco da Sua riqueza: em resposta ao convite, Ele convidou-os para as Suas próprias núpcias.

Santo Efraim (c. 306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja
Comentário ao Diatessaron, 5, 6ss.; SC 121


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 7 de Janeiro de 2012

Três dias depois, celebrava-se um casamento.2 Jesus com os Seus discípulos foi também convidado para a boda. Faltando o vinho, a mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm vinho». Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que nos importa isso a Mim e a ti? Ainda não chegou a Minha hora». Disse Sua mãe aos que serviam: «Fazei tudo o que Ele vos disser». Ora estavam ali seis talhas de pedra preparadas para a purificação judaica, que levavam cada uma duas a três medidas. Jesus disse-lhes: «Enchei as talhas de água». Encheram-nas até cima. Então Jesus disse-lhes: «Tirai agora, e levai ao chefe de mesa». Eles levaram. Logo que o chefe de mesa provou a água convertida em vinho (ele não sabia donde viera, ainda que o sabiam os serventes, porque tinham tirado a água), chamou o esposo e disse-lhe: «Todos servem primeiro o bom vinho e, quando já os convidados têm bebido bem, servem o inferior; tu, pelo contrário, tiveste o bom vinho guardado até agora». Foi este o primeiro milagre de Jesus; fê-lo em Caná da Galileia. Assim manifestou a Sua glória, e os Seus discípulos acreditaram n'Ele.


Jo 2, 1-11