terça-feira, 20 de dezembro de 2011
"A obra de Deus é que acrediteis naquele que Ele enviou"
O fundamento em que nos apoiamos é a fé. Sem fé, inútil esperar conseguir qualquer conforto espiritual... Que suporte poderia dar a Sagrada Escritura a alguém que não acreditasse que ela é a Palavra de Deus e que essa Palavra é verdadeira? Encontra-se nela bem pouco proveito se não se acredita que é a Palavra de Deus ou se, mesmo admitindo-o, se pensa que ela pode conter erros! Segundo a fé é mais ou menos forte, assim as palavras da Sagrada Escritura farão mais ou menos bem. Esta virtude da fé, nenhum homem a pode adquirir por si mesmo, nem a pode dar a outro... A fé é um dom gratuito de Deus e, tal como diz S. Tiago: "Todo o bem, toda a perfeição vem-nos do alto, do Pai das luzes" (Tg 1,17). É por isso que nós, que por muitas razões sentimos que a nossa fé é fraca, Lhe pedimos que a fortaleça.
(Diálogo do Reconforto nas Tribulações - São Tomás Moro)
(Diálogo do Reconforto nas Tribulações - São Tomás Moro)
16 a 18 de Abril (Roma) Seminário sobre Comunicação da Igreja
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“A nossa tendência para o egoísmo não morre”
Não ponhas o teu "eu" na tua saúde, no teu nome, na tua carreira, na tua ocupação, em cada passo que dás... Que coisa tão maçadora! Parece que te esqueceste que "tu" não tens nada, é tudo d'Ele. Quando ao longo do dia te sentires, talvez sem razão, humilhado; quando pensares que o teu critério deveria prevalecer; quando notares que a cada instante borbota o teu "eu", o teu, o teu, o teu..., convence-te de que estás a matar o tempo e que estás a precisar que "matem" o teu egoísmo. (Forja, 1050)
Convém deixar o Senhor meter-se nas nossas vidas e entrar confiadamente sem encontrar obstáculos nem recantos obscuros. Nós, os homens, tendemos a defender-nos, a apegar-nos ao nosso egoísmo. Sempre tentamos ser reis, ainda que seja do reino da nossa miséria. Entendei através desta consideração por que motivo temos necessidade de recorrer a Jesus: para que Ele nos torne verdadeiramente livres e, dessa forma, possamos servir a Deus e a todos os homens. Só assim perceberemos a verdade daquelas palavras de S. Paulo: Agora, porém, livres do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santificação e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, ao passo que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Estejamos precavidos, portanto, visto que a nossa tendência para o egoísmo não morre e a tentação pode insinuar-se de muitas maneiras. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em exercício a fé, porque a sua vontade não se manifesta com aparato ruidoso; às vezes o Senhor sugere o seu querer como que em voz baixa, lá no fundo da consciência; e é necessário escutar atentamente para distinguir essa voz e ser-Lhe fiel. (Cristo que passa, 17)
São Josemaría Escrivá
Calendário de Natal do Papa segue tradição com seis celebrações em duas semanas
Foi divulgado o calendário do Papa para o tempo litúrgico do Natal, entre 24 de dezembro e 8 de janeiro, que segue a tradição, com seis celebrações em duas semanas.
A ‘missa do galo’, na véspera de Natal, vai iniciar-se 22h00 locais, e a bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade de Roma e ao mundo), no dia 25, ao meio-dia de Roma, antecedida pela mensagem natalícia do Papa.
A celebração da noite de Natal inclui uma das intenções da oração universal dos fiéis em português, na qual se pede que “que os corações de todos sejam repletos de fé e de esperança e se abram à compaixão e à generosidade”.
Os participantes na missa, transmitida para dezenas de países, incluindo Portugal (RTP2), vão também pedir que os povos do mundo se liguem por “vínculos de estima, de solidariedade, de justiça e de paz”.
Esta cerimónia é antecedida pelo canto da “calenda”, um texto da antiguidade cristã que anuncia “Cristo, redentor do homem” como “centro do cosmos e da história”.
No último dia de 2011, Bento XVI preside à oração de vésperas, com o canto do hino 'Te Deum', em agradecimento a Deus pelo ano que passou. A celebração decorre na basílica de São Pedro, com inicio às 17h00 locais.
O Papa preside à missa a 1 de janeiro de 2012, por ocasião do Dia Mundial da Paz, às 09h30, e a outras duas cerimónias próprias desse mês: a solenidade da Epifania (dia 6, ás 09h30) e a festa do Batismo do Senhor (dia 8, ás 09h45), em que o Papa batiza algumas crianças na Capela Sistina, encerrando o tempo litúrgico do Natal.
Rádio Vaticano
A ‘missa do galo’, na véspera de Natal, vai iniciar-se 22h00 locais, e a bênção ‘Urbi et Orbi’ (à cidade de Roma e ao mundo), no dia 25, ao meio-dia de Roma, antecedida pela mensagem natalícia do Papa.
A celebração da noite de Natal inclui uma das intenções da oração universal dos fiéis em português, na qual se pede que “que os corações de todos sejam repletos de fé e de esperança e se abram à compaixão e à generosidade”.
Os participantes na missa, transmitida para dezenas de países, incluindo Portugal (RTP2), vão também pedir que os povos do mundo se liguem por “vínculos de estima, de solidariedade, de justiça e de paz”.
Esta cerimónia é antecedida pelo canto da “calenda”, um texto da antiguidade cristã que anuncia “Cristo, redentor do homem” como “centro do cosmos e da história”.
No último dia de 2011, Bento XVI preside à oração de vésperas, com o canto do hino 'Te Deum', em agradecimento a Deus pelo ano que passou. A celebração decorre na basílica de São Pedro, com inicio às 17h00 locais.
O Papa preside à missa a 1 de janeiro de 2012, por ocasião do Dia Mundial da Paz, às 09h30, e a outras duas cerimónias próprias desse mês: a solenidade da Epifania (dia 6, ás 09h30) e a festa do Batismo do Senhor (dia 8, ás 09h45), em que o Papa batiza algumas crianças na Capela Sistina, encerrando o tempo litúrgico do Natal.
Rádio Vaticano
Os europeus à espera
Nas grandes crises, o primeiro capital a recuperar e fortalecer é a esperança de ultrapassar as circunstâncias adversas a caminho de um novo futuro. Na circunstância da União Europeia, que teve na realidade americana semelhanças difusas, o tempo dedicado a reuniões institucionais sem conclusões, a reuniões não institucionais de figurino equívoco, a declarações de responsáveis rapidamente lidas como desabafos, multiplica-se enquanto dura e cresce o tempo de espera dos europeus. No mesmo dia pode receber-se de fonte oficial o anúncio da data do fim da crise, que rapidamente é traduzido para ponto de viragem, e depois para princípio do fim. Se isto acontece num debate que não fará história, o incidente será esquecido, mas já as coisas são diferentes e graves quando os órgãos institucionais da União parecem remetidos para simples destinatários das cogitações de dois chefes de governo dos países membros, a Alemanha e a França, que vão fazendo crescer a lembrança do directório, um modelo que sempre destruiu a Europa, mas sem adiantarem uma directiva que torne claro o pensamento final para o qual esperam adesão. De facto, a única coisa que dia-a-dia fica mais clara é que o Tratado de Lisboa não é um instrumento susceptível de ser racionalizado no que respeita à distribuição de competências, uma questão que não foi resolvida pelo exercício, o que também seria possível acontecer segundo a experiência de alguns países. Mas as coisas não são mais claras nos Estados Unidos, onde democratas e republicanos já não disputam o Yes, we can, que distribuiu um fugaz anúncio de melhor futuro pelo mundo ocidental durante o período de debate eleitoral que levou Obama à presidência. Como era previsível, a clarificação das responsabilidades internacionais desenvolvidas pela Administração anterior parece ocupação suficiente, que até agora não permitiu assumir que a crise do Ocidente não é apenas europeia. Por tudo, se a perda de tempo pelos decisores políticos deixar aprofundar os riscos que atingem o projecto europeu, não estará no horizonte apenas um mundo sem voz da Europa, estará um Ocidente que definitivamente terá de recordar os que de longe avisaram sobre a sua hora de decadência. Algum governo, algum órgão da União, alguma voz europeia que desperte para a liderança que falta, tem de fazer compreender aos príncipes que nos governam que o tempo perdido é o tempo dos outros, e que perder o tempo dos outros é destruir o futuro de todos. A resignação a uma entidade sem rosto chamada mercado, que tem um credo que fala pelas estatísticas, traduz-se num alienar de responsabilidades que remete para uma situação de redundância os tratados e sedes de gestão internacional, e que leva analistas a falar de anarquia quando pretendem caracterizar a situação. A referência, por vezes desculpabilizante, ao globalismo dominante acentua essa conclusão desanimadora, e faz reparar em que tal invocação ainda não levou a reunir-se nem a Assembleia Geral da ONU nem o Conselho Económico e Social. Talvez o que aconteceu na UNESCO, onde os EUA voltaram à regra, que já ali invocaram no passado, de que não podem estar numa organização onde quem paga não manda e quem manda não paga, também esteja a ser paralisadora dessas instâncias. Entretanto, os responsáveis europeus poderão, em cooperação, lembrar-se de que os europeus esperam, que as conclusões da última cimeira não fortalecem a esperança, e que o desespero é o ponto final de tais situações. Por isso foi tão inquietante o procedimento, fora do quadro legal, dos aparentes candidatos a directores da União, esquecidos de que foi essa ambição que, em todos os casos, levou à guerra. A questão do euro tornou-se o ponto de articulação do projecto de unidade, e a clareza não foi implantada. Acresce o risco de uma Europa sem Inglaterra, e indiferente às ameaças à paz. Não é fácil reconhecer que a divisão entre ricos e pobres não continua como linha de fractura do discurso da unidade europeia. De facto, os europeus continuam à espera, a mais fatigante das perspectivas.
Adriano Moreira in DN online
S. Domingos de Silos, abade, +1073
São Domingos de Silos nasceu em Canhas, pequena cidade da Rioja, Espanha, no ano 1000. Vivia na mais completa solidão há quase 18 anos, quando resolveu procurar Santo Emiliano e tornou-se noviço. Durante a sua caminhada, restaurou o Mosteiro de Silos que havia sido arruinado pelas guerras árabes. Restaurou também o priorado de Santa Maria de Canãs. Foi nomeado prior do convento de São Millán.
García de Nájera perseguiu São Domingos até que o exilou do Mosteiro de São Millán para Burgos, onde foi recebido por Fernando Magno, rei de Castela e de Aragão. Os historiadores contam também que São Domingos libertou muitos escravos cristãos caídos nas mãos dos mouros. Era muito culto, tendo exercido grande influência política e religiosa, fazendo parte dos homens mais versados em ciências e letras. Foi fundador de uma biblioteca, onde se reuniram numerosos manuscritos em caracteres visigóticos.
São Domingos de Silos morreu no dia 20 de Dezembro de 1073, em Silos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
García de Nájera perseguiu São Domingos até que o exilou do Mosteiro de São Millán para Burgos, onde foi recebido por Fernando Magno, rei de Castela e de Aragão. Os historiadores contam também que São Domingos libertou muitos escravos cristãos caídos nas mãos dos mouros. Era muito culto, tendo exercido grande influência política e religiosa, fazendo parte dos homens mais versados em ciências e letras. Foi fundador de uma biblioteca, onde se reuniram numerosos manuscritos em caracteres visigóticos.
São Domingos de Silos morreu no dia 20 de Dezembro de 1073, em Silos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
«O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David; Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o Seu reinado não terá fim»
«O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, uma virgem, desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria». O que é dito da casa de David não diz respeito apenas a José, mas também a Maria. Porque a Lei prescrevia que um homem se casasse com uma mulher da sua tribo e da sua estirpe, segundo o testemunho do apóstolo Paulo, que escreveu a Timóteo: «Lembra-te de Jesus Cristo, saído da estirpe de David, e ressuscitado dos mortos, segundo o meu Evangelho» (2Tim 2, 8). [...]
«Ele será grande e vai chamar-Se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David». O trono de David significa aqui o poder sobre o povo de Israel, que David governou no seu tempo, com um zelo pleno de fé. [...] A este povo, que David dirigiu pelo seu poder temporal, vai Cristo conduzir por uma graça espiritual para o reino eterno. [...]
«Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob». A casa de Jacob designa a Igreja universal que, pela fé e o testemunho rendido a Cristo, se une ao destino dos patriarcas, quer dos que tiram a sua origem carnal da sua cepa, quer dos que, nascidos pela carne de uma outra nação, são reunidos em Cristo, pelo baptismo no Espírito. É sobre esta casa de Jacob que Ele reinará eternamente: «e o Seu reinado não terá fim». Sim, Ele reina sobre ela na vida presente, quando governa o coração dos eleitos onde habita, pela sua fé e o seu amor para com Ele; e governa-os pela Sua contínua protecção, para lhes fazer chegar os dons da recompensa celeste. Ele reina no futuro, quando, uma vez terminado o estado de exílio temporal, os introduz na estadia da pátria celeste, onde eles se regozijam com a Sua presença visível que continuamente lhes lembra que não podem senão cantar os Seus louvores.
São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para o Advento, nº 3
«Ele será grande e vai chamar-Se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-Lhe o trono de Seu pai David». O trono de David significa aqui o poder sobre o povo de Israel, que David governou no seu tempo, com um zelo pleno de fé. [...] A este povo, que David dirigiu pelo seu poder temporal, vai Cristo conduzir por uma graça espiritual para o reino eterno. [...]
«Ele reinará eternamente sobre a casa de Jacob». A casa de Jacob designa a Igreja universal que, pela fé e o testemunho rendido a Cristo, se une ao destino dos patriarcas, quer dos que tiram a sua origem carnal da sua cepa, quer dos que, nascidos pela carne de uma outra nação, são reunidos em Cristo, pelo baptismo no Espírito. É sobre esta casa de Jacob que Ele reinará eternamente: «e o Seu reinado não terá fim». Sim, Ele reina sobre ela na vida presente, quando governa o coração dos eleitos onde habita, pela sua fé e o seu amor para com Ele; e governa-os pela Sua contínua protecção, para lhes fazer chegar os dons da recompensa celeste. Ele reina no futuro, quando, uma vez terminado o estado de exílio temporal, os introduz na estadia da pátria celeste, onde eles se regozijam com a Sua presença visível que continuamente lhes lembra que não podem senão cantar os Seus louvores.
São Beda, o Venerável (c. 673-735), monge, Doutor da Igreja
Homilias para o Advento, nº 3
Ideologias versus esperança cristã
«Podemos então dizer que a finalidade das ideologias é, em última análise, o sucesso, a capacidade de concretizar os nossos planos e os nossos desejos. (…) Pelo contrário, o objectivo da esperança cristã é um dom, o dom do amor, que nos é dado para lá das nossas possibilidades operativas, a esperança de que existe este dom que não podemos forçar mas que é a coisa mais essencial para o homem, que assim não espera vazio com a sua fome infinita».
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)
Exerçamos a Caridade tal como o Senhor nos ensinou
“Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer pela Sua pobreza” (2Cor 8,8). Mas não sejamos hipócritas, desvirtuando este conceito verdadeiro e real, tentando aliviar a nossa consciência perante a pobreza e a miséria, pois à caridade, uma das três virtudes teologais, não nos podemos subtrair, sobre pretexto algum, sejamos pois, “(…), pessoas cujo coração Cristo conquistou com o seu amor, nele despertando o amor ao próximo”. (Deus Caritas Est, 33)
JPR
JPR
DIA DE NATAL* - Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada
Diálogo entre o Pai Natal e o Menino Jesus
Foi numa esquina qualquer que se encontraram o Pai Natal e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um prédio, com o seu saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e oferecia-se inerme, num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.
- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que fazes por aqui?! É a primeira vez que te vejo!
- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos à procura de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há quem me dê pousada.
- Pois não é de estranhar! Não vês que vens quase nu?! Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me proteger do frio do inverno?
- O calor com que me aqueço é o fogo do meu amor e o afecto dos que me amam.
- Eu trago muitos presentes, para os distribuir pelas casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?
- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os pobres enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me acolher. Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais despojada é a vida humana, maior é aos olhos do Criador.
- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu venho da Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.
- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai eterno, e vim ao mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito Santo.
- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de ninguém que tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não tens nenhum animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas renas?
- Um burrinho foi a minha companhia em Belém, e foi também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.
- Um burro?! Não é grande coisa, para trono de um rei…
- O meu reino não é deste mundo e a sua entrada é tão estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que fazer pequeninos, porque destes é o meu reino.
- E que coisas ofereces? Que tesouros tens para dar? Que prometes?
- Trago a felicidade, mas escondida na cruz de cada dia; trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz, mas no reverso das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo gasto ao serviço dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega sacrificada.
- Pois eu trago as coisas que me pediram: jogos e brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e poder. Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!
- A quem me dou, quer-me sempre mais na caridade que tem aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a mim.
- Mais um enigma! De facto, somos muito diferentes, mas pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta noite de consoada!
- Eu nunca estou só, porque onde estou, está sempre o meu Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e estão aqueles que me amam.
- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho muitas casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.
- Eu estou à porta e bato e só entrarei na casa de quem liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei a minha morada.
- Pois sim, mas eu vou andando que já estou velho e cansado …
- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo velho, renascer comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida eterna.
O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao telhado do luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.
Foi então que a janela onde estava o estandarte se abriu e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho, beijou o reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir, encostou a vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o Menino Jesus, sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um tapete mágico, levou-a consigo para o Céu.
P. Gonçalo Portocarrero de Almada (2010)
* Os primeiros cristãos chamavam dies natalis, ou seja, natal, ao dia da sua morte, porque entendiam que esse era o dia do seu nascimento para a verdadeira vida.
Foi numa esquina qualquer que se encontraram o Pai Natal e o Menino Jesus. Enquanto aquele se preparava para trepar um prédio, com o seu saco às costas, este último, recém-nascido, descia à terra e oferecia-se inerme, num pobre estandarte, que cobria uma mísera janela.
- Quem és tu, Menino – disse o velho – e que fazes por aqui?! É a primeira vez que te vejo!
- Sou Jesus de Nazaré e ando há vinte séculos à procura de uma casa que me receba e, como há dois mil anos em Belém, não há quem me dê pousada.
- Pois não é de estranhar! Não vês que vens quase nu?! Porque não trazes roupas quentes, como as que eu tenho, para me proteger do frio do inverno?
- O calor com que me aqueço é o fogo do meu amor e o afecto dos que me amam.
- Eu trago muitos presentes, para os distribuir pelas casas das redondezas. E tu, que andas por aqui a fazer?
- Eu sou rico, mas fiz-me pobre, para os pobres enriquecer com a minha pobreza. Eu próprio sou o presente de quem me acolher. Não vim ensinar os homens a ter, mas a ser, porque quanto mais despojada é a vida humana, maior é aos olhos do Criador.
- E de onde vens e como vieste até aqui? Eu venho da Lapónia, lá para as bandas do pólo norte.
- Eu venho do céu, de onde é o meu Pai eterno, e vim ao mundo pelo sim de uma virgem, que me concebeu do Espírito Santo.
- Que coisa estranha! Nunca ouvi falar de ninguém que tenha nascido de uma virgem e assim tenha vindo ao mundo! E não tens nenhum animal que te transporte para tão longa viagem, como eu tenho estas renas?
- Um burrinho foi a minha companhia em Belém, e foi também o meu trono real, na entrada triunfal em Jerusalém.
- Um burro?! Não é grande coisa, para trono de um rei…
- O meu reino não é deste mundo e a sua entrada é tão estreita que os meus cortesãos, para lá entrarem, se têm que fazer pequeninos, porque destes é o meu reino.
- E que coisas ofereces? Que tesouros tens para dar? Que prometes?
- Trago a felicidade, mas escondida na cruz de cada dia; trago o céu, mas oculto no pó da terra; trago a alegria e a paz, mas no reverso das labutas do próprio dever; trago a eternidade, mas no tempo gasto ao serviço dos outros; trago o amor, mas como flor e fruto da entrega sacrificada.
- Pois eu trago as coisas que me pediram: jogos e brinquedos para os miúdos e, para os graúdos, saúde, prazer, riqueza e poder. Mas, por mais que lhes dê, nunca estão satisfeitos!
- A quem me dou, quer-me sempre mais na caridade que tem aos outros, porque é nos outros que eu quero que me amem a mim.
- Mais um enigma! De facto, somos muito diferentes, mas pelo menos numa coisa nos parecemos: ambos estamos sós, nesta noite de consoada!
- Eu nunca estou só, porque onde estou, está sempre o meu Pai e onde eu e o Pai estamos, está também o Amor que nós somos e estão aqueles que me amam.
- Bom, a conversa está demorada e ainda tenho muitas casas para assaltar, pela lareira, como manda a praxe.
- Eu estou à porta e bato e só entrarei na casa de quem liberrimamente me abrir a porta do seu coração e aí cearei e farei a minha morada.
- Pois sim, mas eu vou andando que já estou velho e cansado …
- Eu acabo de nascer e quem, mesmo sendo velho, renascer comigo, será como uma fonte de água viva a jorrar para a vida eterna.
O velho Pai Natal, resmungando, subiu ao telhado do luxuoso prédio, atirou-se pela chaminé abaixo e desapareceu.
Foi então que a janela onde estava o estandarte se abriu e uma pobre velhinha de rosto enrugado, como um antigo pergaminho, beijou o reverso da imagem do Deus Menino, que estremeceu de emoção. A seguir, encostou a vidraça, apagou a luz e, muito de mansinho, adormeceu. Depois, o Menino Jesus, sem a acordar, pegou nela ao colo e, fazendo do seu pendão um tapete mágico, levou-a consigo para o Céu.
P. Gonçalo Portocarrero de Almada (2010)
* Os primeiros cristãos chamavam dies natalis, ou seja, natal, ao dia da sua morte, porque entendiam que esse era o dia do seu nascimento para a verdadeira vida.
S. Josemaría Escrivá nesta data em 1924
Recebe o diaconado na igreja de São Carlos, em Saragoça, das mãos de D. Miguel de los Santos Díaz Gómara. Tem 22 anos.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
O BURRICO DO PRESÉPIO DE BELÉM por António Faure
Hoje, leitor amigo, em quem penso enquanto escrevo, veio-me à lembrança a história do burrico do Presépio de Belém que um dia li deliciado.
Dias a fio, perseverantemente, aquele burrico humilde, aparentemente destinado a não ter história - era apenas um entre tantos outros - aqueceu. com a sua presença e o seu bafo, o Menino Jesus.
Mas um dia, na vida de cada um de nós há sempre um dia, uma grande azáfama inundou o local. Gente da estranja, com fatos multicolores, vasta criadagem, montada em camelos, perguntava afanosamente pelo Rei que vinha adorar.
O burrico estava espantado: quanta luz, quanta riqueza, quanta história maravilhosa de viagens e terras distantes... Mas, o que mais lhe chamava a atenção eram os camelos... "Como deve ser bom - pensava ele - ser camelo! ... esguio, pernas ágeis e resistentes, a bossa coberta de finas roupagens, transportando gente importante..."
Quando os Magos partiram, o burrico, como que hipnotizado, sem um adeus, abandonou o Presépio e seguiu a lustrosa caravana. Seguiu-a de longe, receoso de ser enxotado, com medo das feras e de um formigueiro que sentia percorrer-lhe todo o corpo... Com sede, aproximou-se de um regato que corria perto. Ficou espantado. "Não! Não podia ser!" Olhou em volta e depois olhou para si ... De facto não era ilusão. 0 burrico do Presépio transformara-se num jovem e esbelto camelo orgulhoso, muito orgulhoso da sua bossa.
À noite nem dormiu. Sonhou com o futuro que tão estranhamente, se lhe abria radioso. Depois os dias passaram correndo em tumultuosas e constantes novidades que lhe faziam abrir a boca de espanto.
De vez em quando, durante o tropear das viagens ou no silêncio da noite, parecia-lhe ouvir o galrejar do Menino, sentir a mão da Senhora que lhe acariciava a manchita branca da testa, ver os gestos serenos de José que o mimava com palavras enquanto lhe acomodava a palhita fresca e saborosa. "Atavismos! Falta de maturidade!" pensava o burrico que entretanto se civilizara e aprendera algumas verdades científicas... E de novo se emaranhava no tumulto que o envolvia.
Mas um dia, na vida de cada um de nós há sempre um dia, a saudade do Presépio pungiu-o mais fundamente... E sem hesitações, sem olhar para trás, num rápido galope pôs-se a caminho de Belém.
Quando chegou empurrou a porta com o focinho para entrar. Mas... que desilusão! A bossa aquela bossa de que tanto se orgulhara um dia, impedia-o agora de passar pela porta demasiado pequena para a sua corpulência. Tentou rastejar mas... nem assim.
Então desamparado, deitou-se à porta chorando amargamente... E, mistério profundo! À medida que as lagrimas, lhe caíam dos olhos e regavam o chão, aquela bossa que o impedia de entrar, ia-se desfazendo lentamente... Uma suave brisa afastou as nuvens e o luar inundou a terra... Por entre lágrimas, o burrico viu a sua imagem reflectida, a imagem do burrico do Presépio que regressava a casa. E, sem ruído, foi ocupar o seu lugar.
Aqui interrompo a história do burrico do Presépio. Imagino, que fez história servindo, até ao fim dos seus dias, a Jesus, apesar de algumas teimosias, zurros e pinotes toleráveis num burrico.
Aqui entronca também a história de cada um de nós, os homens e as mulheres, que, vezes sem conta, abandonamos o Presépio ofuscados por ouropéis falaciosos.
Cada dia do ano será Natal, como o leitor e eu desejamos, se, quando fugirmos, soubermos, com dor de amor e humildade, voltar para Jesus. Se o fizermos sentiremos na nossa a Sua mão reconfortante; sentiremos o afago de Santa Maria, Mãe, de Deus e nossa Mãe; ouviremos a voz forte e serena de S. José, nosso Pai e Senhor a dizer-nos: "Ânimo! Arrebita essas orelhas! Juntos temos muito caminho para andar".
Para si leitor, para todos, desejo um Bom Natal e Feliz Ano Novo.
António Faure em Dezembro de 2010
Dias a fio, perseverantemente, aquele burrico humilde, aparentemente destinado a não ter história - era apenas um entre tantos outros - aqueceu. com a sua presença e o seu bafo, o Menino Jesus.
Mas um dia, na vida de cada um de nós há sempre um dia, uma grande azáfama inundou o local. Gente da estranja, com fatos multicolores, vasta criadagem, montada em camelos, perguntava afanosamente pelo Rei que vinha adorar.
O burrico estava espantado: quanta luz, quanta riqueza, quanta história maravilhosa de viagens e terras distantes... Mas, o que mais lhe chamava a atenção eram os camelos... "Como deve ser bom - pensava ele - ser camelo! ... esguio, pernas ágeis e resistentes, a bossa coberta de finas roupagens, transportando gente importante..."
Quando os Magos partiram, o burrico, como que hipnotizado, sem um adeus, abandonou o Presépio e seguiu a lustrosa caravana. Seguiu-a de longe, receoso de ser enxotado, com medo das feras e de um formigueiro que sentia percorrer-lhe todo o corpo... Com sede, aproximou-se de um regato que corria perto. Ficou espantado. "Não! Não podia ser!" Olhou em volta e depois olhou para si ... De facto não era ilusão. 0 burrico do Presépio transformara-se num jovem e esbelto camelo orgulhoso, muito orgulhoso da sua bossa.
À noite nem dormiu. Sonhou com o futuro que tão estranhamente, se lhe abria radioso. Depois os dias passaram correndo em tumultuosas e constantes novidades que lhe faziam abrir a boca de espanto.
De vez em quando, durante o tropear das viagens ou no silêncio da noite, parecia-lhe ouvir o galrejar do Menino, sentir a mão da Senhora que lhe acariciava a manchita branca da testa, ver os gestos serenos de José que o mimava com palavras enquanto lhe acomodava a palhita fresca e saborosa. "Atavismos! Falta de maturidade!" pensava o burrico que entretanto se civilizara e aprendera algumas verdades científicas... E de novo se emaranhava no tumulto que o envolvia.
Mas um dia, na vida de cada um de nós há sempre um dia, a saudade do Presépio pungiu-o mais fundamente... E sem hesitações, sem olhar para trás, num rápido galope pôs-se a caminho de Belém.
Quando chegou empurrou a porta com o focinho para entrar. Mas... que desilusão! A bossa aquela bossa de que tanto se orgulhara um dia, impedia-o agora de passar pela porta demasiado pequena para a sua corpulência. Tentou rastejar mas... nem assim.
Então desamparado, deitou-se à porta chorando amargamente... E, mistério profundo! À medida que as lagrimas, lhe caíam dos olhos e regavam o chão, aquela bossa que o impedia de entrar, ia-se desfazendo lentamente... Uma suave brisa afastou as nuvens e o luar inundou a terra... Por entre lágrimas, o burrico viu a sua imagem reflectida, a imagem do burrico do Presépio que regressava a casa. E, sem ruído, foi ocupar o seu lugar.
Aqui interrompo a história do burrico do Presépio. Imagino, que fez história servindo, até ao fim dos seus dias, a Jesus, apesar de algumas teimosias, zurros e pinotes toleráveis num burrico.
Aqui entronca também a história de cada um de nós, os homens e as mulheres, que, vezes sem conta, abandonamos o Presépio ofuscados por ouropéis falaciosos.
Cada dia do ano será Natal, como o leitor e eu desejamos, se, quando fugirmos, soubermos, com dor de amor e humildade, voltar para Jesus. Se o fizermos sentiremos na nossa a Sua mão reconfortante; sentiremos o afago de Santa Maria, Mãe, de Deus e nossa Mãe; ouviremos a voz forte e serena de S. José, nosso Pai e Senhor a dizer-nos: "Ânimo! Arrebita essas orelhas! Juntos temos muito caminho para andar".
Para si leitor, para todos, desejo um Bom Natal e Feliz Ano Novo.
António Faure em Dezembro de 2010
«O próprio Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá»
«O Senhor mandou dizer de novo a Acaz: 'Pede ao Senhor teu Deus um sinal'. Acaz respondeu: 'Não pedirei tal coisa, não tentarei o Senhor'.» (Is 7, 10-12) [...] Pois bem, a este sinal recusado [...] acolhemo-lo nós com uma fé ilimitada e um respeito pleno de amor. Reconhecemos que o Filho concebido pela Virgem é para nós, nas profundezas do inferno, sinal de perdão e de liberdade, e nas alturas dos céus sinal de esperança, de exultação e de glória para nós. [...] Doravante este sinal foi elevado pelo Senhor, primeiramente sobre o chão da cruz, e depois sobre o Seu trono real. [...]
Sim, é um sinal para nós esta mãe virgem que concebe e dá à luz: sinal de que este homem concebido e nascido é Deus. Este Filho que realiza obras divinas e suporta sofrimentos humanos é para nós o sinal, que levará Deus até aos homens pelos quais Ele foi concebido e nasceu, e pelos quais também sofreu.
E, de todas as enfermidades e desgraças humanas que este Deus Se dignou suportar por nós, a primeira no tempo, a maior no Seu abaixamento, parece-me ter sido sem dúvida que esta Majestade infinita tenha suportado ser concebida no seio de uma mulher e aí estar oculta durante nove meses. Onde esteve Ela tão completamente aniquilada como aqui? Quando é que A vimos despojar-Se até este ponto? Durante todo esse tempo, esta Sabedoria não diz nada, esta Potência não opera nada de visível, esta Majestade escondida não Se revela por nenhum sinal. Nem na cruz Cristo pareceu tão fraco. [...] No seio de Maria, pelo contrário, está como se não estivesse; o Todo-Poderoso está inoperante, como se nada pudesse; e o Verbo eterno escondeu-Se no silêncio.
Bem-Aventurado Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão 3 para a Anunciação, 2-4
Sim, é um sinal para nós esta mãe virgem que concebe e dá à luz: sinal de que este homem concebido e nascido é Deus. Este Filho que realiza obras divinas e suporta sofrimentos humanos é para nós o sinal, que levará Deus até aos homens pelos quais Ele foi concebido e nasceu, e pelos quais também sofreu.
E, de todas as enfermidades e desgraças humanas que este Deus Se dignou suportar por nós, a primeira no tempo, a maior no Seu abaixamento, parece-me ter sido sem dúvida que esta Majestade infinita tenha suportado ser concebida no seio de uma mulher e aí estar oculta durante nove meses. Onde esteve Ela tão completamente aniquilada como aqui? Quando é que A vimos despojar-Se até este ponto? Durante todo esse tempo, esta Sabedoria não diz nada, esta Potência não opera nada de visível, esta Majestade escondida não Se revela por nenhum sinal. Nem na cruz Cristo pareceu tão fraco. [...] No seio de Maria, pelo contrário, está como se não estivesse; o Todo-Poderoso está inoperante, como se nada pudesse; e o Verbo eterno escondeu-Se no silêncio.
Bem-Aventurado Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense
Sermão 3 para a Anunciação, 2-4
«Vai chamar-Se Filho do Altíssimo [...] e reinará eternamente»
Mostra-Te, doce criança,
Trazida ao mundo por mãe tão casta,
Que deu à luz sem ter conhecido homem;
Mostra-Te, Mediador, em ambas as Tuas naturezas.
Ainda que nascido no tempo, da boca do Pai,
Engendrado pela Sua palavra (Lc 1,38),
Já habitavas no seio do Pai (Jo 1,2)
Ó Sabedoria eterna (1Co 1,24).
Tu és a Sabedoria que tudo criou (Pr 8,27),
Os céus, a luz e todas as coisas.
Tu és o Verbo poderoso que fez o universo (Heb 1,3)
Porque o Verbo é Deus (Jo 1,2).
Tendo ordenado o curso dos séculos
E fixado as leis do universo,
Este artesão do mundo, este construtor,
Permaneceu no seio do Pai.
Mas, quando se cumpriu o tempo,
Passados milhões de anos,
Desceste a visitar
Este mundo há muito pecador. [...]
Cristo não suportava a queda
Dos povos que se perdiam;
Não podia aceitar que a obra do Pai
Se dissolvesse em nada.
Revestiu-Se de um corpo mortal
A fim de que a ressurreição da nossa carne
Quebrasse as cadeias da morte
E nos conduzisse ao Pai. [...]
Não sentes, ó nobre Virgem,
Apesar dos dolorosos pressentimentos,
Que esse glorioso nascimento
Faz aumentar o brilho da tua virgindade?
Teu seio puríssimo contém o fruto bendito
Que encherá de alegria toda a criatura.
Por ti nascerá um mundo novo,
Aurora de um dia brilhante como o ouro.
Prudêncio (348-após 405), poeta em Espanha
«Emerge, dulcis pusio», extracto do hino de Natal «Quid est quod artum circulum»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Trazida ao mundo por mãe tão casta,
Que deu à luz sem ter conhecido homem;
Mostra-Te, Mediador, em ambas as Tuas naturezas.
Ainda que nascido no tempo, da boca do Pai,
Engendrado pela Sua palavra (Lc 1,38),
Já habitavas no seio do Pai (Jo 1,2)
Ó Sabedoria eterna (1Co 1,24).
Tu és a Sabedoria que tudo criou (Pr 8,27),
Os céus, a luz e todas as coisas.
Tu és o Verbo poderoso que fez o universo (Heb 1,3)
Porque o Verbo é Deus (Jo 1,2).
Tendo ordenado o curso dos séculos
E fixado as leis do universo,
Este artesão do mundo, este construtor,
Permaneceu no seio do Pai.
Mas, quando se cumpriu o tempo,
Passados milhões de anos,
Desceste a visitar
Este mundo há muito pecador. [...]
Cristo não suportava a queda
Dos povos que se perdiam;
Não podia aceitar que a obra do Pai
Se dissolvesse em nada.
Revestiu-Se de um corpo mortal
A fim de que a ressurreição da nossa carne
Quebrasse as cadeias da morte
E nos conduzisse ao Pai. [...]
Não sentes, ó nobre Virgem,
Apesar dos dolorosos pressentimentos,
Que esse glorioso nascimento
Faz aumentar o brilho da tua virgindade?
Teu seio puríssimo contém o fruto bendito
Que encherá de alegria toda a criatura.
Por ti nascerá um mundo novo,
Aurora de um dia brilhante como o ouro.
Prudêncio (348-após 405), poeta em Espanha
«Emerge, dulcis pusio», extracto do hino de Natal «Quid est quod artum circulum»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 20 de Dezembro de 2011
Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor é contigo». Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e discorria pensativa que saudação seria esta. O anjo disse-lhe: «Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus. Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Seu pai David; reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o Seu reino não terá fim». Maria disse ao anjo: «Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril; porque a Deus nada é impossivel». Então Maria disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E o anjo afastou-se dela.
Lc 1, 26-38
Lc 1, 26-38