sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Testemunhas autênticas

«Ouve-se repetir, com frequência hoje em dia, que este nosso século tem sede de autenticidade. A propósito dos jovens, sobretudo, afirma-se que eles têm horror ao fictício, aquilo que é falso e que procuram, acima de tudo, a verdade e a transparência.


Estes "sinais dos tempos" deveriam encontrar-nos vigilantes. Tacitamente ou com grandes brados, sempre porém com grande vigor, eles fazem-nos a pergunta: Acreditais verdadeiramente naquilo que anunciais? Viveis aquilo em que acreditais? Pregais vós verdadeiramente aquilo que viveis?


Mais do que nunca, portanto, o testemunho da vida tornou-se uma condição essencial para a eficácia profunda da pregação. Sob este ângulo, somos, até certo ponto, responsáveis pelo avanço do Evangelho que nós proclamamos»

(Exortação Apostólica ‘Evangelli Nuntiandi’, n. 76 – Paulo VI)

Oferecimento a Deus

Tem o homem alguma coisa para oferecer a Deus? Tem, sim: a sua fé e o seu amor. É isto o que Deus pede ao homem, e assim está escrito: «E agora, Israel, o que o Senhor, teu Deus, exige de ti é que temas o Senhor, teu Deus, para seguires todos os Seus caminhos, para O amares, para servires o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma». (Dt 10,12). Eis os presentes, os dons que devemos oferecer ao Senhor. E para Lhe oferecermos estes dons com o coração, temos primeiro de O conhecer ; temos de ter bebido o conhecimento da Sua bondade nas águas profundas do seu poço. [...]


Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo 
Homilias sobre o livro dos Números, n.°12, §3 

“Tempos diários de oração”

Se desejas deveras ser alma penitente – penitente e alegre –, deves defender, acima de tudo, os teus tempos diários de oração, de oração íntima, generosa, prolongada, e hás-de procurar que esses tempos não sejam ao acaso, mas a hora fixa, sempre que te for possível. Sê escravo deste culto quotidiano a Deus, e garanto-te que te sentirás constantemente alegre. (Sulco, 994)

Como anda a tua vida de oração? Não sentes às vezes, durante o dia, desejos de falar mais devagar com Ele? Não Lhe dizes: logo vou contar-te isto e aquilo; logo vou conversar sobre isso contigo?

Nos momentos dedicados expressamente a esse colóquio com o Senhor o coração expande-se, a vontade fortalece-se, a inteligência – ajudada pela graça – enche a realidade humana com a realidade sobrenatural. E, como fruto, sairão sempre propósitos claros, práticos, de melhorares a tua conduta, de tratares delicadamente, com caridade, todos os homens, de te empenhares a fundo – com o empenho dos bons desportistas – nesta luta cristã de amor e de paz.

A oração torna-se contínua como o bater do coração, como as pulsações. Sem essa presença de Deus não há vida contemplativa. E sem vida contemplativa de pouco vale trabalhar por Cristo, porque em vão se esforçam os que constroem se Deus não sustenta a casa.

Para se santificar, o cristão corrente – que não é um religioso e não se afasta do mundo, porque o mundo é o lugar do seu encontro com Cristo – não precisa de hábito externo nem sinais distintivos. Os seus sinais são internos: a constante presença de Deus e o espírito de mortificação. Na realidade, são uma só coisa, porque a mortificação é apenas a oração dos sentidos. (Cristo que passa, 8–9)

São Josemaría Escrivá

Barioná

O chefe da aldeia considerava-se “o Senhor da vida e da morte" até que o rei Baltazar o convidou a caminhar na esperança. A história - transformada em peça e que pode ver no Teatro da Trindade, em Lisboa - leva-nos a reflectir sobre como podemos ficar bloqueados nas preocupações do instante e duvidarmos que somos feitos de esperança.

Barioná, o chefe da aldeia, era um homem recto e justo. Entrincheirado nas suas razões, considerava-se “o Senhor da vida e da morte”. Proclamava que “Deus nada pode contra a liberdade do homem” e, assim, gradualmente, foi endurecendo o seu coração contra tudo e contra todos, com a promessa de que “nunca dobraria o joelho diante de ninguém”. 

Só que, imprevisível, um grande Acontecimento irrompe pela sua vida. E, quando, pela aldeia, a caminho de Belém, passam os Reis Magos, um deles diz-lhe: 
“Tu sofres e, no entanto, o teu dever de homem é esperar. (...) Porque o homem é sempre muito mais do que aquilo que é”. 

O rei Baltazar confronta Barioná e convida-o a caminhar na esperança, sob pena de ficar a “ruminar o instante fugaz, olhar para o seu umbigo de forma rancorosa, arrancar do seu tempo o futuro e encerrá-lo ao redor do presente”. 

Sobre o percurso de liberdade de Barioná, convido-vos a ir ver esta peça de Sartre – com o mesmo nome – que ontem estreou, em Lisboa, no Teatro da Trindade. Mas, no fundo, não é só Barioná: também nós podemos ficar bloqueados na medida do instante e, aflitos com as preocupações do presente, duvidarmos que somos feitos de esperança, capazes de estabelecer um nexo com o Todo que dá sentido à existência.

Aura Miguel in Rádio Renascença

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1932

Passa por um momento de dificuldades económicas. Neste dia escreve: “Após ter rezado repetidamente ao Senhor encontrei de modo providencial um andarzinho decente para viver com a minha família. Graças a Deus”.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Religiosos sem hábito? «No Ocidente secularizado, ser invisíveis violenta os nossos valores»

Ares novos na Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, que supervisiona no Vaticano a multiforme variedade das ordens religiosas católicas.


O Prefeito é o arcebispo brasileiro João Braz de Aviz, de 63 anos, que está no cargo há apenas 10 meses. E o número dois é o redentorista americano Josepf Tobin, de 59 anos, há um ano e meio secretário da Congregação.


– Nos últimos 40 anos nasceram novas formas de vida religiosa...
– A vida consagrada parece-se à floresta da Amazónia. Há nela muitas espécies diferentes de plantas e árvores, algumas antigas e fortes, outras ternas e jovens, mas essa floresta faz que o mundo todo respire. É a sua totalidade, e não um grupo ou outro, que faz que a vida consagrada dê oxigénio à Igreja.


Eu sou consagrado, redentorista, e julgo que a vida consagrada dá testemunho do destino final do mundo, que é perder-se no amor de Deus.


Há formas muito antigas, como o monaquismo dos desertos do Egipto, que lá continua. Mas diante de novas necessidades o Espírito Santo suscitou novas formas, e isso não me assusta. Os papas querem que todas vivam em comunhão, e eu procuro que não se sintam isoladas, que não se vejam como caminhos exclusivos.


– Há comunidades que impressionam por terem muitas vocações jovens. Como é que fazem?
– Os institutos que apresentam aos jovens uma identidade clara e que respeitam as necessidades religiosas dos jovens são os que têm maior êxito vocacional. E não só nas novas formas de vida religiosa.


Na Irlanda a Igreja está a viver uma época muito difícil, e, no entanto, os dominicanos, com a sua origem medieval em Espanha, têm aí uma pequena explosão de vocações e de alta qualidade, julgo que com onze jovens, um número de noviços maior que em todas as outras ordens masculinas juntas...


– Como é que vai ser a vida religiosa dentro de 40 anos, em 2050?
– Vai ser um mundo muito globalizado, mas as instituições religiosas sempre foram redes internacionais, pelo menos desde as ordens mendicantes medievais.


Vão ajudar a melhorar as condições de todo o mundo e continuarão a ser uma voz no deserto a gritar aos poderosos sobre a pobreza. Dar-nos-ão muitos testemunhos de fraternidade de toda a raça e cultura.


E vai haver muitos consagrados? Julgo que os números não são tão importantes. Quem estuda a História da Igreja vai ver que a segunda metade do séc. XIX foi um momento anómalo, com um extraordinário crescimento de consagrados. Mas há-de sempre haver alguns loucos, como eu, que queiram seguir o Senhor consagrando-se. É ter um coração livre, entregue, uma certa loucura, sim, mas gosto de estar contagiado por ela.


Questão de hábito


«O mais importante é encarnar o testemunho. Nalgumas sociedades um hábito  religioso não diz nada, noutras é sinal de entrega», diz Tobin quando questionado sobre o facto de que as congregações abandonem o hábito.


«A vida consagrada no Ocidente secularizado deve repensar sobre esse tema, e ter em conta que ser invisíveis violenta os nossos valores. Mas retomar o hábito, só por si, pode ser um reducionismo. O Cardeal Ratzinger dizia que a consagração que mais conta de verdade é o baptismo», conclui.


Pablo Ginés/La Razón


Fonte: http://www.religionenlibertad.com/articulo.asp?idarticulo=19150


Agradecimento ‘É o Carteiro!’

Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) elevada a fundação pontifícia

A organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre, que promove a liberdade religiosa e auxilia comunidades cristãs perseguidas por todo o mundo, foi elevada a Fundação Pontifícia pela Santa Sé. 

Com este novo estatuto a fundação passa a ter um presidente nomeado pela cúria romana, no caso o Cardeal Mauro Piacenza. Contudo, o clérigo nomeou imediatamente como presidente executivo o barão Johannes Heereman von Zuydtwyck. 

A sede da fundação também continuará a ser na Alemanha, em Königstein, perto de Frankfurt. Para além da sede a organização tem ainda gabinetes em 17 países diferentes, incluindo Portugal. 

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre conta com o apoio de mais de 600 mil benfeitores que financiam mais de cinco mil projectos por ano em mais de 140 países.

(Fonte: Rádio Renascença)

Fé ...

«… hábito da mente pelo qual alcançamos um início de vida eterna, movendo o entendimento para que dê o assentimento às coisas que não vê»

(Suma Teológica, II, q.4, a.1 - São Tomás de Aquino)


«A fé cristã é, na sua essência, participação na visão de Jesus, mediada pela Sua palavra, que é a expressão autêntica da Sua visão. A visão de Jesus é o ponto de referência da nossa fé, a sua ancoragem concreta»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Ai quem me dera…

…ser somente a argila de S. Paulo, ter uma pequena parte da sua coragem, do seu amor por Jesus Cristo Deus Nosso Senhor, da sua capacidade intelectual e da sua capacidade de apostolado. Dez porcento já me bastariam, agora imaginem o seria ser-se igual em qualidades e fé a S. Paulo.


Não o desejaria por mim, mas por Ele, por isso peço-Lhe todos os dias para que me conceda o espírito e o fervor de S. Paulo, S. Agostinho, S. Tomás Moro, S. Josemaría e de todos os Santos e Santas.


JPR



«Paulo era um vaso de argila e chegou a ser de ouro»


(Homilia sobre 2 Tim, ad loc - São João Crisóstomo)

Quem foi São Paulo e como transmitiu os ensinamentos de Jesus? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra

Para uma melhor leitura no blogue favor usar a opção de full screen (1º botão a contar da esquerda da barra inferior do Scibd.) caso deseje ler online. Obrigado!

Converter-se aos repetidos chamamentos de Deus

Meu Senhor Jesus, Tu cujo amor por mim foi suficientemente grande para Te fazer descer do céu para me salvar, querido Senhor, mostra-me o meu pecado, mostra-me a minha indignidade, ensina-me a arrepender-me sinceramente, perdoa-me na Tua misericórdia. Peço-Te, meu querido Salvador, que tomes posse da minha pessoa. Só o Teu perdão o pode fazer; não posso salvar-me sozinho; não sou capaz de recuperar o que perdi. Sem Ti, não posso voltar-me para Ti, nem agradar-Te. Se apenas contar com as minhas forças, irei de mal a pior, vou fraquejar completamente, vou endurecer por negligência. Farei de mim o centro de mim próprio, em vez de o fazer de Ti. Adorarei qualquer ídolo moldado por mim, em vez de Te adorar a Ti, o único verdadeiro Deus, o meu Criador, se não mo impedires com a Tua graça. Oh meu querido Senhor, escuta-me! Já vivi o suficiente neste estado: a pairar, indeciso e medíocre; quero ser o Teu fiel servidor, não quero peca.

Beato John Henry Newman (1801-1890)

Responder aos apelos de Deus para acolher o Salvador

«Fogo sempre ardente, diremos com Santo Agostinho, inflama as nossas almas.» Jesus Cristo, fizeste-Te homem para acender nos nossos corações o fogo do amor divino: como pudeste encontrar em nós tamanha ingratidão? Tudo fizeste para que Te amassem; chegaste a sacrificar o Teu sangue e a Tua vida. Porque razão ficam os homens insensíveis a tantas graças? Será que as ignoram? Não, eles sabem, eles crêem que, por amor deles, vieste do céu revestir a carne humana e carregar com as suas misérias; eles sabem que, por amor deles, quiseste levar uma vida de sofrimento permanente e sofrer uma morte ignominiosa. Depois disto, como explicar que vivam no completo esquecimento da Tua bondade extrema? Eles amam os pais, eles amam os amigos, eles chegam mesmo a amar os animais [...]; é somente por Ti que não sentem amor nem gratidão! Mas que digo eu? Ao acusar os outros de ingratidão, estou a condenar-me a mim mesmo, pois o meu comportamento para conTigo foi pior do que o deles. Porém, a Tua misericórdia dá-me coragem; sei que ela me sustentou durante tanto tempo, para me perdoar e incendiar-me com o Teu amor, com a única condição de eu querer arrepender-me e amar-Te.


Sim, meu Deus, quero arrepender-me [...]; quero amar-Te com todo o meu coração. Reconheço que o meu coração [...] Te negligenciou para amar as coisas deste mundo; mas também vejo que, apesar desta traição, Tu continuas a chamá-Lo. É por isso que, com toda a força da minha vontade, eu To dedico e To dou. Digna-Te incendiá-lo com o Teu santo amor; faz com que doravante ele só Te ame a Ti. [...] Amo-Te, meu Jesus; amo-Te, meu soberano Bem! Amo-Te, único amor da minha alma.


Maria, minha mãe, tu que és «a Mãe do amor formoso» (Si 24,24 Vulg), obtém-me a graça de amar o meu Deus; é de ti que o espero.


Santo Afonso-Maria de Ligório (1696-1787), bispo e doutor da Igreja
1º discurso para a novena de Natal


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 9 de Dezembro de 2011

«A quem hei-de Eu comparar esta geração? É semelhante às crianças que estão sentados na praça, e que gritam aos seus companheiros, dizendo: Tocámos flauta e não bailastes; entoámos lamentações e não chorastes; veio João, que não comia nem bebia, e dizem: “Ele tem demónio”. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: “Eis um glutão e um bebedor de vinho, um amigo dos publicanos e pecadores”. Mas a sabedoria divina foi justificada por suas obras».


Mt 11, 16-19