segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O dever de ajudar

«Não digas: não posso ajudar os outros, pois se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer (…). Se ordenamos bem a nossa conduta, tudo o resto se seguirá como consequência natural. Não pode ocultar-se a luz dos cristãos, não pode ocultar-se uma lâmpada tão brilhante»

(Homília sobre Act, 20 – São João Crisóstomo)

Novena da Imaculada Conceição com textos de São Josemaría Escrivá - 5 de Dezembro







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“O Senhor socorre-nos e levanta-nos”

Tu não podes tratar ninguém com falta de misericórdia; e, se te parecer que uma pessoa determinada não é digna dessa misericórdia, tens de pensar que tu também não mereces nada: não mereces ter sido criado, nem ser cristão, nem ser filho de Deus, nem pertencer à tua família... (Forja, 145)

Ficaram também muito gravadas em nós, entre muitas outras cenas do Evangelho, a clemência com a mulher adúltera, a parábola do filho pródigo, a da ovelha perdida, a do devedor perdoado, a ressurreição do filho da viúva de Naim. Quantas razões de justiça para explicar este grande prodígio! Era o filho único daquela pobre viúva; era ele quem dava sentido à sua vida; só ele poderia ajudá-la na sua velhice! Mas Cristo não faz o milagre por justiça; fá-lo por compaixão, porque interiormente se comove perante a dor humana.

Que segurança deve produzir-nos a comiseração do Senhor! Se ele clamar por mim, ouvi-lo-ei, porque sou misericordioso. É um convite, uma promessa que não deixará de cumprir. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça a fim de alcançar misericórdia e o auxílio da graça, no tempo oportuno. Os inimigos da nossa santificação nada poderão, porque essa misericórdia de Deus nos defende. E se caímos por nossa culpa e da nossa fraqueza, o Senhor socorre-nos e levanta-nos. Tinhas aprendido a afastar a negligência, a afastar de ti a arrogância, a adquirir piedade, a não ser prisioneiro das questões mundanas, a não preferir o caduco ao eterno. Mas, como a debilidade humana não pode manter o passo decidido num mundo resvaladiço, o bom médico indicou-te também os remédios contra a desorientação e o juiz misericordioso não te negou a esperança do perdão. (Cristo que passa, 7)

São Josemaría Escrivá

Três sugestões para as prendas de Natal (agradecimento 'É o Carteiro!')

Bento XVI

Bento XVI disse hoje no Vaticano que os católicos devem “escolher a sobriedade como estilo de vida”, em particular neste momento de preparação para a festa do Natal.

“Enquanto nos preparamos para o Natal, é importante que reentremos dentro de nós próprios e façamos uma verificação sincera da nossa vida” disse o Papa antes da recitação da oração do Angelus.



D. Pio Alves 
bispo auxiliar do Porto

O Natal é todo um mundo de linguagens cristãs que não podemos perder.
Mas não compensa gritar desaforadamente contra o consumo! Afinal, muitos dos comerciantes, também cristãos, precisam de viver! Ajudemo-los com as nossas práticas a colaborar na sua recuperação.

Alguns exemplos:
  • Não deixemos cair a boa prática dos postais de Natal, em suporte
digital ou em papel. Mas que sejam postais de Natal, onde não falte
o Menino Jesus.

  • O presépio, que deveria estar presente em todos os lares cristãos
– com pinheiro ou sem pinheiro! – tenha por centro a representação
do nascimento de Jesus.

  • As prendas – modestas, úteis, compatíveis com as dificuldades
que passamos – não valem pelo custo financeiro, mas na medida
em que sejam expressão de uma cordial relação pessoal. E se puderem
ser reencaminhadas, discretamente, para os mais desfavorecidos, tanto melhor!

  • Não deseje Boas Festas: deseje Santo Natal e Feliz Ano Novo!



P. Hugo de Azevedo
capelão da AESE - Escola de Direcção e Negócios
  
O Natal, além de ser a grande festa do nascimento do Filho de Deus
- e por isso mesmo -, é a grande festa dos filhos.

O que celebramos é Jesus-Menino, Aquele mesmo que nos recomendou ser sempre crianças diante de Deus, nosso Pai.

Sejamos, pois, mais sóbrios com os adultos e mais generosos com os pequenos.
Aí está um bom critério de «contenção».

Não se confunda, todavia, generosidade com «despesismo»; trata-se sobretudo de pensar bem no que gostam e no que é bom para eles.

Só «pensar» nisso já é uma prenda, porque o presente que mais apreciam, sem dúvida, é o amor dos pais. E a sua maior festa, o sorriso deles.

Hábitos de rico

Os portugueses, todos os portugueses, sofrem um único problema: hábitos de rico. Dívidas, falências, austeridade vêm daqui: acostumámo-nos ao que não podemos pagar.
Dizer isto é escandaloso. "Rico! Eu! Hábitos de rico têm os corruptos, políticos e poderosos, que gastam demais e arruínam o País. Mas pobres e classe média, não! Isso é truque para desculpar os grandes."
A culpa de corruptos e responsáveis é evidente, e muitos estão a sair impunes. Mas ela não chega para explicar um buraco deste tamanho. O problema do País é que todos gastam um bocadinho mais do que podem. Não é muito, mas esse pouco multiplicado por milhões de cidadãos honestos dá uma fortuna. Uma praga de gafanhotos come mais que meia dúzia de elefantes.
Os hábitos de rico não nos devem admirar porque os vemos bem, com outro nome. Chamam-se "critérios europeus". Todos exigem níveis comunitários, que são apenas hábitos de rico. Isso vê-se, primeiro porque essas exigências são as dos nossos parceiros mais abastados que nós, com quem convergimos, mais nos costumes de consumo que nas práticas de trabalho. Segundo, porque evidentemente não o conseguimos pagar, como mostra a dívida nacional que se acumulou inexoravelmente.
Outra prova de que o problema é geral, e não só dos chefes, está nos protestos destes dias. Muitos se indignam pelos cortes que aí vêm. A revolta é compreensível, exigindo que os ricos paguem. Mas ao mesmo tempo ela mostra como todos beneficiámos do trem de vida nacional, que se mostrou insustentável. Protestamos pelas reduções nos transportes, hospitais, escolas, sem reparar que o défice desses serviços, que todos usávamos, manifesta que eles estavam dimensionados para um nível que não podemos suportar. Aliás, quem fez a suposta "greve geral" foram só esses sectores protegidos. Funcionários, serviços públicos e afins podem reclamar, enquanto os mais afectados nunca se dão a esse luxo. Em Portugal os pobres não têm tempo para manifestações.
Tudo isto significa que a questão não está tanto na gravidade da situação, mas na disparidade entre realidade e expectativa. Se o pior dos colapsos económicos se vier a verificar, Portugal terá nos próximos tempos um nível de vida semelhante ao de há 15 anos. Isto é evidente exagero, implicando uma catástrofe que ninguém sensatamente prevê. Mas mesmo que esse cenário tão negro se concretizasse, temos de dizer que nos deixaria numa situação razoável. Aqueles que cá viviam em 1996 não se davam assim tão mal. Como é possível que essa circunstância, então aceitável, agora inspire tanto terror? Simplesmente porque as nossas ambições cresceram imenso nestes 15 anos. Ganhámos hábitos de rico.
Os sinais vêem-se em todo o lado. Hoje só andamos de carro com colete reflector, gasolina sem chumbo, inspecção periódica. Os períodos de chuva são "alerta amarelo na meteorologia". Não se vive sem TV por cabo com dezenas de canais e pelo menos dois telemóveis. Isto para não falar nas múltiplas exigências de directivas europeias, ASAE, etc. Tudo coisas que há anos ninguém tinha, vivendo feliz, e se transformaram em necessidades básicas.
Isso também se manifesta no terrível drama do desemprego, o mais elevado de sempre, ao lado da enorme comunidade imigrante, também maior que nunca, que faz os trabalhos que os portugueses não querem. Dizemos que a solução nacional está na agricultura, pescas e indústria, mas ninguém quer ir para os campos, embarcar ou ser operário. Essas apostas estratégicas só seriam realizáveis com ucranianos, que também fazem funcionar outros sectores.
Encontramo-nos hoje na situação dramática dos nobres falidos, educados numa abundância que entretanto acabou. Esses são mais miseráveis que os seus criados, pois nem sequer sabem o que fazer para governar a vida.
Se o problema é este, qual a saída? Castigar corruptos e terminar abusos é indispensável, mas não chega. É preciso mudar de hábitos. Não há escolha. Falhar no programa da troika e sair do euro implicaria um colapso tal que os sacrifícios actuais pareceriam suaves.

João César das Neves in DN online

A propósito do Evangelho de hoje «Que estais a pensar em vossos corações?»

Graças à fé de outrem, a alma do paralítico foi curada antes do seu corpo. «Vendo a fé daqueles homens» diz o Evangelho. Observai, irmãos, que Deus não Se incomoda com o que querem os homens insensatos, que não espera encontrar fé nos ignorantes [...], nos ímpios. Em contrapartida, não Se recusa a vir em auxílio da fé de outrem. Esta fé é uma graça concedida e acontece por vontade de Deus. [...] Na Sua divina bondade, este médico que é Cristo tenta chamar à salvação aqueles que, contra a sua própria vontade, sofrem as doenças da alma, aqueles a quem o peso dos pecados e das faltas esmaga até ao delírio. Mas que não desejam ser salvos.


Ó meus irmãos, se quiséssemos, se todos quiséssemos ver até ao fundo a paralisia da nossa alma! Observaríamos que, privada das suas forças, ela jaz numa cama de pecados. A acção de Cristo em nós seria fonte de luz. Compreenderíamos que Ele observa em cada dia a nossa falta de fé tão prejudicial, nos arrasta para uma cura benigna e esmaga de imediato a nossa vontade rebelde. «Meu filho, diz Ele, os teus pecados estão perdoados.»



São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 50

Como se explica a ressurreição de Jesus? - Respondem os especialistas da Universidade de Navarra

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«Nem todas as religiões são «fé»

O budismo, por exemplo, na sua forma clássica, não visa este acto de autotranscendência, de encontro com o Totalmente Outro, Deus que me fala e me convida ao amor. Característico para o budismo é, pelo contrário, um acto de radical interiorização, não sair de si (ex-ire) mas descer até ao interior, o que deve conduzir à libertação do jugo da individualidade, do peso de ser pessoa, ao retorno à identidade comum a todo o ser. E isto, em confronto com a nossa experiência existencial, pode ser definido como não-ser, como nada, se quisermos exprimir toda a sua alteridade.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

“A fé é o acto fundamental da existência cristã” (Joseph Ratzinger)

Que o nosso coração seja sempre o de uma criança a rezar
«Ensinar alguém, para o trazer à fé, [...] é dever de todo o pregador e, mesmo, de todo o crente»

(Summa theologiae, 3 q. 71, a. 4, ad 3 – S. Tomás de Aquino)

Elemento fundamental, tão ou mais importante que o pão para a boca, “O homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4, 4).

Quando rezamos o Pai Nosso e dizemos ‘o pão nosso de cada dia nos dai hoje’, incluamos como parte desse pão, a fé que já temos dentro de nós, para que a sentíamos aumentada a cada dia que passa, diria mesmo, a cada micro segundo da nossa vida.

JPR

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1924

Em meados de Novembro escreveu ao Vigário Capitular de Saragoça pedindo para receber o diaconado, por “se sentir chamado ao estado sacerdotal”. Hoje o arcebispado envia a requisitória para Ordens. Quinze dias depois, receberá a ordenação como diácono das mãos de D. Miguel de los Santos Díaz Gómara.


(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

A LÓGICA DA AVESTRUZ pelo Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada

A conspiração da mentira e da morte na muito rendosa indústria do aborto

A muito puritana mulher do bispo anglicano de Worcester reagiu com indignação à hipótese evolucionista:
Descender dos macacos!? Que horror! Esperemos que não seja verdade! Mas se for, pelo menos que não se saiba!

A reverendíssima dama teve uma reacção digna de uma avestruz: este animal, talvez um dos mais estúpidos do planeta, quando pressente um perigo, em vez de o enfrentar, enterra a cabeça na areia.

A julgar pelas novas práticas a seguir no atendimento das candidatas à interrupção voluntária da gravidez, parece que a Inspecção-Geral das Actividades de Saúde pretende que estas mulheres procedam do mesmo modo que as avestruzes, ao jeito da consorte episcopal.

«Hoje vimos maravilhas!»

A luz é suave e é bom contemplar o sol com os nossos olhos de carne [...]; é por isso que já Moisés dizia: «Deus viu que a luz era boa» (Gn 1,4). [...]


Como é bom para nós pensar na grande, verdadeira e indefectível luz «que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina» (Jo 1,9), isto é, Cristo, o Salvador do mundo e seu libertador. Depois de Se ter revelado ao olhar dos profetas, fez-Se homem e penetrou até às últimas profundezas da condição humana. É d'Ele que fala o profeta David: «Louvai a Deus, cantai salmos ao Seu nome, abri caminho Àquele que cavalga sobre as nuvens; o Seu nome é Senhor! Exultai na Sua presença»! (Sl 68,5) E ainda Isaías, falando bem alto: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9,1). [...]


Assim, portanto, a luz do sol, vista pelos nossos olhos de carne, anuncia o Sol espiritual da justiça (cf Ml 3,20), o mais suave que alguma vez Se elevou, para aqueles que tiveram a felicidade de ser instruídos por Ele e de O ver com os olhos de carne, enquanto Ele permanecia entre os homens, como um homem vulgar. E, no entanto, Ele não era apenas um homem vulgar, uma vez que tinha nascido verdadeiro Deus, capaz de dar a vista aos cegos, de fazer caminhar os coxos, de fazer ouvir os surdos, de purificar os leprosos e de trazer os mortos à vida com uma simples palavra (cf Lc 7,22).


São Gregório de Agrigento (c. 559-c. 594), bispo
Sobre o Eclesiastes, livro 10, 2; PG 98, 1138


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 5 de Dezembro de 2011

Um dia, enquanto ensinava, estavam ali sentados fariseus e doutores da lei vindos de todas as aldeias da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e o poder do Senhor levava-O a fazer curas. E eis que uns homens, levando sobre um leito um homem que estava paralítico, procuravam introduzi-lo dentro da casa e pô-lo diante d'Ele. Porém, não encontrando por onde o introduzir por causa da multidão, subiram ao telhado e, levantando as telhas, desceram-no com o leito no meio de todos, diante de Jesus. Vendo a fé deles, Jesus disse: «Homem, são-te perdoados os teus pecados». Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer: «Quem é este que diz blasfémias? Quem pode perdoar pecados, senão só Deus?». Jesus, conhecendo os seus pensamentos, respondeu-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações? Que coisa é mais fácil dizer: “São-te perdoados os pecados”, ou dizer: “Levanta-te e caminha”? Pois, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar pecados, Eu te ordeno - disse Ele ao paralítico - levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». Levantando-se logo em presença deles, tomou o leito em que jazia e foi para a sua casa, glorificando a Deus. Ficaram todos estupefactos e glorificavam a Deus. Possuídos de temor, diziam: «Hoje vimos coisas maravilhosas».


Lc 5, 17-26