“Luta contra essa frouxidão”

És tíbio se fazes preguiçosamente e de má vontade as coisas que se referem ao Senhor; se procuras com cálculo ou "manha" o modo de diminuir os teus deveres; se não pensas senão em ti e na tua comodidade; se as tuas conversas são ociosas e vãs; se não aborreces o pecado venial; se ages por motivos humanos. (Caminho, 331)

Luta contra essa frouxidão que te faz preguiçoso e desleixado na tua vida espiritual. – Olha que pode ser o princípio da tibieza..., e, na frase da Escritura, os tíbios, Deus os vomitará. (Caminho, 325)

Que pouco Amor de Deus tens quando cedes sem luta porque não é pecado grave! (Caminho, 328)

Como hás-de sair tu desse estado de tibieza, de lamentável languidez, se não empregas os meios? Lutas muito pouco e, quando te esforças, faze-lo como que zangado e com falta de gosto, quase com o desejo de que os teus fracos esforços não produzam efeito, para te justificares: para não te exigires e para que não te exijam mais. (Sulco, 146)

São Josemaría Escrivá

Os crucifixos podem estar nas paredes das escolas

O jornal Público publica hoje uma entrevista a Joseph Weiler onde o especialista em direito constitucional afirma que "um Estado que proíbe a cruz na parede também não é neutro".

Joseph Weiler é um judeu convicto e defendeu perante o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos o direito de a Itália ter crucifixos nas paredes das escolas e o direito da França a não os ter. E disse ao jornal Público que esse pluralismo europeu é que é bom.

DN online

O alargamento da União

O tema do alargamento da União Europeia, que sempre se efectuou sem estudos prévios de governabilidade, pelo menos conhecidos, e frequentemente implicando com a revisão do estatuto legal da organização, vai provavelmente sofrer proximamente mais um convite à reflexão, causado pelo turbilhão do Mediterrâneo, que não tem na Líbia um ponto final com a vitória militar da revolta interna e da intervenção externa que foi decisiva no processo. Naturalmente, as graves questões do Egipto, no qual parece que uma pacificação interna, de definição a conhecer, é desejada, e que seja no sentido da confiança ocidental, mais a revolta crescente na reprovada Síria, de efeitos colaterais incertos, não deixam de aprofundar a exigência de uma política europeia e ocidental que pode ter a indesejável exigência de remeter a questão dos equilíbrios orçamentais, sobretudo da solidariedade europeia no sentido da responsabilidade unitária pelas dívidas soberanas inquietantes, para um segundo plano ainda mais ameaçador para o futuro do bem--estar dos europeus.

Até às intervenções na Líbia, e ao seu resultado militar, precedido do inexplicável perdão internacional a Kadhafi que lhe anunciou outros futuros, ao ver-se rodeado das atenções cordatas das chancelarias ocidentais, aquilo que foi chamado o eixo da resistência, composto pelo Irão, pela Síria, pelo Hamas e pelo Hezbollah, contra as perspectivas e interesses americanos e europeus, fazia da Turquia um candidato à União que parecia oferecer a possível estabilidade de um aceitável relacionamento com todos os vizinhos, sem poder ser ignorado, embora poucas vezes fosse lembrado, que as ambicionadas fronteiras amigas da União exigiam uma definição de tranquilidade, e uma nova expressão fiável, ainda que moderada. Os factos mudam inevitavelmente a perspectiva, porque no horizonte continua a questão do estatuto que tarda excessivamente para a questão da Palestina, um tema em que a Turquia parece continuar a apoiar a criação de dois Estados, ambos independentes, mas nada permite imaginar que o Irão e o Hezbollah vão aderir à razoabilidade, e, para muitos observadores, à justiça possível, mas indispensável, depois de tantos anos perdidos.

Os compromissos da Turquia com o Conselho de Cooperação do Golfo (2008) não a impediram de proteger com consistência o Bahrein, advertindo o inquietante Irão sobre as suas ingerências naquele Estado, nem de se afastar da Síria por esta contrariar profundamente, sob a liderança de Bachar el Assad, o compromisso que tem com o projecto de democratizar pacificamente o mundo árabe, o que não deixou de tornar mais complexas as relações com o Irão. O problema que continua a persistir, não obstante o pendor europeu e ocidental da Turquia, é a incerteza de viabilidade, ao menos próxima no tempo, e em vista da complexidade do Mediterrâneo em turbilhão, do projecto que tem de conseguir firmar internamente, e tornar seguido o exemplo, o modelo político que visa conjugar islão e democracia. De facto, parece tratar-se de um conflito, dificilmente sanável, de concepção quanto ao futuro relacionamento com o Ocidente, e neste, muito principalmente, com a União Europeia.

O Irão lidera, sem quaisquer cuidados amenizantes, um confronto com os EUA, estes ainda pouco abertos a compreender que a sua presidência democrática luta com a pesada estrutura dos compromissos e comprometimentos que herdou da gestão republicana anterior. A Turquia, ela própria uma potência, como os ocidentais, com um notável passado imperial, adopta uma política que considera o desenvolvimento sustentado como outro nome da paz, mas enfrenta a incerteza sobre se o turbilhão do Mediterrâneo afecta a capacidade interna de o seu Governo salvaguardar o modelo do seu projecto fundacional e a sua política, o que torna mais complexo o problema de adesão à União Europeia, e a questão inerente das fronteiras amigas. Porque a situação de crise global não consente, ou pelo menos não aconselha, que os alargamentos continuem sem estudos prévios de governabilidade e da natureza amiga das fronteiras.

Adriano Moreira in DN online

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA (2)

2 – O Sacramento da Penitência


O texto/imagem bíblica que talvez melhor expresse em todas as suas vertentes este sacramento, e a sua importantíssima necessidade para cada cristão, é sem dúvida a Parábola do Filho Pródigo, que podemos ler no Evangelho de São Lucas 15,11-32


Aquele filho tinha tudo, nada lhe faltava, mas mesmo assim decidiu romper a sua relação com o pai e afastar-se dele.
Mesmo assim, o pai com nada lhe faltou, e viu-o partir.
O rompimento dessa relação de amor com o pai, levou-o a uma vida desregrada, a uma vida dissoluta, no fundo a uma vida de pecado.
Essa vida dissoluta, conduziu-o inevitavelmente aos vícios, que retiram a liberdade ao homem, e como tal são causa de intranquilidade, de provações, de desespero.
É isso que o pecado faz no homem, quando o homem nele se deixa cair e viver, aprisionando-o, retirando-lhe a alegria de viver, provocando-lhe ao longo do tempo, mais dor do que prazer.
Mas o filho reflecte, faz um “exame de consciência” e percebe que a vida que leva está errada, não tem sentido, e que só a relação com o pai lhe dá paz, lhe dá mais vida.
Arrependido parte à procura do pai para lhe pedir perdão pelos seus actos.
Mas o pai não fica extático á espera do pedido de perdão do filho. O pai vai também ao encontro do seu filho.
Podemos ver aqui, sem grande esforço a figura do sacerdote, que vai ao encontro daquele que se aproxima do Sacramento da Penitência.
O filho arrependido, já nada exige, a não ser fazer a vontade de seu pai, o que constitui sem dúvida a imagem do propósito de emenda.
Mas o perdão do pai é de tal modo, que lhe abre os braços e volta-o a tratar como o filho querido que sempre foi.
E ao recebê-lo novamente como filho, a liberdade daquele filho é restabelecida, porque a relação de amor verdadeiro é sempre assente na liberdade de cada um.
O perdão de Deus é tão infinito, que pelo Sacramento da Penitência, a reconciliação, a relação com Deus, é de imediato restabelecida em toda a sua dimensão de eterno amor.
Era assim necessário que aquele filho procurasse o pai arrependido, mas era também necessário que o pai viesse ao encontro do filho, para o perdoar e acolher.


A Igreja, sobretudo no Concílio de Trento, apresenta como fundamento principal da instituição do Sacramento da Penitência o texto bíblico do Evangelho de São João 20,22-23
«Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.»


O texto é tão claro, tão preciso, que parece, (e é sem dúvida), uma resposta àqueles que afirmam que o Sacramento da Penitência não é necessário, pois se “confessam” directamente a Deus.


Deus quis instituir este sacramento assim, servindo-se dos homens, porque Ele mesmo, na pessoa de Jesus Cristo, se quis encontrar com os homens, num contacto directo, através dos sinais e linguagens da condição humana, quis viver como nós e passar pelas mesmas condições que nós, excepto o pecado.


Como nos diz o Arcebispo Bruno Forte, numa Carta Pastoral à Igreja de Chieti-Vasto para o Advento de 2005, sobre O Sacramento da Penitência:
«Como Ele saiu de si mesmo por nosso amor e veio “tocar-nos” com a sua carne, assim nós somos chamados a sair de nós mesmos por seu amor e ir com humildade e fé ter com quem pode dar-nos o perdão em seu nome mediante a palavra e o gesto.
Somente a absolvição dos pecados, que o sacerdote nos dá no Sacramento, pode comunicar-nos a certeza interior de sermos verdadeiramente perdoados e acolhidos pelo Pai que está nos Céus, porque Cristo confiou ao ministério da Igreja o poder de ligar e desligar, de excluir e de admitir na comunidade da aliança. (cf Mt 18,17)»


Com efeito, como podemos nós aferir se determinado comportamento é pecado ou não, se verdadeiramente na nossa consciência temos dúvidas?
A nossa consciência é “moldável” perante tantas circunstâncias, que neste caso concreto da nossa relação com Deus, (ou do rompimento dessa relação da nossa parte), só com algo, ou alguém para além de nós, podemos aferir se aquilo que nos incomoda é realmente pecado, e sobretudo e também, podermos ouvir e perceber espiritualmente e fisicamente o perdão de Deus.
É curioso percebermos que, em tantas coisas da nossa vivência da Fé, pedimos sinais visíveis, palpáveis, e no entanto, em algo tão importante e imprescindível para a vivência dessa Fé, que é a nossa relação com Deus que dá sentido a essa Fé, queremos prescindir dos sinais visíveis e palpáveis que o próprio Deus nos concede.


Só na celebração do Sacramento da Penitência perante o sacerdote que nos ouve e connosco fala, o mesmo sacerdote nos pode ajudar a percebermos a dimensão total do nosso pecado, a necessidade do nosso arrependimento e nos conduzir, não só ao perdão de Deus, mas à consciência do perdão a nós mesmos e aos outros.
Muito mais ainda isto é verdade, se nos lembrarmos que a Igreja nos ensina que o sacerdote no Sacramento da Penitência é pessoa de Cristo, ou seja, nos estamos a confessar verdadeiramente a Jesus Cristo.


É importante percebermos que não é o sacerdote que nos concede o perdão dos nossos pecados, mas sim, pela autoridade de Cristo em que está investido, é o próprio Deus que nos perdoa.


Aliás, a confissão dos pecados, no Sacramento da Penitência, não dá origem a um “julgamento”, nem o sacerdote é um “juiz” que vai aferir do “tamanho” dos nossos pecados, mas apenas nos vai colocar perante a realidade das nossas faltas e ajudar-nos a compreender como é necessário, para além do perdão de Deus que nos leva à reconciliação com Ele, o perdão a nós próprios, porque tantas vezes ao falharmos, nos julgamos com demasiada severidade, o que por sua vez, nos conduz a uma vergonha interior que nos retira a paz.


Leva-nos também a perceber a necessidade de pedirmos perdão a quem ofendemos, e a perdoarmos a quem nos ofendeu, para que em nós seja uma realidade o que rezamos no Pai Nosso: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos».


Joaquim Mexia Alves em http://queeaverdade.blogspot.com/2011/09/o-sacramento-da-penitencia-2.html

Bispos brasileiros apoiam luta contra a corrupção

Conferência Episcopal saúda «nova forma significativa do exercício da cidadania»


O Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), manifestou a sua “solidariedade e apoio” às últimas manifestações populares “contra a corrupção e a impunidade” no país.


Em comunicado publicado na página da CNBB na Internet, os bispos católicos afirmam que “a crescente interpelação da sociedade para melhor qualificar, social e eticamente, os seus representantes e outros poderes constituídos” é expressão de uma “nova forma significativa do exercício da cidadania”.


A corrupção e a impunidade, acrescentam, “corroem as instituições do Estado brasileiro”.
No documento, a CNBB sublinha, para além das “marchas contra corrupção”, promovidas pela sociedade civil, “a mobilização durante a Semana da Pátria, que recolheu mais de 150 mil petições via Internet em favor da campanha ‘Vamos salvar a Ficha Limpa’, fruto de ação popular que, neste mês completa um ano”.


“Atentos para que estas mobilizações se resguardem de qualquer moralismo estéril, incentivamos sua prática constante, com objetivos democráticos, a fim de que, fortificadas, exijam do Congresso Nacional uma autêntica reforma política, que assegure a institucionalidade do país”, indicam os Bispos.


Segundo a CNBB, o “Estado brasileiro deve fazer uso dos instrumentos legais para identificar, coibir e punir os responsáveis por atos de corrupção”.


Sem compromisso ético, prosseguem, “será impossível banir” o que apresentam como “longa e dolorosa tradição de apropriação do Estado, por parte de alguns, para enriquecimento de pessoas e empresas”.


A CNBB (www.cnbb.org.br) já se tinha unido à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI) para propor “uma reforma política profunda, extirpando velhas práticas danosas ao aperfeiçoamento democrático”.


OC


Agência Ecclesia com edição de JPR

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Em Madrid, realiza o seu trabalho pastoral entre os doentes dos bairros da periferia. Na foto uma nota com um encargo que para este dia lhe pedem as Damas do Patronato dos Doentes. “Foram muitas horas gastas naquele trabalho, mas tenho pena de que não tenham sido mais. E nos hospitais, e nas casas onde havia doentes, se se pode chamar casas àqueles tugúrios… Era gente desamparada e doente; alguns com uma doença que então era incurável, a tuberculose”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Do Catecismo da Igreja Católica (CIC)



§1710. «Cristo [...] manifesta plenamente o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime».

S. Vicente de Paulo

Nascido em Pouy, Dax, França em 24 de Abril de 1581.


Em 1600 é nomeado capelão da Rainha Margarida de Valois; dois anos mais tarde, é pároco de Clichy e, no ano seguinte, perceptor na célebre família "De Gondi".


1617 é o ano determinante da vida de S. Vicente: decide consagrar a sua vida ao serviço dos Pobres.


Em 1625 funda a Congregação da Missão para evangelizar o povo do campo, mas também para a formação do Clero.


Em 1633, com Luisa Marillac, funda a Filhas da Caridade.


S. Vicente foi "um plasmador de consciências, um sedutor de almas, um anunciador e um profeta da Caridade de Cristo, um verdadeiro homem de Deus".


Morreu em 27 de Setembro de 1660, mas o seu espírito continua vivo nas suas obras.


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém

Cristo é o caminho e a porta. Cristo é a escada e o veículo, [...] e o sacramento escondido desde os séculos. Quem olha para este propiciatório de rosto plenamente voltado para Ele, contemplando-O suspenso na cruz com fé, esperança e caridade, com devoção, admiração e alegria, com veneração, louvor e júbilo, realiza com Ele a Páscoa, isto é, a passagem. E assim por meio da vara da cruz, atravessa o Mar Vermelho. [...] Nesta passagem, se for perfeita, é necessário que se deixem todas as operações intelectivas e que o ápice mais sublime do amor seja transferido e transformado totalmente em Deus. Isto porém é uma realidade mística e ocultíssima, que «ninguém conhece a não ser quem recebe» (Ap 2,17), que ninguém recebe senão quem deseja, nem deseja senão aquele que é inflamado, até à medula da alma, pelo fogo do Espírito Santo, que Cristo enviou à terra. Por isso diz o Apóstolo que esta sabedoria mística é revelada pelo Espírito Santo.


Se pretendes saber como isto sucede, interroga a graça e não a ciência [...], a nuvem e não a claridade. Não interrogues a luz, mas o fogo que tudo inflama e transfere para Deus, com unção suavíssima e ardentíssimos afectos. Este fogo é Deus; «a Sua fornalha está em Jerusalém» (Is 31,9). Cristo acendeu-o na chama da Sua ardentíssima Paixão. [...] Quem ama esta morte pode ver a Deus, porque é indubitavelmente verdade que «nenhum homem poderá ver-Me e continuar a viver» (Ex 33,20).


Morramos, pois, e entremos nessa nuvem; imponhamos silêncio às preocupações terrenas, paixões e imaginações; passemos, com Cristo crucificado, «deste mundo para o Pai» (Jo 13,1), a fim de que, ao manifestar-se-nos o Pai, digamos com o apóstolo Filipe: «Isso nos basta» (Jo 14,8); e ouçamos com São Paulo: «Basta-te a Minha graça» (2Cor 12,9); e exultemos com David, exclamando: «Desfalece a minha carne e o meu coração: Deus é o meu refúgio e a minha herança para sempre» (Sl 72,26).


(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 27 de Setembro de 2011

Aconteceu que, aproximando-se o tempo da Sua partida deste mundo, dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém, e enviou adiante de Si mensageiros, que entraram numa aldeia de samaritanos para Lhe prepararem pousada. Não O receberam, por dar mostras de que ia para Jerusalém. Vendo isto, os Seus discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu que os consuma?». Ele, porém, voltando-Se para eles, repreendeu-os. E foram para outra povoação.
Lc 9, 51-56