quinta-feira, 21 de abril de 2011

Boa noite!

Se, por teres o olhar fixo em Deus, souberes manter-te sereno no meio das preocupações; se aprenderes a esquecer as ninharias, os rancores e as invejas; pouparás muitas energias, que te fazem falta para trabalhar com eficácia, em serviço dos homens.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 856)

Luta contra as asperezas do teu carácter, contra os teus egoísmos, contra o teu comodismo, contra as tuas antipatias... Além de que temos de ser corredentores, o prémio que receberás (pensa bem nisso!) estará em relação directíssima com a sementeira que tiveres feito.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 863)

Tarefa do cristão: afogar o mal em abundância de bem. Nada de fazer campanhas negativas, nem de ser anti-nada. Pelo contrário: viver de afirmação, cheios de optimismo, com juventude, alegria e paz; olhar para todos com compreensão: os que seguem Cristo e os que O abandonam ou não O conhecem.

Compreensão, porém, não significa abstencionismo, nem indiferença, mas actividade.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 864)

Paradoxo: desde que me decidi a seguir o conselho do salmo – "Lança sobre o Senhor as tuas preocupações, e Ele te sustentará", cada dia tenho menos preocupações na cabeça... E ao mesmo tempo, com o devido trabalho, resolve-se tudo com mais clareza!

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 873)

Homilia de Bento XVI na Missa da Ceia do Senhor

Amados irmãos e irmãs!

«Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de padecer» (Lc 22, 15): com estas palavras Jesus inaugurou a celebração do seu último banquete e da instituição da sagrada Eucaristia. Jesus foi ao encontro daquela hora, desejando-a. No seu íntimo, esperou aquele momento em que haveria de dar-Se aos seus sob as espécies do pão e do vinho. Esperou aquele momento que deveria ser, de algum modo, as verdadeiras núpcias messiânicas: a transformação dos dons desta terra e o fazer-Se um só com os seus, para os transformar e inaugurar assim a transformação do mundo. No desejo de Jesus, podemos reconhecer o desejo do próprio Deus: o seu amor pelos homens, pela sua criação, um amor em expectativa. O amor que espera o momento da união, o amor que quer atrair os homens a si, para assim realizar também o desejo da própria criação: esta, de facto, aguarda a manifestação dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 19). Jesus deseja-nos, aguarda-nos. E nós, temos verdadeiramente desejo d’Ele? Sentimos, no nosso interior, o impulso para O encontrar? Ansiamos pela sua proximidade, por nos tornarmos um só com Ele, dom este que Ele nos concede na sagrada Eucaristia? Ou, pelo contrário, sentimo-nos indiferentes, distraídos, inundados por outras coisas? Sabemos pelas parábolas de Jesus sobre banquetes, que Ele conhece a realidade dos lugares que ficam vazios, a resposta negativa, o desinteresse por Ele e pela sua proximidade. Os lugares vazios no banquete nupcial do Senhor, com ou sem desculpa, há já algum tempo que deixaram de ser para nós uma parábola, tornando-se uma realidade, justamente naqueles países aos quais Ele tinha manifestado a sua proximidade particular. Jesus sabia também de convidados que viriam sim, mas sem estar vestidos de modo nupcial: sem alegria pela sua proximidade, fazendo-o somente por costume e com uma orientação bem diversa na sua vida. São Gregório Magno, numa das suas homilias, perguntava-se: Que género de pessoas são aquelas que vêm sem hábito nupcial? Em que consiste este hábito e como se pode adquiri-lo? Eis a sua resposta: Aqueles que foram chamados e vêm, de alguma maneira têm fé. É a fé que lhes abre a porta; mas falta-lhes o hábito nupcial do amor. Quem não vive a fé como amor, não está preparado para as núpcias e é expulso. A comunhão eucarística exige a fé, mas a fé exige o amor; caso contrário, está morta, inclusive como fé.

Sabemos pelos quatro Evangelhos, que o último banquete de Jesus, antes da Paixão, foi também um lugar de anúncio. Jesus propôs, uma vez mais e com insistência, os elementos estruturais da sua mensagem. Palavra e Sacramento, mensagem e dom estão inseparavelmente unidos. Mas, durante o último banquete, Jesus sobretudo rezou. Mateus, Marcos e Lucas usam duas palavras para descrever a oração de Jesus no momento central da Ceia: eucharistesas e eulogesas – agradecer e abençoar. O movimento ascendente do agradecimento e o movimento descendente da bênção aparecem juntos. As palavras da transubstanciação são uma parte desta oração de Jesus. São palavras de oração. Jesus transforma a sua Paixão em oração, em oferta ao Pai pelos homens. Esta transformação do seu sofrimento em amor possui uma força transformadora dos dons, nos quais agora Jesus Se dá a Si mesmo. Ele no-los dá, para nós e o mundo sermos transformados. O objectivo próprio e último da transformação eucarística é a nossa transformação na comunhão com Cristo. A Eucaristia tem em vista o homem novo, com uma novidade tal que assim só pode nascer a partir de Deus e por meio da obra do Servo de Deus.

A partir de Lucas e sobretudo de João, sabemos que Jesus, na sua oração durante a Última Ceia, dirigiu também súplicas ao Pai – súplicas que, ao mesmo tempo, contêm apelos aos seus discípulos de então e de todos os tempos. Nesta hora, queria escolher somente uma súplica que, segundo João, Jesus repetiu quatro vezes na sua Oração Sacerdotal. Como O deve ter angustiado no seu íntimo! Tal súplica continua sem cessar sendo a sua oração ao Pai por nós: trata-se da oração pela unidade. Jesus diz explicitamente que tal súplica vale não somente para os discípulos então presentes, mas tem em vista todos aqueles que hão de acreditar n’Ele (cf. Jo 17, 20). Pede que todos se tornem um só, «como Tu, ó Pai, estás em Mim, e Eu em Ti, que eles também estejam em nós, para que o mundo acredite» (Jo 17, 21). Só pode haver a unidade dos cristãos se estes estiverem intimamente unidos com Ele, com Jesus. Fé e amor por Jesus: fé no seu ser um só com o Pai e abertura à unidade com Ele são essenciais. Portanto, esta unidade não é algo somente interior, místico. Deve tornar-se visível; tão visível que constitua para o mundo a prova do envio de Jesus pelo Pai. Por isso, tal súplica tem escondido um sentido eucarístico que Paulo pôs claramente em evidência na Primeira Carta aos Coríntios: «Não é o pão que nós partimos uma comunhão com o Corpo de Cristo? Uma vez que existe um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos desse único pão» (1 Cor 10, 16-17). Com a Eucaristia, nasce a Igreja. Todos nós comemos o mesmo pão, recebemos o mesmo corpo do Senhor, e isto significa: Ele abre cada um de nós para além de si mesmo. Torna-nos todos um só. A Eucaristia é o mistério da proximidade e comunhão íntima de cada indivíduo com o Senhor. E, ao mesmo tempo, é a união visível entre todos. A Eucaristia é sacramento da unidade. Ela chega até ao mistério trinitário, e assim cria, ao mesmo tempo, a unidade visível. Digamo-lo uma vez mais: a Eucaristia é o encontro pessoalíssimo com o Senhor, e no entanto não é jamais apenas um ato de devoção individual; celebramo-la necessariamente juntos. Em cada comunidade, o Senhor está presente de modo total; mas Ele é um só em todas as comunidades. Por isso, fazem necessariamente parte da Oração Eucarística da Igreja as palavras: «una cum Papa nostro et cum Episcopo nostro». Isto não é um mero acréscimo exterior àquilo que acontece interiormente, mas expressão necessária da própria realidade eucarística. E mencionamos o Papa e o Bispo pelo nome: a unidade é totalmente concreta, tem nome. Assim, a unidade torna-se visível, torna-se sinal para o mundo, e estabelece para nós mesmos um critério concreto.

São Lucas conservou-nos um elemento concreto da oração de Jesus pela unidade: «Simão, Simão, Satanás reclamou o poder de vos joeirar como ao trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos» (Lc 22, 31-32). Com pesar, constatamos novamente, hoje, que foi permitido a Satanás joeirar os discípulos visivelmente diante de todo o mundo. E sabemos que Jesus reza pela fé de Pedro e dos seus sucessores. Sabemos que Pedro, que através das águas agitadas da história vai ao encontro do Senhor e corre perigo de afundar, é sempre novamente sustentado pela mão do Senhor e guiado sobre as águas. Mas vem depois um anúncio e uma missão. «Tu, uma vez convertido...». Todos os seres humanos, à excepção de Maria, têm continuamente necessidade de conversão. Jesus prediz a Pedro a sua queda e a sua conversão. De que é que Pedro teve de converter-se? No início do seu chamamento, assombrado com o poder divino do Senhor e com a sua própria miséria, Pedro dissera: «Senhor, afasta-Te de mim, que eu sou um homem pecador» (Lc 5, 8). Na luz do Senhor, reconhece a sua insuficiência. Precisamente deste modo, com a humildade de quem sabe que é pecador, é que Pedro é chamado. Ele deve reencontrar sem cessar esta humildade. Perto de Cesareia de Filipe, Pedro não quisera aceitar que Jesus tivesse de sofrer e ser crucificado: não era conciliável com a sua imagem de Deus e do Messias. No Cenáculo, não quis aceitar que Jesus lhe lavasse os pés: não se adequava à sua imagem da dignidade do Mestre. No horto das oliveiras, feriu com a espada; queria demonstrar a sua coragem. Mas, diante de uma serva, afirmou que não conhecia Jesus. Naquele momento, isto parecia-lhe uma pequena mentira, para poder permanecer perto de Jesus. O seu heroísmo ruiu num jogo mesquinho por um lugar no centro dos acontecimentos. Todos nós devemos aprender sempre de novo a aceitar Deus e Jesus Cristo como Ele é, e não como queríamos que fosse. A nós também nos custa aceitar que Ele esteja à mercê dos limites da sua Igreja e dos seus ministros. Também não queremos aceitar que Ele esteja sem poder neste mundo. Também nos escondemos por detrás de pretextos, quando a pertença a Ele se nos torna demasiado custosa e perigosa. Todos nós temos necessidade da conversão que acolhe Jesus no seu ser Deus e ser-Homem. Temos necessidade da humildade do discípulo que segue a vontade do Mestre. Nesta hora, queremos pedir-Lhe que nos fixe como fixou Pedro, no momento oportuno, com os seus olhos benévolos, e nos converta.

Pedro, o convertido, é chamado a confirmar os seus irmãos. Não é um facto extrínseco que lhe seja confiado este dever no Cenáculo. O serviço da unidade tem o seu lugar visível na celebração da sagrada Eucaristia. Queridos amigos, é um grande conforto para o Papa saber que, em cada Celebração Eucarística, todos rezam por ele; que a nossa oração se une à oração do Senhor por Pedro. É somente graças à oração do Senhor e da Igreja que o Papa pode corresponder ao seu dever de confirmar os irmãos: apascentar o rebanho de Cristo e fazer-se garante daquela unidade que se torna testemunho visível do envio de Jesus pelo Pai.

«Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa». Senhor, Vós tendes desejo de nós, de mim. Tendes desejo de nos fazer participantes de Vós mesmo na Sagrada Eucaristia, de Vos unir a nós. Senhor, suscitai também em nós o desejo de Vós. Reforçai-nos na unidade convosco e entre nós. Dai à vossa Igreja a unidade, para que o mundo creia. Amen.

Basílica de São João de Latrão, quinta-feira Santa, 21 de Abril de 2011

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Itália: Bento XVI na televisão pública para responder a perguntas sobre a dor e a alma

Vaticano antecipa duas respostas da emissão especial, na sexta-feira Santa, conta com questões de sete pessoas


Bento XVI vai ser um inédito convidado do programa «À sua imagem», da televisão pública italiana (RAI), para responder a sete questões de pessoas de todo o mundo, numa emissão especial de sexta-feira Santa.

A primeira questão, será sobre o "sentido da dor" após uma tragédia como o tsunami que varreu o Japão em março, refere o site do programa «A sua immagine».

A televisão italiana indica que o programa durará uma hora e vinte minutos e será transmitido a partir das 14h10 (menos uma em Lisboa), sendo que as respostas do Papa foram gravadas a 15 de Abril, na biblioteca do palácio apostólico do Vaticano.

Helena, menina japonesa de 7 anos, com pai italiano, diz que já não pode brincar no parque e pergunta ao Papa, “que fala com Deus”, porque é que as crianças têm de sentir “tanta tristeza”.

O Vaticano antecipou as declarações de Bento XVI que, a este respeito, diz não ter “respostas” para questões que ele próprio se coloca, mas sublinha que “mesmo quando permanece a tristeza” deve existir a certeza sobre a presença de Deus,

“Um dia, vou perceber que este sofrimento não era vazio, não era em vão, mas há um projecto bom, um projecto de amor”, assinala.

“Estamos contigo, com todas as crianças japonesas que sofrem, queremos ajudar-vos com a oração, com os nossos atos; tende a certeza de que Deus vos ajuda. Por isso, rezamos juntos para que tenham luz, quanto antes”, acrescenta o Papa.

Entre as outras seis pessoas escolhidas para fazer uma pergunta - houve mais de 2000 propostas à redação - está uma mãe italiana, que há dois anos se dedica a cuidar do filho em estado vegetativo permanente e quer saber o que acontece à alma de quem está nessa situação clínica irreversível.

“Com certeza que a alma está ainda presente no corpo”, responde Bento XVI, acrescentando que “essa alma escondida sente em profundidade” o amor que lhe é dedicado pela mãe.

“A sua presença ao seu lado, horas e horas, todos os dias, é um verdadeiro ato de amor, de grande valor, porque esta presença entra na profundidade dessa alma escondida e, por isso, o seu ato é um testemunho da fé em Deus, da fé no homem”, refere.

O Papa fala um “grande serviço à humanidade”, que mostra o “respeito pela vida humana, mesmo nas situações mais tristes”.

Bento XVI vai seguir a emissão do programa «À sua imagem – Perguntas sobre Jesus», na sua biblioteca, e as perguntas serão colocadas diretamente pelas pessoas que as enviaram para a RAI.

A terceira pergunta vem da Costa do Marfim, país que acaba de passar por uma violenta crise após as eleições presidenciais: uma mulher africana e muçulmana vai questionar o Papa sobre a figura de Jesus, mestre de paz.

A série de questões encerra-se com sete estudantes, residentes no Iraque, sob ameaça permanente pelo simples facto de serem cristãos.

O actual Papa falou em 2005 para a televisão polaca e em 2006 para a televisão alemã, sua terra natal, além de ter respondido a várias dezenas de perguntas do jornalista alemão Peter Seewald, dando origem, em 2010, ao livro-entrevista «Luz do Mundo».

OC

(Fonte: Agência Ecclesia)

QUINTA FEIRA SANTA - 1º DIA DO TRÍDUO PASCAL

Continuando a nossa caminhada começada no início da Quaresma e que nos vai levar à Páscoa da Ressurreição.

A Quinta Feira Santa é tão rica em tudo o que a Igreja nos propõe, que um simples texto nunca daria para abarcar tudo que neste dia a Igreja nos exorta a meditar e a viver.

Assim, tomei a opção pela 2ª Leitura da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, para nos conduzir à “particularidade” mais importante do mistério do sacramento da Eucaristia.

1ª Carta aos Coríntios 11,23-26.

Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.

Diz-nos João Paulo II
Homilia (a partir da trad. L'Osservatore Romano)

«Sempre que comerdes este pão e beberdes este vinho proclamareis a morte do Senhor, até que Ele venha»

«Jesus, sabendo bem que tinha chegado a Sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os Seus que estavam no mundo, levou o Seu amor por eles até ao extremo». E eis que, durante a refeição pascal, a última antes da Sua partida para o Pai, se revela um sinal novo: o sinal da Nova Aliança. «Até ao extremo» quer dizer: até Se dar a Si próprio por eles. Por nós. Por todos. «Até ao extremo» significa: até ao fim dos tempos. Até que Ele venha pela segunda vez.

Desde esta noite da Última Ceia, todos nós, filhos e filhas da Nova Aliança no sangue de Cristo, recordamos a Sua Páscoa, a Sua partida graças à morte na cruz. Mas não se trata apenas de uma lembrança. O sacramento do Corpo e do Sangue tornam o Seu sacrifício presente, fazendo com que nele participemos sempre de novo. Neste sacramento, Cristo crucificado e ressuscitado está constantemente connosco, Ele vem constantemente até nós sob a forma do pão e do vinho, até vir de novo, a fim de que o sinal dê lugar à realidade última e definitiva. Que darei eu em troca deste amor «até ao extremo»?

Salientemos então, vivamente, esta imensa verdade que Cristo nos oferece e que tantas vezes deixamos passar “sobre a rama”.

A Eucaristia é memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

E memorial não é memória, não é algo que se lembra, não é algo que se recorda, é algo sim que se faz presente, total e realmente presente.

E não é uma repetição, ou seja, na Eucaristia, Jesus Cristo não sofre a Paixão, Morte e Ressurreição, outra vez.
Não, na Eucaristia a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo há cerca de dois mil anos, torna-se presente no momento.

É o que nos diz muito claramente o Catecismo da Igreja Católica:

1363 - «Na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tomam-se de certo modo presentes e actuais.»
1364 - «Quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz memória da Páscoa de Cristo, e esta torna-se presente: o sacrifício que Cristo ofereceu na cruz uma vez por todas, continua sempre actual: «Todas as vezes que no altar se celebra o sacrifício da cruz, no qual "Cristo, nossa Páscoa, foi imolado", realiza-se a obra da nossa redenção» (LG 3)

E a presença de Cristo sob as espécies eucarísticas, não é simbólica, não é representativa, não é em “vez de”, é sim real e total, como nos diz mais uma vez o Catecismo da Igreja Católica:

1374 - «No santíssimo sacramento da Eucaristia estão «contidos, verdadeira, real e substancialmente, o Corpo e o Sangue, conjuntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, Cristo total» (Conc. De Trento: Ds 1651)

Poderíamos escrever, transcrever tratados e mais tratados sobre a Eucaristia, mas todos eles nos levam a esta verdade única e sublime:
Na Eucaristia, Jesus Cristo faz-se real e totalmente presente, na sua Paixão, Morte e Ressurreição, oferendo-se ao Pai por nós e dando-se como alimento divino a cada um de nós.

E é a Igreja Una, Santa, Católica, Apostólica, comunhão de fiéis, desde Pedro até aos nossos dias, em Bento XVI, nos dá e juntos celebramos, este sublime, precioso e todos os dias extraordinário, Sacramento da Eucaristia.

Esta verdade imensa que só Deus pode conter e que a graça da fé nos faz crer, tem de levar cada um de nós a perguntar-se:
Qual a importância da Eucaristia na minha vida, (toda a minha vida, e não só a minha vida em Igreja), como participo eu da/na Eucaristia, como vivo eu a Eucaristia, enfim, como celebro eu a Eucaristia?

Uma Santa Páscoa para todas e para todos. 
Joaquim Mexia Alves

Hoje!

Jesus, meu Pai, meu Irmão, meu Amigo, meu companheiro de todas as horas, meu Agraciador, hoje recordamos o dia em que instituíste a Sagrada Eucaristia, que no Teu amor ao próximo nos quisestes deixar para assim Te podermos ter ainda mais próximo e dentro de nós. O meu amor por Ti obriga-me a dizer OBRIGADO, mas este por muito grandes que sejam as maiúsculas jamais expressará o que verdadeiramente me vai na alma. Amo-Te muitíssimo!

(JPR)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1975

Conversa com uma das participantes num congresso internacional universitário que se realiza em Roma por esses dias. Acerca da universidade tinha dito numa entrevista: “É necessário que a Universidade incuta nos estudantes uma mentalidade de serviço: serviço à sociedade, promovendo o bem comum através do trabalho profissional e da actuação pública. Os universitários devem ser responsáveis, sentir uma sã inquietação pelos problemas dos demais e um espírito generoso que os leve a enfrentar estes problemas e a procurar encontrar para eles a melhor solução. É missão da Universidade dar tudo isto aos estudantes”.


(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1433)

Amor…Eucaristia…

«Depois de amar os seus que estavam no mundo, ‘amou-os até ao fim’ (Jo. 13, 1). A Última Ceia é precisamente testemunho daquele amor com que Cristo, Cordeiro de Deus, nos amou até ao fim.
(…) o significado da Eucaristia. A morte não é o seu fim, mas o seu início. A Eucaristia tem início na morte, como ensina São Paulo: ‘Sempre que comerdes este pão e beberdes este cálix, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha’ (Cor. 11, 26. 6).»

(Homília Missa Vespertina “in coena domini” – 12/IV/1979 – João Paulo II)

«in Cena Domini»

De tarde, durante a Missa in Cena Domini, celebraremos especialmente a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial. O hoje da renovação sacramental do Mistério pascal, o hoje da Cruz – que o Senhor antecipou na Última Ceia –, torna-se presente em cada celebração eucarística e, com particular relevo, na Quinta-feira Santa. Assombremo-nos ante a perene actualidade do Sacrifício do Calvário, de forma especial na Missa in Cena Domini. Neste dia, antes de realizar a Consagração, o Cânone Romano põe nos lábios do sacerdote umas palavras próprias desta solenidade: Ele que hoje, na véspera de sofrer pela nossa salvação e pela de todos os homens, tomou o pão em Suas santas e adoráveis mãos….

(D. Javier Echevarría na sua carta de Abril de 2011)

João Paulo II – A caminho da sua Beatificação no próximo dia 1 de Maio

«A Igreja vive da Eucaristia. Graças ao ministério dos apóstolos e dos seus sucessores, ao longo de uma cadeia ininterrupta que parte do Cenáculo, as palavras e os gestos de Cristo são renovados, seguindo o caminho da Igreja, para oferecer o Pão da vida aos homens de todas as gerações: «Isto é o Meu corpo, que será entregue por vós: fazei isto em Minha memória... Este cálice é a Nova Aliança no Meu sangue: todas as vezes que o beberdes, fazei-o em Minha memória» (1 Cor 11, 24-25).» (01-IV-1999 Homilia in Missa in cena Domini)

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

João Paulo II, Papa entre 1978 e 2005
Homilia (a partir da trad. L'Osservatore Romano)

«Sempre que comerdes este pão e beberdes este vinho proclamareis a morte do Senhor, até que Ele venha»

«Jesus, sabendo bem que tinha chegado a Sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os Seus que estavam no mundo, levou o Seu amor por eles até ao extremo». E eis que, durante a refeição pascal, a última antes da Sua partida para o Pai, se revela um sinal novo: o sinal da Nova Aliança. «Até ao extremo» quer dizer: até Se dar a Si próprio por eles. Por nós. Por todos. «Até ao extremo» significa: até ao fim dos tempos. Até que Ele venha pela segunda vez.

Desde esta noite da Última Ceia, todos nós, filhos e filhas da Nova Aliança no sangue de Cristo, recordamos a Sua Páscoa, a Sua partida graças à morte na cruz. Mas não se trata apenas de uma lembrança. O sacramento do Corpo e do Sangue tornam o Seu sacrifício presente, fazendo com que nele participemos sempre de novo. Neste sacramento, Cristo crucificado e ressuscitado está constantemente connosco, Ele vem constantemente até nós sob a forma do pão e do vinho, até vir de novo, a fim de que o sinal dê lugar à realidade última e definitiva. Que darei eu em troca deste amor «até ao extremo»?

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 21 de Abril de 2011

Evangelho segundo S. João 13,1-15

1 Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a Sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até ao extremo.2 Durante a ceia, tendo já o demónio posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a determinação de O entregar,3 Jesus, sabendo que o Pai tinha posto nas Suas mãos todas as coisas, que saíra de Deus e voltava para Deus,4 levantou-Se da mesa, depôs as vestes e, pegando numa toalha, cingiu-Se com ela.5 Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido.6 Chegou, pois, a Simão Pedro. Pedro disse-Lhe: «Senhor, Tu lavares-Me os pés?».7 Jesus respondeu-lhe: «O que Eu faço, tu não o compreendes agora, mas compreendê-lo-ás depois».8 Pedro disse-Lhe: «Jamais me lavarás os pés!». Jesus respondeu-lhe: «Se Eu não te lavar não terás parte comigo».9 Simão Pedro disse-Lhe: «Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça».10 Jesus disse-lhe: «Aquele que tomou banho não tem necessidade de se lavar, pois todo ele está limpo. Vós estais limpos, mas não todos».11 Ele sabia quem era o que O ia entregar, por isso disse: «Nem todos estais limpos».12 Depois que lhes lavou os pés e que retomou as Suas vestes, tendo tornado a pôr-Se à mesa disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz?13 Chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem porque o sou.14 Se Eu, pois, sendo vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés também vós deveis lavar os pés uns aos outros.15 Dei-vos o exemplo para que, como Eu vos fiz, assim façais vós também.

Doação

«(…) o essencial no acontecimento da Última Ceia não era comer o cordeiro e os outros pratos tradicionais, mas a grande oração de louvor, que agora tinha como cento as próprias palavras de Jesus: com elas, ele transformara a sua morte na oferenda de si mesmo, de maneira que agora nós podemos dar graças por essa morte. Sim, só agora é possível dar graças a Deus sem reservas, porque o mais horrível a morte do Redentor e a morte de todos nós foi transformada graças a um acto de amor na doação da vida.»

(Congresso Eucarístico da Arquidiocese de Benevento “Eucaristia, comunhão e liberdade” – 02/VI/2002 – Joseph Ratzinger)